quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O elefante

"Em 1986, Peter Davies estava de férias no Quenia depois de se graduar na Northwestern University. Em uma caminhada ele cruzou com um jovem elefante que estava com uma pata levantada. O elefante parecia muito estressado, então Peter se aproximou muito cuidadosamente. Ele ficou de joelhos, examinou a pata do elefante e encontrou um grande pedaço de madeira enfiado. O mais cuidadosa e gentilmente possível, Peter removeu com a sua faca o pedaço de madeira e o elefante cuidadosamente colocou sua pata no chão. O elefante virou para encarar o homem com grande curiosidade no seu rosto e o encarou por tensos e longos momentos. Peter ficou congelado pensando que seria pisoteado. Depois de um certo tempo o elefante fez um barulho bem alto com sua tromba, virou e foi embora. Peter nunca esqueceu o elefante e tudo o que aconteceu naquele dia. 20 anos depois, Peter estava passeando pelo Zoológico de Chicago com seu filho adolescente. Quando eles se aproximaram da jaula dos elefantes, uma das criaturas se virou e caminhou para um local próximo onde Peter e seu filho Cameron estavam. O grande elefante encarou Peter e levantou sua pata do chão e abaixou, repetindo várias vezes e emitindo sons altos enquanto encarava o homem. Relembrando do encontro em 1986, Peter ficou pensando se aquele era o mesmo elefante. Peter reuniu toda sua coragem, escalou a grade e entrou na jaula. Ele andou diretamente até o elefante e o encarou. O elefante emitiu outro som alto, enrolou sua tromba na perna de Peter e o jogou contra a parede matando-o. Provavelmente não era o mesmo elefante e ele se fudeu! Esse texto é dedicado a todos os que mandam aquelas histórias melosas e cheias de finais felizes."

Esqueci de comentar...

Ontem me ligaram e assim disseram: "Stella, terá uma gravação de um longa com atores da Globo, no restaurante Spot da Paulista, conhece? Então... cachê de 50 reais à vista ou 65 reais daqui 45 dias. Começa a meia-noite, você pode?". Primeiro. Figuração? Obrigada, não faço mais. Segundo... e daí que é com atores da Globo? Aposto que tem gente que topa só por causa disso. E outra... eles serão meus companheiros de casa em breve (sentiu o pensamento positivo, né?!). Terceiro: 50 reais? Para trabalhar a madrugada toda? Jamás! Quando é que vão me oferecer trabalho de verdade, hein? Fala sério...

Uma notícia boa e uma má. Ou melhor, duas boas e uma péssima

Existe um bichinho danado chamado orgulho. E eu poderia muito bem me fazer de contaminada neste momento e esconder o que hoje me aconteceu. Mas como esse é meu diário aberto, prefiro registrar para nunca mais repetir o feito. Fiz minha primeira consulta com Edi Montech, minha fonoaudióloga. Ótima, adorei. Já estou super paulistãããna. Mentira. No caminho, estando eu dentro do ônibus saindo de um túnel... recebo uma ligação de um número estranho... Sempre esperançosa, atendi e era da agência que havia me chamado para o teste do governo. Não ouvi muito bem o que a mulher disse, mas entendi que havia sido selecionada para a propaganda, que seria gravada amanhã ou quinta, e que a produção faria uma reunião para resolver e a agência entraria em contato em breve comigo. Feliz e contente, contei para a Edi, mandei mensagem para as meninas daqui de casa, para minha irmã, dei a notícia para uma querida amiga que me ligou antes de a consultar começar... enfim. Recebi os parabéns, já estava contando que neste mês de outubro conseguiria pagar todas as minhas contas com este inesperado cachê e já pensando em acrescentar um ítem em meu ainda pobre currículo. Agradeci a Deus pensando que eu realmente merecia aquilo e que a esperança é sempre a última a morrer, já arranjando um título para minha contente postagem no blog.
Como prometido, à tarde fui às compras com Sofia mas eu não estava animada... Estava com o pé atrás, incerta do que havia escutado. E nada de me ligarem de volta...
No caminho para minha aula - hoje de interpretação para cinema -, com a ansiedade me comendo as víceras, liguei na agência. E recebi a triste notícia de que não fui selecionada e que a gravação seria amanhã. Ou seja... hoje eu entendi o que é ser editada para um teste. Muitos falam: "Ai, fui editado para o comercial...", ou para a novela, o que seja. E na verdade, é uma pré-seleção. Eu fui pré-selecionada. Mas não fui selecionada, entende?! Aí... com o orgulho ferido e o ego espancado, mandei mensagem para todas as pré-informadas de que havia sido um equívoco. Ninguém entendeu nada. Mas... o que me alegra é que amanhã cedinho estou partindo para Pasárgada. E de lá ninguém me tira até terça-feira. Aí liguei o f*-se e comi um Twix e voltei da aula com um salgado integral de alho poró e um brownie fantástico que detonei em 3 minutos.
Cruel. Muito cruel.
O que é meu está guardado... é só ter calma, pequena Stella. É só ter calma.
Tchau, São Paulo!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O fim do final de semana, o fim do resfriado e um feriado

Eu não tive final de semana! Só hoje tive meu dia de folga...
Sábado tive um teste para uma propaganda sobre "educação" do Ministério das Comunicações logo pela manhã, lá nos cafundó da Vila Sônia. O teste?! Era sorrir para a câmera, basicamente. E pelo visto, nem pra isso servi, porque não me ligaram até agora e a gravação seria amanhã ou quarta... Droga. Rezei, pedi para torcerem, mas não adiantou muita coisa. Achei que merecia, sabe, depois das poucos e boas que andei passando. Mas nem sempre a recompensa vem assim tão fácil. Mas achei bom, pois saí de um regime de teste para publicidade que se arrastava há tempos. Aí, à tarde, tive a minha estreia como membro da Estação Felycidade. Algumas surpresas, alguns conceitos que caem por terra... e só na prática é que a gente sabe como as coisas funcionam. Fui uma Mulher-Gato que não pôde ser nada sexy em uma festa em um prédio nos Jardins de dois lindos e ricos irmãos gêmeos... Uma hora de recepção... tentando me aproximar das crianças que temiam uma mulher toda vestida de verniz preto e com orelhinhas ponteagudas e um chicotinho... e mais meia hora antes do parabéns. O suor driblava a máscara de borracha apertada e teimava em pingar sobre meu nariz... Foi interessante. Mas ainda não peguei o gingado da coisa. Não nos ofereceram nenhum docinho, ne-nhum!, daquela mesa farta para uns 6 refinados pais e suas 15 irretocáveis crianças. E fiquei seca para tomar uma taça daquela champagne rosada que rodeava a Mulher-Gato, o Homem-Aranha, e Batman e Robin nas bandejas dos impecáveis garçons... cruel. As crianças ficam loucas com os super-heróis... isso quando não choram e não saem do colo das babás.
E terminei minha noite no Mori, com uma ótima companhia e o melhor japonês que conheço. Meu cachê do dia pagou o meu jantar. Tá valendo!
Domingo... o despertador tocou cedo e fui para o teste do curta "Valentina", para o papel de: Valentina!, lá nos cafundó do metrô Praça da Árvore. E teste a gente nunca sabe, né... eu poderia muito ser a Valentina que eles procuram, do mesmo jeito que um dia eu fui a Lana que procuravam para o "Garotas que Dizem Ni", que eu perdi pois motivos profissionais (diga-se financeiros)... A resposta virá até semana que vem... E à tarde, fui para os chiks cafundó do Morumbi, em uma casa sur-re-al. Sur-re-al. Confesso já ter frequentado casas bem legais... mas essa, olha... A festa foi na quadra de tênis, onde até o meio da festa o pessoal estava achando que era um lugar de eventos ou um shopping. Não, não, era a casa mesmo. Fui preparada para ser Elizabeth de Piratas do Caribe... mas... por infortúnios da Estação Felycidade, improvisadamente, fui um dos piratas. Enfim... também não comi nenhum docinho... também não estava no gingado da coisa, mas com a experiência um dia a gente aprende. Ganhei a simpatia de muitas crianças, especialmente das meninas, por ser UMA pirata com botas de salto alto. Pintei dois dentes de preto e ao sorrir, muitos me perguntavam: "Por que o seu dente está assim?" E didaticamente eu respondia que estavam assim porque pirata não escova os dentes, e por isso toda criança deveria cuidar muito bem da higiene bucal (lógico que não com esses termos). "Mas por que você não compra uma escova?" Porque não tem pia no navio! "Mas e por que você não escova em casa?"... e por aí vai. Mas eu fiquei tão feia que essa nem mereceu foto... Enquanto esperava dar 16h para começar a recepção, fiquei sentada em uma escada nos fundos da casa com um segundo pirata, também novato e assustado por não saber como fazer, e algumas pessoas nos avistavam da rua... certamente pensando: "Dois loucos, coitados". Ou talvez... "Dois idiotas, coitados". E chegamos à conclusão de que para fazer o que fazemos, de cara limpa, não dá para ser muito normal... uma pessoa normal não toparia fazer isso tudo, nunca. E assim o capitão Jack Sparrow, Will Turner e 3 Piratas fizeram a alegria da abonada criançada em uma singela festa cheia de baús de tesouros e vários navios em pleno domingo à tarde. Aqui sim tem um bando de louco!
E assim foi meu laborioso final de semana.
Hoje acordei tarde... e fui conhecer a segunda fono, e a primeira consulta, também amarga, já está marcada para amanhã. Mas recebi a feliz notícia que terei um mãe-trocínio!
Meu almoço foi um açaí e animada para descer até o Ibirapuera, voltei para casa. Mas... em questão de 5 minutos, São Pedro derramou suas lágrimas durante todo o resto da tarde. Fui obrigada a tirar um cochilo e ao acordar, tomei uma bela chuva para fazer meu cadastro na locadora 2001. Fiquei impressionada com o acervo e também com o preço. R$9,50 para locar um filme! Enquanto na Genius em Ribeirão eu pago R$5,00...
E quarta pretendo tirar uns dias de férias da cidade grande e me dirigir ao meu porto-seguro. E por lá ficarei atééé terça-feira que vem. Eu tô merecendo um feriado! Não tenho final de semana há três semanas!
E agora vou assistir ao meu primeiro filme de quase dez reais, a pedido de Fernando Leal: KES.
O resfriado lentamente vai embora, deixando apenas resquícios da lida de Interlagos. Ainda na esperança de ser escolhida para a propaganda... fico por aqui. A torcida ainda está valendo.
Boa terça-feira!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um olhar sobre a utopia (Eduardo Galeano)

Ela sempre está onde está o horizonte
Se me aproximo dois passos
Ela avança dois passos
Se caminho dez passos
Ela se apressa em deslocar-se
dez passos mais adiante
Mesmo que eu continue caminhando
Não consigo alcançá-la jamais
Então, para que serve a utopia?
Só para isto, nada mais:
Para caminhar!

Questionamentos

Hoje conheci os novos selecionados da Estação Felycidade no workshop para bonecos. E tive que levantar a mão ao ouvir a pergunta: "Alguém aqui tem problema de claustrofobia?". Não consigo ficar um minuto dentro de uma cabeça enorme, fechada, abafada e escura de pelúcia. Não dá. Gostaria muito, deve ser divertidíssimo, com boas chances de trabalho, mas não consigo. Tá aí, mais uma coisa que você, caro leitor, provavelmente ainda não sabia: sou meio claustrofóbica. E isso pode dizer muito a meu respeito...
Sábado tenho uma festa onde serei Mulher-Gato. E domingo, após o teste para o curta Valentina, de um pessoal do Anhembi-Morumbi, serei a Elizabeth de Piratas do Caribe. E nisso já descartei alguns convites para baladas... e confesso estar apreensiva em recepcionar crianças em festa infantil. Engraçado, né. Recepciono adultos das mais variadas idades... mas os bichinhos encapetados estão me botando medo.
E nisso continuo na leitura de Modernidade e Ambivalência. "A modernidade é o que é - uma obsessiva marcha adiante - não porque sempre queira mais, mas porque nunca consegue o bastante; não porque se torne mais ambiciosa e aventureira, mas porque suas aventuras são mais amargas e suas ambições frustradas. A marcha deve seguir adiante porque qualquer ponto de chegada não passa de uma estação temporária. Nenhum lugar é privilegiado, nenhum melhor do que o outro, como também a partir de nenhum lugar o horizonte é mais próximo do que de qualquer outro. É por isso que a agitação e a perturbação são vividas como uma marcha em frente (...). Num exame mais detido, a esperança de chegada revela-se uma ânsia de escapar (...). O tempo linear da modernidade estica-se entre o passado que não pode durar e o futuro que não pode ser. Não há lugar para o meio termo."
Como é que eu não entendia tudo isso aos 17 anos? Eu já me achava tão madura ao entrar na faculdade... E é tentando fugir das garras dessa modernidade já grávida de pós-modernidade que devíamos nos fixar nas palavras já sublinhadas aqui no blog de Guimarães Rosa, de que a “Natureza da gente não cabe em nenhuma certeza. O real não está na saída e nem na chegada, ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. E enquanto isso, vamos acreditando ou fingindo acreditar nas premissas de que "o que é nosso está guardado", nas recentes palavras de minha roommate, ou que "no final, dá tudo certo!", que eu muito gosto de repetir.
Faça o teste. Pergunte a qualquer pessoa. Qualquer pessoa. Todos embarcaram nesta mesma angústia pós-moderna. E haja culhões para dela sair...
Temos liberdade de sobra, mas não sabemos o que fazer com ela. Muitas vezes a confundimos com libertinagem ou então optamos por jogar com a segurança das certezas, embora escassas, e guardamos todas as cartas na manga, e por lá permanecem... Temos vontade de gritar e sermos ouvidos, mas o que importa para eles é o nosso cartão de crédito. E assim travamos uma luta contra nós mesmos na falta de um inimigo maior. Aliás, existe inimigo maior?!
Nós temos voz, sim, temos. Existe o Twitter, existe o Facebook, existem os blogs, existe o meu blog. Mas existem ouvidos? Existem ouvidos atentos ao que temos a dizer?
É... Ninguém disse que a vida seria fácil. Ou disse?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Doente mais uma vez...

Minha noite de sono não foi boa. Acordei algumas vezes já sentindo a garganta, com nariz entupido, sentindo ora frio ora calor. Conclusão: estou gripada. Eu sabia! Já comprei Benegripe, já tomei Vitamina C e agora é esperar a minha vigésima gripe do ano passar...
Hoje fui conhecer uma das fonos indicadas pelo Fernando. Me irritei no caminho, que demorou mais de uma hora, sendo que de carro faria em vinte minutos... me perdi mas me achei. E quase tive um infarto quando ela me passou seu orçamento, já confessando ser a fono mais cara de São Paulo, com background nas maiores escolas de teatro da cidade há 12 anos. Amanhã ligo para a segunda do podium. Voltei quase chorando para casa, rogando por um patrocínio. É... eu não tenho patrocínio.
Ao chegar em casa às 4 da tarde, tentei me animar para andar no parque, mas meu corpo pediu uma cochilada. Saiba que... se durmo à tarde é porque: a) estou extremamente entediada; b) estou doente; c) acho que são só essas duas alternativas mesmo.
Hoje foi nossa última aula de tv e semana que vem já entramos em cinema e aí o bicho pega.
Me ligaram para quinta-feira fazer o primeiro workshop da Estação Felycidade (lembra do grupo de teatro infantil para buffets?) com a nova trupe, com prováveis festas já para o final de semana. Estou animada. Ou seja, a alternativa de voltar para Ribeirão já fora descartada.
Estou com o corpo doído... me sentindo muito gordinha e fora de forma, com saudades da academia que não sei se voltarei a fazer por motivos econômicos e temporais. E confesso não estar inspirada, desculpe.
Vou ficando por aqui.
Boa noite!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Semana de Folga!

Acordei só às 11h... tranquila... sem prazos, sem correr, sem grandes expectativas que não apenas descansar.
Fiz um almoço bem mais ou menos porém leve para tentar iniciar o processo de desintoxicação: beringela refogada, salada e franguinho. Ao ligar no Ministério do Trabalho, descobri que seria possível buscar meu DRT hoje, já que, nunca tendo sido registrada, não tenho PIS. Burra. Todo mundo sabe disso... e assim fiz! E está aqui, em mãos, sendo a primeira inscrição na minha ainda vazia carteira de trabalho. Já decorei meu número, bonitinho, e agora é partir para o abraço.
Amanhã vou conhecer uma fonoaudióloga indicada por Fernando Leal. O preço já sei que é salgado mas o resultado é garantido. E pensando bem, é hora de investir. Investir pesado, parar de brincadeira porque o sonho é sério, embora muitos pensem que se trata de amenidades.
Hoje, pela primeira vez em anos, entrei em uma igreja no caminho para casa: Nossa Senhora da Consolação. Passei em frente e senti que deveria entrar para agradecer pela minha vida e pedir boas indicações para os próximos passos. E na hora deixei de lado meus preconceitos e todas as minhas críticas que me perseguem desde que estudei a Igreja e suas falcatruas ao longo da história e desde que fatos cotidianos mostram que não precisamos de um intermediário e que o contato com Deus pode ser feito por ligação direta. Me lembrei de como nos sentimos pequenos na "casa de Deus" e gostei da sensação de nos colocarmos realmente no lugar ao qual pertencemos. Não sei que lugar é esse, mas sei que abaixo de muita coisa a que nos colocamos acima. Por valiosos 5 minutos que minha sempre pressa cedeu, rezei, agradeci, pensei, chorei. O homem encontra Deus e a Igreja nos momentos desesperadores, e às vezes penso que deveria me agarrar a alguma crença mais forte para que não precisasse, de repente, devorar as duas trufas que por exemplo comi hoje no caminho. Mas pensando bem... já estou agarrada nas minhas próprias crenças. Acho que elas me bastam. Elas e um pouquinho só de mais paciência.
Preciso muito dessa semana de folga, de colocar os pensamentos desordenados em ordem, de rever alguns conceitos, de não me perder na trajetória.
Estou com um pouco de tosse... nariz escorrendo... cansada ainda da maratona de trabalho que tenho certeza que muitos também não levam a sério. Quando se reina um assunto de escritório e rotina de trabalho, não tenho muito o que dizer, já que minhas atividades não condizem com o cotidiano da maioria, mas me condenar ao silêncio é terrível. Não nasci para ficar calada. Às vezes me sinto deslocada dentro de minha própria casa. Às vezes acho que não pertenço a lugar nenhum e dá vontade de me trancar na minha própria concha. Sei o quanto posso ser egoísta, mas em certos momentos faço questão de não abrir mão de minha individualidade...
Meu MP3 player caiu no chão e não toca mais. "Seu mp3 é mais velho que a vó", disse minha irmã. E lá vou eu, ter que comprar um novo. Comprar, comprar, comprar... cada vez que passo meu cartão, não sendo lazer, me dói o coração.
Mas, enfim. Hoje foi apenas segunda-feira. A segunda-feira do meu tão aguardado DRT! Palmas!
Pretendia caminhar no Ibirapuera, mas lógico que São Pedro me impossibilitou. Saí de casa com um forte calor, voltei para casa com frio, e ao pisar em casa, choveu. Na realidade, meu grande inimigo não é o frio. É o clima. E sei que terei um briguinha boa com ele daqui para frente...
Comecei a reler Modernidade e Ambivalência, de Zygmunt Bauman, o primeiro livro que tive de ler na faculdade, quando estava com apenas 17 anos. Naquela época não entendi bulhufas nem da introdução, e me prendi apenas no capítulo 3, sorteado na divisão do seminário que devido à migué de um professor já falecido nem veio a ser apresentado... E agora tudo faz sentido... Tudo bem que a leitura continua pausada se tratando de um autor muito denso e de um assunto igualmente pesado que é a falha do projeto moderno. Gostaria de ver tv, mas as meninas estão assistindo Law and Order, que não suporto. Acho então que vou ler um pouquinho e já me afogar nos meus lençóis recém-trocados. Falando em lençóis, também preciso de novos. A gente sempre precisa de tanta coisa...
Tenho uma oportunidade tentadora de voltar para casa esta semana, saindo de São Paulo quarta-feira de ônibus e voltar de carro na sexta-feira. Mas não sei se é a melhor opção...
Boa noite e boa terça-feira!

domingo, 18 de outubro de 2009

Deus não é brasileiro

É, Rubinho. Não foi dessa vez!
Hoje fomos preparadas para o frio e a chuva. Munida de três meias calças, uma blusa por baixo, casaco e capa de chuva, cheguei ao autódromo animada com o último dia do GP e o grande dia da corrida. Mas contrariando todas as previsões, abriu o mais lindo sol que começou a esquentar... esquentar... e começamos a descascar. Primeiro abrimos a jaquetinha. Depois tiramos a jaquetinha. Depois tiramos uma meia calça. Depois ficamos só com uma meia calça. Depois suamos e tivemos nossos narizinhos queimados pelo sol. Enfim... Mas eu não reclamei. Foi um dia lindo em Interlagos. Ali é 8 ou 80: ou o mais cortante frio, a mais torrencial chuva ou o mais potente sol. Vivemos os extremos em apenas três dias. E você acha que não estou sentindo minha garganta?! Lógico que sim! É o indício de um resfriado. Não poderia ser diferente...
Rubinho infelizmente jogou fora a pole position e o título é de Button.
"Deve ser legal ficar aí", disse uma amiga. É... o glamour está nos olhos do outro. Porque quem nos vê, por exemplo, tremendo de frio e comendo pizza de microondas no almoço sentadas no chão do conteiner do staff, percebe que nem tudo é flores. Aliás, de flor ali... quase nada, fora assistir à corrida e ainda ganhar por isso.
Confessei minha paixão às minhas amigas de arquibancada. Foi a turma mais bacana com que já trabalhei até agora. A gente simplesmente não parava de falar, de rir, de contar os bafos. Adorei vocês, meninas! A gente se encontra nos eventos da vida!
E estou aqui... o pó... de pé desde às 3:40h (na realidade, desde às 2:40h da manhã)... sem planos para amanhã além de ligar para a assistência técnica da minha linda tv onde brotou um fio vertical azul no canto direito. Aliás, a semana ainda está vaga. E por enquanto não vou reclamar. Mas se tiver convites e propostas, é só ligar. Preciso colocar algumas coisas em ordem... especialmente, a cabeça. Estou fora de órbita, precisando pôr os pés no chão e fechar a boca. Nesses já 15 dias de maratona de trabalho e um mês sem academia, engordei alguns quilinhos. Sanduichinhos aqui, pizzinha ali, refrigerante lá, sorvetinho para adoçar... hoje minha calça jeans foi de justa de manhã para apertadérrima à tarde. Culpa dos hot pocket, do calor, do cansaço, e da minha genética, que adora me deixar inchada.
Me ligaram oferecendo uma figuração para propaganda do Ponto Frio. 14h de duração no próximo sábado. Cachê razoável para figuração com chance de dobrar caso deem um close no meu rosto. Mas não faço mais figuração. Faria se fosse pelo dobro, mas aguentar 14h sendo mais uma na multidão, sonhando com a chance de um improvável close... ah, não. Agora eu tenho DRT, meu bem. E graças a Deus a Caixa não está mais em greve! Meu número em breve estará em mãos.
Uma boa noite e uma boa semana! Ano que vem tem Bruno Senna nas pistas...
Beijo, me bipa!

sábado, 17 de outubro de 2009

Isso é glamour?!


Rubinho na Pole Position

Às 4h estava tomando banho... e já sentia o vento frio vindo da fresta da janela. Eu disse que estaria mais frio, não disse?!
O ritual de repetiu. Ao chegarmos ao autódromo, quis chorar! O vento cortava e sabia que minha roupa não daria conta de segurar a baixa temperatura que mais tarde se misturou com uma chuva densa e ininterrupta. Quase pedi para sair. Engoli. Pedi a Deus que me ajudasse, pedi a todos os santos que abrissem o tempo... e milagrosamente, ao iniciarmos a recepção, o sol chegou! Chegou, iluminou Interlagos, esquentou nosso corpo, e eu feliz e saltitante, tendo uma prova concreta de que Deus realmente me escuta, aproveitei para tirar lindas fotos do S do Sena que ocupa nosso horizonte, enquanto o autódromo ainda estava vazio. Mas... foi pegadinha de São Pedro. Vinte minutos depois... caiu o mundo! Eu já estava irritada, pedi que providenciassem pelo menos uma legging branca - não fui atendida -, com sono... Quando fui "almoçar", me molhei in-tei-ri-nha! A meia-calça ficou ensopada... o sapato virou um reservatório de água, os cabelos... vixi... Até que peguei meu casaco vermelho - que engenhosamente levei para que combinasse com nosso uniforme -, joguei a capa de chuva do Santader por cima e assim fiquei, meu bem. Parecendo uma baleia, mas vou te dizer que melhorou! Ah, como melhorou! Passei frio, sim, mas menos do que ontem. Comi um X-Picanha de microondas, um hot dog de microondas e dois lanches naturais. Friso novamente: tudo muito light.
Após várias interrupções e algumas avaliações da pista pelo safety car, Rubinho conquistou a pole position após Button pegar o 14o lugar no segundo treino do dia. A esperança do brasileiro cresceu, as arquibancadas foram ao delírio e a briga amanhã vai ser interessante, mesmo com a vantagem grande de pontos do inglês. Agora também tô manjando de F1. Tintas... Moto... Fórmula 1...
E hoje chegamos às 19h em casa.
Amanhã será emocionante, espero eu. Torço para que este que até então era rechaçado e ridicularizado por todos os brasileiros se consagre herói neste país de não-heróis. Sem Massa, Rubinho Barrichello agora representa a esperança brasileira que nunca morre. E se ganhar, o Brasil vai morder a língua.
Escolhido a dedo, o horário de verão comerá uma hora do meu sono. E este sono começará a partir de agora! Eu vivo na luta contra o relógio por aqui...
Boa corrida! Cruze os dedos! Quem sabe Deus não é brasileiro?!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fórmula 1

Estou acordada desde às 3:40h!
Tomei meu banho, fui ao salão, arrumaram meu cabelo, fizeram uma maquilagem (feia por sinal...), tomamos um belo café e às 7h já estávamos no autódromo. Mas o pessoal foi chegar mesmo depois das 9:30h. Somos em quatro meninas na arquibancada do Santander. Nosso trabalho? Dar boas-vindas a quem chega, informar onde ficam banheiro e lanchonete, e uma vez que todos já sabem onde são banheiro e lanchonete, ficamos à paisana, assistindo à corrida, tentando entender alguma coisa e tirando fotos. Fotos e mais fotos. E nisso o pessoal começa a se embriagar... encher o saco... o tempo começa a fechar... a chuva começar a cair... e frio (meu pior inimigo) teima em piorar. E nós, de vestidinho e meia calça!
Nossa alimentação é à base de hot pocket, tudo bem saudável. Enfim. Saímos de lá já eram mais de 18:30h, batendo o queixo, irritadas com os únicos quatro remanescentes no local e já sem grandes atividades. Sabe que horas cheguei em casa? 21h! Para um trabalho que estava previsto 12h de duração... contamos mais de 15h de trabalho. Em condições sempre adversas e nada instrutivas, com informações desconexas e ninguém se lixando para nosso frio, cansaço, fome, irritação.
Mas ouvir pela primeira vez o barulho dos carros de corrida foi fantástico! Mas por 20 minutos já basta. E depois ainda veio a Stock Car e depois Fórmula 3. E dá-lhe paciência! Eu imaginava o autódromo diferente... mais refinado, talvez. Que nada! E amanhã rolam duas meias-calças e uma blusa por baixo do vestido... e fato que, como essa cidade me ama, estará mais frio do que hoje.
Todos os bares da Paulista estão agora lotados. E vou dormir... meu despertador tocará às 4h. Hoje foi mais um daqueles dias que dá vontade de jogar tudo para o alto. Mas só que você sabe que não dá para jogar tudo para o alto...
Nos falamos...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dois dias de folga

E ontem e hoje foram meus merecidos dias de folga!
Acordei sem o despertador, não tive horários, fui caminhar no Ibirapuera nos dois dias, fui ao supermercado, fiz minhas unhas, lavei todas as minhas roupas sujas, arrumei meu armário, tirei e guardei todas as roupas limpas do varal, fui almoçar no America com uma querida amiga que há semanas não conversávamos, fui na Mokai e passei fome na Mokai, enfim.
Os pezinhos estão descansados... e me preparo psicologicamente para acordar às 3:45h da manhã para começar a maratona do 38o GP de Fórmula 1. Lembrando que, de sábado para domingo começa o horário de verão, e assim perderei uma preciosa hora do meu sono que nem sei se será possível ter.
Ontem o dia estava lindo! Um sol abençoado que convidou muita gente a ir ao parque, inclusive eu. Estava eu lá, no início de minha caminhada de 2h, quando um homem com uma máquina fotográfica na mão me pára e pede licença para atrapalhar meu exercício. Pediu permissão para tirar algumas fotos minhas para a Revista da World Tennis de dezembro, para uma matéria que mostra o "visu" da galera que frequenta o Ibirapuera. Sim, autorizei, lógico. Tiramos umas 5 fotos... e agora é aguardar para ver se estarei dentre as fotos selecionadas. Só em São Paulo mesmo...
A vida está agitada mas a vida artística está parada, como vocês podem notar. E então... para me animar ainda mais... marcaram para sábado um terceiro teste para o Arouche By Night; um teste para um curta da Anhembi-Morumbi; e me convidaram para ser apresentadora também de um TCC sábado e domingo, remunerado. Conclusão: não farei nenhum dos três, pois estarei sorrindo na Fórmula 1.
Mas, tudo tem o seu tempo e preciso de "pingos" na minha negativa conta corrente.
Gente, acho que jajá me voy. Tentarei dormir mais cedo e forjar uma noite de sono. O final de semana vai ser puxado. E espero que interessante também.
O tempo fechou novamente e há previsão de frio para os próximos dias. Cidadezinha maluca essa, viu. Primavera aonde? Está frio desde maio, gente de Deus! E está nevando no outono polonês.
É o fim do mundo!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O pó!

Após 9 dias ininterruptos de trabalho, após 6 dias de Salão 2 Rodas, após posar para 91287234512 fotos, após comer vários sanduíches e chocolates da montanha, ouvir vários xavecos (todos furados) e mesmo assim responder com um simpático sorriso, após passar frio e calor em questão de minutos, após vários dias de maquilagem pesada e cabelo, após aprender sobre motos e falar muito - as mesmas coisas - sobre elas, rever minha irmã, conhecer pessoas e a aprender um pouco mais sobre como funcionam grandes eventos e como lidar com eles, eu estou o pó! Dou graças a Deus por ter amanhã e quinta-feira para descansar, já que sexta, sábado e domingo engato na Fórmula 1, quando terei que acordar às 4 da manhã. E já aviso que amanhã vou acordar só quando o despertador tocar. Estou naquela condição de fadiga física e mental, sabe, quando não se processa mais as coisas como deveria e a memória começa a falhar ao distinguir os dias...
Os chineses estavam de vento em polpa no Salão! Queriam porque queriam fazer contatos no Brasil, procurando agentes e importadores e revendedores de suas peças, marcas e motocicletas. Acredita que servi de intérprete, em uma mesa de negociação Brasil-China, pela primeira vez na minha vida? Pois é. E descobri o quão ruim é meu inglês para international bussiness. E fiquei brava por mais uma vez não estar recebendo por isso...
Mas acabei tendo um ótimo e laborioso feriado, com algumas boas surpresas, com o apartamento vazio, com Bella Paulista, cinema e rodízio de japonês. Ontem assisti Bastardos Inglórios do pop Quentin Tarantino. Mas eu estava tão exausta que acho que não tive 100% de aproveitamento...
Mas tudo valeu a pena, pois a alma não é nem jamais será pequena.
Hoje tive um treinamento remunerado para a Fórmula 1. Experimentei minha roupa (um vestido comportado de manga 3/4, rodadinho, com um short e jaqueta vermelhos e uma sapatilha - sem salto - da Melissa, pela qual já estou agradecendo a Deus!). Somos um time de 25 meninas escolhidas a dedo dentre muitas em São Paulo para trabalhar pelo Santander. E estarei na arquibancada, não sei fazendo exatamente o quê além de assistir à corrida. Minha carona me pega por volta das 4 e 20 da manhã, seguimos para um salão para fazer maquilagem, cabelo, trocar de roupa e tomar café da manhã e às 6:30h já estaremos ocupando nossos postos. O trabalho será árduo. Mas certamente, interessante! Veremos. Veremos.
Hoje meu DRT já estava me esperando no Ministério do Trabalho! No entanto... a Caixa Econômica permanece em greve, impossibilitando meu PIS e consequentemente, meu DRT. Bacana, né?!
E agora é minha hora... hora do meu sono de beleza... e de tentar voltar à conexão com o mundo real...
Então, boa noite! Tenho absoluta certeza de que ela será ótima embaixo do meu edredom e sem musiquinha de celular para me acordar...

sábado, 10 de outubro de 2009

Quarto dia!

Essa coisa de evento é curiosa...
Por 6 dias o Anhembi se torna minha casa. Por 6 dias eu coloco a mesma roupa, acordo no mesmo horário, chego no mesmo horário, falo as mesmas coisas, faço a mesma maquilagem... Eu sinto que dormi por lá. O banheiro se torna o banheiro das recepcionistas... trocam de roupa, fazem cabelo, se maquilam, comem, dormem, enfim... O translado do metrô até o evento a mesma coisa... é hora de retocar o pó compacto e o blush, trocar o tênis pelos scarpins e já começar a aguentar as bobeiras dos homens que têm a "sorte" de sentarem-se ao nosso lado.
Mas com o passar dos dias a gente vai dando um jeitinho de driblar a mesmice. Hoje resolvi finalmente sentar nas motos. Aí, meu filho, a rotina foi outra! Hoje paguei de modelo. Aliás, quem faz evento é modelo? Bom, o pessoal considera que sim. Foram muuuuitos flashes. Engraçado. Não cansei tanto... dei umas risadas... ouvi cantadas bizarras ( do tipo: "Moça se eu levar essa moto você vem junto no pacote?") e mostrei que manjo de moto. Atriz, né, meu bem. Mostro credibilidade, dou toda as características técnicas de cilindradas, cavalos, preço, lançamento, freio a disco, polímero e bla bla bla. Amanhã vou botar banca dizendo que tenho uma Bandit, de 650 cilindradas e 4 cilindros. Mal ae. E vou dizer que tenho uma tatoo nas costas bem louca. E aí os caras não vem pagando de espertinhos, me testando para saber se realmente sei do que tô falando.
Eles dizem que é raro as modelos saberem informação. Ficam só lá... sentadinhas... sorrindo... e nem sabem qual o motor da moto que durante 6 dias as carrega. Eu sei! Não só da que estou sentada, mas de uma grande parte da linha 2010, seja motos, trimotos, quadriciclos.
Hoje comi 4 chocolates da Montanha. Dois eu comprei e dois eu ganhei. Eita beleza! E estou faminta!
E amanhã é o quinto e penúltimo dia. Minha irmã que mora em Floripa vem para São Paulo visitar a feira, já que seu namorido se tornou, junto com o pai, dono de uma loja de capacetes. Essa será a alegria que motivará o meu dia.
Mas hoje foi legal!
E o frio... ai, o frio...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Caminho para Ítaca (Konstandinos Kavafis)

Se partires um dia rumo a Ítaca
Faz votos de que o caminho seja longo
Repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem lestrigões, nem ciclopes, nem o colérico Posídon te intimidem!
No teu caminho jamais os encontrarás
Se altivo for teu pensamento
Se subtil emoção o teu corpo e o teu espírito tocar
Nem lestrigões, nem ciclopes
Nem o bravio Posídon hás-de ver
Se tu mesmo não os levares dentro da alma
Se tua alma não os puser dentro de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão
Nas quais com que prazer, com que alegria
Tu hás-de entrar pela primeira vez um porto
Para correr as lojas dos feníciose belas mercancias adquirir.
Madrepérolas, corais, âmbares, ébanos
E perfumes sensuais de toda espécie
Quanto houver de aromas deleitosos.
A muitas cidades do Egipto peregrinas
Para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo Ítaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
Mas, não apresses a viagem nunca.
Melhor será muitos anos levares de jornada
E fundeares na ilha velho enfim.
Rico de quanto ganhaste no caminho
Sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te punhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu.
Se a achas pobre.
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência.
E, agora, sabes o que significam Ítacas.

Ai, Jesus, dai-me forças!

Que frioooooo!
Hoje passei frio das 14h às 23:15h. Mas vou me poupar de reclamações, já que o pensamento se encarregou delas durante todo o expediente...
Ontem a balada foi ótima, resolvi preservar meus pés e fui de botinha (o que me fez uma das mais baixas do lugar, já que as meninas vão com seus mais caprichados saltos...), dancei como queria ter dançado, extravasei um pouco como precisava e acabamos com um lanchinho na Galeria dos Pães quando o dia já estava claro. E tive tempo para dormir o que precisava.
Para seguir até o Anhembi - local do Salão Duas Rodas -, existe um transfer que sai do Tietê. Ok. Inocentemente cheguei às 13:40h na estação. E a fila estava gigaaaaaante. Desespero, né, já que fato que me atrasaria para o trabalho. Aí, resolvi pegar um táxi, que acabei dividindo com dois fotógrafos que também estavam atrasados e uma outra recepcionista, e ninguém se conhecia ali dentro. Mas, todos chegamos na hora e gastamos apenas 2 reais por cabeça. Amanhã já combinei com as outras meninas que estão comigo no stand da Sundown de pegarmos este táxi e assim ganharmos tempo. Time is money.
O trabalho foi... igual ontem. E amanhã provavelmente será igual hoje. Mas vou me preparar melhor para passar menos frio. Os pezinhos doem. E a mesmice também dói. Será um desafio trabalhar 6 dias no mesmo lugar, com a mesma roupa, dizendo as mesmas coisas, com o mesmo desespero de chegar logo as 22h. Acho triste a contagem regressiva para ir embora. Todas as recepcionistas assistem ansiosamente o passar dos minutos que se tornam milagrosamente mais lentos após às 20h. Otávio Mesquita estava no nosso stand, entrevistando o pessoal. Alto, ele...
Ah, terça-feira trabalhei em um evento no L´Hotel, uma coletiva de imprensa sobre a fusão do Banco do Brasil com a MAPFRE Seguros. Cauã Raymond e Grazi Massafera estavam lá... lindos, ricos e magros.
Abri meus e-mails e não tenho nenhuma novidade. A Caixa Econômica continua em greve e isso com certeza atrasará a retirada de meu DRT. Dia 25 de outubro tenho teste para um curta universitário, que se mostra de extrema necessidade neste momento de águas artísticas paradas, mesmo já prevendo que posso ficar o mês todo sem voltar para casa...
As meninas já arrumaram suas malas que passarão alguns dias na Cidade Maravilhosa. E eu ficarei aqui, com o frio, com a chuva, com o Salão Duas Rodas. Mas eu estou trabalhando. E disse que não iria reclamar.
Me perguntaram hoje: "O que passa na cabeça de vocês (recepcionistas) durante o trabalho?". Pergunta imbecil. Respondi: "Muitas coisas... como por exemplo, ´como esse cara é chato`, já que existem muitos homens inconvenientes...". Também me perguntaram: "Existe um telefone onde eu possa te achar fora daqui?". "Não, não existe.". E vários tiram fotos... não entendo porquê. "Posso tirar uma foto sua?" ou então "Posso tirar uma foto sua ao lado da moto?"...
Como o bicho homem é bobo, né... ficam babando por veículos de duas rodas... e quando o stand ao lado começa a tocar Born to Be Wild e Ivete Sangalo e as meninas dançam com suas roupas justas e decotadas uma coreografia brega, eles esquecem totalmente das motos e babam por aqueles bípedes fêmas.
Nós, as meninas da Sundown somos as mais sortudas da feira, já que nosso uniforme além de extremamente comportado e elegante, veio com uma jaqueta. Enquanto isso, meninas são obrigadas a aguentar o frio massante com vestidos minúsculos ou colãs decotados na frente e atrás. Elas devem provavelmente estar ganhando um cachê maior, mas nada que compre dignidade.
Engraçado! Tem que rir para não chorar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Salão Duas Rodas e Mokai

Primeiro dia de trabalho. Primeiro dia de outros mais 5 dias.
E hoje eu mereço uma balada, né?! Mereço!
Deixa eu descer que minha caroninha já está passando.
Até amanhã!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma cirurgia, um casamento e muitas dúvidas

Já entramos em outubro! Já 5 dias se passaram do antepenúltimo mês de 2009. E já começam aqueles balanços inevitáveis do ano que está prestes a terminar e aqueles comentários sim, batidos, mas que são sempre muito verdadeiros: "meu Deus, como está passando rápido".
Meu feriado em Ribeirão foi tranquilo, já que disse que ficaria cuidando de uma recém-turbinada. E fui uma ótima enfermeira, ela disse.
Sábado dediquei minha tarde a procurar uma sandália social de salto não muito alto e não muito cara para os 6 dias de Salão das 2 Rodas. Muitas lojas e dois shoppings depois, achei uma de 43 reais, confortável, não muito bonita mas que comprei aliviada por não perder tanto do pequeno cachê diário. E hoje recebo a linda notícia de que usaremos scarpin preto. E falei para a mulher da agência: "Mas eu acabei de comprar a sandália!" e ela respondeu que não terá sido em vão, pois no verão muitos clientes pedirão sandália em eventos. É aquele outro momento que nos exige um controle total e um suspiro bem fundo. Estou passando por muitos momentos assim nesse ano de 2009, vocês sabem... e o pior! Precisarei comprar este scarpin preto. Eu não tenho sapato preto fechado! Ou seja, amanhã lá vou eu correr depois de trabalhar em uma coletiva de imprensa atrás de um scarpin preto não muito alto e não muito caro para não perder mais uma parte do meu cachê diário. Mas já me conformei que uma diária será comida pelo meu cartão de crédito.
Domingo a família recebeu a feliz notícia de que minha linda madrinha irá se casar! E mais! Serei uma das madrinhas, juntamente com meu irmão. Que honra! Serei madrinha da minha madrinha! Apesar de que não sei direito o que é ser uma madrinha de casamento e já estar preocupada com o gasto com o vestido e com o presente. E já começamos a sondar o vestido de noiva, o cabelo, a maquilagem, os docinhos (que exigimos que sejam da Desejo & Sabor), o salão... e temos dois meses exatos para isso. Dia 4 de dezembro já está reservado na minha movimentada agenda para subir ao altar ao lado desta minha segunda mãe que sempre cumpriu muito bem seu papel, até mesmo antes de o padre ter jogado a água na minha cabeça (já que fui batizada tardiamente aos 9 anos e ela ter sido minha madrinha desde sempre...). Fui a primeira da família a saber que ela estava namorando quando despretenciosamente saímos para almoçar ano passado - como semanalmente fazíamos - e um simpático homem nos acompanhou neste almoço. "Estamos nos conhecendo", ela me disse. Todos recebemos a novidade com a maior felicidade no coração, já que minha madrinha merece ser "feliz para sempre".
Assisti ao filme Dúvida (Doubts), que só me fez adimirar ainda mais Merryl Strip. Quando eu crescer quero ser igual a ela... E engraçado como toda certeza está cercada de dúvidas. Costumamos ter essa pose de confiantes, de positivistas, de objetivos, mas as dúvidas estão ali. E dúvidas estão sempre acompanhadas de medos e às vezes, arrependimentos. Este ano já me arrependo de algumas coisas... de demorar para enviar um vídeo para meu contato na Malhação... por não ter feito ainda um vídeo decente... de demorar para enviar material para meu contato no SBT e por talvez já tê-lo perdido... "A gente precisa ter bala na agulha", me disse um amigo. Eu não tenho agulha e muito menos bala nela. Me apedrejo por dentro por talvez ter perdido oportunidades. Eu não fiz nada grande como atriz em São Paulo este ano. Tudo bem, é começo, mas e o ego? E a auto-estima? Dúvidas, dúvidas... tenho muitas certezas, certezas de que estou tentando, mas dúvidas do quê e de como estou fazendo. Meu dinheiro vai embora a cada mês... e o medo de não conseguir ser grande como desde criança eu pretendi?! As chances de frustração agora são maiores.
Hoje trabalhei em um evento do HSBC, com a ilustre palestra do Presidente Mundial do banco. Um evento para mais de mil pessoas, com esquadrão anti-bombas e confesso que gostoso. Não foi cansativo, recebemos um tratamento diferenciado, lanchinho, meia hora de descanso, um bom cachê e passamos muito calor, já que o clima resolveu subir suas temperaturas e o ar condicionado do local quebrou.
E agora engatei a quinta para seguir 10 dias direto trabalhando com eventos. Não terei feriado e ainda ficarei sozinha em casa, já que as meninas todas estarão curtindo a Cidade Maravilhosa e eu provavelmente sozinha na cidade... Chorei ontem ao me despedir de minha mãe, de minha irmã e de minha cachorra, já que fico 3 semanas direto na capital. Vocês sabem como isso é raro... É como é difícil para mim. Mas nesta tentativa de driblar as dúvidas, preencho minha agenda. Confesso que não me sinto grande como queria ao voltar para casa após esses trabalhos sabendo que poderia fazer algo bem maior - seja lá o que "grande" significa...
Nesses dias, alguns deles meio nostálgicos e de TPM, revi alguns episódios de Dawson´s Creek. Como eu adorava Dawson´s Creek! Quase ninguém gostava, alegando ser muito deprê e tudo o mais, mas eu não perdia um. Especialmente quando, por motivos de economia, minha mãe cancelava a Net para nosso desespero... e eu pedia para uma amiga gravar para mim em VHS o capítulo perdido. Assisti ao primeiro e ao segundo beijos de Pacey e Joey e descobri algo sobre mim que acho qe não sabia até então. Eu sou uma romântica. Sim, sou uma romântica que teve os sonhos moldados por seriados como Dawson´s Creek e filmes como Agora e Sempre, e por isso não vejo muita graça na banalidade do "ficar" e desejo no meu subconciente viver histórias profundas e ter conversas subjetivas sobre desejos e sobre sentimentos até sentir o friozinho na barriga do primeiro, do segundo, do terceiro... beijo. Já fiz um ano de solteira e ainda não me apareceu nenhuma outra história à la Pacey and Joey... se é que elas existem.
Às 7h meu despertador tocará e ainda bem que o evento de amanhã será na Alameda Campinas.
Comi agora à noite assistindo à novela uma barra inteira de chocolate suíço trazido pela mãe de Sofia. Misteriosamente meu edredom e minhas almofadas da cama estavam ao contrário do que deixei ao viajar para Ribeirão, indicando que o Além tenha dormido no meu quarto... Eu leria agora o jornal de ontem, mas acho que sem condições. E a música Hometown Glory de Adele toca pela 8a vez e estou cansada.
Acho que é hora de dormir!

domingo, 4 de outubro de 2009

Spiralling (Keane)

http://www.youtube.com/watch?v=SHjnUAHekyg&feature=fvst
I'm waiting for my moment to come
I'm waiting for the movie to begin
I'm waiting for a revelation
I'm waiting for someone to count me in
'Cos now I only see my dreams, in everything I touch
Feel their cold hands on, everything that I love
Cold like some, magnificent skyline
Out of my reach, but always in my eye line now
We're tumbling down
We're spiralling
Tied up to the ground
We're spiralling
I fashioned you from jewels and stone
I made you in the image of myself
I gave you everything you wanted
So you would never know anything else
But everytime I reach for you, you slip through my fingers
Into cold sunlight, laughing at the things that I had planned,
The map of my world gets
Smaller as I sit here, pulling at the loose threads now
We're tumbling down
We're spiralling
Tied up to the ground
We're spiralling
Did you wanna be a winner?
Did you wanna be an icon?
Did you wanna be famous?
Did you wanna be the president?
Did you wanna start a war?
Did you wanna have a family?
Did you wanna be in love?
Did you wanna be in love?
When we fall in love
We're just falling In love with ourselves
We're spiralling
We're tumbling down
We're spiralling
Tied up to the ground
We're spiralling...