sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Caminho para Ítaca (Konstandinos Kavafis)

Se partires um dia rumo a Ítaca
Faz votos de que o caminho seja longo
Repleto de aventuras, repleto de saber.
Nem lestrigões, nem ciclopes, nem o colérico Posídon te intimidem!
No teu caminho jamais os encontrarás
Se altivo for teu pensamento
Se subtil emoção o teu corpo e o teu espírito tocar
Nem lestrigões, nem ciclopes
Nem o bravio Posídon hás-de ver
Se tu mesmo não os levares dentro da alma
Se tua alma não os puser dentro de ti.
Faz votos de que o caminho seja longo.
Numerosas serão as manhãs de verão
Nas quais com que prazer, com que alegria
Tu hás-de entrar pela primeira vez um porto
Para correr as lojas dos feníciose belas mercancias adquirir.
Madrepérolas, corais, âmbares, ébanos
E perfumes sensuais de toda espécie
Quanto houver de aromas deleitosos.
A muitas cidades do Egipto peregrinas
Para aprender, para aprender dos doutos.
Tem todo o tempo Ítaca na mente.
Estás predestinado a ali chegar.
Mas, não apresses a viagem nunca.
Melhor será muitos anos levares de jornada
E fundeares na ilha velho enfim.
Rico de quanto ganhaste no caminho
Sem esperar riquezas que Ítaca te desse.
Uma bela viagem deu-te Ítaca.
Sem ela não te punhas a caminho.
Mais do que isso não lhe cumpre dar-te.
Ítaca não te iludiu.
Se a achas pobre.
Tu te tornaste sábio, um homem de experiência.
E, agora, sabes o que significam Ítacas.

Ai, Jesus, dai-me forças!

Que frioooooo!
Hoje passei frio das 14h às 23:15h. Mas vou me poupar de reclamações, já que o pensamento se encarregou delas durante todo o expediente...
Ontem a balada foi ótima, resolvi preservar meus pés e fui de botinha (o que me fez uma das mais baixas do lugar, já que as meninas vão com seus mais caprichados saltos...), dancei como queria ter dançado, extravasei um pouco como precisava e acabamos com um lanchinho na Galeria dos Pães quando o dia já estava claro. E tive tempo para dormir o que precisava.
Para seguir até o Anhembi - local do Salão Duas Rodas -, existe um transfer que sai do Tietê. Ok. Inocentemente cheguei às 13:40h na estação. E a fila estava gigaaaaaante. Desespero, né, já que fato que me atrasaria para o trabalho. Aí, resolvi pegar um táxi, que acabei dividindo com dois fotógrafos que também estavam atrasados e uma outra recepcionista, e ninguém se conhecia ali dentro. Mas, todos chegamos na hora e gastamos apenas 2 reais por cabeça. Amanhã já combinei com as outras meninas que estão comigo no stand da Sundown de pegarmos este táxi e assim ganharmos tempo. Time is money.
O trabalho foi... igual ontem. E amanhã provavelmente será igual hoje. Mas vou me preparar melhor para passar menos frio. Os pezinhos doem. E a mesmice também dói. Será um desafio trabalhar 6 dias no mesmo lugar, com a mesma roupa, dizendo as mesmas coisas, com o mesmo desespero de chegar logo as 22h. Acho triste a contagem regressiva para ir embora. Todas as recepcionistas assistem ansiosamente o passar dos minutos que se tornam milagrosamente mais lentos após às 20h. Otávio Mesquita estava no nosso stand, entrevistando o pessoal. Alto, ele...
Ah, terça-feira trabalhei em um evento no L´Hotel, uma coletiva de imprensa sobre a fusão do Banco do Brasil com a MAPFRE Seguros. Cauã Raymond e Grazi Massafera estavam lá... lindos, ricos e magros.
Abri meus e-mails e não tenho nenhuma novidade. A Caixa Econômica continua em greve e isso com certeza atrasará a retirada de meu DRT. Dia 25 de outubro tenho teste para um curta universitário, que se mostra de extrema necessidade neste momento de águas artísticas paradas, mesmo já prevendo que posso ficar o mês todo sem voltar para casa...
As meninas já arrumaram suas malas que passarão alguns dias na Cidade Maravilhosa. E eu ficarei aqui, com o frio, com a chuva, com o Salão Duas Rodas. Mas eu estou trabalhando. E disse que não iria reclamar.
Me perguntaram hoje: "O que passa na cabeça de vocês (recepcionistas) durante o trabalho?". Pergunta imbecil. Respondi: "Muitas coisas... como por exemplo, ´como esse cara é chato`, já que existem muitos homens inconvenientes...". Também me perguntaram: "Existe um telefone onde eu possa te achar fora daqui?". "Não, não existe.". E vários tiram fotos... não entendo porquê. "Posso tirar uma foto sua?" ou então "Posso tirar uma foto sua ao lado da moto?"...
Como o bicho homem é bobo, né... ficam babando por veículos de duas rodas... e quando o stand ao lado começa a tocar Born to Be Wild e Ivete Sangalo e as meninas dançam com suas roupas justas e decotadas uma coreografia brega, eles esquecem totalmente das motos e babam por aqueles bípedes fêmas.
Nós, as meninas da Sundown somos as mais sortudas da feira, já que nosso uniforme além de extremamente comportado e elegante, veio com uma jaqueta. Enquanto isso, meninas são obrigadas a aguentar o frio massante com vestidos minúsculos ou colãs decotados na frente e atrás. Elas devem provavelmente estar ganhando um cachê maior, mas nada que compre dignidade.
Engraçado! Tem que rir para não chorar.