quarta-feira, 13 de maio de 2009

Bette Davis Eyes (Kim Carnes)

http://www.youtube.com/watch?v=_-RdAzkKlXY
Her hair is harlowe gold,
Her lips sweet surprise
Her hands are never cold,
She's got bette davis eyes
She'll turn her music on you,
You won't have to think twice
She's pure as new york snow,
She got bette davis eyes
And she'll tease you,
She'll unease you
All the better just to please you
She's precocious and she knows just
What it takes to make a pro blush
She got greta garbo stand off sighs,
She's got bette davis eyes
She'll let you take her home,
It whets her appetite
She'll lay you on her throne,
She got bette davis eyes
She'll take a tumble on you,
Roll you like you were dice
Until you come out blue,
She's got bette davis eyes
She'll expose you, when she snows you
Off your feet with the crumbs she throws you
She's ferocious and she knows just
What it takes to make a pro blush
All the boys think she's a spy,
She's got bette davis eyes
And she'll tease you,
She'll unease you
All the better just to please you
She's precocious, and she knows just
What it takes to make a pro blush
All the boys think she's a spy,
She's got bette davis eyes...

A viagem de volta

A viagem foi uma viagem!
Ainda estou na leitura densa de Cem Anos de Solidão. Acho que terei esse livro para sempre na minha mochila, já que sempre chama atenção de pessoas interessantes que por mim passam ou que sentam ao meu lado. No ônibus, na poltrona ao lado, veio uma simpática e articulada senhora mineira que mora em São Paulo há 27 anos e tem família no Rio. Sônia. Me contou que ficou aliviada ao saber que eu seria sua companheira de viagem, já que tantos sem dentes perambulavam pela rodoviária e pelo ônibus. Disse-me também que foi professora de Citologia na USP e hoje dedica sua vida a ler livros dos mais diferentes assuntos. Sobre o Islã era a escolha da vez. Me mostrou que em sua mala carregava outros 4 livros. E que jamais voltaria a ler sobre celúlas e formação dos tecidos, dos órgãos e do corpo humano. Me contou com carinho sobre sua família, sobre os netos, e disse que fará os mais positivos pensamentos para minha carreira. "Você é jovem. Tem muita estrada pela frente. Mas a vida é curta e eu apóio que façamos o que a gente gosta", ela disse. Não deu tempo de falar tchau para Sônia, mas foi uma bela companhia.
Aí então, dois fatos bizarros me acompanharam nas 6h de ponte terrestre. O primeiro foi um senhor, muito magro e alto, que teimou em tocar gaita e flauta durante toda a viagem, mesmo com a reclamação de muitos passageiros. Bateu o pé, disse que estava aprendendo a tocar e que quem estivesse incomodado que fosse para o fundo do ônibus. Hahaha... surreal. Ainda bem que meu MP3 me acompanhou durante grande parte da viagem e que mesmo assim, eu amo o som de gaita.
O segundo foi um senhor já de idade, com pinta de louco, que flagrei balançando o vestido de uma senhora que se levantou para retirar a mala do bagageiro e passou de leve a mão em sua bunda. Acho que na correria a mulher não chegou a perceber, mas eu vi a malandragem do velho e sua taradice. Que nojo. Se fosse comigo eu cuspiria na cara e chamaria de porco. Tem homem que não tem noção mesmo, né...
Cheguei em São Paulo às 4 da tarde... e como de costume, a cidade perdeu outra parte de seu brilho ao ser comparada com a Cidade Maravilhosa. Eu tentei me segurar e reforçar que adoro São Paulo - o que é verdade -, mas não pude evitar.
Fui para a aula de teatro, exausta, tive a última aula de voz, recebi boas críticas da professora, ensaiamos a peça de julho, cheguei em casa, contei resumidamente meus dias calorosos de Rio de Janeiro para as meninas, tomei uma canja, e estou aqui sentada, tentando colocar meus afazeres em dia com minha mala aberta e minha cama repleta de roupas no quarto. Tive a tensa notícia de que preciso saber o que vou fazer da minha vida, já que pretendemos desocupar o apartamento em breve devido ao retorno do garoto de intercâmbio. Mas o que pairam na minha cabeça são dúvidas a respeito do meu segundo semestre. Como posso assumir um quarto num novo apartamento na Selva de Pedra se não sei se continuarei aqui? Quando tudo parece tranquilo, alguma bomba estoura. Já estou acostumada com isso. Não sei o que fazer.
Sônia me contou sobre o insight de seu neto prodígio de 11 anos acerca da Filosofia: "Será?" é filosofia. "É." não é filosofia. Minha vida nesse momento se resume à filosofia... ser ou não ser... ir ou não ir... fazer e como fazer... falar ou não falar... pensar? São tantas questões...

Tantas coisas...

Meu Deus do céu, não sei nem por onde começar... foram tantas coisas em tão pouco tempo...
Cheguei no Rio por volta das 4 da tarde. Fui para a casa de minha querida amiga da faculdade que me abrigaria e me seria uma companhia tão especial nesses últimos 4 dias na Zona Sul. Me apaixonei pela rua, tem a minha cara, me apaixonei pelo apartamento que está a dois quarteirões do Posto 10. Acho que deixei as lembranças do Leblon em segundo lugar!
Sozinha, perdida na cidade, esperando minha amiga sair do trabalho, à espera de um programa para minha sexta-feira, fui andar pelas areias de Ipanema... vi o anoitecer sozinha no Arpoador... pedi para as águas a mais pura felicidade e sucesso profissional. As águas costumam de ouvir...
As horas se foram, e combinamos nossa noite com pessoas que uma conheci e outra que revi. Especilíssimas. Após o pub irlandês, fomos munidos de algumas garrafas de vinho e quitutes e amanhacemos na praia, sem a mínima noção prática do perigo. Desta vez o mar estava demasiado revolto e nos contentamos com a areia. Os detalhes eu guardo como doce memória.
Sábado foi um dia de dormir só 3 horas até o meio-dia, pegar uma praia, rever dois amigos unespianos, uma balada em Botafogo e a noite ia longe...
Domingo, Dia das Mães, e eu longe da minha, fui comemorar com a família do namorado da amiga numa churrascaria delícia, após um chopp escuro do Belmonte e uma empada yummy de camarão e mais de uma hora de espera. Rimos demais, comemos demais, tudo demais. E o teste se aproximava...
Descansei no meu domingo à noite, ensaiei muito em frente ao espelho, dormi cedo. Segunda-feira, lá ia eu para os estúdios da Rede Record na Estrada dos Bandeirantes. Cheguei uma hora mais cedo do que o previsto (sou uma garota prevenida, né, nunca se sabe...), esperei mais outras quase duas... e chamaram meu nome.
Pela primeira vez na vida entrei em um estúdio de gravação de verdade. Não era uma sala comercial adaptada como aconteceu no filme No Olho da Rua, ou um cenário improvisado e barato dos alunos da USP. Era um estúdio de verdade. Numa emissora de verdade. Uma chance de verdade. Era muita responsabilidade. O estômago dava sinais de um nervosismo esperado e inédito, parecido com o que tive na minha estreia no Teatro Pedro II, ao saber que mil pessoas assistiriam nossa primeira apresentação do dia. Após tirar fotos com o papel de identificação na mão, após ouvir alguns toques, tive um branco na primeira gravação. Isso nunca me acontece. Mas a segunda foi que foi. Poderia ter sido melhor, lógico, já ainda tenho muito o que aprender na frente da danada da câmera. Estou arquivada no banco de atores da Rede Record! A sorte está lançada, sendo que me falaram que sorte é a combinação de preparo e oportunidade.
Voltei para casa, envolta na trilha sonora que se confundia com a tormenta que se passava pela minha cabeça. Não sei se me dei conta até agora do que tinha acabado de realizar. E até onde consegui chegar, em tão pouco tempo de luta. Observei a cidade, cada detalhe, cada vista que me foram oferecidos. Pensei muito em mudar para lá. Cheguei em Ipanema, coloquei minha roupa de ginástica, e fui tentar queimar as calorias do Bob´s que havia na pressa almoçado. Vi muitos famosos nesse dia, Luiza Brunet lindíssima, Maria Flor de bicicleta, Rafael Calomeni (o Expedito e um arraso!), Leonardo Brício, Fiorella Mattheis, e mais outros que nem sei e nem me lembro.
Um fato engraçado foi que durante minha caminhada, cruzei com um grupo de homens, e ouvi um deles se perguntando sobre mim: "Ela é atriz, né?". Juro que isso aconteceu. E sim, sou. Pelo menos tentando ser. Inclusive estou aqui no Rio para isso. A áurea já está iluminada...
Mais à noite, jantamos um japa especial, e a curta segunda temporada no Rio de Janeiro de acabava. Beijos e despedidas, promessas e pedidos de não-promessa, uma lista de coisas e lugares a fazer e serem visitados na terceira temporada, caixas de bombom de agradecimento pela recepção, muita esperança na mala, sono atrasado, e peguei o ônibus de volta terça-feira pela manhã.
Esse seriado ainda vai longe! Eu amo o Rio de Janeiro! E sim, ele continua mais lindo do que nunca...