quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Interrogação

Dizem que tudo o que vem em demasia não é bom. Beber demais, comer demais, pensar demais, sucesso demais, se exercitar demais, vaidade demais, desejo demais. Mas aí vieram os gregos e depois a igreja católica e nos puxaram a rédea para a temperança: nem muito nem pouco sal. E aí lá vem os médicos e indicam o máximo de 5g diárias deste querido elemento da nossa cozinha. Mas... Um bacalhau bem salgadinho é muito bom, não é? E um rodízio - seja de carne, seja de pizza ou comida japonesa? Me rendi a esse excesso hoje e ainda não me arrependi. Mas... e sentir demais? Isso é um problema? Ou o problema é falar o que se sente demais? Eu acho que descobri que falo muito. E que também sinto demais. Mas se em boca fechada não entra mosquito... E a dualidade é tão gritante, que a palavra "demais" toma imagens tanto pejorativa como positiva: por exemplo um namorado que diz para a namorada depois de um ataque de ciúme: "Chega! Isso já é demais!". Agora observe outro sentido da palavra em questão: "Ela é demais!", diz o namorado apaixonado para os amigos sobre sua querida donzela. Sendo assim, não chegamos a conclusão alguma sobre a personalidade dessa tal demasia. Só sobre a crueldade da temperança... Ser feliz demais é bom, só não é bom para os invejosos de plantão... Amar demais e ser correspondido é ótimo, disso ninguém duvida... Ou algum chato vai lá puxar a orelha do casal e dizer: "Pessoal, amem menos!"? Apesar de que tem chato pra tudo nesse mundo... E o pior é que falam. E muitas vezes a gente ouve. Outras vezes a gente teria que ouvir, mas entra por aqui e sai por ali... É... Enquanto isso, o anjinho e o diabinho duelam noite e dia e o placar segue empatado. Ufa! Empate é equilíbrio! Tá feliz, Platão? Basta ser esperto o bastante para saber qual ouvir e quando ouvir. Ó dúvida, ó céus! Ia escrever "boa semana", já que o feriado teve cara de domingo, mas me resta apenas te desejar uma boa quinta-feira! E cuidado com o sal, hein...