segunda-feira, 14 de março de 2011

Como uma onda

Tsunami era tema de questão em prova de Geografia. Como naquela época não havia Youtube, apenas na minha cabeça eu idealizava as ondas que atingiam dois, três, dez metros de altura e invadiam cidades e devastavam vidas. Até que veio o filme Impacto Profundo e eu pude visualizar a catástrofe de uma onda gigante - ok, considerando que a onda de 30m de altura foi ocasionada por um meteoro que colide com a Terra invadindo primeiro Nova York, claro!, quando depois o mundo é reconstruído sobre o alicerce do sempre heróico presidente norte-americano, no filme já um negro, Morgan Freeman. Mas ver imagens de um desastre real é outra história. Não tem estrela de cinema falando em púlpito sobre reconstrução nem uma música de um maestro vencedor de Oscar ao fundo. Tem destruição. E com ela, tantas outras palavras tristes e cenas tristes e notícias tristes. Nada do que eu falar aqui será novo. Nesse momento, jornalistas e economistas e blogueiros e estudantes e quem mais quiser pode falar ou escrever os horrores pelos quais passam e passarão os japoneses. E como há algum tempo não fazia, assisti ao Fantástico para fechar o domingão e desliguei a televisão com a alarmante notícia do correspondente de Nova York - desta vez inteira e recuperada do meteoro - de que em dez minutos uma nova tsunami que atingiria até três metros avassalaria a costa japonesa. Imagine-se você, tendo um aviso de que tens que abandonar sua vida como conhece e que em dez minutos, o familiar será estranho. O alarme não foi para mim, foi para milhares de pessoas que se localizam lá do outro lado do mundo. Enquanto eu escrevo, casas, prédios, carros, animais, pessoas, vidas, sonhos são levados pela força que veio das entranhas da terra e do útero do mar. Mas uma sirene tocou por aqui e me fez agradecer por morar no alto, no meio de uma placa tectônica e não ter conhecidos na Terra do Sol Nascente. Nessas horas eu amo mais o país do Carnaval...