segunda-feira, 20 de abril de 2009

Nada de bom!

Depois de muito vinho, muito pão e muita massa ao molho funghi agora à noite, não tenho nada de novo e nada de válido para escrever.
Os possíveis entrevistados para o próximo Sport & Ação viajaram, segundo meu diretor/produtor, e ficam em suspenso as próximas gravações.
E você sabe que a figura de Tiradentes foi forjada, certo? Suas longas barbas, seu camisolão, seus olhos claros, com seu trejeito à la Jesus Cristo, foi uma tentativa de se criar um mito, um herói brasileiro, e por isso a criação deste mesmo feriado, né?!
"Pobre o país que precisa de heróis..." ouvi dizer. Não concordo. Inventar heróis faz parte de uma história forjada, mas que acaba por colher bons frutos através de uma identidade também forjada. Vide a história norte-americana. Funcionou bem. Até bem demais, a ponto de criar o povo mais ufanista e mais orgulhoso de si mesmo que existe. Mas funcionou, e vide o Brasil, tão vasto e tão diverso e que ainda não encontrou sua unidade.
Mas Tiradentes foi uma tentativa falha... aposto que se perguntar para a população brasileira, mais da metade jamais saberá porque dia 21 de abril é feriado. Jamais saberão que neste mesmo dia em 1792, nosso mártir da indepêndencia foi enforcado e esquartejado após liderar a revolta mineira contra o pagamento arbitrário decretado pelo governo na chamada Derrama.
Mesmo assim... aproveite sua terça-feira de folga. Com certeza você merece!
Feliz dia de Tiradentes! Ou sei lá o que se diz num feriado desses...
Desta maneira, envio mais uma música descoberta há pouco, espero que goste!

Everything´s not lost (Coldplay)

http://www.youtube.com/watch?v=BhfKkF6sgNA
When I counted up my demons
Saw there was one for every day
With the good ones on my shoulders
I drove the other ones away
So if you ever feel neglected
And if you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost
When you thought that it was over
You could feel it all around
And everybody's out to get you
Don't you let it drag you down
'Cos if you ever feel neglected
And if you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost
If you ever feel neglected
If you think that all is lost
I'll be counting up my demons, yeah
Hoping everything's not lost
Singing out Oh, oh, oh, yeah
Oh, oh, yeahOh, oh, yeah
Everything's not lost...

A derrota no Paulistão

Típico domingão! Almoço em família, jogo na tv, gol de Ronaldo, cochilada durante o jogo, cineminha e Mousse Cake.
É incrível como jogo de futebol no domingo à tarde é mais potente do que qualquer sonífero para mim. Não gosto de cochilar à tarde, para mim dormir é no horário de dormir, apenas uma vez ao dia e ponto. Mas futebol, na televisão, se não for final de campeonato ou Copa do Mundo, é batata! Luto contra o movimento que faz piscar meus olhos, mas é inevitável. São Paulo perdeu... mas, é isso ae. Uma hora a gente ganha... outra hora também... e às vezes também perde.
Sabe, ontem vi uma semelhança enorme entre o futebol e uma micareta. Ao entrar na estação de metrô, uma multidão torcedora do Santos se esmagava nas catracas, todos vestidos de seus uniformes, cantando em uma só voz a música da torcida do time (Torcida Jovem chegou pra arregaçar... Olê lê Olá lá...A Jovem vem aí e o bicho vai pegar... A Jovem vem aí e o bicho vai pegar...) com sorriso no rosto, muita energia a ser dissipada e todos com o mesmo propósito: torcer. Me lembrei da entrada do Carnabeirão. Todos vestidos de seus uniformes - o abadá -, com imensos sorrisos no rosto, já cantando as músicas típicas de axé (também com muitas vogais à la olê, olê o lá) com extrema energia e muito mais a ser dissipado, e com o mesmo intuito: diversão, trilhando os caminhos de grades rumo à revista pelos guardas, rumo à festa. Nas arquibancadas ou na avenida, a multidão pula, grita, canta, ri, chora, se desespera. Santos ganhou de 2X1. Já no Carnabeirão, todo mundo ganha, mesmo gastando muito mais dinheiro do que indo ao estádio.
Enfim... assisti ao Envocando Espíritos (The haunting in Connecticut). Olha... sou muito exigente, você sabe, ainda mais se tratando de filme de terror hollywoodiano - dos quais eu entendo muito bem. Mas acho que já deu para essas histórias de casas mal-assombradas, que guardam um mistério do passado a ser desvendado no presente para combater as forças do mal e garantir a paz, dos vivos e dos mortos, no futuro. O violino agudo na hora dos sustos... espelhos que refletem imagens do além, portas e chão que rangem e tudo o mais. Foi legal, mas não vale a pena. Espere passar no Telecine ou na Globo daqui uma década... mas não pague a fortuna cobrada pelas salas de cinema. Igual a Amityville não haverá. E como adoro cinema de domingo!
Fugi completamente da pseudo-dieta, jantei uma salada de folhas e carpaccio e um crepe gratinado de pepperonni acompanhados do melhor suco de frutas vermelhas que existe, assisti ao Manhattan Connection, ao American Idol, e acredito ser agora a hora perfeita para dormir.
Vi um scrap de um amigo de faculdade agora, dizendo que não perguntaria como eu estava e o que estava fazendo já que ele acompanhava meu blog e estava por dentro das novidades. Ótimo! Temos leitores assíduos. Afinal de contas, se a gente escreve, é para alguém ler, correto?
Boa semana e bom feriado prolongado!

Um dia atrasada

Tá, gente, tá, eu sei... não escrevi ontem! Mas o dia foi uma loucura... realmente não deu tempo, mas foi por uma boa causa, vocês verão...
Como previa, foi extremamente ácido levantar às 6h... mas, 7:30h já estava na USP.
O curta, de nome "Ai, que susto!", comportava 3 personagens: a hostess de um prostíbulo (no caso, eu), e dois amigos que vinham frequentar a casa. Foi uma delícia!
Contracenei com dois meninos super gracinhas, ótimos atores, profissionais já bem encaminhados, trocamos nossas figurinhas, compartilhamos alguns de nossos dramas, discutimos o método Fátima Toledo, demos boas risadas e pela primeira vez usei uma peruca! E não era qualquer peruca... Ai, que amadora... Às 13h, eu já estava liberada, mas quem disse que eu queria ir embora! Acompanhei mais alguns ensaios e gravações de cenas das quais eu não fazia parte e fomos almoçar todos juntos. Imagino que daqui algum tempo, aqueles estudantes diretores, assistentes de arte, assistentes de diretor, contra-regras, serão os grandes profissionais da área e poderei ter o prazer de dizer que participei de um filme deles há muito tempo, enquanto eles ainda estavam na universidade...
Posso dizer que foi minha terceira experiência no cinema. E mais um pontinho para meu currículo, lógico, já que terei meu nome nos créditos... A estrada ainda é muito longa, e começo a me perguntar se tirar a DRT agora é realmente fundamental. Sim, creio que é sim.
Ao abandonar o set, voltei para casa e voei para o Terminal Tietê, na esperança falha de pegar o ônibus das 17h. Aquilo tava um inferninho de pessoas, de malas e de filas. Peguei o das 18h.
Fiz minha boa ação do dia ao ver toda a desorientação de uma senhora que pretendia voltar a Sertãozinho para o enterro de um ente querido, e ajudá-la a compreender os horários de ônibus, com o pagamento e preenchimento da passagem, já que ela se mostrou analfabeta. Fiquei pensando como deve ser demasiado complicado ser analfabeta em uma megalópole como São Paulo. Não saber ler nem escrever em uma minúscula cidade do interior é uma coisa, mas não decifrar os códigos urbanos de uma capital e ainda ser engolida pela falta de tato, paciência e compaixão dos moradores frenéticos de uma cidade frenética é outra. Espero que ela tenha chegado em segurança.
Nesse meio tempo de espera, comi uma salada de frutas, na tentativa de manter uma certa dieta e comecei finalmente a ler o famoso Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Algumas páginas depois, o livro já me rendeu - além do prazer da leitura - um ótimo contato em Ribeirão. Ao meu lado no ônibus veio uma figura do mundo midiático da região e o papo começou quando ele disse que acabara de dar uma entrevista listando Cem Anos de Solidão dentre os melhores livros por ele lidos. Conversamos boa parte da viagem, ele me contou muita coisa e me prometeu encontros quentíssimos com pessoas que fervem! É o famoso networking, ímpar neste maravilhoso e concorrido mundo das artes.
Cheguei já tarde, tomei um banho correndo, me arrumei correndo e fui à festa Back to Back. Bom, só digo que ainda bem que ganhei o convite... ficamos uma hora marcada no relógio, e terminamos a noite passando frio numa temakeria. Eu estava morta! E quem diria que o frio também chegaria à Califórnia brasileira...
Todas esses pessoas do mundo artístico que conheci têm a mesma opinião, engraçado, de que a gente não escolhe essa paixão. A gente é escolhido por ela e tem que arcar com todos seus esforços e consequências. "A sorte premia os corajosos", disse Paula Abdul. Somos todos corajosos de nos aventurarmos nesse mar tão límpido e revolto de incertezas, sonhos e corais.
Mas tá vendo?! Eu disse que seria por uma boa causa...