sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Retiro espiritual

Resolvi - por forças ocultas da natureza - fazer um retiro essa semana. Aluguei a trilogia O Poderoso Chefão, passando assim minhas ociosas tardes de pijama no sofá analisando o trio Marlon Brando, Al Pacino e Robert De Niro. Esses caras devem ter um orgulho tão delicioso ao reverem essa obra prima... Mas aí, quando as meninas chegam em casa do trabalho, estou eu lá, estirada e jogada às traças, assistindo o jornal, seguido da novela e depois BBB. Cheguei ao ponto deprimente de votar diversas vezes pelo site globo.com para a Angélica - vulgo Morango - sair e deixar o Douradão na casa. Quando a gente assiste à vida dos outros é porque a nossa não está tão legal assim... O telefone tocou tão pouco essa semana, que cada vez que toca dá um certo frio na barriga. Hoje tocou para recepção de Mulher-Maravilha em festa infantil para domingo, e como meu final de semana está movimentadíssimo, aceitei.
Andei no parque todos esses dias, já enjoei das músicas novas que fazem parte da minha jornada e me surpreendi - assim como toda a cidade - com a queda brusca de 12 graus nos termômetros. Hoje me lembrei de como é o inverno em São Paulo. Do quão gostoso ele pode ser quando se está bem acompanhado ou do quão deprimente quando se está à toa.
Ontem liguei para uns 20 contatos de eventos, quase clamando por trabalho. Consegui falar em 6 agências. E só duas deram retorno. Sei que não pegarei trabalhos midiáticos interessantes no mínimo pelo próximo mês, já que preciso de um resultado positivo da minha dieta - sim, não escorreguei ainda! - para tirar minhas fotos e bater na porta das agências que realmente interessam. Na minha cabeça, preencheria este vácuo com eventos, que me renderiam uma ajuda no orçamento, mas como eu disse, na minha cabeça.
Esta semana confesso não estar muito sociavel. Não quero gastar, não posso comer as coisas boas da vida e acho que não tenho muito o que conversar. Se for conversar com alguém, acho que vou chatear essa pessoa. Assim, continuo no meu retiro. Acabei de locar o alemão Baader Meinhof, por ordem de Fernando Leal, entrando assim em um pacífico final de semana na capital.
Que fome! Lá vou eu com meu arrozinho, legumes, frango e salada.
Aproveite o seu final de semana! Quebre tudo por mim! Jajá eu voltarei à velha forma...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Recomeçando

Hoje voltei à fono e voltei às aulas com Fernando Leal.
Assim, vou dormir com a sensação de dever cumprido, de recomeço, voltando a me sentir um pouco atriz novamente.
Não peguei as Lendas Urbanas do Gugu, fui em uma seleção para alguns eventos de uma nova agência - dispensei um dos trabalhos onde o uniforme seria um macacão coladérrimo -, amanhã marquei entrevista em uma outra nova lá na pqp e vamos que vamos. Estou com duas bolhas no meu pé esquerdo, mas isso é um pequeno detalhe...
O despertador tocará às 8h, compensando a manhã muito bem dormida de hoje.
Boa noite!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Preciso de um manual!

Eu cansei dessa brincadeira! Eu acho que não sei jogar!
Meu tabuleiro parece um labirinto, às vezes jogo o dado e ando para frente, às vezes caio no "revés" e retorno algumas casas ou então rodo, rodo e não saio do lugar.
Primeiro que me ligaram hoje pedindo para mandar meu material para o quadro Lendas Urbanas do Gugu. Para começar, eu nem sabia que existia. Perguntei para o cara da agência se é trabalho que valha a pena e lógico, ele disse que sim. Seriam duas diárias e eu a protagonista, com texto e tudo. Desliguei o telefone e olhei no YouTube do que se trata. Ainda não me deram retorno, se fui escolhida ou não, mas eu odeio quando recebo convites e logo em seguida vem aquele frio na barriga como quem anuncia uma cilada. Isso é intuição?! Ou isso é medo de jogar?! Senti esse frio na barriga quando fui parar naquele grupo picareta de teatro, quando recusei recepcionar numa festa com cachê baixo e tive que escutar pessoas rosnando do outro lado da linha, no meio da seleção do projeto do seriado gay Arouche By Night...
Mas pelo que andei bisbilhotando hoje no Orkut dos coleguinhas, aquele projeto está caminhando, sim. E eu deixei passar... por desconfiança. Por "intuição". Temo por, daqui uns meses, ligar a televisão e ver os vários atores e atrizes que conheci nos testes fazendo a festa e colhendo os frutos por terem acreditado naquilo que eu julguei picaretagem. Eu acho que não tenho um sexto sentido. "Siga o seu coração", não é o que dizem?! Mas acho que meu coração se confunde com medo e desconfiança, preguiça e excitação, ambição e orgulho e subestimação.
Agora que me lembrei, senti esse frio na barriga nas três tentativas de começar as aulas de teatro. Nas duas primeiras eu apareci apenas na primeira aula e fui embora, algo me cheirou mal ali. Na terceira... venci o frio na barriga e comecei prontamente a fazer parte do elenco do TPC, e foi onde tudo começou. Se eu fosse responder àquele medo, teria continuado a atuar apenas na minha imaginação - como fiz desde criança. Resumindo: às vezes a intuição funciona, às vezes não. E como saber quando é qual?
Mas tem fatos que a intuição é totalmente desnecessária. Por exemplo, agora pouco estava on line no MSN uma tal de Mariana, que adicionei ao achar um anúncio na internet de seleção de modelos para eventos. Ela mandou "olá", respondi, e ela mandou - sim, mandou - que eu trocasse minha foto profissional do profile por uma caseira. Troquei e perguntei quem era ela, já que não lembrava especificamente, já que nos cadastramos em tantas coisas... e ela disse: "Minha filha, eu trabalho com eventos e comerciais, não tem agência envolvida". E me chamou no vídeo. Medo. Aceitei e cortei o áudio. Ela continuou a escrever. Disse que eu era linda, "que cabelão lindo, menina!", "que lugar lindo é esse que você está?" - meu pano de fundo era minha janela e minhas almofadas coloridas na cabeceira da cama. "Das 34 modelos que eu tenho, nenhuma tem seu perfil. Tire seus brincos.". Medo. Tirei. Ela: "Muito européia". Eu ri e disse que essa era nova. Perguntei se tinha alguma seleção em especial para agora e ela contou sobre catálagos de 700 reais a diária, de biquini, para os estrangeiros verem que Brasil não é só crimes e pobreza. Falei: "Querida, essa não é minha praia". E ela retrucou: "Você se sente incapaz? Com um cabelão lindo desse... Fique de pé.". Atendi excluindo essa dona e a bloqueando do meu MSN. Isso se chama ficha rosa. E isso é trash, em seu pior sentido. E quantas fichas rosas tem por aí...
Se você se sentar comigo em uma conversa de meia hora, a palavra trash pipocará no mínimo dez vezes. Tem muita coisa lixo nesse mundo. Meu Deus, como tem!
Hoje também participei de uma webconferência de um grupo de comunicação - dessa vez sério - que procura uma apresentadora para programa de turismo, com dois anos de contrato. Salário digno de 3 anos de cursinho para concurso público nível superior! Vai rolar um p*** processo seletivo, com entrevista por Skype, teste de vt, entrevistas pessoalmente e dinâmica de grupo. Já pensou?! Experiência é fundamental. Minha experiência foi meu primeiro e único Sport & Ação, minhas aulas de tv e cinema, minhas peças de teatro, meus seminários na faculdade... isso é experiência?
Mas é isso... não sei onde está meu Romeu para me resgatar da minha torre em chamas nem onde arrumar um manual - se é que para esse mundo desconcertante das artes exista um.
Amanhã retorno à fono, tenho uma seleção para três feiras à tarde, enfim.
"Você reza?", perguntou minha mãe. "Rezo, mas não sei se alguém me escuta", respondi. "Continue rezando e não desista nunca". Mas eu estou cansando de brincar. Eu quero entrar pra valer num jogo que não tem regras, que não tem segredo e sim portas, que não tem dono, que corta cabeças e chama para o sofá. E o pior - e o melhor - de tudo, é que mesmo assim, eu ainda quero muito jogar. E jogar para ganhar.

Kings and Queens (30 Seconds to Mars)

http://www.youtube.com/watch?v=9VhZDiG7ye0
Into the night
Desperate and broken
The sound of a fight
Father has spoken.
We were the kings and queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the children of a lesser god
Between heaven and hell, heaven and hell
Into your eyes
Hopeless and taken
We stole our new lives
Through blood an pain
In defense of our dreams
In defense of our dreams
We were the kings and queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the children of a lesser god
Between heaven and hell, heaven and hell
The age of man is over
The darkness comes and all
These lessons that we've learned here
Have only just begun
We were the kings and queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the children of a lesser god
Between heaven and hell
We are the kings
We are the queens
We are the kings
We are the queens...

Voltei!

Não sei se se trata de uma nova fase, de um novo recomeço ou se tudo continua a mesma coisa... mas voltei! Cada vez que chego em São Paulo tenho meus pensamentos corrompidos por n ambições e n promessas que muitas vezes não chegam a ser cumpridas e isso já completa um ano. Mas cheguei agora pouco e desta vez foi tão gostoso voltar - não que as outras vezes não tenham sido -, especialmente na companhia de duas lindas amigas acompanhadas de temakis e Gianechinni ao aterrisar. Algumas semanas parasitando em Ribeirão não fazem muito bem para o ego de quem almeja ser tubarão, se é que vocês me entendem... Embora tenham sido dias tranquilos, ociosos e divertidos, de encontros e desencontros, quando meu despertador foi acionado apenas uma vez para fazer minha unha às 10 da manhã, é bom poder correr atrás do que se quer e não apenas esperar. Eu estava esperando até então. Não sei exatamente o quê, se o Carnaval terminar, se a dieta se concretizar, se minhas aulas começarem, não sei.
Mas aqui estou! Não tenho hora para levantar amanhã, é a mais triste verdade, no entanto, estou na Selva de Pedra e não tem mais como fugir. Tomei um fôlego e preciso ir atrás do ouro, certo?!
No começo da semana recebi um gentil e-mail de um editor de Lisboa - que por sinal ainda estou pensando no que responder. Fui elogiada pela garra e pelo blog e encorajada a escrever um livro! Mas eu ainda não tenho um gran finale! Não fui para Hollywood nem virei uma frustrada professora de português... Será?! Quinta-feira recebi a ligação de uma agência pedindo minha autorização para envio de material para fotos para Asics na internet. Uma luz se acendeu! E se apagou no final do dia, já que não me ligaram - o que siginifica que não fui selecionada. Não abaixei a cabeça, pois foi apenas a primeira oportunidade interessante de 2010. Tudo bem, tem gente por aí que já pegou vários trabalhos desde que janeiro deu as caras e 2010 já é fato consumado, mas o "meu" 2010 estava meio tímido, coisa e tal. É que agora não tem desculpa mais. Não é fim de ano, não é começo de ano, já acabou a folia e é hora de botar a mão na massa.
E sabe o que é o pior?! O pessoal não sabe o que está perdendo... enquanto fico aqui, isolada, escrevendo no meu diário, eu poderia estar ilustrando várias marcas e decorando lindamente vários textos e incorporando diversos personagens.
Sofia não está mais no meio de nós - retornou às velhas terras gélidas, mas ganhamos dois namorados na casa - nenhum meu.
Espero ainda não ter perdido leitores ávidos por novidades quentíssimas nesses últimos tempos. Espero não ter iludido leitores sedentos pelo sucesso imediato. Não chove e é uma noite quente de verão na capital paulista. O silêncio faz pesar meus olhos e talvez apagar a luz seja agora uma boa opção!
Boa segundona!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Chega de confetes e serpentina

A folia acabou! E neste ano tenho o amargo prazer de dizer que não compartilharei da ressaca com a qual grande parte dos brasileiros terá que arcar amanhã e nem vi a Mangueira entrar. Tudo bem que não terei histórias tórridas para contar, não terei a dúvida se amor da festa sobe serra, não frequentei o bloco das carmelitas, não fiz nenhum shot de xarope de guaraná com vodka, não entrei no mar de Ipanema à 1 da manhã, não subi no trio da Ivete, não aprendi o Rebolation e nem voei com o Chiclete. Dediquei meu Carnaval à família e a uma restrita - e cruel - dieta. Sexta-feira foi dia de retorno na endocrinologista e depois de confirmar minha total saúde nos exames de sangue, recebi a lista negra dos alimentos. E quase tudo está fora... Estou proibida de ingerir: açúcares (isso exclui até o mel que acompanhava minha banana toda manhã), refrigerante normal (tudo bem, sempre fui adepta dos zero...), trigo e derivados (lá se foi minha tão amável aveia da minha ex-banana com mel), feijão e derivados (nunca fui grande fã mesmo...), massas (com exceção do meu pão integral do café da manhã), milho e derivados, amêndoas e afins (exclui também minha castanha-do-pará que eu achava que abalava comendo uma ao dia), batata e mandioca, maionese, creme de leite e Activia (pois contém açúcar). É... pois é. E o que me resta? Pense bem... o arroz (que graças ao bom Jesus me foi liberado com a restrição de 4 colheres de sopa por refeição), todos os tipos de carne, legumes e frutas, iogurtes sem adição de açúcar e refrigerante zero. Ufa! Comida japonesa quase que totalmente liberada - fora o hot roll. Assim, passei pela árdua tarefa de recusar as delícias de um feriado prolongado. Os chopps para afogar algumas mágoas na sexta-feira... o pão do churrasco de domingo... o bolinho de arroz do dia seguinte... o pudim da vó... o sorvete... a torta salgada, a pizza e o tão aclamado crustili - tradição italiana de toda terça-feira gorda. Mas, fui forte! Aguentei os olhos gordos, os comentários maldosos e as tentações. Sobrevivi lightmente a mais um feriado. E tenho certeza que, caso a Dra. Endocrina não tivesse me dado tal veredito, eu estaria agora inchada e arrependida de tanta comilança. Minha quaresma já começou... e também segundo a doutora, não terá a duração de apenas 40 dias, mas sim de uma vida inteira - caso eu queira, caso eu aguente.
Assisti ao Invictus - bom filme, equiparando Nelson Mandela a praticamente um Jesus Cristo sul-africano, duas vezes ao já visto Se Beber, Não Case - que não me conformo com a "tradução" de The Hangover, e Anticristo - estranho, muito estranho... ainda estou pensando no propósito daquele que se autodeclarou o melhor diretor de cinema do mundo, Lars Von Trier, ao lançar esta polêmica. É para alertar sobre o perigo do instinto feminino? Incitar a fúria crua da natureza? Levantar discussões sobre psicanálise? Fruto de um período de depressão do diretor? Ou só chamar atenção? Saberá Deus...
Comprei um livro que pretendo começar amanhã: O Clube do Filme e assumo que não parei de assistir ao BBB. Desculpa mas bato no peito e assumo que tô assistindo e torcendo pro Dourado (eu paqueraria ele se estivesse dentro da casa - e fora também).
Minhas aulas de tv e cinema, pelo que me consta, começarão na segunda-feira e por enquanto tenho trabalhos só para o fim de março e começo de abril. E chega de papo furado porque não tem mais desculpa. Agora que a libertinagem acabou - embora perpetue na Bahia e no Recife -, não sou mais recém-formada e meu 2010 dourado deverá começar. E que recomece a luta para o lambari virar tubarão!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Ainda as cartas... jamais teria neste momento palavras tão ou mais sábias do que estas...

"A carne é um peso difícil de se carregar. Mas é difícil o que nos incumbiram; quase tudo o que é grave é difícil: e tudo é grave. [...] Sabemos pouca coisa, mas que temos de nos agarrar ao difícil é uma certeza que não nos abandonará. É bom estar só porque a solidão é difícil. O fato de uma coisa ser difícil deve ser um motivo a mais para que seja feita. [...] No entanto, o caminhar do tempo traz mais de um auxílio para a nossa indecisa aprendizagem. [...] O futuro está firme, caro Sr. Kappus, nós é que nos movimentamos no espaço infinito. [...] Deve pensar então que algo está acontecendo em si, que a vida não o esqueceu, que o segura em sua mão e não o deixará cair. Por que deseja excluir da sua vida toda e qualquer inquietação, dor e melancolia, quando não sabe como tais circunstâncias trabalham no seu aperfeiçoamento? Para que perseguir-se a si mesmo com a pergunta: de onde pode vir tudo aquilo e para onde vai? Não sabia estar em transição? Desejava algo melhor do que transformar-se? Se algum ato seu for doentio, lembre-se de que a doença é o meio de que o organismo se serve para se liberar de um corpo estranho. [...] o senhor é também o médico que se deve vigiar a si mesmo. Em muitas doenças, porém, há dias em que o médico nada pode fazer senão esperar. É o que o senhor deve fazer agora, porquanto é seu próprio médico. Não se observe demais. Não tire conclusões demasiadamente apressadas do que lhe acontece; deixe as coisas acontecerem. [...] Lembre-se como esta vida, desde a infância, aspirava aos "grandes". Vejo-o abandonar agora o grande para chegar aos maiores. Eis porque não cessa de ser difícil, mas tão pouco cessará de crescer."

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cartas a um Jovem Poeta (Rainer Maria Rilke, pg. 22-25)

"O senhor está olhando para fora, e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar - ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Investigue o motivo que o manda escrever; examine se estende suas raízes pelos recantos mais profundos de sua alma; confesse a si mesmo: morreria, se lhe fosse vedado escrever? [...] Escave dentro de si uma resposta profunda. Se for afirmativa, se puder contestar àquela pergunta severa por um forte e simples "sim", então construa a sua vida de acordo com esta necessidade. [...] Utilize, para se exprimir, as coisas de seu ambiente, as imagens de seus sonhos e os objetos de suas lembranças. Se a própria existência cotidiana lhe parecer pobre, não a acuse. Acuse a si mesmo, diga consigo que não é bastante poeta para extrair as suas riquezas. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente. [...] Talvez venha a significar que o senhor é chamado a ser um artista. Nesse caso aceite o destino e carregue-o com seu peso e sua grandeza, sem nunca se preocupar com recompensa que possa vir de fora. [...] Sua vida, a partir desse momento, há de encontrar caminhos próprios. Que sejam bons, ricos e largos é o que lhe desejo, muito mais do que lhe posso exprimir."

Em off

Depois de desistir do ensaio de Cinderellebration, depois de aceitar e recusar um trabalho estúpido de uma agência estúpida, depois de ir chorar embaixo de uma árvore do Ibirapuera e depois de comprar num sebo perto de casa Cartas a um Jovem Poeta - para quem sabe, me consolar -, fugi de novo e em off ficarei por algum tempo. Decidi acreditar que meu ano dourado começará apenas após o Carnaval...
Já li as cartas de Rainer Maria Rilke. Me consolaram? Talvez. Acho que eu me entendo no meu desespero, na minha loucura, na minha não vã solidão...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A maior das chuvas

Eu fui besta, não escutei às minhas próprias palavras e tomei uma bela duma chuva, que começou por volta de 17:25h. Cheguei ensopada do Ibirapuera, mas não reclamei, não morri afogada, não fui sugada por nenhum bueiro, só meu tênis que demorará uma semana para secar. Enfim... São Paulo, né. Como diría meu irmão "Delííícia morar em São Paulo. Tá vendo... você queria tanto, tanto...".
Hoje foi um dia de contatos com agências de eventos, convites aceito (para final de março só...) e outros recusados e amanhã retomo às festas infantis, com ensaio de Cinderellebración.
"Você não pode perder o foco. Vá em frente que Deus lhe dá a mão", me disse no MSN um dos humoristas do Zorra Total - não me pergunte como ele foi parar lá.
Tá tarde. Às 7h eu levanto para o dito ensaio.
Cadê meu ano dourado que não começa?!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mês de fevereiro

"Silvia, e essa semana, não temos nada? Eu preciso de trabalho!". Foi assim que acordei, com um telefonema da minha agência preferida perguntando se eu estaria livre no final de março para a feira Hair Brasil. Isso às 13:15h. O dia estava tão lindo que achei que não passasse das 10 e meia. E aí lá veio aquele sentimento que meus leitores compartilham comigo: ócio. Não acordei mais cedo porque não tinha o porquê. Não coloquei despertador para não observar mais horas vagas no meu dia.
Aproveitando o breve sol - em São Paulo é assim, depois das 16h, esquece! Vai chover, isso é fato -, fui andar no Ibirapuera, ouvi minha playlist up beat, voltei, fiz um almoço light para me desintoxicar de um final de semana de muita comida e muita bebida, tomei um banho e fui finalmente assistir Avatar. O que James Cameron coloca em Avatar vai além dos sonhos, muito além de onde um cérebro ordinário consegue ir. E me fez acreditar um pouco menos na humanidade. Fora os clichês, aquele é sim um retrato do pensamento humano - mercenário, dominador, adorador da guerra. Temos exceções, claro, mas pena que a máquina que tudo comanda segue esta triste linha. Para tomarmos jeito, no mínimo, teríamos de ser uma outra espécie para retomarmos o link com a natureza, com nossos semelhantes, com o verdadeiro amor. Se você não assistiu, delicie-se em um cinema 3D. Ótimo entretenimento!
Saí tão feliz do cinema, querendo voar naquela entusiástica colorida atmosfera de Pandora que finalmente comprei uma bolsa nova (a minha estava um desastre, tadinha), uma carteira amarela (usava a mesma desde a 8a série) e um tenizinho já prevendo as andanças no inverno - tudo na promoção! E me dei conta de que Avatar e sua mensagem ficaram para trás depois dessa onda de consumismo. Eu não tenho jeito.
E voltei para minha realidade... assisti um seriado qualquer, já planejei voltar para Ribeirão na quinta-feira, festa na sexta, sem perspectivas de trabalho e nem das minhas fotos, já que continuo gordinha para a carreira e não há meios naturais que me façam perder peso. Minha ansiedade - embora não transpareça - me consome, e minha dieta acaba no instante em que saio da rotina. Aliás, que rotina? Não tenho rotina. Silvia disse que dezembro, janeiro e fevereiro são os piores meses e que eles também estão na mesma angústia que nós, "modelos" de eventos... Ser atriz neste momento assemelha-se a Pandora, um sonho distante... quase impalpável, a não ser que eu fosse um avatar. Não entendeu? Vá assistir ao filme. Jammie me pagou para fazer um merchand para ele. E em troca, serei a nova nativa em Avatar 2 - O Retorno.
Bom mês de fevereiro!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Essa tal de amizade

Eu agradeço por ter o discernimento sobre personalidades, sobre diferentes criações, sobre classes sociais, sobre n realidades. Ninguém é igual a ninguém e assim nos associamos às pessoas por distintos motivos: pela genética, pelas semelhanças, ou através das diferenças, por puro interesse ou às vezes por motivo nenhum. Mas, seja para o pobre, seja para o rico, seja para o artista, seja para o empresário, seja para o branco ou para o negro, o significado de amizade é sempre o mesmo. Não sei definir essa tal da amizade, mas sei pontuar algumas características que me fazem ser grande fã dela. Quem é amigo de verdade não tem medo de expor o que pensa, não ponderando as palavras com medo de julgamentos. Amigo de verdade não inventa desculpas, pois tem toda a liberdade - e dever - do mundo de ser sincero. Amigo de verdade não posa de amigo, simplesmente é. Amigo de verdade pode desaparecer por dias, meses, mas quando encontra... parece que foi ontem. Amigos se ajudam, se importam um com o outro, dão bronca quando é preciso, trocam farpas e deixamos sim escapar comentários pelas costas porque ninguém é perfeito e ninguém é um túmulo, mas não para disseminar falácias e rumores, e sim para apenas desabafar. Amigo que é amigo não nega a mão e oferece o braço. Amigos de verdade gargalham, não têm pudor e se entendem no silêncio. Entre amigos não há picuinhas e não há nenhum medo além do medo de perder aquela amizade. Amigos são sortudos pela pura sorte de ser. Ser amigo é mais barato do que se imagina, pois não exige a força do fingimento. Amigo mesmo é para toda hora e não para momentos. Amigo que é amigo a gente conta nos dedos. E para quem não se encaixa nesse perfil, ficam as classificações de colega, conhecido, inimigo ou desconhecido - e que convenhamos, é a grande maioria.

Sábado, na melhor formatura de todas! Eu e ele, ele e eu...