sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

E foi dada a largada!

Foi-se o primeiro trabalho do ano: Couro Moda. Super legal! Nada cansativo! Funções complexas! Joguei glitter e brilhei! Não vou me ater às reclamações, que são inúmeras. Me propus a fazer isso, não é?! O magro cachê paga meu aluguel (só o aluguel, não o condomínio), revi amigas, ouvi suspiros sobre os rumores da presença de Mateus Solano - que não passaram de rumores - e fiquei com dó da menina Maísa, rodeada de marmanjos quase se esbofeteando para tirar uma foto ou simplesmente vê-la. O que é a fama para uma criança? O cérebro ainda não totalmente desenvolvido e a falta de discernimento e de experiência de vida devem criar uma ilusão na cabeça dessa pobre coitada... e coitada se ela ficar mais velha e perder a fama. Mesmo eu também achando que ela é um anão, cheguei a me questionar sobre a mãe dessa criatura. "Eu não faria isso com minha filha", disse uma das minhas companheiras de stand. Mas Maísa estava sorridente, empolgada e parecia feliz com o bolso talvez uns 15 mil reais mais gordo. Se é que ela sabe o que são 15 mil reais... Eu na idade dela já sabia. Aos 4 anos fazia massagem em minha mãe e em meu pai esperando uma gorjetinha e me lembro que adorava a cédula do beija-flor, que tinha uma linda coloração verde e roxa... já mercenária, mas ainda um pouco desinformada sobre a evolução da economia nacional, acabei perdendo dinheiro com a desapercebida conversão da moeda no início da década de 90. Já aos 9 anos dançava É o Tchan no Natal para a família com o cachê pré-estabelecido de vinte reais. É... na verdade, não é da Maísa que eu tenho dó...
No terceiro e último dia de evento, a notícia de sermos liberadas mais cedo fez com que o sol brilhasse mais forte e os pássaros cantessem mais alto! Tratando-se de eventos, um minuto equivale a 10. Não é fácil. Mas pior mesmo eram as meninas no stand ao lado do nosso: eram manequins vivos segurando bolsas parisienses. "Nossa, parecem reais!", exclamou uma péssima observadora. É... quando você acha que está mal... alguém está pior do que você. Mas, trabalho cumprido e daqui uns 35 dias - se tiver sorte -, meu cachê será depositado.
Animada porém exausta, voltei para casa com o convite de curtir uma Mokaizinha. Dei uma cochilada revigorante... me maquilei... arrumei o cabelo... fiz uma bela caipiroska de abacaxi para entrar no clima... e o mundo desabou por 7h seguidas em São Paulo. A caipira dormiu ao meu lado e meus pezinhos agradeceram!
Amanhã tenho entrevista em uma nova agência, já com agenda marcada para um evento da Coca-Cola no Memorial da América Latina no começo de fevereiro. 3 dias de evento. 13h de trabalho. Cachê dez reais mais gordinho e com alimentação inclusa. É... paga meu Carnaval. Onde vou passar? Olha, incógnita. Ou Rio... ou Califórnia Brasileira... ou uma minúscula possibilidade quase impossível de curtir um esquemão em Salvador. É, ou Rio ou Califórnia.
Nesses dias onde a terra não absorve mais água, as encostas deslizam, famílias são soterradas, casas são perdidas, a tristeza é instaurada e as minhocas se estribucham no cimento - para meu total desespero. Alguém me explica por que michoca e bigato são os seres mais nojentos e assustadores do universo? Eu quase entro em pânico quando avisto um bicho alongado e rosado realizando um movimento peristáltico. E eu sempre avisto. Andando no Ibira hoje, ai ai ai... na segunda volta me ati a andar no meio da rua enlameada, o mais longe possível das duas calçadas, onde as chances de encontrar o animal moribundo são maiores. Quando morei em Montreal sofri bastante. Era um freak show de minhocas no caminho ao ponto de ônibus e especialmente na caminhada do metrô até o 1 Dollar Cinema, sendo muitas vezes inevitável pisar sobre elas. Trash. Dá até arrepio só de lembrar.
Mas é isso. Fui cobrada pelos fãs e principalmente por minha mãe para atualizar o blog. É que meu ânimo não anda lá essas coisas e não tenho muito o que contar. Na verdade, tudo isso que escrevi é mentira, porque nada me acontece e tive que inventar uma pauta para a postagem de hoje.
Nós somos frutos das escolhas que fazemos. E eu estou pagando o preço por isso.
Amanhã fujo para o interior novamente para descer até o chão na formatura de duas amigas. Próximo trabalho? Só dia 29. É tempo para botar os sentimentos em dia e as ideias em prática.
E ah! Eliéser não é mais meu paquera. Bobo, melodramático, pegajoso e para piorar, é o dono da pérola: "eu fiquei se matando". Não dá. Erro de português não dá. O único atrativo do BBB10 perdeu a graça. Demorou para eu começar a ler um livro após a novela...