quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Novela mexicana

Às vezes tento achar os motivos pelos quais resolvi fazer o que faço. E um deles, já dizia minha autobiografia datada em 2001, é que eu buscava um dinamismo numa vida fora do comum, sem rotina, sem mesmice, cheia de cores e luzes, com muito drama, ação, suspense, doces e ardentes romances, gêneros que a vida até os 15 anos não proporcionou nas medidas que eu queria. Pois bem, dez anos depois, o cenário é outro, o roteiro virou do avesso, a sonoplastia ficou a cargo do melhor e mais absoluto maestro, o figurino evoluiu, os personagens principais continuam, algumas participações especiais - pouquíssimas surreais -, muitos foram substituídos, alguns condenados ao ostracismo, outros apenas in memorium. Mas a protagonista... Continua a mesma e que não é mais a mesma. E aqui vos falo, de uma vida que sacode, mistura, congela, derrete, condensa e sublima, agora em medidas que eu não mais me proponho a medir. E por isso faço o que faço, falo o que penso, sinto o que gosto, tento não pensar no que não quero. Um script digno de novela mexicana! E quem é que vai ter coragem de dirigir? Mas eu garanto: seria sucesso no Ibope...