terça-feira, 4 de outubro de 2011

Armas e Rosas

O motivo do meu sono prematuro de hoje foi o tardio show do Guns N' Roses de ontem. A expectativa era grande de rever um ídolo que não é originariamente meu, mas se tornou um dos por ser originariamente da minha irmã mais velha, afinal de contas, nasci apenas um ano antes do lançamento de seu primeiro álbum. Confesso que critiquei, taquei pedras e me decepcionei por ver o que os anos fizeram com Axl Rose. Roubaram a potência inconfundível de sua voz... a forma daquele corpo antes esbelto e todo tatuado, que cabia perfeitamente num shortinho branco, mas ontem coberto por uma capa que mais o fazia parecia o Inspetor Bugiganga... o fizeram perder o rebolado e dançar como tiozão - o que ele hoje, querendo a gente ou não, o é... curiosamente o fizeram perder a sobrancelha (por que Axl Rose está sem sobrancelha?)... levaram a viçosidade de suas inconfundíveis madeixas... e fizeram-nos sentir saudades de tempos que jamais voltarão. Mas o que os anos não fizeram foi apagar a áurea da banda que fora considerada os Rolling Stones de uma nova década e nem minhas lembranças dos pôsters grudados na parede do quarto, dos clips da MTV e das fitas cassetes - todas! - guardadas na gaveta. Me arrependi por não ter feito parte daquela ensopada multidão... Entra ano, sai ano, mas o arrepio continua ali, mesmo com um acorde desafinado, um rebolado enferrujado e um cabelo ressecado, acompanhando aquelas músicas que eu ainda tão criança já cantava: November Rain, Welcome To The Jungle, Paradise City, You Could Be Mine, Patience... Tenho ciúme das lembranças alheias, porque cresci querendo que Guns fosse só parte das minhas. Mas não tem como negar, os caras serão para sempre, muito "foda"!