segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ele está de volta!

O bom filho à casa torna! Vos escrevo do meu querido laptop, agora com nova configuração.
Mais um excelente final de semana se foi. E faz muito frio agora na capital!
Quinta-feira cheguei na Record no horário combinado, 9 e meia da manhã, depois de uma noite mal dormida devido à enorme quantidade de café ingerida no estúdio no dia anterior. Receosa ao ver tantos figurantes e sem ter a mínima ideia do que aconteceria, já que não havia pegado fartas informações do trabalho e nem conhecia o pessoal da agência responsável, só confirmei que eu não estava lá para figuração. "Não, você não." E foi quando entramos numa van e fui pega de surpresa ao saber que não gravaríamos nada nos estúdios da emissora e sim na Estrada do Pau Furado. Onde? Sim, Estrada do Pau Furado, "para lá de Cotia", com previsão de retorno às 22h. Fui dormindo no caminho, escondida sob meus óculos escuros. E de repente paramos numa venda no meio do nada. Era ali a nossa locação. A tripulação, que já conhecia o esquema da coisa, começou a se encher de salgadinhos, refrigerantes e bombons para garantir a saciedade do dia e eu, incrédula, fiz o mesmo, perguntando para alguns se não teríamos alimentação. "Só almoço e um dia ficamos aqui até 8 horas da noite...". Minha cara não era de felicidade. Foi quando abriram as portas de uma van, olharam para mim e disseram: "Ela pode ser a mãe, não a enfermeira." e me entregaram uma saia roxa e uma blusinha verde e pediram que me trocasse dentro da van. "Meu Deus..."... Calcei uma Moleca chikérrima e fui me informar do que tudo se tratava. Simularíamos a história real de um homem que fora registrado com nome de Gertrudes e que agora estava encontrando dificuldades para se casar por constar em seu registro que era do sexo feminino. Eu seria sua mãe, que o abandonou ainda quando bebê aos cuidados dos avós no interior de Minas Gerais e seguiu para São Paulo, deixando como único pedido o nome feminino para o filho ser registrado no cartório da cidade. Minha cena seria rápida, simples, sem texto para decorar. "Stella, diga mais ou menos assim...". Fizemos um ensaio, eu, a vó, o vô e o bebê. Mas quando disseram "Gravando!", a atmosfera daquele lugar simplório - as casas humildes, as galinhas e seus pintinhos, o bucolismo de um quase interior de Minas Gerais a alguns quilômetros de São Paulo -, a situação de despedida e a lembrança do filme Os Dois Filhos de Francisco me trouxeram verdadeiras lágrimas aos olhos. E chorei a cena inteira. E chorei em cada repetição. Em cada close. Eu entendi e senti a personagem, mesmo sem terem me falado nada além do que escrevi acima, mesmo sem terem pedido, mesmo sem terem feito um briefing daquela mãe que abandonava seu filho para tentar a vida na capital. "No dia em que saí de casa minha mãe me disse Filho, vem cá..."... Essa era a música que permeava minhas breves falas. Não sei se foi ao ar neste domingo. Não sei nem se conseguirei um dia assistir. Não é cena para Oscar nem de grande validade para meu currículo, mas gostei do que foi feito ali. Sentir a verdade na atuação, isso valeu muito mais do que os míseros duzentos reais de cachê a serem pagos em 30 dias... E depois disso, passei o dia inteiro sentada no chão ou em uma das poucas cadeiras disponíveis no lugar quando alguém se levantava, de frente para um campo onde tinha uma ema e uma anta, "p" da vida com o "almoço" que não passava de um pão de cachorro quente seco com presunto e queijo e um suco de maracujá mais doce que açúcar União. Cheguei em casa eram mais de 8 da noite e decidi que merecia sim me fartar no segundo rodízio de comida japonesa da semana... Não houve necessidade de gravar também na sexta-feira.
Sexta então foi um dia lindo de sol e folga, bom para organizar pendências, correr no parque, fazer a unha dos pés, depilação... Acabamos ficando em casa frustradas, bebendo uma taça de vinho, comendo o queijo de uma pizza margheritta a uma da manhã e assistindo a um filme bem água com açúcar...
No sábado os termômetros despencaram em São Paulo. Depois de me irritar com o Bilhete Único sem crédito e pagar dois ônibus até o Pacaembu - sendo que fiquei 2 minutos no segundo e poderia ter caminhado e economizado R$2,70 -, trabalhei no jogo do Palmeiras X Atlético Paranaense, desta vez sem grandes bafafás nem CQC, ansiando a balada da semana. Me estressei na volta, camelando até a Dr. Arnaldo, esperando um bendito ônibus para a Faria Lima na Cardeal e outro até minha casa e me arrumei correndo para mais uma incrível noite de Kiss n´ Fly.
Domingão típico, ressaca e rodízio de japonês! Um garçom me perguntou se eu conhecia as Óticas Diniz. E seguiu com a pergunta: "Você não é a moça da propaganda, é?". Das Óticas Diniz não. E mamãe ligou orgulhosa por finalmente ter me visto no intervalo do Domingão do Faustão...
Sem planos concretos para os próximos dias além de um desfile na sexta-feira - sim, desfile -, uma festa vip em Ribeirão no sábado e um churrasco de aniversário do meu bro no domingo, me despeço munida de minha meia e pantufa no pé. O celular anda tocando loucamente e isso é bom. Já estou recarregando a bateria para os próximos dias!
Boa semana!