domingo, 8 de abril de 2018

Depressão pós salto


Eu preciso superar. Preciso aceitar que adrenalina não rima com dia-a-dia, especialmente nas enfadonhas noites de domingo... Saltar de paraquedas é como paixão correspondida. Só que melhor. É como droga. Vicia. É melhor que pizza, que hamburger, que comida japonesa. Até melhor que NY, ouso dizer... Você tem um pico de euforia e gratidão e muitas tantas outras coisas que nem consigo expressar... mas e depois? É tipo fim da sessão de massagem. É como fim de festa, quando você volta para casa e se dá conta de que simplesmente, acabou. E agora? O que eu faço com essa energia? O que eu faço com essa saudade que quando nem havia tocado o chão eu já sentia? Eu quero de novo. E querer de novo é um perigo, me disseram. Talvez isso seja típico dos arianos. E talvez por isso sejamos eternos insatisfeitos... Eu quis gritar para o mundo o meu feito mas nem sempre estão interessados e nem todo mundo vai ouvir... O céu estava lindo! E foi um daqueles sábados inesquecíveis, de doer os músculos da face de tanto rir e sorrir. Experiências assim é que fazem a vida valer a pena. Ai, maldito frio na barriga...! Aquele 1min de queda livre abate dias e mais dias de tédio e solidão. Aquele 1min te faz rever toda sua existência, a grandiosidade do mundo e os perigos tão deliciosos da vida quando de repente, retorno aos meus 35 metros quadrados na capital e a ficha cai. A ficha cai de que a vida não é adrenalina. A vida é aceitação. E o prazer só é prazer porque é momentâneo. Voltemos então a nossa rotina normal, com as mais radicais lembranças e aquele gostinho de quero mais. Eu quero sempre muito mais.