sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A ou B? Mas e o C? E o W?

Gente, já repararam como está ficando chato viver? Porque hoje em dia, se você não se encaixa, vão te encaixar em A ou B. Ou você é PT ou PSDB. E se não for nada é um alienado político. Ou você é alternativo que gosta de LOS (Hermanos, para os menos íntimos) ou você é coxinha. Ou você lê Carta Capital ou lê a Veja. E se não lê nenhum, novamente, é um alienado político. Mas na visão da Carta Capital, o leitor da Veja é um alienado e vice-versa. Outro dia fiz a besteira de comentar num post alheio que dizia sobre a hipocrisia da Globo de reportar a triste morte do Leão Cecil seguida de uma propaganda da Friboi. Mas gente, calma, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ninguém comeu o leão! Aí fui chamada de Hitler. Sim, aquele do bigodinho. Hoje temos que ter cuidado com tudo que é dito, postado, pensado, porque um processo pode estar às nossas costas. Mas que chatice, não? Cadê a liberdade de expressão? Posso ser o alfabeto inteiro, ao invés de escolher apenas uma letra? Posso assistir Roda Vida e as Kardashians na mesma noite? Por que uma coisa tem que excluir a outra? Nem sempre temos que escolher a direita ou a esquerda. O caminho é cheio de voltas, retas, atalhos e zig-zagues. E ali, ora a gente se perde, ora a gente se acha. Tem momentos que o silêncio é mais sábio. Shhhh!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

(N) A crise

É muito fácil aplaudir quem está no palco. Mas a crise nos faz ver o quão difícil é receber apoio quando se desce. Afinal, trata-se de uma profissão de glamour e muito dinheiro, coisa fácil... 15, 30 segundos de fama, isso é baba! É o que os leigos pensam... Para a gente conseguir o nosso lugar ao sol - lugar este passageiro, especialmente para os freelancers -, tem que se aguentar os trancos da montanha russa. E o problema, neste momento, não sou eu nem o meu acting. O problema é o Brasil. Estagnado. Com números alarmantes. Dizem até que num retrocesso. Eu parei de assistir aos jornais televisivos. Disso eu desisti. Mas da minha paixão, não. Outro dia acordei com uma mensagem da minha mãe praticamente me mandando procurar emprego fixo. "Você não está feliz agora, está?", ela perguntou. Eu tenho estado todos esses anos orgulhosa do pouco e do muito que conquistei. Mas são dias de crise, quem não os tem? Aliás, muitos vivem eternamente nesses dias. Mas eu optei por viver da alegria - ou pelo menos, tentando buscá-la. Muitos me cobram uma grande emissora - não valem as médias, tá, muito menos as pequenas... -, uma bancada de jornal, um cachê que compre minha casa própria e um belo carro, um outdoor que seja visto lá da Lua...! Aí sim, quem sabe, voltarão a me aplaudir. O que vale ter gravado com Cauã Reymond semana passada e gravar com Celso Portioli nesta e além disso ter um currículo repleto de vídeos e fotos e afins? Nada se você não estiver rica. E se não está rica, melhor procurar um concurso público, afinal, ali é o sonho mais comum: a estabilidade. O problema é que quase ninguém tem a coragem de seguir um caminho alternativo: o coração. A highway é sempre mais simples. No entanto, em algum momento, eu fiz a curva. Apenas aceitem, por favor, que escolhemos caminhos muito diferentes... e que a estrada é longa. Paciência! A mim, a nós, a vocês!

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

terça-feira, 4 de agosto de 2015

O que te move?

O que te move? É dinheiro? É poder? É beleza? Bebida? Balada? Aliás... alguma coisa te move? Tem certeza de que não parou no tempo e em verdades uma vez ditas absolutas? Porque, colega, se você está congelado, eu subo e te dou tchau e com muito calor, abano minha mão como uma miss. Cada um com seu cada qual. Porque o que me move é paixão e para se gritar apaixonado, há de se ter muita coragem no peito. Paixão pela profissão. Pelas amizades. Pela família. Por si mesmo. Pelo próximo. Por aquele próximo mais próximo... Paixão pela vida, sabe como é? Talvez não, porque é coisa para os fortes. Os fracos a natureza deixa para trás. Eu até tentei te trazer comigo, mas... É lá mesmo que você ficou. Tu dormes e o tempo anda. E o meu coração voa. Deixe-o voar. E se cair, não se preocupe. O tempo cuida de tudo. Prefiro mergulhar em águas profundas a bater perna em pensamentos rasos. A praia eu deixo para você. Fique à vontade. Só peço que não critique a minha vontade de ir além. E é para lá que vou. A gente se vê, numa areia qualquer...!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

A preguiça

Que preguiça do Zeca Camargo! Preguiça de quem critica o Zeca Camargo. Preguiça de defender o Zeca Camargo - embora haja ali muito a ser defendido... Preguiça do arco-íris no Facebook. Preguiça de quem o condena. Preguiça desse modismo politicamente correto. Preguiça de ainda ter que lutar pelas igualdades - porque elas já deveriam existir, poxa vida... Preguiça do socialismo. Preguiça do capitalismo. Preguiça da Lava-Jato, do PT, do PSDB e de qualquer outra sigla. Qual a saída? Preguiça da Maju. Preguiça de mim... Preguiça dos livros de colorir. Preguiça de gente estressada. Preguiça desse coletivismo exarcebado. Preguiça do individualismo. Preguiça de ter que ser tão comedida - de comer menos, de falar menos, de gastar menos, de fazer tudo menos quando eu quero é mais. Preguiça de ser relativista e tentar entender ambos os lados. Preguiça de quem não escuta. Preguiça de quem nada fala.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Quem bate? É o frio...

Essa semana está gelada... Bate um vento no peito que traz um aperto mas que não carrega lembranças. O problema nem sempre é saudade. É ego. A insegurança assobia no ouvido e eu tento achar um gorro para combatê-la. Se para todo pé cansado existe um chinelo, eu agora visto minhas pantufas. Às vezes o silêncio é a melhor opção e o cobertor o melhor abraço.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Os últimos 10 dias

O mercado tá tão parado, mas tão parado, que tá até dando dengue... Lembram-se daqueles dias loucos com um, dois, três testes? Pois bem. Eles não existem mais. O Brasil está hoje à base de corte de gastos. O cenário está muito propício para subir pelas paredes. Em vários sentidos... Mas quem me segurou no chão nos últimos dias foi o cachorro mais lindo do mundo, a Preta! Proveniente de terras interioranas, o chow chow mais lindo do mundo veio encantar as ruas e parques paulistanos. Que sucesso! E que delícia tê-la comigo! Aí, fora um dia de gravação em Valinhos, tive todos os outros de prazer, passeio e nostalgia. Assisti ao novo Jurassic World e revivi 1993. Enquanto minhas amigas ficam noivas, eu fui ao show dos Backstreet Boys e me senti novamente com 13 anos. E recuperei para DVD fitas antigas de família, um misto de drama, comédia e terror. Tudo isso para me lembrar que existem sim muitas coisas boas nessa vida, apesar da saudade dos tempos e daqueles que não voltam mais. Para perder a cabeça basta um estalar de dedos. Mas prefiro respirar e bater palmas ao que realmente interessa. Sexta-feira estarei de volta à Cidade Maravilhosa! A lazer, tá. A trabalho ainda não. Ainda.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Você acredita?

Mágica. Fadas. Anjos. Lobisomem. Vida fora da Terra. "Buracos de minhoca" no universo. Buraco Negro. ET de Varginha. Disco voador. Espírito. Charlie, Charlie. Plano superior. Gnomo. Sexto sentido. Deus. Diabo. Vida após a morte. Magia negra. Encosto. Destino. Alma gêmea. Você acredita? No quê? A verdade é que eu não sei exatamente no que eu acredito, mas vou te falar que não duvido de nada. Afinal, a vida seria muito simples se existisse apenas o palpável, não é mesmo? Não dá pra acreditar que é "só" isto aqui. Só o que os olhos veem. Reafirmo que existe muito mais entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Cada louco com a sua mania

Eu confesso! Quando eu ando pelas ruas escutando música, eu me imagino num clip. Inclusive, nessas mesmas ruas, odeio quem anda devagar - ultrapassagem já! A cada duas páginas de revista de moda, eu escolho uma peça preferida que eu compraria (atenção para o tempo verbal!). Eu coloco o despertador para 5:03h, 6:12h, 7:24h, etc. Esses minutos quebrados fazem toda a diferença... Eu não sossego enquanto não apagar uma foto que postei torta, descentralizada ou com alguma faixa branca ou preta onde não devia. Pode ter mil likes, o meu TOC me manda repostar - o mesmo vale para legendas. Posso estar extremamente atrasada ao acordar, mas minha cama será sempre arrumada. Tiro a sobrancelha a cada dois dias, três no máximo! Visito minha costureira semanalmente. Vivo inventando bolso onde não tem, encurto aqui, aumento ali. Ela diz que sou criativa... Para mim é impossível assistir Game Of Thrones - ou The Walking Dead - sem pipoca. Eu não durmo sem colocar minhas quatro almofadas do sofá em ordem: duas pra lá, duas pra cá. Eu lixo minhas unhas antes de ir ao salão. Odeio ter algum produto faltando na casa, seja comida, seja de higiene ou limpeza - sempre digo não à procastinação. Eu reclamo de não ter um carro como se fosse culpa da minha mãe. Eu odeio dormir brigada com alguém que gosto. Eu leio pelo menos uma página do meu livro de cabeceira antes de dormir. Ah, e eu adoro as Kardashians. Cada louco com a sua mania, cada chato com a sua chatice, cada um no seu quadrado. E como ninguém paga minhas contas, tudo o que lhe desejo é: um beijo e boa noite!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Minha Vida Cigana

Outro dia o despertador tocou e eu não lembrava o porquê. Era sábado. E se você me perguntar onde eu estava semana passada neste mesmo horário, eu também não vou me lembrar. Minha vida cigana tem me levado pra tantos lugares... E isso não é, nem de longe, uma reclamação. Campinas, Valinhos, São José dos Campos, Lavras, Ribeirão Preto, Suzano, Pindamonhangaba... E no meio de tudo isso, veio uma gripe à la dengue pra desequilibrar o que já estava bagunçado. Quinze dias depois, ainda colho seus frutos, tipo a rouquidão domingo quando tinha gravação segunda e terça. Rezei Pai Nosso, Ave Maria, chá de romã, pastilha, mel, litros e litros de água... Só faltou a galinha preta. Avisei o diretor desse meu pequeno problema e ele disse: "Stella, o meu santo é forte. E o seu?". E meu santo querido provou que é praticamente o Incrivel Hulk! A voz funcionou. Agora está tudo muito bom, tudo muito bem e é meu dia de folga! Voltei ontem aos exercícios que abandonei há sei lá quanto tempo e o fuso está entrando nos eixos. O friozinho deixa a cidade mais chik e minha cama mais atraente. Aliás, acho que vou aproveitar e dormir um pouquinho. Regalias de uma atriz freelancer...

quarta-feira, 25 de março de 2015

No avião

Meu tema é da semana passada mas está valendo! Viajando a gente conhece lugar novo, gente nova, coisas novas, sentimentos novos... Meu voo Cuiabá - São Paulo era quinta-feira às 11:03h e por um problema chamado pressa, em algum momento eu li 11:30h. Mas o erro foi consertado a tempo, apesar de uma baita correria... Eu peguei a última poltrona do avião: corredor no fundo! Ao meu lado, supostamente um casal com seus quarenta - cinquenta anos. Sentei, afivelei o meu cinto e recebi um cutucão quando passou o comissário de bordo acompanhado de um "Nossa Senhora, hein!". Aí que percebi que não, ao meu lado não era um casal e sim uma mulher e um homem aleatórios. Comecei a rir. E ela insistiu: "O que é bonito a gente tem que olhar!" e assim começamos a analisar aquela figura masculina, diríamos, interessante. Nos indagamos sobre a sexualidade da pessoa em questão. Analisamos o anel de compromisso. Seus braços malhados, aquela coisa toda. E ela disse que eu deveria sempre prestar atenção. O nome dela era Jô-alguma coisa que não me lembro, simplificado por ela mesma por Jô. Foram muitas risadas antes de levantarmos voo. O passageiro, se sentindo meio deslocado, perguntou se podia rir também e respondi que era "assunto de mulher". E começamos a conversar. Ela agradeceu minha simpatia, disse que normalmente pessoas chatas e caladas é que sentam ao nosso lado em viagens - mas em silêncio pensei comigo que muitas vezes eu sou essas pessoas e outras tantas vezes agradeço por elas... O passageiro tinha medo de avião e rimos a beça do nervosismo dele na decolagem. E Jô disse: "Pára, menino, é uma delícia! Friozinho na barriga, tem coisa melhor?". Ela morava em Curitiba mas esteve com a filha, estudante de cursinho em Sinop, nos últimos meses. E falou que depois que perdeu seu filho de 21 anos há 4, em um acidente de moto, ela não tinha mais medo de nada e por isso tornara-se fã das borboletas no estômago e sem papas na língua para comentários "maliciosos" sobre o comissário ou quem quer que fosse. Ela falava mesmo. Vivia mesmo. Disse que viu seu filho debaixo da carreta do caminhão. Ele morreu na hora, por conta de um segundo de distração. E concluiu que, como na vida a única certeza que temos é da morte, por quê temê-la? E eu adicionei à conversa minhas perdas pessoais em acidentes igualmente bobos e falei que o que nos restava era aceitar, senão enlouqueceríamos. Com o sacolejo do avião, me bateu um soninho e uma necessidade de ficar quieta com meus pensamentos e pedi licença para escutar minhas músicas. E ali, naquele voo, eu pensei sobre o frio na barriga, sobre a língua solta, a minha língua solta, a minha necessidade de aventuras, de cores, de sons, de movimentos, a minha pressa... Talvez muito cedo eu tenha aprendido a aceitar a morte - ou pelo menos a conviver com a ideia dela - e por isso não tenho medo de (quase) nada. Não vou retirar minhas trompas de falópio ou fazer uma mastectomia com medo de morrer de câncer, nem vou me enclausurar em casa com medo da violência nas ruas. Viver é correr perigo de morrer, caso contrário, é sobrevivência. Não? Lógico que não estou defendendo a inconsequência mas a vida é tão curta... Pode acabar numa bobeira na estrada, num escorregão numa cachoeira, num último suspiro no travesseiro, quem é que sabe? Então vamos nos permitir porque não há tempo que volte, amor. Simples assim. Porém tão complexo... Quando pousamos, fiquei preocupada com minha bagagem de mão acima de alguns assentos a frente e não me despedi da Jô-alguma coisa. Mas bem que ela falou: "Você não vai esquecer de mim, né?!". Não, Jô, não me esqueci. E você é uma alma iluminada que merece esse mísero post e meus sinceros agradecimentos por fazer valer aquelas duas horas num voo qualquer...

domingo, 22 de março de 2015

Casa(s)

Chegou o outono e debaixo da coberta vos escrevo. Mas não é sobre ele exatamente que eu quero falar, apesar de isso muito me agradar. Eu quero falar sobre a minha casa. Sexta-feira passada, depois de um marasmo profissional total, fui para Ribeirão Preto. Quando eu começo a conversar com minha cachorra, sem ela me escutar obviamente - já que está a 330km daqui - e quando minha mãe escreve "saudades" no WhatsApp, sei que é hora de voltar. Aí, retornando para a capital segunda à tarde, recebo a feliz notícia de que embarcaria a noite para Cuiabá. Desfiz a mala e fiz uma nova. Os porteiros não entendem nada desta minha vida cigana... Do calor do Mato Grosso voltei na quinta, com São Paulo debaixo de chuva, o trânsito parado, os túneis alagados e lá se foi uma hora e quarenta de táxi do Aeroporto de Congonhas até aqui. Mas quando abri a porta de casa e senti o cheirinho dela, ah, eu só tinha a agradecer! Primeiro por poder pagar um aluguel neste bairro. Segundo por amar o meu apartamento, mesmo ele sendo tão pequeno e com tantas reformas necessárias que eu gostaria de poder fazer... Terceiro, pelo prazer de poder retornar depois de viagens tão gostosas e proveitosas, a lazer e a trabalho. Já com compromisso de cuidar do simpático cachorro de uma amiga no final de semana, as noites de sexta, sábado e hoje, domingo, eu tirei para relaxar e curtir o George, curtir meus aconchegantes 34 metros quadrados e tudo o mais que ele pode me oferecer. Assim fizemos. E foi uma delícia! Em breve devo arrumar as malas novamente porque Cuiabá deu frutos - graças a Deus!, - no entanto, o coração fica sempre amaciado por saber que eu, uma borboleta solitária, sempre tenho um - ou dois - casulo(s) para retornar. Isso eu chamo de sucesso. Boa noite!

quarta-feira, 11 de março de 2015

terça-feira, 3 de março de 2015

(Des)Conectados

Basta andar nas ruas, entrar no transporte público, olhar o carro ao lado, pegar o elevador... Tudo está a um toque dos dedos. De repente, tudo se traduziu em likes e views. Hoje experimentei largar o celular e observar as pessoas mas apenas observei pessoas em seus celulares. Por um momento não me interessou se o vestido é branco ou azul ou florido, eu não tô nem aí. Eu quero saber como está você. A vida. A saúde. A família... Eu não quero estar ligada somente a cabos ou wireless. No entanto, assim todos estamos. Curtidas contamos. Ítens do fast fashion compramos. Tá calor, compartilhamos. Tá frio, postamos. Por uma mensagem aguardamos. Tenho medo do que vem pela frente. Medo de parar de olhar para a tela e não ter ninguém para dividir a realidade, porque do virtual estamos todos ficando fartos... Falta carne para apertar. Mão para dar. Faltam boca e ouvido para conversar. Falta tempo. Falta ar. Sonhos vem devagar mas nós vamos tão depressa... É uma inadequação dentro do adequado. Uma vontade de não ser. Uma claustrofobia num mundo cada vez mais (des)conectado. Todos navegamos com a mesma velocidade, que é o vento. Mas ele eu quero que traga cheiros, de flores, de gente, de chuva, coisas que o celular ainda não é capaz de fazer. Ainda, porque tudo é uma questão de tempo. E ele está a cada dia mais apressado...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Agenda

 
Na vida não temos controle de nada, eu sei. Da morte. Dos nossos desejos. Dos sentimentos dos outros. Nem da água que cai do céu... Mas tem uma coisa que está completamente fora do meu controle e que eu tenho tentado aceitar durante esses últimos anos: minha agenda. Ser freelancer é complicado! Recebo a notícia no começo da semana, enquanto gravava lá em Campinas, de que havia passado num teste e gravaria a propaganda hoje, sexta-feira. Bacana, obrigada, meu Deus!, alegria, aquela história... Tudo funciona mais ou menos assim: sou mulher. E para piorar, atriz. Então, agendar uma gravação é agendar também a unha de pés e mãos, acertar a dieta para evitar bobeiras pelo menos dois dias antes, reagendar os eventos sociais e familiares, avisar os demais produtores de futuros e possíveis trabalhos, tirar a sobrancelha, marcar drenagem linfática e preparar o psicológico. Estava até pronta para assistir filmes com assunto "gravidez" para entrar no clima de segurar uma barriga e depois, um bebê! Mas aí me avisam de que não, não seria sexta-feira e sim na madrugada de domingo para segunda. Tá. Então lá fui eu adiar minha mão - porque para o pé e a sobrancelha foi tarde demais -, cancelar os blocos de carnaval do final de semana com as amigas e marcar apenas um jartarzinho na sexta, dar "ok" para terça, quarta e quinta da semana que vem para um outro job e reorganizar a cabeça. Mas aí, me avisam de que não, não seria de domingo para segunda e sim de segunda para terça. Tá. Então lá fui eu adiar novamente a minha mão, cancelar jantar, cancelar bloco, cancelar drenagem e cancelar a próxima terça-feira para a outra produção, resolvendo ir para Ribeirão. Ufa. Cansei. Neste ínterim, a produção de lá ficou brava, a minha massagista não tem mais horário, a sobrancelha cresceu, as amigas ficaram chateadas e a cabeça se retorceu. Mas tudo bem. Faz parte. É trabalho. Eu não estou reclamando, entendam bem, apenas explicando que realmente, nesta vida, não temos o controle de nada. Apenas da televisão. E da garagem do prédio. Mãe, já já tô chegando!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tudo e Nada


Eu poderia escrever tantas coisas... Sobre o final de semana retrasado incrível, quando voltamos à Ubatuba para exorcizar o trauma incurável de exato um ano atrás. Sobre o fim do meu curso de Jornalismo Cultural e a retomada da minha rotina. Sobre o filme Birdman, que me fez sair desnorteada do cinema nesta tarde. Sobre a propaganda que gravarei na sexta-feira, onde serei uma grávida pronta a dar a luz - pela primeira vez! Sobre o Carnaval que já começou e sobre a Cidade Maravilhosa em breve. Sobre a água - e a falta dela. Sobre as dúvidas - elas estão sempre ali. Sobre a chuva lá fora. Sobre minha agenda pós-carnaval, que já está lotada por um job de algumas várias diárias, graças a Deus! Sobre o Sr. Verdi que conheci no metrô. Sobre minha conta quase fantasma - finalmente! - no Twitter. Sobre este mundo interconectado, vaidoso e consumista. Sobre a saudade. Sobre lembranças. Sobre vontades... Nos últimos dias fui dormir acompanhada por um peso de não ter escrito sobre nada disso, mas com uma satisfação imensa de poder viver tudo isso e refletir sobre tudo. Janeiro foi um mês fantástico!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

De volta à sala de aula

Nesta semana e na próxima, sou estudante da Faculdade Belas Artes no curso livre de Jornalismo Cultural. E que choque de realidade! A UNESP me deixou mal acostumada com suas salas que, se tivesse sorte, havia um ventilador de teto... Se um dia eu tiver filho, farei questão que ele(a) estude numa universidade particular... Bom, voltando ao assunto... Após ir à academia, fazer dois testes e enfrentar o transporte público num calor que não é de Deus, minha primeira aula foi extremamente irritante. Me arrependi e já queria desistir. Não daria conta de realizar todas as tarefas, aquilo não tinha nada a ver comigo, eu não queria responder às perguntas do professor, acabou a bateria do meu celular, eu não pretendo ter um outro blog cultural - já que mal dou as caras neste aqui...-, me deu preguiça do ambiente acadêmico, de mudar minha rotina e de mais uma porção de coisas. Quando cheguei em casa, exausta, tomei meu banho, coloquei a cabeça no travesseiro e tudo o que eu não conseguia fazer era dormir. A mente estava a mil, pensando nos textos a serem escritos, nas diferentes abordagens, como fazer, porque fazer... Acordei com a certeza de que minha matrícula havia sido uma boa escolha. Era disso que eu precisava: pensar fora da caixinha. E lá estamos, onze mulheres e um homem - que compareceu apenas na primeira aula -, perdidas porém ávidas por aprender mais. Para onde essas aulas vão me levar eu não sei, mas pelo menos, dar uma volta por aí é sempre válido. Dizem que jornalismo é a minha cara. Por que será?!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

2015

E sobre meu mês de dezembro? Foi ótimo! Nesta virada de ano, andei lendo coisas que podavam a nossa alegria - senão esperança - de que dias melhores viriam. Nossa eu digo sobre nós, artistas, poetas, românticos, os de coração mole, os que vislumbram a luz no fim do túnel mesmo quando tudo parece tão escuro e sem saída. "Dezembro não trará nada de novo. Parem com isso!" ou "Nada mudará em 2015.". O mundo continua igual, sim. Minha conta bancária idem. Os problemas, os mesmos. Mas tem uma coisa que muda - ou melhor, se renova - e que faz toda a diferença: as energias! Seja num novo mês, num novo ano, numa nova semana, num aniversário, numa manhã de sol ou após um belo banho. As energias mudam - isso se acreditarmos e quisermos que sim. E as minhas negativas eu joguei fora, deixei lá atrás. Precisava de fôlego, que veio sei lá se com dezembro, sei lá se com janeiro, mas que me trouxe uma leveza e a confiança que haviam se perdido. Os homens continuam guerreando. Aviões continuam caindo. Doenças matando. O mundo é este. Não é uma mudança na folha do calendário que exterminará as mazelas que a televisão ainda insiste em nos vender e nos bombardear. Mas uma mudança de página de vida, superando suas perdas e medos: isso muda o modo como vemos o mundo. Escutei agora pouco que a resiliência é fruto da maturidade. E eu espero que sejamos cada vez menos verdes ao longo deste ano de 2015. Será um bom ano!