terça-feira, 17 de agosto de 2010

Afe...

Acordei com o telefonema de uma agência que me achou na APAS. Era a terceira vez que me ligavam e só hoje pude aceitar o trabalho. Se tratava de uma rodada de negócios em um famoso restaurante no Itaim - a 10 minutos de casa - onde teoricamente eu faria umas entrevistas com os convidados ou então deles tiraria fotos. Três horinhas de trabalho, com cachê pago na hora, para uma segunda-feira tranquila, ok. Pediram que eu indicasse algumas amigas e assim fiz. Às 19h uma outra recepcionista que ainda não conhecia passou para me pegar e chegamos no horário combinado. Esperamos uma boa meia hora até que a dona da agência chegasse. Chegou, toda loira, chiketésima e pomposa, com seu namorido e uma amiga jornalista idem loira e plastificada. Pouco tempo depois, chegou minha amiga indicada. Sentamos as quatro para conversar, a mulher jogou umas ideias, encheu minha bola mais que tudo, falou tudo mas não falou nada... o evento meio vazio... não sabíamos o que faríamos... de repente entregaram uma máquina mega profissional mas não avisaram como manejá-la... aí substituíram por uma Sony comum... "Querem beber alguma coisa? Um suco? Refrigerante?"... "Daqui a pouco o garçom traz uns canapés pra vocês..."... jamais vi canapé algum... Levantamos para trabalhar porque, segundo minha amiga escutou no banheiro a dona dizendo "tenho que pagar cachê pra elas"... nos olhavam de modo estranho... tiramos umas fotos nada a ver... fiquei ouvindo sermão do organizador do encontro, mais aparecido do que tudo - fã de flashes!... gravamos uma pseudo propaganda para a agência... a ouvíamos resmungar a cada instante do homem fã dos flashes... os convidados se embebedavam... outros desiludidos com o networking que visivelmente não estava funcionando desejavam estar em suas camas... e tudo o que mais queríamos era fugir dali. Um advogado cantou a outra recepcionista e foi quando quase gritei "Me tirem daqui!". Mas, pelo que me constava, teria R$150,00 em mãos às 23h. Mas que nada... "Até sexta deposito para vocês.". Disse que gostou muito do nosso trabalho e reafirmou a parceria, entregando seu cartão. Bizarro. Voltei para casa afim de esquecer essa noite dos horrores quando toca o meu celular 1 da manhã. Era ela, perguntando onde estava a máquina do Sr. dos Flashes. Afirmei que a entreguei em suas mãos e que estava em cima da mesa no momento em que ela anotava nossos dados bancários. O homem estava fulo, ela contou. Dane-se! E aí resta agora a dúvida: esse cachê vem ou não vem? Picaretagem? Ou apenas um evento mal organizado? Tudo muito nebuloso... Só sei que sentíamos uma vibe negativa pairando naquele lugar. E quando o santo não bate, não adianta! Afe... eu, hein!
Olhando minha agenda para marcar uma feira bem remunerada de dois dias, me lembrei de um evento de quatro horas no Jockey na manhã de quinta-feira. Também tinha marcado a prova de roupa para o desfile de sexta às 18h. E recém-marquei mais um jogo do Palmeiras na quinta às 20h. Que loucura!
Perdi a oportunidade por agora no showroom, mas não querem me esquecer e nem que eu as esqueça para a próxima temporada. Liguei em duas grandes agências de atores, enviei material e espero agora a resposta se fui aprovada ou desqualificada para seus concorridos castings. Já levei "não" de ambas ano passado, quando nitidamente meu material era parco assim como meus trabalhos... Aguardo ansiosamente o retorno.
A propaganda continua passando e mais e mais gente me vê na televisão. Amigas ligam, outros mandam mensagem e deixam recado no Orkut, felizes e contentes por ver que as coisas estão dando certo. Eu acho que estão, apesar de estar me aparecendo mais evento do que testes e de a grande agência de dez dias atrás não ter me chamado para nada ainda... Agora tá me batendo aquele medinho, sabe?!
Recebi o link da matéria que gravamos para o Programa do Gugu e me decepcionei ao ver que quase nada foi ao ar. Toda minha emoção, minhas lágrimas, os abraços calorosos de despedida no vô e na vó, o abandono da roça, se perderam na edição... Me recuso a colocar este ítem no meu currículo.
Vou escolher melhor os meus trabalhos daqui por diante. Cachê só não vai me brilhar os olhos. Há muito mais por aí do que os olhos podem ver e do que o bolso pode sentir... Xô, urucubaca!
Boa noite!

Um Homem Chamado Gertrudes