terça-feira, 30 de novembro de 2010

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mereço?!


Segundo dia

Ontem demorei a pegar no sono... Era muita coisa na cabeça, uma mistura de sensações e emoções chamada ansiedade. E às 6:15h, inacreditavelmente, tocou meu despertador.
Às dez da manhã chegamos no set de filmagem: Circo Stankowich. Eu não adentrava em um desde a decepção com o Homem Bala em algum picadeiro na Amin Calil em Ribeirão Preto...
Primeira cena: Aline no começo de seu relacionamento quando leva Gregory para trabalhar como eletricista do circo. Segunda: a cena do parabéns no aniversário de dois anos de Samuel. Neste momento o sol estava a pino e o pequeno Samuel no colo, balança daqui, balança dali, um parabéns, dois "E pro Samuel nada! Tudo!", três apagar a velinha... Suei. E provavelmente dei uma distendida no músculo do braço esquerdo, já que me dói como se tivesse puxado uma carroça o dia inteiro... Não tenho o costume de carregar crianças, vocês sabem bem. Parada para almoço. Terceira cena, fugindo da cronologia dos fatos: Aline escrevendo a carta para o Gugu. Quarta cena - que não deveria ser a mais dramática mas por percalços do ofício, foi: Aline brinca com Samuel dentro de seu trailer quando escuta a gritaria sobre o acidente de seu marido. Saio apavorada do trailer, calço meus chinelos e corro em direção ao local. Acontece que... no meio do caminho... juntou-se o chinelo + a corrida + a tensão da cena + a ressaca pós-almoço + a vontade de fazer acontecer e chegamos ao resultado do maior tropeço da história! Dei com meus dois joelhos e as duas palmas da mão no chão. Levanto. Caos. Sangue. Ficou pele no asfalto... É quando você pensa: "*******!". Estava indo tudo tão bem... Depois de uma preocupação geral, recebi os primeiros socorros no local mas acabei indo parar na emergência do hospital que por sorte se localizava na rua lateral ao circo. Soro fisiológico... curativo... lágrimas... risadas... Eu não queria atrapalhar a gravação! Havia toda uma produção e todo um elenco esperando a protagonista que vos fala. Me senti culpada, senti medo de uma futura cicatriz, dúvida sobre o vestido curto recém-adquirido para o casamento de sábado, e senti raiva de... de ninguém, eu caí sozinha, oras! Voltei ao set. Respira. Maquilagem?! Por sorte, a cena até o um segundo antes da queda valeu e fomos para a cena final, a mais temida: a morte de Gregory nos braços de Aline. Após a gravação de um choque extremamente real, que deixou um vizinho preocupadíssimo, corri e gritei pelo meu marido que ia... e se foi. Ofegante, chorei. Tinha muita coisa acumulada dentro de mim, toda uma atmosfera e a cena foi que foi! No momento esqueci do meu joelho pela metade, da minha mão esquerda que ainda arde... Chamei ajuda, gritei e chorei a morte de quem tanto amava. "Corta!". Ainda com lágrimas escorrendo pela face e o coração acelerado, recebi os mais sinceros parabéns do diretor, que olhando em meus olhos, me disse: "Obrigado, Stella. E vou te dizer uma coisa... em 23 anos de carreira, poucas vezes falei isso para alguém, mas nunca vi tanto profissionalismo...".
Assim, vim embora para o Itaim com curativos no joelho direito e na mão esquerda, ralados na outra mão e nos pés, roxos no joelho esquerdo e muita satisfação de ter feito bem o que eu tanto gosto de fazer. Conquistei credibilidade, mostrei serviço e ganhei poderosos contatos na Rede Record. Não sei se zica ou sorte às avessas mas repito: nada é em vão. Nada!
Soro, gelo, Hirudoid, Merthiolate e Dorflex. Acho que por hoje chega! Me voy!
Esse dia fica para a história... Aliás, pesados dias de novembro, não?!
Acho que precisamos de um pé de pimenta e muito banho de sal grosso... Deve ter muito olho gordo em cima da gente. Eu, hein!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Gravação

E de repente tudo faz sentido novamente!
Chega de bobagem, de paranoia, de papagaiada, de crisezinha! O meu problema eu já descobri qual é: o ócio involuntário da profissão! É isso! Bingo!
E como hoje tive um dia laborioso... deito com a consciência mais tranquila, mesmo sabendo que neste momento inaugura uma super balada sertaneja com show de Fernando e Sorocaba (odeio sertanejo mas adoro Bala de Prata e Ciumenta) e eu vou perder. Mas, ossos do ofício, e uma menina de família deve deitar e dormir em plena terça-feira à noite e não ficar partyando em festas open bar São Paulo afora...
Pela manhã montei minha mala já sabendo que não voltaria tão cedo para casa e fui até a já mencionada grande agência. Vários atores estavam lá para serem entrevistados e terem seus materiais entregues. Não sei no que vai dar. Dedos cruzados!
Almocei num por quilo qualquer e segui para a Record para uma gravação de dois dias que paga meu Blackberry (o roubado...), como protagonista, do quadro Sonhando Mais um Sonho do Gugu. Dentro da van com destino à Praça do Pôr-do-Sol e posteriormente ao Quality dos Jardins, tive o roteiro entregue em minhas mãos. E naquele momento começou a interiorização da personagem...
Vamos lá, a história real: Aline é uma contorcionista de circo que conhece seu futuro marido aos 17 anos. Casam-se e Gregory vai também trabalhar no circo, porém como eletricista. Tiveram seu primeiro e único filho, Samuel e quando este acabara de completar dois anos, Gregory morre eletrocutado. Uma tragédia! Aline então, passando dificuldades, escreve uma comovente carta ao Gugu, pedindo ajuda para consolidar o sonho da casa própria. Ele atende ao seu pedido.
Assim, hoje gravamos a cena em que Aline (eu!) acaba de ter seu bebê na maternidade e embebidos da alegria de formarem uma nova família, resolve dar o nome de Samuel ao pequeno. Foi comovente, embora com um ensaio e um take válido. Me assustei primeiramente quando, ao ter o bebê entregue aos meus cuidados, ele abriu o berreiro. Mas era fome! Uma mamadeira depois, ele voltou aos meus braços que nem um anjinho! Em seguida, aquela sala locada do hotel transformou-se no velório do marido. Nascimento e morte na mesma locação. Coroas de flores. "Saudades". Um caixão. Um ator de maquilagem pálida e algodão nas narinas. Sentimentos antagônicos que levaram a atriz às verdadeiras lágrimas. Tudo aquilo me era muito familiar... Os figurantes relataram que se emocionaram com minha tristeza, abraçada ao pequeno Samuel - agora de dois anos, apesar de o menino ter na realidade uns quase 4... -, que custou a parar quieto e várias vezes, por questão de segundos, quase me tirou da personagem. Um silêncio reinou no set mesmo após o "corta". Respeitaram o meu luto. Recebi os parabéns do diretor, que já conhecia o meu trabalho desde o "Um Homem Chamado Gertrudes". Me senti mais atriz!
Amanhã continua! A locação: o Circo Stankowich. A cena mais temida: a morte do marido... Mais lágrimas virão... Ainda bem que tenho muita inspiração para além do sofrimento de Aline... Experiência de vida ajuda muito nessas horas! Nada é em vão.
Eu preciso entrar logo numa emissora e trabalhar simplesmente t-o-d-o-s os dias! O foco é profissional!
Boa noite! E bom sertanejo para quem foi...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tempo

Dia 23 de novembro.
Passei o dia discutindo sobre o tempo. Sobre fases. Sobre idas e vindas. Sobre águas passadas. Sobre tempestades presentes. Sobre calmaria futura.
Meu pai hoje completaria 63 anos e pergunto: Como ele era quando jovem? O que ele almejava? O que queria sua geração? O que ele desejava para seus filhos? Será que o mundo já era assim?
Não tive tempo de descobrir essas respostas e hoje tudo o que eu queria era poder falar com ele, tirar pelo menos uma dúvida, que só um pai ou uma mãe podem sanar: o que eu estou fazendo de errado? Acredito que ele lá de cima assista a tudo e julgue com um olhar mais sábio do que nós terrenos... Será que julga? Será que me ajuda? Será que me aplaude? Como é que funcionam as coisas lá em cima? E como é que funcionam as coisas aqui embaixo? Porque eu não ando entendendo muita coisa...
As dúvidas nos fazem crescer, sabe-se bem, mas em um momento onde tudo é interrogação, fica difícil não querer voltar a ser criança e clamar pelo colo de papai e mamãe. Foi-se a fase! Te vira, playboy! Não é assim? Mas eu não queria que fosse assim...
Eu queria as soluções matemáticas, o resultado inteiro de x,y,z sem me preocupar com a cronologia das gerações que hoje são entituladas com letras. Se a Y está assim, tenho pena da Z... Meu irmão decidiu que não terá filhos pois o mundo está podre. Já eu, outro dia, quase incendiei os adolescentes no cinema que não pararam quietos com as gracinhas mais sem graça ao longo de um filme que exigia silêncio. Em um cenário de pandemônio pansexual, onde os significantes são muitos e os significados são parcos, "a estranheza tornou-se universal. Mas se todo mundo é estranho, então ninguém é", disse Zygmunt Bauman.
Devíamos resgatar heróis do passado? Devíamos criar novos? Ou devíamos desistir de vez dos ídolos e nos tornarmos nossos próprios guias? Em um mundo de ambivalências e celebridades, não encontro sumários, nem resumos muito menos bibliografia! Apenas o virar de páginas... páginas ora densas... ora vazias... rabiscadas... amassadas. Fica difícil escutar a voz da experiência. Que experiência é essa, se cada um tem seu próprio tubo de ensaio?
Mas sei que a leitura dessa epopeia continua! Quem sabe até vira filme?! E assim, só poderão criticar aqueles que na frente assistirem a tudo isso quando dirão: "que loucura!" ou "que obra de arte!".
Somos todos Macunaímas e a maioria nem sabe o que é isso...
Perdi uma importante referência masculina em fevereiro de 1994. Sinto falta de um ídolo que não fosse Ayrton Senna...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Senna

Fechei meu final de semana sentada no Kinoplex assistindo Senna e derramando só mais algumas lágrimas...
É complicado lidar com a cronologia dos fatos, principalmente sabendo-se o final da história. Assim como em Titanic torcíamos para Rose e Jack ficarem juntos e o navio não afundar... ou assim como se teme a queda do avião sequestrado no 11 de setembro em Voo 93... passa-se o filme inteiro ofegante evitando o martelar do fatídico 1 de maio de 1994.
Me lembro deste dia apesar da pouca idade. Era aniversário de minha mãe. O Brasil não podia acreditar no que acompanhava ao vivo! Em um mundo tão carente de heróis, lá se ia o maior brasileiro...
Competir e ganhar era como uma droga: viciante! Ele sabia dos perigos mas não podia desistir. O gostinho da vitória não tinha nada igual, vitória que ele provou tantas e tantas vezes. Senna era um gentleman! Uma espécie rara... A humildade se estampava em cada sorriso, mesmo pilotando ao longo de sua vida, além da McLaren, jet skis, lanchas e Porshes... E que sorriso! Ao sorrir, fazia todo um país suspirar. Me recordo de almoços de família - em especial de um strognoff na casa de minha avó - para torcermos pela Fórmula 1. Uma vida levada tão cedo... Não era a hora... era? O esporte nunca mais teve a mesma emoção...
Todos saíram do cinema em silêncio. Dezesseis anos depois, o herói e sua trilha sonora ainda comovem... Vale a pena!

sábado, 20 de novembro de 2010

Um adeus precoce e várias lágrimas

Em apenas uma semana de uso, eu já havia desenvolvido uma relação muito próxima com meu Blackberry. Confesso que fiquei meio relutante nos primeiros três dias, evitando descobrir os atalhos e funções, ainda meio atordoada com tanta tecnologia. Mas a partir do momento que vi como rádio é a salvação da comunicação, que falar de Nextel para Nextel de mesmo DDD não custa nada e que bbm é muito mais prático do que ICQ, MSN e SMS juntos, me apaixonei e carregava meu celular como um bibelô... Já havia passado meu novo número para quem interessava e pedido para excluírem o número da Oi. Uma nova era com Nextel!
E ontem era um dia de celebração! Primeiro porque escolhi quinta-feira meu dia oficial de balada e segundo porque uma das melhores agências de atores de São Paulo finalmente me ligou para que eu leve meu material e façamos uma entrevista na terça-feira que vem. "Temos te visto bastante na televisão", disseram. Assim, fui para a casa noturna que me acolhe toda semana, especialmente porque não tinha nenhum compromisso nesta sexta.
Depois de muita música e boas risadas, entro no carro rumo a minha cama quando abro a bolsa e não encontro o meu querido Blackberry. Desespero. Conferi mais uma vez. Nada. Revirei a bolsa. Não dava para acreditar! Roubaram o meu Blackberry em plena Kiss ´n Fly! Lágrimas... e quantas lágrimas! Nem havia pagado a primeira parcela... dez ainda virão de um aparelho que agora pertence a algum ladrão... Com raiva de Deus e o mundo e principalmente me martirizando por ter levado meu celular para a balada - o que nunca faço mas ontem pareceu necessário -, cancelei o número e fui dormir já inchada de tanto chorar. Sonhei o tempo inteiro com meu querido, que o haviam encontrado e que tudo não passava de um pesadelo... Mas ao acordar, me deparei com o Ching-Ling sobre meu criado-mudo e constatei mais uma vez o quão triste é a realidade. Pulei da cama, vesti a primeira roupa que vi e resolvi parar de sofrer, passar uma borracha no passado e rumar ao futuro brilhante com um segundo aparelho, enfiando a mão no bolso, fazer o quê! Após andar uns vinte e cinco minutos pela Faria Lima, chego na loja da Nextel e tenho a feliz notícia de que o sistema se encontrava fora do ar, em todas as lojas da cidade. E assim ficou, até às 19h, hora em que fecham as lojas que reabrirão apenas na segunda-feira.
Resumindo... eu me ferrei! Sem ninguém para passar a mão na minha cabeça. Podendo ter perdido algumas ligações nesta sexta-feira. Sem previsão de trabalhos para as próximas semanas. Um prejuízo sem precedentes. "O que posso fazer para te animar?", se preocupou um querido amigo depois de sentir minha tristeza ao longo do dia. "Deus dá em dobro", me disse um outro. Será?
E assim entro com o pé esquerdo no meu final de semana... Após um dia de jejum - eu perdi o apetite, acreditam? -, me atraquei na comida e nas barras de chocolate que há meses enfeitavam nossa mesa na cozinha agora à noite. Não deu para segurar.
Complicado... Dog days happen!
Ainda bem que já vou dormir e amanhã será um novo dia, de um novo tempo, que começou... nesses novos dias, as alegrias serão de todos, é só querer...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Corrida o dia inteiro

Não sei se isso se chama organização ou paranoia, mas sempre fui metódica com horários. E desde que cheguei a São Paulo - o que naturalmente causaria uma pane geral e um natural relaxamento com o relógio - me tornei a pessoa mais pontual do universo. Tá, mentira, confesso não poder competir com os ingleses nem japoneses, mas pontual, eu sou! E isso é uma tarefa árdua, já que a cidade conta com vários agravantes como chuva, trânsito, sequestro, enfim. E hoje estava tudo cronometrado na minha cabeça! Minhas oito horas de sono, meu almoço, meu banho, minha maquilagem, meu cabelo, minha ida até Santa Cecília para trocar os dvd´s book que não vieram exatamente como pedi, minha ida até a Barra Funda e minha viagem até o SBT. Mas... no meio do caminho... a 9 de Julho não andava. E isso ferrou todo o meu cronograma! Chegando no metrô Santa Cecília às 14:35h, eu tinha exatos 25 minutos para ir de encontro aos meus dvd´s, fazer as devidas trocas, voltar para o metrô, andar duas estações e desembarcar na Barra Funda. Ouviu bem? 25 minutos. E nessa vida, meu amor, a gente faz render cada tic-tac do relógio! Corri. Mas corri... Suei. Suei mais ainda. Com os cabelos molhados, desviava das pessoas nas calçadas que de acordo com Murphy pareciam estátuas. Dei alguns empurrõezinhos, levei algumas broncas, mas às 14:57h estava com os pés onde deveria estar. Rádio daqui, rádio de lá (sim, porque agora tenho Nextel e estou sendo muito bem-vinda ao clube!) para saber de onde saía o ônibus de funcionários para a emissora. Quando finalmente consegui achar a bendita plataforma 8, ofegante igual a uma louca desvairada, vejo um Osastur passando ao meu lado. Olhei para ele. O motorista olhou para mim e buzinou, querendo dizer: "Mocinha, você vem?". Continuei correndo. E sim, era o ônibus onde eu precisava subir... Foi embora. Rádio mais uma vez e a agência me passou o caminho alternativo. Subi no trem, passei por estações nunca dantes navegadas, perguntei, procurei, andei, corri e ufa, subi num ônibus em um lugar que não faço nem ideia de onde seja. Desci na estrada. Andei uma passarela. Peguei uma lotação na estrada. Aportei no SBT às exatas 16h. Ninja! Depois de muito respirar e de dar folga para os batimentos cardíacos, retoquei minha maquilagem, comi um Polenguinho para não cair de hipoglicemia e vamos encontrar a produtora de elenco? A encontrei nos corredores, fui levada para uma sala e tenho a grande surpresa de ser novamente apresentada para alguém que já me conhecia de um teste enfadonho de uma outra emissora do ano passado... Coincidência? Mas lhe disse que muita coisa mudou, muita coisa aconteceu, eu mudei! Conversamos sobre possibilidades, entreguei meu material e agora é cruzar os dedos para a introdução da música Black Balloon do Goo Goo Dolls que está no menu do meu dvd agrade a quem assistir! Não sei se esse reencontro foi positivo. Talvez melhor se fosse um produtor novo? Não sei... não sei. Só o tempo dirá! Saí de lá com uma question mark na cabeça mas resolvi não pirar na batatinha. E não vi ali nenhum traço da crise do Senhor Sílvio Santos e do Banco Panamericano. E ainda tive tempo de chegar a um teste na Cidade Jardim que finalizava às 19h... Depois de algumas ceninhas improvisadas, voltei para casa às 20h ávida pelos meus tênis e fui descarregar tudo o que se acumulava aqui dentro: cansaço, medo, ansiedade, carência, esperança... Corri com uma velocidade inédita embalada pelas melhores músicas...
Foi um dia e tanto!

Suada, irritada, acabada, mas pontual. Isso sempre!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

É por isso também que amo São Paulo...


A multidão para ouvir a cantora americana. Era muita gente!


Voltei!

Estou há exatos 36 minutos pensando no que escrever... Me falta inspiração. Ou talvez sobre medo da polícia que ronda o mundo virtual... Tenho vontade de me abrir e imediatamente me fechar, de cantar conquistas e possibilidades misturado a ganas de apagar certos sentimentos para não me expor tão cruamente. Para alguns isso se confunde com exibicionismo. Para outros paranóia. Mas para mim isso é terapia.
A sala está escura e iluminada apenas pelas luzinhas da árvore de Natal. Depois de anos incontáveis, montei novamente uma! O feriado foi tranquilo e tivemos tempo de fazer tudo o que planejamos na capital cinza e vazia. E sábado foi dia de almoçar em alguma opção barata pelos arredores de casa e comprar a árvore de 1,5m com todos os efeites que ela merecia, ampliando assim a sensação de "lar, doce lar!" no apartamento do Itaim. Me lembrei das vezes em que eu, criança de tudo, descia sozinha até as Lojas Americanas no centro de Ribeirão para comprar os enfeites que faltavam para animar a casa no último mês do ano. Mas este ano tive companhia! E agradeço por isso! Ligar o pisca-pisca na tomada é um prazer assim que o sol se põe...
Fomos ao cinema, corremos, alguns restaurantes, show gratuito de Jesse Harris e Norah Jones e sua voz aveludada no parque, muita conversa, muita risada, muito sono, muitos sonhos, muita cama... O despertador não teve voz ativa nesses últimos dias! Declaramos a nossa própria independência no feriado de Proclamação da República mas depois voltamos atrás, porque a gente depende de muita coisa... A gente depende de gente. A gente depende é da gente, isso sim!
Sei que ainda é cedo para fazer o balanço de 2010 mas agradeço todos os dias as oportunidades que tive e que graciosamente continuam me aparecendo. 2010 ainda não acabou! Às vezes parece filme e tenho medo de contar vitória antes da hora. Mas para mim, nesta altura da vida, ter esperança já é vencer.
Por que digo isso? Pois amanhã irei munida de meu material todo refigurado e com o coração mais aberto do mundo conhecer a produtora de elenco do SBT. Pode ser uma questão de empatia. De simpatia. De necessidade... E daí, tudo pode acontecer! Às 16h baterei nas portas da emissora que pede arrego...
Passei os últimos dias da semana passada postando meus vídeos da Brinquedos Bandeirante no Youtube, Facebook, Orkut, aqui no blog... Que orgulho!
Me disseram outro dia que autoconfiança era tudo. Para se ter boas ideias, conquistar oportunidades, fechar grandes negócios! E esta eu digo que não perdi jamais! Mas a confiança no outro... este sim pode ser um problema! Mas enquanto isso, continuo a ter a tão famigerada paciência, respiro fundo, procuro acreditar no horóscopo quando a mente se limita ao realismo e não fico parada. Tu dormes e o tempo anda...
Grandes coisas virão!
Em 2011, a coisa vai ficar séria. Eu já disse isso, né? Eis o segredo do Segredo!
Boa quarta-feira!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Palavras ao vento

Nunca o mundo se comunicou com tamanha velocidade como hoje. Nunca pessoas em extremos opostos do globo conversaram com tanta eficiência. Nunca pessoas se viram, mesmo que a léguas e léguas de distância umas das outras, com a exata nitidez que nossas webcams hoje oferecem. Nunca digitou-se tanto. Nunca seu celular tocou ou apitou tanto como hoje toca e apita. Nunca imaginou-se que a disseminação de ideias chegaria ao patamar que hoje se encontra, amparadas em twittadas, blogs, posts, scraps, bbms, SMS, tudo em questão de segundos! No entanto, a palavra perdeu qualidade e se confundiu com quantidade... Digita-se muito. Conversa-se pouco. Entendemos menos ainda...
Numa mesa de restaurante: o pai, a mãe e a filha de 3 anos. Uma suculenta massa na mesa, os copos cheios. Os pais trocam algumas palavras - talvez porque o restaurante ainda mantivesse a qualidade da tradição e o prato estivesse de morrer - mas enquanto o almoço acontece, Xuxa se faz presente pelo dvd colocado na frente da criança, sentada em seu cadeirão. Mas era domingo. Almoço de domingo! A Xuxa devia estar com Sasha, na sua mesa de trinta lugares na extinta Casa Rosa, não naquela trattoria. Não dialogando virtualmente com a pequenina, silenciosamente obediente em sua bolha. Por que virtual se não real?
Sala de estar: a mãe e a filha, ambas de banho tomado após um dia laborioso. A mãe assiste atentamente à novela, enquanto escuta-se, a alguns passos ao lado, o tilintar das teclas do laptop que não param. Uma redação é escrita em cada caixa de diálogo, não sabe-se bem o quê nem com quem, mas janelas piscam a cada minuto e uma nova conversa é iniciada. Mãe e filha mantêm-se em silêncio. Uma não sabe do dia da outra. Não sabem dos problemas. Nem das novidades.
MSN: Um aqui outro lá. Escreve-se, escreve-se, hahaha aqui, rs ali, comentários, histórias, convites, elogios. Palavras escritas, não ditas nem escutadas muito menos executadas. Palavras não mencionadas, como se não existissem. De momento. Descartáveis. Fala-se muito e quer se dizer tão pouco... A prática não segue o discurso e sabe-se lá porque então conversa-se tanto.
Mas... conversa-se?
Num mundo de limite de caracteres, as verdadeiras palavras perdem terreno para leviandades e para abreviações internéticas. Estamos já no findar de 2010 mas para mim as palavras ainda machucam. Ensinam. Palavras vendem sonhos. Criam desejos. Transmitem emoções. Contam experiências. As palavras não se perdem já que salvas pela memória, mas nesta sociedade do "novo novo" e da enxurrada de informações, a memória é curta e necessária quando convém. Ouve-se muito e escuta-se pouco.
Mesmo em tempos onde a liberdade de expressão é um conceito basilar da humanidade iluminada, ainda temos que segurar as palavras e manter um jogo de aparências. O politicamente correto ainda policia os pensamentos e sentimentos, e até o chorar é visto como uma fraqueza do sujeito. Assim, como em uma brincadeira de adivinhações, tentamos decifrar razões por detrás das palavras mal ditas, sentimentos mal expressados e promessas não cumpridas. Nem sempre o mundo está preparado para ouvir as suas verdades. Ou as minhas, sei lá. Por que falar se não se sente? E por que não falar se realmente se sente?
E ter um blog me faz pensar: será que devo continuar a escrever, mesmo que guardas rondem minhas divagações e fantasmas gorem minhas convicções?
Prefiro o silêncio às palavras ao vento. Palavras não são lixo. Hoje, as bem ditas são luxo....

domingo, 7 de novembro de 2010

O chá de cozinha

Vivendo e aprendendo.
Hoje embarcamos 5 meninas em uma van que supostamente deveria ir completa rumo à fazenda. Cada uma com seu presente em mãos, utensílios utilíssimos para um jovem casal, sem saber direito o que é que nos esperava. Sacrifícios foram feitos, pois foi-se o tempo em que as agendas de tempo e espaço eram mais próximas, mas não poderíamos perder nosso primeiro chá de cozinha por nada. Como eu disse para a noiva, "só se a Globo me chamasse".
Todas muito urbanas, encaixando seus saltos altos no chão de pedra, pedindo repelente contra os mosquitos ávidos por sangue novo, espantando a abelha aqui, tirando o besouro do cabelo, se assustando com libélulas ali e melando com o mormaço que reinou após dias de chuva na região.
Taças cheias, guloseimas por todos os lados e começam as brincadeiras com aquela que em breve, terá um novo sobrenome. Acertar os presentes e quem havia os dado. Errou? Bebe! - de uma caneca de um formato politicamente incorreto que também assustava a avó já preocupada com o que a neta era "obrigada" a tomar. Uma carta da irmã que está longe e lágrimas incontroláveis escorriam pela face da noiva, da mãe da noiva, das primas e amigas da noiva. E bebe "para esquecer" a saudade. Perguntas sobre o noivo e se errar, cadê a caneca? "O que ele mais gosta em você?" e ela respondeu: -"Ah, hoje acho que minha bunda!", enquanto ele docemente respondeu: "O jeito meigo de dizer que me ama"... E dá-lhe risada! A noiva entrou na fonte para pegar um dos três peixes com a mão, dançou no ofurô, teve no corpo desenhos "obcenos" feitos com batom, fez declarações de "como é grande o meu amor por vocêêêê" à mãe e discursos de amizade às amigas ali cativas, relembramos histórias de um passado ainda muito presente, como a dor de barriga na escola, as festinhas escondidas do pai, os amassos escondidos de todos, e assim vai... Resultado final: vodka faz mal a quem só bebe cerveja, pois a noiva passou mal, mas se recuperou e acabou a noite dançando seu sertanejo preferido; beijos, abraços, risadas e lágrimas, que jamais serão demais; laços cada vez mais apertados; quilinhos também a mais adquiridos com tanta pizza, hot dog, churros, cheeseburguer, bolo, cascata de chocolate, frizante, cerveja, refrigerante; aprendizado sobre chás de cozinha; medo de crescer e de repente não encontrar a felicidade que aquela linda noiva desfrutava; indagações sobre amor e casamento; respostas esperançosas.
Ainda me lembro de quando brincávamos de escolinha... da primeira vez que fomos ao shopping e nos sentimos tão adolescentes quando nem seios ainda tínhamos... das colas que eu passava para ela nas provas... das lapiseiras incrementadas com que ela me presenteava... de contarmos nossos primeiros beijos... nossos primeiros amores... E a coisa foi se complicando. Nós continuamos crescendo. E hoje a vejo, com aliança na mão, eufórica com a festa, com o vestido, implorando para ligar para o noivo no auge da bebedeira. Eu sempre soube que ela seria a primeira a casar. Eu sempre soube que estaria ali assistindo, sorrindo e aplaudindo, mesmo com as vidas tomando rumos tão diferentes. Eu amo a noiva. Eu amo minhas amigas.
Amizade, amor e casamento. Que sejam eternos enquanto durem! E que durem para sempre!

sábado, 6 de novembro de 2010

O.M.G!

Uma semana tão curta e tantos aconte- cimentos... A cabeça tem dificuldades de sintetizar os detalhes e as surpresas que envolvem a surrealidade da coisa.
Quarta regra- vei as apre- sentações para o site da produtora, desta vez sem chuva nem trovoada, apenas com mudança no figurino e o texto ainda na ponta da língua. Assim, acrescento mais um ítem no currículo e mais um material para portfólio. Os passos são curtos mas hei de achar o pote de ouro no fim do arco-íris...
Quinta-feira - que parece um prolongamento do dia de hoje, já que fechei os olhos por apenas duas horas e meia - foi a noite de David Guetta e Black Eyed Peas na Kiss ´n Fly. Incrível. Surreal. Ter Fergie, Will.I.Am, Akon e David Guetta a apenas alguns metros de distância, tocando simplesmente as melhores músicas de balada possíveis e rodeada das melhores companhias na melhor casa noturna de São Paulo não teve preço. Eu quero de novo... Dá para dar replay?
O telefone tocou para alguns eventos - não aceitei nenhum - e para uma terceira chamada de um casting em Santo Amaro para um cartão de crédito que já fiz semana passada e obviamente recebi mais um "não".
A passagem aérea para meu Reveillon em Punta del Leste já está comprada e ao brindar 2011, a história vai ficar séria. 2010 foi o ano dourado. 2011 é diamante. O céu é meu limite.
Depois de demorar duas horas suadas e meladas para chegar até a rodoviária, me encontro agora em terras caipiras - e agora molhadas - até segunda-feira.
E enquanto o mundo dá voltas, piruetas e twists carpados, assisto aos últimos meses de um ano já inesquecível, me surpreendendo com as maravilhas que a cidade grande me oferece: frio na barriga, pessoas, oportunidades, caminhos traçados, sonhos realizados. As coisas mais importantes na vida não são as coisas...
Bom final de semana!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sun In My Eyes (Myomi)

I’ve got to get out of whatever I’m in
Find a point with my way back to the beginning
I’ve had it up to here with being nowhere near
I’m through with making do,
I’m cutting to a point that’s new
‘Cos I am on the threshold of some brighter thing
Not many understand that all I wanna do is sing
My words hold me in place, they help to keep me safe
Push my back against the wall and catch me, if I fall
Catch me, if I fall
With the sun in my eyes and the world at my feet
My love’s in the music, the music’s in me
‘Cos what goes round comes back around
With the sun in my eyes and the world at my feet
My love’s in the music, the music’s in me
The sun in my eyes...

Catálogo Decathlon


Feriado Pro (-dutivo e -longado)

Sexta-feira, depois de mais uma noite memorável de Kiss ´n Fly, enfrentei a estrada e desbravei o interior. Ribeirão estava uma estufa, como sempre! Reclamei todos os dias do calor, da falta de vento, do meu inchaço e com isso pode parecer que eu estivesse desmerecendo a cidade que tanto amo e da qual nunca reclamei, mas querendo ou não, a gente se acostuma ao clima e à cidade de São Paulo...
Um feriado tranquilo, de família, Atividade Paranormal 2, churrasco, otorrino, vinho e camarão, melhores amigas, de um inédito "eu te amo" a uma tia-avó que às vezes parece duvidar de nossos sentimentos, de calorosas discussões sobre amor e traição, de fotos descobertas num baú de recordações e de frio na barriga por não saber o que será que será...
Peguei em mãos o primeiro convite de casamento da turma. Está chegando! E não sei se embebida da felicidade alheia ou um pouco mais esperançosa sobre o futuro, folheando uma revista encontrei meu vestido de noiva. Pausa: noiva? É... Essa história toda de casamento, festa, vestido, igreja, alianças e promessas de "para sempre" nunca me convenceu, vocês sabem bem... Mas, como nessa vida nunca podemos dizer nunca, arranquei a página da Hola! referente ao casamento de Mena Suvari e a guardei na última gaveta do criado-mudo. Se um dia... algum sapo virar príncipe, Balenciaga não terá grandes dificuldades de costurar o meu tomara-que-caia.
Assim, retorno à capital já com data marcada de retorno para o interior, sexta-feira, para o primeiro chá-de-cozinha. "Levar traje sensual". Ok!
Sem mais brincadeiras. A vida adulta já começou.
Boa quarta-feira com cara se segunda e gostinho de prematuro final de semana!