quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ator e Celebridade

"O ídolo a gente admira e a celebridade a gente inveja."
"Mais fácil é ter notoriedade, difícil é ter respeitabilidade.", diz sempre Fernando Leal.
O ator - ou aspirante a - se confunde com o sonho da fama, se esquecendo da qualidade da carreira a ser construída. Nos miramos em grandes astros e nos grandes filósofos e autores que pensaram sobre a arte de interpretar. Pensamos em Shakespeare, em Ésquilo, Goethe, Alexandre Dumas, em Fernanda Montenegro, Marlon Brando, Clint Eastwood, em Wagner Moura, mas nos esquecemos sempre do primo pobre do qual descendemos: o bobo da corte. O glamour agora atribuído à trajetória do artista global destoa da trajetória de séculos do ator marginalizado, do cheiro de bosta que preenchia os teatros quando o público era grande, já que o meio de transporte eram os cavalos - e de onde descende o famigerado Merda! que tantos dizem sem saber o porquê. O ator tem que dar a cara à tapa, estar disponível a vaias e a elogios, descer do salto e não ter medo de perder a compostura tantas vezes não exigida e nem temer o ridículo. E daí se levarmos algumas tortadas na cara? A gente tem de sacodir a poeira e ir em frente, pois quem procura estabilidade, segurança e mão na cabeça, deve seguir qualquer carreira mas que não a de ator. Afinal de contas, é a única profissão que se ganha por ser um bom mentiroso - pelo menos legalmente: ser ator é bom porque brincamos de mentir e ainda ganhamos dinheiro com isso!
Como disse Plínio Marcos, o talento é mais um fardo do que uma felicidade. E é desta que estamos sempre, alucinadamente, correndo atrás. A felicidade de um dia bater no peito e exclamar: "Eu consegui!". Ou pelo menos a felicidade de ter a humildade de afirmar: "Pelo menos eu tentei!".
São essas algumas das coisas que estou aprendendo neste curso de tv e no curso da vida. Eita cursinho complicado esse, viu!