quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ansiedade

Hoje não acordei com nenhum telefonema. "Campanha política, filha... há uma redução de 20% na publicidade.".
Levantei já tarde e segui direto para minha ferramenta de trabalho - agora reconfigurado. Ainda estranho algumas mudanças mas ao deletar o Messenger Beta e instalar o normal, parece que as coisas começaram a se normalizar... Mandei e-mail para a responsável pelo engodo da noite passada, que ficou martelando e martelando na minha cabeça, perguntando quando o depósito do cachê seria feito já que contava com ele para contas imediatas, quando na realidade estou preocupada é em levar um calote. Nada. Também estou aguardando ansiosamente respostas douradas das duas grandes agências... Nada. Fiz então meu agora diário café com leite - que aliás, esqueci de comentar, estou viciada! É um santo remédio para intestino preguiçoso... não tem calorias... dá energia... diluído na bebida branca não é tão assassino para o branco do dente... é barato e tem o melhor cheiro do mundo!... Demorei para arrumar a cama. Demorei para comer alguma coisa. Demorei para fazer meu almoço. E minha ansiedade me prendia a pequenas tarefas, ajustes, verificações, mensagens, telefonemas...
Por volta de meio-dia me ligaram da agência do evento de quinta-feira no Jockey, avisando que o ponto de encontro seria na própria agência às 7 da manhã. Pera aí! Dois erros: primeiro, o Jockey fica a vinte minutos de casa; segundo, o horário combinado era 7:30h. E aí já cutucou a onça... Eu disse então que para mim o melhor seria seguir direto para o Jockey. "E o metrô Tatuapé, fica fácil para você?". Jamais. "Ok, então 7:15h no Jockey.". Pera aí... o combinado não era 7:30h? "Mas tem a entrega de uniforme e vão explicar a ação para vocês...". Ok, ok. Perderia 15 minutos de sono então, né, fazer o quê?! "E como é o uniforme?". Um vestido com uma malha por baixo e meia calça que eu deveria levar. Pera aí... quarto problema: Meia calça? Vestido? Às 7 da manhã no Jockey, embaixo de prováveis dez graus? "7 não, 7:15h.", retrucaram do outro lado da linha. Aí eu falei que não passava mais frio em evento e que muitas vezes é sacanagem colocarem vestido nas meninas enquanto o inverno castiga a cidade, mas que tudo bem, eu levaria algumas meias fio 40... O cachê é pago na hora, né? Combinado? Combinado. Uma hora depois, me retornam a ligação, pedindo desculpas pois o cliente havia cortado um certo número de meninas nessa recepção já que se tratava de um evento de curta duração, mas que tinham meu cadastro e me ligariam para futuros jobs. Ahã! E eu sou Mamãe Noel! O que acontece é... fui exigente e para eventos, infelizmente, clientes e agências preferem moscas mortas que quase gangrenam no frio sem reclamar, quase morrem de fome sem esperniar, vestem roupas à vácuo e não se importam, enfim, fazem de tudo por cachê, sendo ele alto ou baixo. Os tempos estão difíceis, ganhar dinheiro não está fácil, eu muito bem sei! Mas sou chata sim e por favor não me ofereça novas furadas, pois acho que meu currículo já está cheio delas... e eu também. Não vou me matar por conta de 120 reais...
Almocei, liguei no SATED para saber como dar entrada no meu DRT definitivo que venceu dia 12 de agosto, selecionei fotos e documentos para comprovação dos trabalhos realizados ao longo desse um ano de DRT provisório, levei um casaco e meu terninho na lavanderia e fui correr porque era o melhor remédio para os nervos que estavam à flor da pele... Não sei porque hoje tive vontade de chorar.
Peguei um ônibus, um metrô e andei quinze minutos só para ir até o curso de tv e cinema, mais dois ônibus para voltar para casa para finalmente ter em mãos o tão esperado DVD Book! Ah, como é difícil se ver em alta definição... Odiei meus braços na primeira cena. Com a segunda já estava acostumada - já até postei no blog. O monólogo... ai o monólogo... hoje eu faria diferente. E a Colgate já é carne de boi. Mas, enfim. DVD Book não é teste, não é crucial, é apenas uma apresentação que diz "Oi, sou isso aqui e posso ser muito mais se você quiser!". Pelo menos estou tentando me conformar com isso... Conversando e nos atualizando dos últimos fatos já que estou de férias do curso esse semestre, levei algumas broncas de Fernando Leal e dos queridos camera men, resumidamente dizendo "Da próxima vez vá de táxi". Mensagem captada.
Aliás... não sei o que acontece... eu acho que tenho dificuldade em conversar com os três. Sabe aquelas pessoas que são tanto e sabem tanto e automaticamente te colocam no seu devido lugar? Eu me sinto intimidada, assim como me sentia ao conversar com meus professores da faculdade. Tenho medo de dizer bobagem e pensarem: "Ai que menina besta...". Eles foram os meus mestres no último ano. Não é de se espantar.
Comprei mais uma bisnaga de Hirudoid e pouco me surpreenderá se me cortarem do desfile de sexta-feira. Minhas pernas estão horríveis como jamais estiveram, nem quando fiz esclerose de varizes - sim, eu confesso que fiz, lá em casa é genético, ué! - elas ficaram tão roxas! Até evito me ver de corpo inteiro nua na frente do espelho, pois a cada grau que giro, um novo hematoma é descoberto. Mas amanhã tenho a prova de roupa e "ensaio" do desfile e fico na torcida para vestir uma legging ou no mínimo, uma meia calça marrom...
Já tenho na agenda meu japonês preferido com duas grandes amigas amanhã à noite e conto os dias para voltar para o interior. Acho que estou precisando respirar o ar seco de Ribeirão...
Deus, livrai-me de toda e qualquer ansiedade... já é tudo tão difícil sem ela...