quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sal à agosto

O mês começou gelado. Mas caí da cama conforme o relógio despertou e tinha pela frente um dia quente com dois testes além dos afazeres diários e aqueles domésticos. Quando cheguei ao primeiro, exatamente às 9:37h com book na mão, tive a notícia de que sentiam muito, mas as meninas já haviam sido escolhidas. O teste acabara às 9:30h. Mas... "Têm que chegar na hora, meninas!", disseram para mim e a outras na mesma situação. Retruquei, delicadamente, mas retruquei: "É que o horário é sempre das 9 às 9:30h, mas o casting todas as vezes começou depois das 10h. Achei que poderia esperar menos dessa vez...". Respirei. Rabinho entre as pernas, book de volta na bolsa. Clamei por vingança. A minha salvação é que eu tinha um segundo teste, senão... A partir daquele momento até entrar no estúdio do próximo, tudo me irritava. O vento, os fios de cabelo que com o vento pinicavam meu rosto, a tela touch screen do meu Ipod que não obedecia aos meus comandos, os homens na rua, os assobios idiotas dos homens idiotas na rua, andar, os meus próprios passsos me irritavam! E jurei que esta marca "x" ainda vai implorar para que eu seja sua garota-propaganda quando estiver em um papel relevante na tv brasileira... Mas fiz um bom segundo teste. Quando pediram para falar tal "textinho" para a câmera, fui indagada: "Você é apresentadora também?". Sim, nesta vida fazemos de quase tudo... "Só do jeito que olham para a câmera a gente já sabe.". Ponto pra mim? Fui embora com o bom e velho "boa sorte!" e no caminho para o terceiro ônibus do dia antes das onze da manhã, uma chamada no rádio. Problemas com depósito de cachê. É cachê atrasado, é desconto no cachê atrasado, explicações mal dadas, um pré-stress que quase levou a um rompimento de contrato, uma conversa, muita calma nessa hora, tudo certo! Vim pelo caminho desejando mais do que isso. Desejando tanto que nem sei o quê... Assisti agora à noite, pela terceira, quarta, sei lá, quinta vez, ao À Procura da Felicidade e desejei, mais uma vez, ter uma história de sucesso depois de tanto camelar, assim como teve Chris Gardner. Será que é pedir muito? Tentando fugir no inferno astral, quis inovar para combinar com os dias de um dígito do mês de agosto e comprei arroz vermelho e abacate para fazer guacamole, que somados ao meu frango ao curry, dão um up na já cansada mão da cozinheira, aliados ainda a um novo clássico de cabeceira e maçã com canela ao forno depois do jantar. Amanhã não tenho teste. O mês além de gelado, começou também salgado...