terça-feira, 30 de agosto de 2011

Praia do Futuro: o que o futuro nos guarda?


Piscina com ondas

Tem gente dizendo por aí que desisti da carreira... Tem gente achando que eu morri. Mas não! Como uma fênix renasço das cinzas e alço vôos para o além-mar. Estava tudo tão tranquilo, beirando o marasmo, um quase suicídio, quando de repente, a avalanche despenca lá de cima e muda todo o roteiro ainda não escrito desses próximos dias. O mês que nem começou já começou movimentado! Depois de abdicar de uma sexta-feira agitada e permanecer o domingo com a tv desligada, estudei as nove páginas do roteiro e gravei o vídeo de treinamento de uma grande loja de departamentos na segunda-feira. O despertador tocou às 6h para que às 9h, eu estivesse linda e bela no Shopping Itaquera. Mais um território longínquo desbravado! Esta bandeirante que vos fala um dia vai merecer nome de rua... E começando às 9h, terminamos quando já passava de 22:30h. Todos exaustos mas com um bom trabalho no currículo! Assim, depois de receber como agradecimento o brinco incrível que usei durante a gravação e o adjetivo "excepcional", voltei feliz e moribunda para casa quando já passava de meia-noite e meia e ainda tinha uma mala para arrumar para embarcar no aeroporto de Guarulhos hoje, terça-feira, às 11:05h, para Fortaleza. E nessa terra quente aqui estou, escrevendo de um quarto no décimo andar de um hotel, meu marido no primeiro andar, minha filha no nono e meu moleque no quarto. Já venho paquerando minha cama há alguns minutos, já que ela será abandonada antes das quatro da manhã quando impiedosamente nos buscarão para gravar a propaganda de um famoso parque aquático. Família feliz, depois de um vôo de três horas, de uma tarde na Praia do Futuro, de alguma caminhada, de muitas risadas e um pouco de piscina. Amanhã tem muito mais! E continuo desbravando o Ceará até quinta-feira, agradecendo cada minuto por um dia ter desistido de ser trainee de alguma multinacional... Boa noite!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

E daí?

A gente fala que vai parar. A gente faz planos pra mudar. Aí a gente bate no peito e assume que é assim e que vai ser sempre assim. A gente fala que é o que não é, a gente quer e diz que não, diz "não" e faz sim. A gente é uma mistura de incongruências num quadrilátero equilátero. A gente roda a roda e acaba encurralado num ângulo agudo e de repente se lembra de que círculo não tem ângulo! O que a gente é? A gente muda a trilha sonora e vê o mundo de outra forma, nem quadrado, nem redondo. A gente se diz casca grossa mas derrete mais rápido que manteiga. A gente vende a alma ao diabo, ele compra barato mas sai caro, porque a gente é uma mistura de céu e inferno que nem o Beuzebu pode entender! E daí se eu cometer os mesmos erros que jurei há pouco tempo que jamais cometeria novamente? Mas tá tudo bem, mesmo porque depois a gente se arrepende... E daí se a gente gargalha querendo chorar e se chora depois de rir? Aí a gente canta um sertanejo, aumentando meu desejo e se descobre romântica e acha que o mundo é romântico e que uma hora vai parar de girar... Mas e se não der certo? Aí tem sempre o plano B. Ou o C... E uma infinidade de outras letras e outros alfabetos. E também tem aquela música: "E daí? Se eu quiser farrear, tomar todas num bar, sair pra namorar, o que é que tem?"... Eles falam que o que vai volta, mas às vezes o que fica não vai, ou o que foi não voltou e a verdade é que eu não sou de ninguém. Sabe o que que é? É que a gente é tudo e não sabe de nada. Que tem louco pra tudo e que só os loucos sabem. Enfim... Não existe conclusão nem final feliz. Mas enquanto tentamos achá-los, inventamos. Afinal, viver é isso. E a gente pode ser tanta coisa...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Histórias...

Ai se não fossem as histórias... A vida seria sem graça, a imaginação seria rasa, a infância uma mera lembrança... Somos o que somos porque vivemos as histórias que lembramos, porque temos culpa na história que contamos, porque história é adição de fato mais sensação. E se as pessoas que recheiam nossas páginas desse livro chamado vida são personagens especiais, um simples passeio no parque vira uma lendária aventura na selva, um dia nublado de aula dá margens a um conto de terror no castelo do Drácula e um diálogo o início de um amor ou da amizade, sabendo-se lá em qual ponto eles podem se cruzar... Uma palavra mal dita pode ser hoje um trauma engraçado, uma piada inocente uma facada bem dada, um beijo ardente um romance mal contado... Reuni neste final de semana a turma da 8a série. E onze anos se passaram desde que abandonei o colégio católico para me embrenhar num glamouroso ensino médio - que a gente chamava naquela época de colegial... Que delícia! Poesia nem foto nenhuma traduz o reencontro. Todo mundo igual e todo mundo tão diferente... Um churrasco para além da carne, dos pães, das muitas garrafas, do vinagrete. Aqui ainda bate um coração Marista!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quem matou Norma?

De vítima já chega a Norma...
Como ontem os astros ainda não tinham aliviado minha barra, resolvi dormir antes de meia-noite e meia. Eu estava com sono devido à noite de domingo pouco dormida e despertada com mais uma boa notícia de "estar editada" em plena segundona e o dia de hoje prometia... Luz apagada. Roupa de cama cheirosa. Meus travesseiros. Mas... Meus pensamentos! Rola daqui, rola dali. Levantei para ir ao banheiro. Uma. Duas. Três vezes. Carneiros, elefantes, girafas... Contei toda a Arca de Noé e depois... Fome. Mandei um e-mail urgente para a produtora do teste da manhã e pedi que me aliviasse uma hora. Consegui embalar quando já passavam das três... Terça-feira. Dois ônibus e uma hora e quarenta depois, cheguei ao SENAC para um teste de um curta que muito me interessa: mortos-vivos. Certa espera, uma improvisação de uma carta de suicídio, muitas lágrimas e já passava das 13:30h. Um outro teste me esperava lá no Alto da Lapa. Uma trufa. Um ônibus. Uma caminhada. Outro ônibus. Calor. Muito calor. Restaurante. Outro ônibus. Alguns clicks e cinco e meia chegava no meu lar doce lar. Como podem imaginar, meu humor não estava dos melhores e troquei a corrida pelo sofá. Fiz guacamole - minha nova especialidade -, recebi via correio o catálogo lindo da Hipermoda, neguei um atraente convite de churrasco, assisti ao premiado Inverno da Alma e resolvi escrever, para esclarecer que não, não pulei da janela, nem fugi de barco, não matei ninguém e enquanto eu podia tá roubando, continuo fazendo meu trabalho honesto. Já tenho na agenda de amanhã um daqueles testes que já fazem valer o dia e estou numa DR séria com os astros. Três semanas na pele de vítima não dá. Boa quarta-feira! Eu confesso que gostaria muito, muito mesmo de gritar gol amanhã. Será?

domingo, 14 de agosto de 2011

A vítima

Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos. Neste caso, estou aqui para gritar meu ódio ao mundo e aos homens - mas fiquem tranquilos, que ele é passageiro. Já completo duas semanas no mais completo inferno astral e odeio também os astros por isso. Fazer papel de vítima não é comigo, mas nesta noite, estou sem saída. Tudo parece errado... Meu pensar, meu agir, meu sonhar. Mas é quando me lembro de que o inferno são os outros e tiro o peso das costas. Mas se eles ou eu, o negócio é que a coisa anda braba. Que coisa? Ah... tudo. Ou nada. Sinto muito, mas não tem como manter o pensamento positivo 24h por dia, senão seríamos todos monges tibetanos. E então bate aquela solidão, mesmo podendo você estar cercada de pessoas e risadas e convites vip. A lembrança do alguém passando a mão na sua cabeça e te dando um beijo provando que tudo vai ficar bem bate à porta e aumenta o significado de "estar sozinha". Querer não é poder, senão eu poderia tanta coisa... Amanhã completo dezessete anos sem motivo para comemorar o Dia dos Pais e penso no que isso me afetou. As raízes são profundas e gostaria de uma análise gratuita, por favor. Estou à procura de feedbacks. Não de sugestões, nem de críticas, obrigada! Mas preciso de respostas e conclusões do que anda por aí inconclusivo. Não gosto de lacunas e quero preenchê-las com o conteúdo mais verdadeiro que tiver. Banho de sal grosso não adiantou. Eu sei do que preciso. E não preciso falar. Obrigada por lerem e de algum modo compartilhar. Hoje sou a vítima. E este não é meu papel preferido. Por gentileza, mudemos a página deste roteiro! Bom domingo!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Um post obscuro

E a partida continua... Ora esquenta, ora esfria. A torcida se levanta depois volta a sentar. Bocejos são percebidos aqui e acolá. Mas uma corrente de fé faz a movimentação aumentar. Chute daqui, chute de lá. Na trave! De novo, na trave. Chute na trave não conta pontuação no campeonato. Dá emoção, mas até que ponto emoção enche barriga? Me lembrei que não, emoção não enche barriga. E não paga aluguel. Nem fatura de cartão. Sabe o que ela enche? Enche o saco. E os pensamentos positivos que minha irmã tanto me falou para carregar parecem não ter adiantado muita coisa. Hoje desejei ter a turma do escritório e trabalhar de saia lápis e blazer. Eu quero gol. Mas golaço, sabe? Eu não duvido da garra do jogador. Eu temo é o apito do juiz. E as regras desse esporte. Alguém, por favor, me dite as regras. No meu manual hoje, além de paciência, não tem nada mais. Aliás, acho que hoje, nem precisa de mais. Ela me é suficiente. Não sei amanhã... Amanhã é outra história. Outro chute. Outra esperança de gol. Ele tá entalado na garganta, querendo gritar! Ninguém disse que seria fácil jogar... Boa quarta-feira!

sábado, 6 de agosto de 2011

Sétimo dia

E na luta contra o luto, não falar oculta verdades, porque a verdade dói. A cada vez que escutava o nome da boca do bom padre a realidade dava suas caras e desnudava aquilo que por um instante parecia distante, como uma ausência efêmera que terminaria como um alegre retorno de viagem. Mas de efêmero, só a vida. O resto é saudade.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sal à agosto

O mês começou gelado. Mas caí da cama conforme o relógio despertou e tinha pela frente um dia quente com dois testes além dos afazeres diários e aqueles domésticos. Quando cheguei ao primeiro, exatamente às 9:37h com book na mão, tive a notícia de que sentiam muito, mas as meninas já haviam sido escolhidas. O teste acabara às 9:30h. Mas... "Têm que chegar na hora, meninas!", disseram para mim e a outras na mesma situação. Retruquei, delicadamente, mas retruquei: "É que o horário é sempre das 9 às 9:30h, mas o casting todas as vezes começou depois das 10h. Achei que poderia esperar menos dessa vez...". Respirei. Rabinho entre as pernas, book de volta na bolsa. Clamei por vingança. A minha salvação é que eu tinha um segundo teste, senão... A partir daquele momento até entrar no estúdio do próximo, tudo me irritava. O vento, os fios de cabelo que com o vento pinicavam meu rosto, a tela touch screen do meu Ipod que não obedecia aos meus comandos, os homens na rua, os assobios idiotas dos homens idiotas na rua, andar, os meus próprios passsos me irritavam! E jurei que esta marca "x" ainda vai implorar para que eu seja sua garota-propaganda quando estiver em um papel relevante na tv brasileira... Mas fiz um bom segundo teste. Quando pediram para falar tal "textinho" para a câmera, fui indagada: "Você é apresentadora também?". Sim, nesta vida fazemos de quase tudo... "Só do jeito que olham para a câmera a gente já sabe.". Ponto pra mim? Fui embora com o bom e velho "boa sorte!" e no caminho para o terceiro ônibus do dia antes das onze da manhã, uma chamada no rádio. Problemas com depósito de cachê. É cachê atrasado, é desconto no cachê atrasado, explicações mal dadas, um pré-stress que quase levou a um rompimento de contrato, uma conversa, muita calma nessa hora, tudo certo! Vim pelo caminho desejando mais do que isso. Desejando tanto que nem sei o quê... Assisti agora à noite, pela terceira, quarta, sei lá, quinta vez, ao À Procura da Felicidade e desejei, mais uma vez, ter uma história de sucesso depois de tanto camelar, assim como teve Chris Gardner. Será que é pedir muito? Tentando fugir no inferno astral, quis inovar para combinar com os dias de um dígito do mês de agosto e comprei arroz vermelho e abacate para fazer guacamole, que somados ao meu frango ao curry, dão um up na já cansada mão da cozinheira, aliados ainda a um novo clássico de cabeceira e maçã com canela ao forno depois do jantar. Amanhã não tenho teste. O mês além de gelado, começou também salgado...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nos finalmentes de Madame Bovary...

"[...] e, realçando com isso o orgulho, nunca sentiu tanta estima por si mesma e tanto desprezo pelos outros. Qualquer coisa de belicoso a dominava. Queria bater nos homens, cuspir-lhes na cara, triturá-los a todos; e continuava a caminhar rapidamente, pálida, trêmula, enraivecida, perscrutando com olhos rasos de água o horizonte vazio, e como que se deleitando no ódio que a sufocava."