quarta-feira, 29 de junho de 2011
Ser/Estar
Ser é diferente de estar? Se me perguntam "Estado civil?" eu digo "solteira", mas se me perguntam: "Você está solteira?" eu posso responder apenas que "sim" ou então reformular a frase e dar pano pra manga dizendo "Eu sou solteira.". Neste caso ser é igual mas também diferente de estar. Existe uma permanência de vá lá quase três anos neste status e características e qualidades e manias dele decorrentes. Se conjugássemos o verbo to be, não teríamos esse problema. "I'm single!" seria uma simples questão de interpretação, de contexto, de intertexto, de subtexto... Mas, como a língua para as bandas de cá gosta de complicar, vamos lá! Existe também aquela história de "Solteira sim, sozinha nunca.". Hesitação. Reformulo: "Solteira sim, sozinha às vezes e qual o problema?". Existe algum problema? Aliás, existe algum problema em às vezes achar que não há nenhum problema? Uma segunda amiga na turma já vestiu a aliança de noivado. Algumas por aí já se encontram empolvorosas pelo fato de ainda não usarem uma. Outras andam empolvorosas por ainda não terem encontrado quem as faça usar uma. E poucas, como eu, andam, correm, voam por aí acreditando que um dia, quem sabe, encontrarão alguém que as fará num futuro distante desejar usar uma. Pensei sobre isso enquanto escolhia tomates no supermercado. Ser solteira e ser sozinha (e ser cozinheira e ser prática) é ter a esperteza de escolher os pequenos tomates para que cada um seja ingerido por inteiro na mesma refeição - o mesmo vale para as cenouras. É guardar o um quilo de filés de frango já temperados e separados um a um em papel alumínio e pôr no freezer - depois é só descongelar e fritar!. É comprar garrafa de 375ml de vinho, porque nem sempre precisamos de uma companhia para degustar uma ou duas taças que seja, e metade da garrafa de vinho de 750ml guardado na geladeira não dá... É dormir na transversal na cama e não escutar ninguém reclamar que roubaste o edredom. É acordar e dormir com a música que você quer, na altura que você deseja, sem precisar fechar a porta ou perguntar: "Você gosta dessa?". É isso e tantas outras coisas... Coisas boas, ruins ou simplesmente coisas. O Jornal Hoje de ontem fez uma reportagem sobre as comidas prontas em pequenas porções para solteiros e lembrei da relevância do assunto e por isso vos escrevo. Entendam: não estou levantando nenhuma bandeira, nem pedindo um cobertor de orelha, nem nada. É a minha realidade. E enquanto alguns outros pulam a cerca e mentem ou ocultam (especialmente neste caso mentir é diferente de ocultar ou vice-versa?) para degustarem um pouco dos benefícios desse "ser/estar", eu sigo fiel a mim mesma, à minha agenda, às minhas vontades, minhas manias, minha vida. São quase duas da manhã e amanhã o despertador finalmente tem hora para tocar para um teste de supermercado. Recebi a notícia de um tempo dobrado de veiculação de um trabalho, o que quis dizer o dobro do cachê. E isso já valeu o meu dia e aliviou o peso no bolso depois de gastar um tanto nas compras da semana, mesmo economizando no tamanho dos legumes e das bebidas. Boa noite! A gente se vê por aqui!
segunda-feira, 27 de junho de 2011
E começa tudo outra vez...
E começou o inverno. Acabou o feriado. Decreto o fim das comilanças e um novo mês se inicia antes de um velho terminar. Tomei o fôlego que precisava e volto para as bandas de cá com as malas cheias. O apartamento ganhou um silêncio que invade os ouvidos e aguça inspirações. Aspirações... Não tenho medo do que vem. Tenho medo só do que não vem. O livro dos "não's" se farta de tantas páginas e notas de rodapé e está na hora dos discursos de "sim's" e vitória e frio na barriga e tudo mais. Se julho é mês de férias, meu julho é mês de aula. A minha escola continua, os castigos também, os recreios, as tantas provas, as notas baixas e os "10" no boletim. Só não tenho hora para entrar nem sair. Mas o sinal continua tocando. Os professores falando. Colegas entrando e saindo. Os diretores mandando. E a aluna aprendendo... Sou eu a única a não reclamar que amanhã é segunda-feira? Está dado o play. Boa semana!
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Olha o feriado aí, gente!
E nesta brincadeira real de faz de conta, o meu elenco é especial! Tem maluco, tem madame, tem Maurício, tem atriz, pra brincar comigo... Mas não há nada como estar com quem se gosta e segundo meu horóscopo, estou na fase de me dedicar aos queridos, seja lá onde eles estiverem. Amigas especiais estiveram aqui no final de semana e agora é o feriado quando farei uma imersão no interior. Não vai ter gravação que vá me atrasar, nem compromissos chatos para me importunar. Serão dias para botar a vida em dia, a vida em seu sentido mais genuíno, longe das câmeras, das claquetes, sem maquilagem, sem texto nem subtexto. Assim que voltar, enfrentarei um mês atipicamente solitário no apartamento e aí não sei o que os astros e meu roteiro vão me reservar. Agora dou um pause. Volto a vê-los assim que der o play. Bom feriado!
sexta-feira, 17 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Crescendo e aprendendo
Em outubro de 2008 fiz meu primeiro workshop de televisão. Ainda era carne nova no teatro em Ribeirão Preto, apesar de já quatro peças no breve currículo. Mas eu já sabia o que queria ser da minha vida e estava só esperando o momento de pegar o meu diploma de bacharel em Relações Internacionais para guardá-lo no armário e vir tentar a sorte em São Paulo. O diretor era Roberto Jabor - com uma bagagem interessante e engraçadíssimo, por sinal - e ainda contamos com um bate-papo com um ex-galã da Malhação. Cheguei lá achando que fazer TV era fácil. Com os sete textos pré-enviados pela produção na ponta da língua, não tinha como ir mal. Mas teve como ir pessimamente mal! Foram um sábado e um domingo de esmagar o ego. Meu rosto redondo na câmera... Minha voz ainda me era tão estranha... A atuação? Eu parecia um pavão! Mexe daqui, mexe dali, levanta sobrancelha, gesticulava demais... Eu tinha pressa. Não respirava. E tinham tantas meninas lindas que ele elogiou... Levei muita bronca. Nenhum elogio. No primeiro dia saí arrasada. Meu ex-namorado na época foi me buscar e quando entrei no carro, desabei litros das lágrimas mais salgadas. "Eu não sirvo pra isso... Eu sou uma péssima atriz...", dizia aos prantos. Naquele momento eu me perguntava: "O que vou fazer agora?", já que até então acreditava que havia encontrado minha luz no fim do túnel mas de repente meu talento parecia não existir e eu não tinha um plano C. Ele me consolou, como tantas vezes fez ao longo de quatro lindos e frustrados anos, disse que eu estava exagerando e não sei mais o quê. Dormi triste. Mas ainda tinha o domingo! Era a chance de me redimir. E consegui uma cena boa que me fez respirar e acreditar que não, eu não era tão ruim assim... 2009. Malas prontas rumo à capital. Cheguei com sede ao pote, achando que as coisas poderiam acontecer num piscar de olhos, acreditando em scouters que me parariam na rua, em elogios frenéticos que prometem um papel na próxima novela das nove, em uma mudança no segundo semestre para o Rio de Janeiro - "onde tudo acontece!"... Meu primeiro curso aqui foi Fátima Toledo, que não me ajudou a solucionar meus problemas de atuação mas que me deu um chacoalhão e me fez abominar para sempre um tal de kundalini. Comecei o curso pré-profissionalizante de teatro no INDAC e tudo ia muito bem. Na ânsia de me apresentar para a mídia, enviei loucamente meu material - ainda pobre... - para um mailing interessante que havia conseguido por aí, e certamente uma tal de Valéria estava ali no meio. Por telefone num fim de tarde, ela encheu minha bola, disse que eu tinha atitude, um tipo físico interessante, bem brasileiro, uma carga de estudos muito bacana e que haveria testes para a próxima novela de Manoel Carlos. "Você teria como mudar para o Rio?". O prazo seria agosto. Mas para isso, precisaríamos gravar este monólogo com urgência já que em três dias ele deveria ser posto no Correio. "Você tem com quem gravar?" e obviamente eu não tinha. "Podemos fazer aqui no nosso estúdio, pelo valor de 145 reais.". Ótimo! Prático, não? Um texto me foi enviado por e-mail e cheguei em seu pequeno apartamento no Anhangabaú - era minha primeira vez no Centro de São Paulo - para gravarmos. Já passava das quatro da tarde. Conversamos. Ela me mostrou um e-mail desse tal de Luciano Sabino - que inclusive, viria em duas semanas dar um workshop em São Paulo - onde ele pedia os perfis que faltavam para a próxima novela. Não me esqueço da frase do fajuto e-mail que dizia: "Não queremos boi-de-piranha!", que a princípio não entendi, mas Valéria me explicou que não queriam carinhas conhecidas da televisão nem da publicidade. Até então meus únicos trabalhos na TV tinham sido no interior: propaganda da minha escola em 2001, propaganda do Shopping do Calçado de Franca em 2008 e um programa de esportes no canal local que não foi para a frente chamado Sport & Ação. Eu não era boi-de-piranha! Fomos então gravar o dvd book. Depois de gravarmos, me sentei no sofá e ela tinha lágrimas nos olhos. Sua filha de dez anos estava do lado. Ela me disse que eu era boa, para não desistir nunca, que eu tinha chance. Agradeci. Ela ficou de ligar caso tivesse novidades. E hoje vi como foi ridículo. Ainda bem que não mostrei aquilo para ninguém, nem nunca desovei as duas cópias que ainda me restam. Eu me apresentava "Olá, sou Stella Freitas, tenho 23 anos..." e dali já emendava no monólogo, falando diretamente para a câmera. É de doer! Além de que eu ainda não conhecia o poder de um corretivo, ainda carregava minha sobrancelha horrorosa, pesava uns cinco quilos a mais, não negava as raízes com o "r" do interior... 145 reais na lata por um dvd que certamente nunca saiu da gaveta daqueles picaretas... O sonho naquele momento me parecia tão perto e surreal! Ela nunca me deu um retorno sobre os futuros testes. Maio. Foi quando enviei minhas fotos para o produtor de uma outra grande emissora no Rio de Janeiro e fui lá fazer besteira na frente da câmera. Eu não estava preparada. Dias depois, fazia meu segundo workshop de TV da vida, agora com Luciano Sabino. Foi ali que descobri que não era bem assim, que era preciso muita calma nessa hora e que existia um cara chamado Fernando Leal. E lá se foi um ano e meio para conseguir entender mais ou menos o que é essa tal de televisão... É... Tempos depois descobri que essa mulher ilude muitos atores afobados, que logo se mudam para a capital carioca e moram em péssimas condições para serem figurantes de novela, ansiando o papel tão prometido. E nesse meio tempo fui parada sim no metrô por uma scouter, lembra? Mas de uma agência de modelos que tudo que queria era me vender R$280,00 em composite... Mas ainda bem que o tempo passa! E ainda bem que esse tempo me foi tão útil... Hoje tenho no currículo o elogio recente do mesmo Luciano Sabino - que riu em 2009 e disse nunca ter ouvido falar nessa tal de Valéria e muito menos na expressão "boi-de-piranha" - dizendo que meu monólogo foi "arrebatador". Hoje tenho meu cadastro na emissora prometida, direitinho, sem picaretagem nem grana envolvida. Mas tudo valeu a pena. Os tropeços, o dinheiro perdido, as lágrimas, as dúvidas, o medo, a pressa, a calma, a descoberta da paciência. Isso daqui não é uma corrida de cem metros, meu amigo, é uma maratona. E continuo correndo. Tem tanta coisa para eu aprender ainda...
quarta-feira, 15 de junho de 2011
O Meu Dia dos Namorados
Sábado caí cedo da cama. Tomei meu banho, me arrumei, fechei minha mala e pé na rua para enfrentar a suposta uma hora e quinze de ônibus como mostrava o Google Maps. Só para garantir, saí com uma hora e meia de antecedência, porque você sabe, de repente o ônibus atrasa, enfim... Meia hora passada no relógio e eu de pé no ponto. "Droga!". Era hora de pensar num caminho alternativo. Um táxi ficaria extremamente caro, especialmente com a maldita bandeira dois e um cachê que não era lá essas coisas... Assim, lá fui eu para a avenida pegar o primeiro ônibus que me levaria até o terminal para lá pegar um segundo que me deixaria na boca do gol. Às onze já estava tomando um cappuccino no restaurante do Auto Shopping Cristal Sul. Enquanto ajeitavam a luz, o fundo, as bandeirolas, os balões, ensaiei meu texto, retoquei a maquilagem, esperei que almoçassem e me preocupava o tic-tac do relógio, já que me prometeram que às 14h estaria liberada e ainda teria de enfrentar a rodoviária e um Rápido Ribeirão. 14:15h e nem tínhamos começado a gravar. Mas no que começamos, foi super rápido. Com uma plateia que não me intimidou, dancei um forró com uma vassoura, dei meu texto e finalizei com um "sô!" caipira seguido de uma piscadinha no final. Escutei um "Acertaram na escolha da menina!" do diretor, que se seguiu de um jóia para a menina que vos fala, almocei uma deliciosa feijoada, cordialmente me levaram até a rodoviária e às 23h já estava pronta para curtir o meu Dia dos Namorados. Fazia frio no interior... Escutei ao longo da noite buxixos do tipo "Essa menina não faz propaganda?", comentários e muita torcida pela carreira mas a festa não foi exatamente como esperava. Mas as companhias, ah, melhor do que cobertor de orelha! Li que não passamos Dia de Finados com nenhum morto, não abraçamos nenhum índio no Dia do Índio, não me enrolo na bandeira no Dia Da Bandeira, por que então não passar solteira o Dia dos Namorados? Se 12 de junho é o dia deles, todos os outros 364 são nossos! E para finalizar, melhor passar o Dia dos Namorados solteira do que o Carnaval namorando. Assim, sem dormir, almocei com a família, visitei vó, tios, tias, primos e cachorros e às onze da noite de domingo estava morta na cama, com o despertador já programado para segunda-feira bem cedo ir ao médico e ainda voltar a São Paulo a tempo de fazer um teste para banco. Não tive tempo de fazer nada mas deu pra fazer tudo... Quando faltava meia hora para o fim, peguei minha claquete e fiz a pose que pediram. De perfil do lado direito com o dedo direito para cima. "Droga!", justamente a unha que tinha acabado de quebrar! "Duas vezes droga!", justo o meu pior perfil... Não peguei, claro. Eu poderia ter ficado mais em Ribeirão... Mas aproveitei o fim do dia para preencher a geladeira e a semana poderia então prosseguir normalmente. A resposta daquele tão esperado teste saiu e se não esbanjei nenhuma alegria, nem precisaria dizer que mais um "não" veio para a minha abarrotada lista da rejeição. Os dias que seguem parecem mornos. Sinto falta dos pontos de ebulição das semanas passadas. Nunca sei o que o termômetro me reserva. Mas de pantufa no pé, espero. Faz parte da profissão. Boa noite!
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Hoje é sexta-feira...
Hoje, uma sexta-feira de uma semana que não quer parar. O final de semana não significa descanso nem fim de labor. No meu caso, significa mais correria e trabalho. A maré está alta e tô deixando a onda me levar. Posso dizer até que estou aprendendo a ser uma big rider. Para uma sexta que até ontem prometia nada além de meu teórico retorno ao interior, o dia rendeu. Acordei já para um teste na Barra Funda. Ônibus + metrô + caminhada. Sabia apenas que era para o Auto Shopping Cristal e que diria algo do tipo: "Vem com a gente!". Ao lá chegar, fui surpreendida com um textinho e uma dança caipira na frente das câmeras. Gente normal não faz isso, faz? E pior, aém de fazer, gosta? Não, eu não posso ser normal... Saí de lá, passei na agência, dei um alô pro pessoal e descolei mais um teste que já estava rolando. Caminhada + metrô + ônibus. Fiz meu almoço, fiz minhas unhas. Outro ônibus e outra bela caminhada por Alto de Pinheiros. Agora era um teste para remédio. Mais outra caminhada. Outro ônibus. Enquanto isso, estava na imimência de arrumar as malas e ir para Ribeirão mas recebi a resposta do teste da manhã que sim, era meu, como esperado! Assim, gravamos amanhã de manhã nas Nações Unidas, e segundo meu amigo Google Maps, demorarei 1 hora e dez minutos para lá chegar. Agradável. Assim, meu despertador toca logo cedo e de mala na mão, gravo e corro para a rodoviária a fim de, pelo menos, estar pronta para uma festa muito esperada com as melhorias companhias lá em Ribeirão. A noite terá que ser regada a muito Red Bull! Cheguei em casa por volta das 18h e hesitei entre ir correr ou ir ao cinema asssistir ao filme que teoricamente estava combinado com minha irmã no sábado à tarde. Resolvi ser menos paranóica e aproveitar de um jeito possível a minha exaustiva sexta-feira. Escolhi dar boas risadas com Se Beber Não Case Parte II e comprei sem culpa uma pipoca e um refrigerante. Mas meu bom humor se frustrou e as esperadas risadas não vieram. Eu sabia que devia ter ido assistir a Blue Valentine... Saí de lá e comi um temaki seguido de um Sundae King. Me dei todo o direito por estar cansada, por ser véspera de final de semana, véspera de mais um solteiro Dia dos Namorados, abarrotada de trabalho, estar frio muito frio e ser aquele momento delicado do mês feminino. Deliciei cada mordida, cada colherada... Segunda-feira tenho médico marcado há quase um mês às 8:30h ainda em Ribeirão. Depois disso, dois testes na agenda aqui em São Paulo. Por favor, alguém desenvolva logo o teletransporte? Os dias têm sido frenéticos... E há dez dias estou na esperança daquele teste de quarta-feira passada, se lembra? Ontem já havia suspirado por mais um "não" quando descobri que a resposta sairia hoje. Quando entrei no cinema já havia dado um segundo suspiro, pois o dia acabava e o telefone não tocara. Mas no meio do filme recebi o e-mail: "Ainda estamos no páreo. Resposta sai semana que vem!". Estufei o peito novamente. E nesta esperança constante e nesta luta solitária, me despeço desejando um ótimo final de semana! Para você que pode, descanse. Para você que namora, ame. Para você, solteiro, curta. A gente se vê semana que vem!
quinta-feira, 9 de junho de 2011
terça-feira, 7 de junho de 2011
LookBook da HiperModa
São 23:25h e estou exausta novamente. Faz frio na capital, as janelas balançam com um vento há muito não visto, as calçadas molhadas com uma chuva imprevista e meu edredom parece a coisa mais atrativa desse mundo. Foi uma boa terça-feira de trabalho! O desperatador tocou às sete e enfrentei o chuveiro. Já a segunda tarefa árdua do dia. Às 8h estava na rua esperando meu querido Lapa-Socorro passar. 8:15h, nada. 8:25h, nada. "Ué!", pensei... Quando estava atravessando a rua e apelando para um táxi, o avistei ao longe. 8:30h e não cabia uma simples alma dentro daquele ônibus. Bufei. Resmunguei algumas palavras bem feias e chamei o primeiro táxi que passou. Eu precisava estar às 9h em Perdizes e quase chorei por esses trinta sagrados minutos que eu poderia ter aproveitado mais na minha cama tão, tão quentinha... 9h. "Olá, prazer!", era a minha frase, a frase de todos da produção e dos clientes, que logo de cara já me pareceram muito exigentes. Uma insegurança rondou meus pensamentos e busquei um acervo de poses e inspiração nas Vogues da vida enquanto me preparava. Um café da manhã reforçado e bora lá! Cabelo, maquilagem, cabelo. 1 look. 2 looks, 3, 20... 20 e tantos... Não sei quantos foram. Mas foram muitos! Tiramos a última foto às 18h. Prometi que quando forem fazer minha capa da Nova, não serei uma global intragável, recebi elogios, agradeceram minha disposição por manter o sorriso até aquela hora e ganhei o direito de escolher uma peça da coleção. Voltei para casa toda maquilada, com litros e litros de laquê no cabelo, cansada, faminta e com uma linda camisa azul listrada agora no armário. O catálogo será só meu e confesso estar ansiosa para conferir o resultado. Foi meu dia "Gisele". Assim, como um cão ganha um bifinho como recompensa por bom comportamento, resolvi me dar o direito de um temaki que não me satisfez, um Whopper Júnior seguido de um Sundae King de doce-de-leite. Poxa vida, eu merecia, vai! Mas amanhã... Ai, amanhã! Meu despertador não vai tocar! Yes! Vou poder respirar, buscar as roupas na costureira que já fazem aniversário por lá, colocar comida na geladeira que está às moscas, correr e ir atrás de um gaveteiro. Não sei exatamente onde vou enfiar um novo móvel no meu pequeno dormitório, mas enquanto ainda não tenho um closet à la Carrie Bradshaw e o armário não está dando mais conta já que o suporte de cabides começa a envergar e pilhas de roupa a acumular... Sexta-feira espero voltar a Ribeirão como há um mês planejado. Que saudade da minha família... da minha cachorra... das minhas amigas... A semana já valeu a pena. Bons sonhos!
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Uma quase estafa
São 22:37h e eu estou me arrastando. Cansada como há muito tempo não ficava. Não tenho final de semana há dois finais de semana e a quinta marcha parece não querer ser reduzida. E não estou reclamando, não! Só pedindo arrego... Quinta-feira fui brindada com dois testes na parte da manhã. O despertador tocou e mais uma vez sofri com a realidade que é acordar cedo e tomar banho no frio de São Paulo. A uma da tarde os deveres já estavam cumpridos. Juro que não me lembro o que mais se sucedeu nesse dia. Sexta-feira. Acordei cedo para estudar o texto da cena a ser gravada no workshop no dia seguinte. Às 14h estava ensaiando com um dos meus parceiros de cena. Às 18h estava no parque. Às 21h me entreguei aos prazeres da gordura da Pizza Hut com meu irmão que chegou cheio de desejo da cidade do interior que um dia teve essa delícia em uma de suas principais avenidas e shopping. Sábado workshop. Pressão. Cena. Mais pressão. Outra cena. Vinho e surpresas. Revelações são lançadas, elogios rasgados, traumas libertados, encontros inesperados. Um restaurante na Augusta pode guardar muitos segredos! Domingo. Apesar de ter ido dormir tarde, caí da cama às 9 da manhã com a cabeça borbulhando. Eram muitas ideias para organizar, muitas expectativas a serem cumpridas, era o clímax de um filme que teve e ainda terá outros tantos. Último dia de workshop. Não foi um dia para se elevar o ego. Mas foram dois finais de semana para se guardar na memória! Não pude confraternizar o tanto que queria com esses tantos atormentados iguais a mim pois meu despertador tocaria às 5 da manhã para uma gravação para Hertz no Guarujá. Às 6h me buscavam na porta de casa, às 17h estava de volta. O frio que tanto temia não existiu. Foi um lindo dia de sol, praia, câmera, marido e filha, cachorro que se tornou parte da cena, peixe com camarão, estrada. Não tive fôlego para ir correr. E amanhã novamente, o despertador toca cedo para um catálogo fruto de um encontro neste famigerado workshop. Acho que depois mereço uma pausa... Portas estão se abrindo e os olhos precisam ficar cada vez mais arregalados. Num mundo onde a boa malandragem ganha pontos e o pé não pode sair do chão, o caminho é florido apesar de não se saber o que há depois da curva. E as curvas são muitas. Deixo com vocês essas palavras um tanto enigmáticas, minha alegria e minha satisfação por ainda fazer parte desta maratona. Poxa vida! Esqueci de tomar meu banho de sal grosso... Depois de tudo isso, acho que mal não fará! Boa noite!
quinta-feira, 2 de junho de 2011
E o mês começa bem...
Vou me corrigir, pessoal. Ontem e hoje gravei o quadro "De Volta ao Passado" do Programa do Gugu. A história? Serei breve... Claudia conhece Sander quando adolescentes e têm a paixão proibida pela sua mãe. Anos depois se reencontram e Claudia quer de volta o seu amor. Será? E disso só me dei conta hoje ao dar a informação errada para a recepcionista da Record... Após agradecer pelos funcionários do metrô não entrarem em greve, hoje lá estava eu às 9 da manhã, ainda cansada do dia anterior e da noite pouco dormida. Mas foram poucas cenas, já que meu papel era a protagonista de 15 anos quando vinte anos mais velha. 35, eu? Poxa vida... A notícia estarrecedora, que só soube no primeiro dia de gravação foi que teríamos beijo técnico. Tá... Sou profissional, então para que tanto auê? Mas alguns ficam empolvorosos com o fato, gerando um certo desconforto. Mas, novamente, a máscara entre em ação e tudo corre bem. Foi gostoso reencontrar aqueles que procurava rever, conquistar mais uma vez a credibilidade dentro do set e gostoso ter o frio cortante espantado pelos tantos refletores... Confira neste domingo! Mas enquanto hoje estávamos lá no Jaguaré almoçando por volta de 13:30h, sem ainda termos iniciado as gravações, toca meu telefone: "Consegui 'O' teste pra você hoje! Pode às 19:30h?". Pausa. Suspiro. Medo. Eu não podia perder aquela oportunidade... Sondei com o diretor, já um quase velho companheiro de guerra: "Assim, sem pressão, mas existe uma previsão para acabarmos aqui?". 19h. Suspiro. "Ai que pena...". Ele: "Por quê?". Ao explicar a situação, ele não pensou três vezes. Disse que gravaríamos minhas cenas antes e que às 16h eu já estaria liberada! Ufa! Muito obrigada!". Assim, aceleramos o pessoal e às 16:30h eu já estava a caminho da Barra Funda, coincidentemente o bairro da Record e do meu tão esperado teste. Cheguei uma hora antes e tive a surpresa de receber o texto na hora. Mas isso nunca é problema! Enquanto todas estavam lindas, penteadas e com roupas super descoladas, eu estava com a roupa que me vestiu às 8 da matina. Batom rosa da gravação anterior, topete, peito estufado e vamo lá! Depois de carinhas conhecidas da tv terem atitudes de "estrelinhas" e ganharem minha silenciosa inimizade, e depois de eu gerar pena no coração das concorrentes que já vinham estudando o texto há pelo menos dois dias, consegui o camarim e o espelho só pra mim. E lá se foi uma hora decorando. Entrei, gravei e hummmm, aquela sensação que você já sabe... Mas, é a velha história dos ovos dentro da galinha. Queria muito poder compartilhar qual o job, onde, como, enfim... Mas vamos aguardar. Eu gostaria muito de poder dar o troco no finado removedor de manchas que me escorreu pelas mãos... Aí quando o relógio marcava 21h e eu planejava caminhar até o metrô, de lá descer no Anhangabaú e de lá pegar um ônibus até em casa, descolei uma carona providencial até o Itaim e, sem condições de cozinhar qualquer coisa e a ponto de desmaiar de tanta fome, me rendi a um delicioso temaki. Mas minha vontade era de ir correr... Mas como o relógio não deixou, preferi descer alguns quarteirões antes e andar. Vocês sabem, eu gosto quando estou feliz. E estou. Muito! E agora vos falo, exausta, já com o despertador marcado para quando não terei completado nem sete horas de sono. Tenho dois testes pela manhã. Inshalá! "A semana está boa, então?", perguntou minha mãe ao ouvir as novidades. Muito, muito boa mesmo, mãe. Pensei em acompanhar a roommate no banho de sal grosso, mas tive medo das minhas boas energias também escoarem ralo abaixo. Prefiro mantê-las comigo. Amanhã recebo a presença ilustríssima do meu querido irmão e os próximos dias também prometem. Uma boa noite! Ah, uma observação: não sei o que acontece com o http://www.blogger.com/, não consigo editar minhas postagens, alinhá-las, mudar a cor, colocar parágrafos. Alguém sabe o que se passa? Grata.
Assinar:
Postagens (Atom)