Entendam: este é o resumo do resumo do resumo de um livro chamado O Inferno Na Ilha. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Senta que lá vem história... Dia 27 de dezembro de 2012 levantei vôo rumo a Boa Vista, tendo como destino final um paraíso chamado Isla Margarita. Depois de uma escala em Brasília e outra em Manaus, conheci a lendária Roraima, estive em um postinho de saúde para um dos cinco integrantes do time se vacinar contra febre amarela, não entendi o trânsito da cidade, comemos, tomei um banho e fomos rumo à fronteira com a Venezuela em um táxi onde coube nós cinco. Uma estradinha ruim de doer, onde carros queimados completavam bodas no acostamento, e que nos levou até a cidade de Pacaraima. Lá jantamos num restaurante que jamais cogitei comer na minha vida por 12 reais coma a vontade, com churrasco e tudo, e confesso, gostei tanto que voltamos ainda duas outras vezes (por falta de opção, mas tudo bem...) e passamos a noite no hotel que levava o mesmo nome da cidade. Dia seguinte, levantamos acampanhamento muito cedo para conseguirmos os permizos de entrada para o país do nosso companheiro Hugo Chávez. Acontece que nós e todo mundo levantamos cedo e assim, tivemos boas horas de espera na fila da aduana em Santa Elena de Uairén. Lá encontrei um amigo de faculdade que escalaria o Monte Roraima, coincidência que até agora me parece surreal, já que o encontrei somente uma vez em São Paulo nos últimos dois anos. Aí, um dos integrantes da equipe, o mesmo que não havia tomado a vacina com antecedência, estava munido apenas da CNH, o que não merece comentário. Daí para frente, meu amigo, nosso livro inclui: suborno de autoridades, falsificação de documento, sensualização com funcionários aduaneiros, câmbio de moeda no mercado negro, especulações sobre vôos fantasmas que milagrosamente nos levariam até a famigerada ilha por preços baixíssimos em altíssima temporada, descoberta que Papai Noel não existe, cansaço, desespero, arrependimento e vontade de voltar para casa, procura em uma agência de turismo por outros destinos como Los Roques e sei lá mais o quê, constatação de que tudo, obviamente, estava lotado e uma entrada repentina em dois táxis que nos levariam até Puerto Rodaz e depois até Puerto La Cruz, para lá, pegarmos o ferry para o tal paraíso. Com isso, foram mais de 1000km de estrada enfrentando as temidas alcabalas venezuelanas com seus soldados tão jovens e tão munidos de fuzis e sei lá quais os nomes de todas aquelas armas que portavam. Fomos parados algumas vezes durante a madrugada, mostramos documentos, paramos em Graais genéricos que nem garrafa de água vendiam e onde o banheiro era uma cabine lá longe, sem luz, sem papel, sem descarga... É quando você se pergunta: onde eu vim parar?... Quando o relógio, deles ou o meu fisiológico, não sei ao certo, pois até agora estou perdida com essas duas horas e meia de diferença de fuso (sim, eu também não sabia que existia meio fuso horário...) marcava quatro da manhã, o taxista parou num lugar incompreensível para quem acabou de abrir os olhos e morria de dor na lombar sentada no banco de trás. Era uma zona de garimpo, em outras palavras, terra de ninguém! Jesus amado... E continuamos a peregrinação. Depois de pára aqui, pára acolá, xixi agachada atrás de uma casinha, fome, cansaço, sujeira, chegamos, finalmente, a Puerto la Cruz, onde algum ferry, segundo a lenda, estaria à nossa disposição. Era mais ou menos oito e meia da manhã do dia 29 de dezembro. Bom, o porto... Sabem rodoviária em véspera de Carnaval? Estava pior. Era gente sentada no chão, era gente brigando, era cachorro dormindo, era o caos na Terra! E os ferrys, lógico, estavam todos lotados. Mas, havia um outra lenda de que, talvez, quem sabe, devido ao grande número de necessitados, um ferry extra saíria às 16h rumo à Margarita. E para isso, todos deveríamos aguardar. Os ânimos, que já não estavam lá essas coisas, decaíram bruscamente depois daquele cenário caótico. Um briga daqui, outro chora dali, um reclamava e não faz nada, outro faz um monte de coisa que não resolve nada... Mas eu não ia ficar esperando. O reveillon estava cada vez mais próximo, o dia estava lindo, o mar estava ali, estávamos exaustos e precisando de um banho mais do que o deserto precisa da água. Não queria mais brincar com as possibilidades. Assim, tomei as rédeas da balbúrdia, adquirimos a balsa do dia seguinte e ordenei que um taxista nos levasse ao melhor hotel, com a melhor piscina e tudo o mais! Foi quando, pela primeira vez desde o dia 27, tivemos uma alegria: Venetur, um oásis naquele inferno pela bagatela de 140 reais! A gente vibrou igual criança! Foi uma tarde deliciosa de piscina, drinks, música, fotos, comida e mais comida... Dia 30. Tomamos um belo café da manhã e fomos limpinhos e contentes pegar nosso transporte até a maledetta ilha. E chegamos a Isla Margarita num pôr-do-sol magnífico! Pegamos as malas (acreditem, não foi uma tarefa fácil!) e quando já era noite, nos sobrou uma única opção de táxi: um carro da década de 70 transmissor de tétano, malária, doença de chagas e tudo o mais. Depois de muita discussão, resolvemos o lugar onde iríamos procurar um hotel. Pois é, a gente não tinha reserva de hotel porque dizia a lenda que não precisava... Sem comentários. El Yaque! Três, quatro tentativas, tudo lotado. Até que encontramos o California, que nos daria abrigo por apenas aquela noite e o dia seguinte seria um outro dia... Jantamos à beira da praia uma exquisitíssima paella com vinho branco pela bagatela de 35 reais! Dia 31. O ano começava a dar adeus e a gente ainda não tinha lugar para ir. Resolvemos desfrutar um pouco da praia antes de recomeçar a peregrinação. Me dei ao luxo de fazer uma massagem ali deitada ao sol e fui obrigada a escutar um "Você está muito tensa!" da massagista (melhor que a minha de São Paulo, diga-se de passagem...). Ah, jura, por que será...?! Enfim... A gente não poupava dinheiro. A conversão de bolívares para reais era ridícula e éramos reis nesse país pobre. E bora resolver mais um pepino... Dizia a lenda que havia vagas no Puerta Del Sol e para lá fomos, doidos para ali montarmos acampamento e finalmente aproveitar essa ilha do terror...Só que não, não havia vaga. Montamos em outro táxi, talvez o septuagésimo nono da história e fomos caçar um outro bendito hotel. Foi quando avistamos o Margabella Suites. E ele tinha os quartos doble e triple que precisávamos. Ufa! Já pagamos pelas três diárias e ali seria nossa casinha até o final da viagem. Já peguei meu lugar na mesa do restaurante, pedimos um drink venezuelano, um risotto de frutos do mar e a senha do WiFi, importantíssima por sinal. Cogitamos com o pessoal onde era a melhor festa de reveillon e aproveitamos as últimas horas do dia para as compras, já que a ilha é tax free. E fizemos a festa no shopping! Óculos, perfumes de encomenda, maquilagem, Victoria's Secrets e o escambau. E dá-lhe cartão! Voltamos para o hotel, munidos de uma boa champagne a preço de banana e nos arreglamos para a grande noite: Bora Bora. E a festa foi longe... Feliz Ano Novo! Acordei precisando de água para beber, para escovar os dentes, para tomar um banho e adivinhem? O hotel estava sem água. Depois de quase ter meu braço amputado pela porta do elevador sem sensor, desci, tomei o café da manhã, péssimo por sinal, e perguntei sobre a água. Problema interno no hotel. Estavam resolvendo. Pedi que então levassem uma garrafa de água até o quarto. "Não podemos.". Oi?. "Os meninos estão ocupados agora.". Oi? O hotel está sem água e não fornece nem uma garrafa para os hóspedes? Nisso o resto do time acordou e a água deu um sinal de vida. Enquando uma das integrantes passava condicionador nos cabelos, a água acabou novamente. Ah não... Era hora de dar mais um bafo em inglês e espanhol e grego antigo com a gerente, abandonar mais um hotel e ir procurar outro... Voltamos para o Puerta Del Sol, que desta vez, tinha vaga. Ufa! Neste dia fomos para a Playa Parguito, tivemos o pior atendimento da história, a maior espera por um alimento já vista nesse país, boas fotos e a impossibilidade de ir embora. Os poucos táxis que rodavam, por ser feriado, estavam lotados. Depois de muita espera, a noite caiu e o jeito foi pedir carona na estrada e assim, descolamos a carroceria de uma S-10 (eu acho que era S-10...) de generosos chineses e bora para Porlamar. E nisso os dias pareciam ter 67 horas... Cheguei no hotel, louca por um banho e adivinhem? Sem água quente! Massa. Reclamei na recepção, me garantiram o conserto na manhã ou a troca de quarto. Pedi a troca de quarto. Dia seguinte, nem conserto nem troca de quarto. Foi hora de mais um bafão e de mais um papo sério com o gerente de hotel. Descolei desconto de 20% nas diárias, já que não havia mais quartos disponíveis. Dia 2 de janeiro. Aproveitamos a manhã para terminar as compras. E dá-lhe cartão. Quando eu estava prestes a comprar um calça jeans na Tommy Hilfiger, Jesus Cristo nos enviou uma família de brasileiros que nos alertou sobre não usar cartão de crédito, pois a conversão oficial nos era nada favorável. E eu havia acabado de comprar um óculos de sol que na realidade, me custaria três vezes o preço que achei que havia pagado. Fora a bolsa de academia da Puma que resolvi comprar para presentear minha irmã personal trainer, pois por 70 reais, poxa vida, por que não? 70 reais que virou quase 300 após a informação dos enviados de Deus. Como fomos burros... Uma burrice atrás da outra... O pior é que a lenda já havia nos alertado sobre isso, mas, ouvimos todas as lendas da lenda, menos essa que era história verídica. Bom, fazer o quê, o leite derramou, azedou, então, bora pra praia! E lá eu encontrei o único venezuelano consciente, que disse que ficava feliz por cada vez mais brasileiros visitarem a ilha e admitindo que ainda tinham muito a melhorar quando o assunto era serviço e infraestrutura. Sí, yo lo sé... E a hora de voltar para casa estava cada vez mais próxima e nosso ferry para o continente sairia às 22h do dia 3 e ainda não sabíamos qual caminho seguir. Na esperança de trocar o voo ou de conseguir algum outro voo ou de inventar o teletransporte, qualquer coisa menos aqueles mil quilômetros nas estradas venezuelanas, tentei falar com a Multiplus, já que nossos voos eram de milha. Adivinhem? Problema no sistema... Ficamos uma hora e meia pendurados no telefone da recepção para conseguir falar com um bendito atendente que, obviamente, nos deu a notícia de que todos os voos estavam lotados até dia 9. Conclusão, teríamos de voltar por terra e pagar os milhares de bolívares que não tínhamos mais em mão. Respira fundo. Tudo vai dar certo. Amanhã trocamos os últimos reais numa casa de câmbio, vamos para a Isla de Coche, onde diz a lenda que lá estava o verdadeiro Mar do Caribe, aproveitamos o dia e voltamos para o continente para a peregrinação de volta ao Brasil. Dia 3 de manhã. Tomei um banho gelado, um belo café da manhã e me informei sobre o mercado negro dos bolívares. Me levaram até lá. "Não trocamos reais. Só dólar, euro, x, y, z.". Oi? Voltei para o hotel numa mistura de raiva com desespero e cansaço, com preguiça e com vontade de querer morrer que despenquei a chorar. Eu não teria dinheiro para fazer o passeio que eu mais queria fazer e muito menos para percorrer os 92823673km rumo à Boa Vista... Até que veio a luz! Uma das integrantes tinha 400 dólares! Rá! Na rapidez de um leopardo, voltamos para a mesma casa de câmbio, garantimos o dia e a volta e fomos direto pegar o barco para essa tal Isla de Coche! Bonita, dia delicioso, frio na barriga em alto mar, risadas, nada das prometidas águas cristalinas e tomei meu último banho de mar nas águas caribeñas. Era hora de ir embora. Voltamos para o hotel, fizemos as malas, fomos para o porto, pegamos nosso ferry e dessa vez aportamos em Cunamá. De lá caçamos um táxi que nos levou até Puerto la Cruz, lá um outro táxi até Puerto Rodaz e chegando lá, arrumamos outro que nos levaria até Santa Elena, onde tudo começou. Mas já sabíamos o esquema da coisa e a volta parecia muito mais tranquila... Sem Graal nem Frango Assado, comemos cachapa de madrugada num dos lugares mais sujos que já vi, fiz xixi no banheiro mais porco que já vi e continuamos na estrada. O carro não era dos mais potentes mas tudo bem, a gente tava voltando vivo pra casa e isso era o mais importante. Mexeu com o bolso, mexeu com os nervos, quase abalou amizades, quase abalou namoro, mas a saúde e a vida, ah, essas estavam intactas! Passamos por várias alcabalas, que atrapalhavam meu sono a cada 50min, sem nenhum problema. Até que em uma, a uns já 240km de Santa Elena, os soldadinhos de Chávez resolveram revistar nossas malas. Mas tudo bem, quem não deve não teme. Tchau, pessoal, obrigada, manda beijo pro Huguinho...! E adivinhem? Notei que havia perdido minha pulseira dos 10 Mandamentos adquirida especialmente para o evento... Saberá em qual dos milhares de quilômetros percorricos... Mas isso era o de menos. O pior foi que o carro não pegava. Tenta, tenta, nada. Empurra, nada. Nisso o sol rachava e a gente a Deus dará naquela estrada, o taxista não resolvia nada, os celulares não funcionavam, os carros que passavam estavam cheios até o talo, ou de gente ou de bagagem, tive que fazer xixi de novo atrás da casinha, não tinha água, nem comida, não era possível! Duas horas depois, quando eu já estava para esganar o Ramón, nosso querido motorista, passou um ônibus que ia rumo à Santa Elena. 100 bolívares, se informou o taxista. Aí, fomos negociar o preço da viagem interrompida. Foi quando Ramón disse: "Me paguem os 3mil bolívares combinados e eu pago o ônibus de vocês.". Oi? Você tá de sacanagem, né? Mas o Ramón escutou! Ô se escutou! Rasguei meu espanhol com toda a ira do mundo! Eu voaria no pescoço daquele cucaracha... O cara não cuida do próprio carro, que já dava indícios de problema desde Puerto Rodaz, nos deixa duas horas na estrada a quase três horas de Santa Elena e quer cobrar o trecho inteiro? Bom, depois de muito bafão e de eu ter falado com um sorriso sarcártisco no rosto para um soldado que o país deles era uma merda, pagamos apenas 2mil bolívares pela viagem e subimos no ônibus. Um ônibus provavelmente da década de 70, assim como o primeiro táxi da ilha. Mas, o importante era que aquele andava. Então o motorista veio nos cobrar: 150 bolívares. "Não era 100?", indaguei. Me informei sobre o valor da passagem daquele ônibus que rodava há mais de oito horas. 200 bolívares. E esse truta tá querendo cobrar 150 de nós pobres brasileiros por um trecho curto? Jamás! Soltei o verbo! Bafão no ônibus parte 1. Pagamos 100. Aí dois senhores venezuelanos do meu lado começaram a falar que eu estava certa, que era injusto cobrar a passagem inteira, tal. Aí, vomitei mais uma vez a frase que estava na minha cabeça há dias: "Perdón, pero tu país es una mierda!", só que desta vez, sem sorriso no rosto. Bafão no ônibus parte 2. Quando eles estavam para me dar o bote, levei bronca do casal integrante do time e me aquietei. La puta que te parió! Aí dormi que até encostei no ombro do amigo da poltrona do lado... E a bachata tocando...alto... no ônibus... Chegamos a Santa Elena! O Brasil estava cada vez mais próximo! Com alguns bolívares ainda no bolso já que o Ramón nos fez economizar, fomos para o Duty Free da fronteira. E quando eu estava na fila, segurando singelos M&M's, um pacotinho de bolachinhas salgadas, um azeite de abacate e uma caixa de chocolate belga para a família, adivinhem? Minha pressão caiu! Tive que sentar. Respirar. Comer as bolachinhas. O pacote todo. Tô melhor. Pegamos mais um táxi, que na verdade não era táxi, mas que para descolar uma graninha nos levou até Pacaraima, Roraima, Brasil! E lá voltamos ao graaaande Hotel Pacaraima, onde pretendíamos passar a noite para seguir no dia seguinte à capital. Adivinhem? Tinha festa na cidade e todos os hotéis lotados. Legal. Aí voltamos naquele restaurante de 12 reais, que tinha aumentado para 20 reais porque o quilo da carne aumentou, forramos o estômago sôfrego e no 941º táxi do livro, voltamos para Boa Vista. Paramos no primeiro hotel. Lotado. No segundo, lotado. No terceiro ficamos! Ah, que delícia... Quando entrei no meu quarto, o ar condicionado não funcionava. No quarto da minha amiga, não funcionava água quente. Aì mudei de quarto. Neste, o ar funcionava não a água quente. No terceiro quarto, o ar funcionava e também funcionava a água quente, mas, esse custava 20 reais a mais. E ali ficamos. De ali em diante, foi só alegria...! Nunca estive tão feliz ao entrar num aeroporto e ser bem atendida no Bob's! Aquele foi o melhor lanche da minha vida! Eu queria abraçar todos os brasileiros! No more gracias, sem mais um milhão de notas de bolívares desvalorizados na carteira, sem moscas, sem bafão, sem stress... Nosso avião era um 2-4-2, assisti Um Conto Chinês seguido de Os Goonies e cheguei à conclusão de que é disso que eu gosto! Em Guarulhos, terminei as férias com uma Pizza Hut e contando minha história para um estranho sentado ao meu lado enquanto aguardava o horário do meu Airport Bus Service. Eu estava exausta. E elétrica. E aliviada. Ao som de Aventura e Maná, tento agora me situar na vida real e tirar conclusões dessa viagem tão maluca, tão rica, num país tão pobre, com pessoas tão queridas e cercadas por lindas paisagens! Para a zica ser a maior da história, bastaria Chávez morrer e uma revolução explodir na Venezuela e ficarmos presos para sempre naquelas terras de ninguém. Mas o olho gordo não foi tão forte assim. Conhece o barato que sai caro? Prazer! Vivíamos o céu e o inferno em dias que pareciam intermináveis, mas chegamos vivos. Saudáveis. Cheios de história. Cheios de fotos. Cheios de opiniões. Aprendizados. E cheios de saudade, já de lá e de cá. Eu nunca amei tanto o meu Brasil... Valeu, time! Feliz 2013!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
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