Não sei porque estabeleceram que dia 13 de abril seria o Dia Mundial do Beijo. Me recordo que li o livro Minha Primeira Paixão, de Elenice Machado e Pedro Bandeira, na 5a série, quando ainda estava longe do meu primeiro beijo (que veio a acontecer quando a 8a série já estava engatada...), mas aquelas palavras me arrepiaram a ponto de querer um primeiro beijo, um dia, pelo menos parecido com aquele de Frida e Pimpo. Gostei tanto daquela descrição e daquela historinha de filme teen, que mereceu até uma epígrafe na minha autobiografia aos 15 anos no capítulo sobre minha adolescência.
Além disso, guardei este livro com todo meu apreço, mesmo depois das muitas limpezas de armários e doações de livros e materiais escolares. Talvez estivesse lá a raiz da minha "frescura" para beijos, já que não os considero tão descartáveis assim... espero que eu sinta o friozinho na barriga do primeiro beijo ao longo de muitos primeiros beijos... e segundos... e terceiros...
Assim, aqui vai minha homenagem a esta arte tão... tão... inigualável e tantas outras coisas... que é beijar:
"Como ela estava linda naquele momento! Como eram lindas aquelas sardas em volta das covinhas do sorriso... E como brilhavam seus cachinhos vermelhos, cheirando a shampoo... Não sei se fui eu que aproximei minha cara da dela, ou se foi ela que aproximou a cara dela da minha. Só sei que de repente, nossos narizes estavam quase se tocando. Minhas mãos tremiam, e eu senti que as mãos da Frida tremiam embaixo das minhas. O coração disparou dentro do peito e um friozinho me correu pela espinha, igual quando a gente fica com medo assistindo filme do Drácula. Mas aquilo nada tinha a ver com medo. Nada a ver... Parecia que o mundo tinha sido inventado naquela hora. Nada mais parecia existir senão eu e Frida. Não havia mais matemática, nem recuperação, nem Celinha, nem mês sem mesada, nem quinzena sem lanche, nem viagem para a Argentina. Só havia aquela menina de cachinhos vermelhos. Dois mil e quinze cachinhos! Minha mão correu pelos cachinhos, enleou-se percorreu, perdeu-se. Fazia tempo que eu queria acariciar os dois mil e quinze cachinhos vermelhos de Frida. Mas acho que eu não confessava isso nem mesmo para mim. Senti a respiração da Frida chegando juntinho da minha boca. Ia ser como eu tinha visto tantas vezes na televisão. Só que foi mais gostoso do que eu jamais tinha imaginado. Muito, muito mais gostoso..."
Feliz Dia Mundial do Beijo!