terça-feira, 18 de maio de 2010

Olho Gordo

Eu não tenho nenhuma tatuagem. Mas juro que estou pensando seriamente em fazer uma: de pimenta. Primeiro, pelo motivo mais óbvio: adoro! Segundo, para espantar o mau-olhado, pelo menos é o que dizem... Porque olha, não é possível! Quando as coisas parecem se organizar e caminhar para a sobriedade, problemas brotam e atormentam essa mente já exausta. Será que tem muita gente jogando mandinga pra cima de moi? Por que vocês estão sabendo o quanto estou feliz aqui na minha nova casa, certo? Pois bem. Primeiro problema, de mais fácil solução: a fiação do apartamento está velha e totalmente danificada e corremos diariamente o risco de um incêndio, além do fato mais prático de que nosso banho não pode ultrapassar 8 minutos sem que a chave da casa caia. Para arrumar este pequeno empecilho, basta a proprietária do apartamento liberar algum dos altos orçamentos que já nos foi passado. Segundo problema, este quase sem solução: a proprietária deseja aumentar o aluguel em uma quantia nada razoável, ficando então impossível de mantermos a casa. Caso assim proceda, uma nova busca por um novo apartamento se iniciará, com gastos exorbitantes com toda a mobilía que nós ainda não temos, já que nosso lar já veio mobiliado. E estas respostas já estamos aguardando há pelo menos três semanas. Com isso, meus sapatos ainda estão no chão, minha prateleira ainda se encontra apoiada na vertical, meus ursos, livros e bigigangas ainda dentro das caixas, minha televisão e meu dvd em desuso. Não sei se posso investir numa casa que não sei se será mesmo minha!
Aí, seguindo esta onda negativista, passei um dia de cão. Lembram-se de meus planos de me quedar em Ribeirão até quarta-feira? Lógico que foram por água abaixo! Sábado me ligaram chamando para uma participação na novela do SBT. Teria um personagem. Figurino próprio. Uma certa exclusividade. "Mas é figuração?", perguntei, obtendo uma resposta negativa. Na hora me cortou o coração, já pensei no bate-volta que teria de fazer, nos dias que não passaria descansando ao lado de minha mãe que em alguns dias será uma turista no Velho Mundo... enfim... "Você vai me trocar por cem reais?", ela perguntou. Mas não aceitei pelo cachê - baixo por sinal - mas sim pela oportunidade. Desta maneira, com apenas duas horas dormidas depois da Only in Black e com menos de 24 horas em solo ribeirãopretano, cheguei em São Paulo domingo às 22h com uma carona providencial. Hoje às 7 e meia já estava de pé para às 9:30h estar no lugar combinado.
Ok. Lá íamos na van com alguns figurantes. Percebi que não existia a minha companheira de cena, conforme me foi passado. Pela lista, eu era igual a todo mundo. Figurino? Um já existente, usado por uma outra pessoa na cena de sexta-feira, já que hoje era continuação desta mesma cena. Meu cachê? Igual ao de três meninas. Maquilagem? Deram um tapa. Cabelo? Feito às dez e meia da manhã e desmanchados até às 15h quando começaram as gravações. Fala? Marcação? Personagem? Que nada! Eu era apenas mais uma convidade na festa de Claude. Eu e todos os outros figurantes. E me perguntei o dia inteiro: "Eu voltei de Ribeirão para fazer figuração? Não foi isso que me prometeram! Será que dou piti?". Mas aí, a humildade falou mais alto e fiquei remoendo meu "estrelismo", sem botar o dedo na cara do responsável e abdicar de um trabalho para o qual não fui convocada. Eu prometi que não faria mais figuração. E hoje fui obrigada a descumprir minha própria promessa! Após o almoço mais pobre dos três disponíveis nos estúdios da emissora e de longas 12h de indisposição e muita fome e um pouco de frio, fui dispensada às 21:30h e saí antes dos outros, assinando um termo de autorização de imagem para figuração. Deixei claro meu descontentamento com o agente e voltei bufando para casa, desejando nada mais nada a menos do que um prato de comida.
Depois de tudo isso, achei que amanhã seria um dia especial para relaxar e finalmente retomar os exercícios no parque. Doce engano. Mais um! Uma amiga me indicou para uma seleção às 16h para o Salão do Automóvel com um cachê in-crí-vel pelos 14 dias em outubro e já marquei uma gravação para um novo canal a estrear em breve às 20h. Não vou me comprometer a andar no Ibirapuera, pois tudo o que não quero é escutar meu despertador amanhã.
Assim me despeço, um pouco irritada, extremamente cansada e pensando mesmo na tal da ardida.
Boa terça-feira! A semaninha já começou braba!