De relevante, um teste às 14h, se é que posso chamar aquilo de teste... Entrei na sala, "Olá!", "Tudo bem?", relatei meus últimos trabalhos, levei bronca por não ter levado o composite que a agência não pediu para levar e às 14:30h já estava na Santo Amaro em busca do ônibus de volta. E estava um calor do cão em São Paulo!
Voltei, lavei toda a louça do almoço - que estava dobrada por conta da visita amiga em casa ao longo da semana - corri e fomos assistir ao Comer, Rezar, Amar, com os termômetros beirando seus 17 graus... Vai entender! Não vou esmiuçar sobre o filme - que gostei, aliás - já que uma coisa martelou minha cabeça a partir do último longo terço balinês da trama: Javier Bardem como brasileiro. Se vão colocar um personagem brasileiro na história: 1- Que seja um ator brasileiro; 2- Ou pelo menos que seja um ator que fale bem o português; 3- Se não, não coloque frases nem expressões nessa língua, pô! Deixava o cara só falar inglês... Aquilo me corroia por dentro, cada vez que o espanhol soltava um "Todo bem!" ou então um "Tenho sodades" ou sei lá, "Fasa magra"... Eu sei o porquê de ele estar ali, não se preocupem com minha ingenuidade... Javier Bardem é o grande nome latino do momento, excelente ator, que garante boa bilheteria, com seu jeito latin lover e futuro papai do bebê de Penélope Cruz. Mas com tanto ator bom, bonito e mais barato dando sopa por aqui... Comentei alguns dias atrás sobre Wagner Moura sendo assediado por Hollywood. Por exemplo, com ele, garantiríamos uma verossimilhança maior, não acham? E ele disse para Marília Gabriela que fala bem o inglês! Claro que este filme não visa à arte e sim alguns muitos milhões de dólares, mas é doído de assistir. Dava uma quase vergonha alheia de ouvir um português tão mal carimbado e uma brasileira tão latinamente caricata. Mas, enfim, certamente uma grande maioria do público não será cri-cri igual à escritora que vos fala e com certeza suspirarão com a morenice do ganhador do Oscar. Ponto para Julia Roberts! E alguns muitos outros pontos para a conta bancária de Elisabeth Gilbert! Ambas tão ou mais ricas quanto ao único ganhador da Mega-Sena acumulada.... Aliás, nunca vi filas tão homéricas nas lotéricas quanto hoje...
Boa noite!
Boa noite!