Acordei, voei para tomar meu banho antes que o encanador chegasse para consertar o vazamento no banheiro, o recebi, me arrumei, tomei meu café e o abandonei aqui, dando o start para a minha sexta-feira. Primeiro passo: teste de foto para banco. Uns bons quarenta e cinco minutos no ônibus e cheguei na produtora mais animal que já entrei. Foto assim, foto assado, segura o cartão, segura um celular, sorrisão, gargalhada, ok, obrigado. Saí de lá e de repente um bafo invadiu São Paulo. Não sei se a cidade inteira ou se só a Vila Leopoldina chegando até o Largo de Pinheiros... mas tava quente pra dedéu (gostaram da expressão?). Aí já constatei que havia escolhido mal a blusa de manga três quartos, apesar de branca... Mais um ônibus. Dois. Fui para o segundo teste. Na realidade, o segundo teste do dia e o segundo teste para o tal sabonete, já que mudanças rolaram no roteiro e me colocaram definitivamente no papel de mãe. Antes parei numa lanchonete e tomei um suco de abacaxi e limão, já morrendo de fome. Esperei pouco, entrei no estúdio com "meu marido", "meu filho" e uma professora. Me alegrei ao ver tantas crianças de cabelo castanho escuro... Fiz o que tinha que fazer e saí de lá com o coração na mão. Eu queria tanto... eu preciso tanto... eu merecia tanto... Agora é aguardar, fazer o quê! Não me resta nada além de esperar...
Quando o relógio já marcava quatro e pouco, estava no quarto ônibus do dia, cansada pela noite pouco dormida, pelo calor escaldante, pela peregrinação divina dos testes e mais testes e pela incerteza sobre meus próximos dias.
O telefone toca. Ganhei de presente uma gravação domingo em Sorocaba para um vídeo institucional! Assim, remanejei a agenda. Pedi desculpas para a formanda - amiga tão querida -, senti um pesar por ter que deixar a vida pessoal de lado pela profissional, agradeci aos céus pelo primeiro trabalho do ano e olhei os horários de ônibus, já que às 9h de domingo terei de aportar na rodoviária da cidade. Faminta... me entreguei a um temaki de salmão com shimeji, o enchi de molho tarê e gergelim e um Guaraná. E começou a chuva... Sempre munida de sombrinha, caminhava para casa quando passei na frente de um buteco e senti o cheiro dos espetinhos de "filé minhau". Não resisti e paguei R$2,50 por uma linguiça - deliciosa, diga-se de passagem. Voltei para casa. Tomei meu banho. Respirei.
Deitei no sofá para assistir nada e enquanto trocava de canal descobri a programação nova da MTV e um programa chamado Top Mundi. Pelo Facebook parabenizei o VJ, pois há tempos a emissora carecia de um programa assim. Conferi músicas que estão no topo do mundo, fiz download e ouvi, incessantemente, a duas delas em especial: Sale el Sol, da Shakira e Young Blood, de The Naked and Famous.
Assim, dediquei minha noite de sexta-feira ao nada e ao tudo, perambulando entre sofá e minha cama, contemplando a vida e cantando para ela. Ela merece as mais lindas serenatas...
Bom final de semana!