http://www.youtube.com/watch?v=Deh-bqu67iQ
The sandy haired son of Hollywood
Lost his faith in all that's good
Closed the curtain, unplugged the clock
Hung his clothes on the shower rod
But he never got undressed
And no, he never made a mess
It's funny how life turns out
The odds of faith in the face of doubt
Camera One closes in
The soundtrack starts
The scene begins
You're playing you now
Take a bow
The trophy wife from Palisades
Whose yearbook beauty never fades
Sits and watches the sea fold in
And wonders what might have been
If she could ever have the chance
Would she do it all again?
It's funny how life turns out
The odds of faith in the face of doubt
Camera One closes in
The soundtrack starts
The scene begins
You're playing you now
Take a bow
On the corner
By his streets
He sits in his lawnchair
In the heat Sightseers see
What they want
They're selling star-maps
To the sun
The sunny-haired son of Hollywood
Lost his faith in all that's good
Closed the curtain, unplugged the clock
Hung his clothes on the shower rod
But he didn't get undressed
And no, he didn't seem depressed
It's funny how life turns out
The odds of faith in the face of doubt
Camera One closes in
The soundtrack starts
The scene begins
You're playing you now
Take a bow
sábado, 28 de fevereiro de 2009
O olhar do outro
Já tive a experiência fora do Brasil de como os estrangeiros nos enxergam do lado de lá. Já constatei que os brasileiros realmente vendem a imagem imaculada do sexo, carnaval e futebol. Já tive vergonha de ser brasileira, já relutei em não fazer parte de toda a baderna. No final, me enchi de orgulho de constatar quão lindo nosso país é, e do quanto sentia saudades dele.
Mas, nesses últimos dias, tive a visão do estrangeiro aqui no Brasil.
Ao sair em Ribeirão Preto com duas alemãs, vi o espanto de ambas em relação à ousadia masculina, dos homens que chegam sem muitos rodeios na balada no intuito de beijar, e de repente algo mais. Abismadas, elas me contaram, quase em tom de conto de fadas, como era romântica e gradual a conquista da mulher na Alemanha. Primeiro saiam para se conhecer, o homem a cortejava, mandava flores, e só depois de encontros, rolava alguma coisa. Naquele momento elas sentiram saudade de casa. Até eu senti saudade da Alemanha que ainda não conheço.
Agora neste carnaval, ao passar dias e noites com um amigo britânico, enxergava em seus olhos o bom espanto e a redenção. "I love Brazil!", ele costumava dizer todo santo dia. Como estávamos no Leblon, e escolhemos os blocos pela sua localização, ele não enxergava os problemas sociais, econômicos e políticos dos quais eu tanto tentava fazê-lo compreender. Como tudo era festa, como a cidade estava cheia de pessoas felizes, como os ônibus recebiam foliões que não paravam de cantar, como ele se vestiu de mulher e andou pela cidade e todos acharam engraçado, como ele fazia xixi em qualquer árvore que fosse, como nadamos no mar em plena noite, ele achou que o Brasil fosse carnaval o ano inteiro. Mas eu não quis vender essa imagem frouxa e libertina do meu país.
Até que vinham alguns brasileiros embalados na euforia carnavalesca e diziam para ele: "É, aqui é o paraíso!". Ou então: "Aqui as mulheres são fáceis.". Houve até propostas ao britânico de lhe pagar uma prostituta brasileira, já que era o último dia de festa, e ele ainda não havia beijado nenhuma. Pronto. Imagem vendida, imagem comprada. Mas pelo menos ele disse: "No, thank you". "Good choice, Adrian!" eu disse. Por isso não muito me surpreendeu os califonianos que me perguntaram quanto deveriam pagar por uma mulher brasileira...
A culpa também é nossa.
Porém, aprendi a amar mais nossa quase identidade brasileira e constatei que nenhuma outra música no mundo encanta mais do que a nossa, e que sim, podemos ser o povo mais feliz, mesmo com tantos obstáculos a serem superados.
Tão aí os lados da moeda. Eis a complexidade da compra e venda de imagem nacional. Sinto como uma ofensa pessoal falar da facilidade da mulher brasileira. Mas ela não deixa de ser verdade... Nestes últimos dias tentei esquecer dos problemas, meus e do povo brasileiro, e tentei dar uma de gringa e enxergar somente a beleza carioca, do povo carioca, da folia do Brasil.
Mas continuo a defender minha bandeira, quando os fatos não depõem contra. E a amar o carnaval.
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