Não sei se isso se chama organização ou paranoia, mas sempre fui metódica com horários. E desde que cheguei a São Paulo - o que naturalmente causaria uma pane geral e um natural relaxamento com o relógio - me tornei a pessoa mais pontual do universo. Tá, mentira, confesso não poder competir com os ingleses nem japoneses, mas pontual, eu sou! E isso é uma tarefa árdua, já que a cidade conta com vários agravantes como chuva, trânsito, sequestro, enfim. E hoje estava tudo cronometrado na minha cabeça! Minhas oito horas de sono, meu almoço, meu banho, minha maquilagem, meu cabelo, minha ida até Santa Cecília para trocar os dvd´s book que não vieram exatamente como pedi, minha ida até a Barra Funda e minha viagem até o SBT. Mas... no meio do caminho... a 9 de Julho não andava. E isso ferrou todo o meu cronograma! Chegando no metrô Santa Cecília às 14:35h, eu tinha exatos 25 minutos para ir de encontro aos meus dvd´s, fazer as devidas trocas, voltar para o metrô, andar duas estações e desembarcar na Barra Funda. Ouviu bem? 25 minutos. E nessa vida, meu amor, a gente faz render cada tic-tac do relógio! Corri. Mas corri... Suei. Suei mais ainda. Com os cabelos molhados, desviava das pessoas nas calçadas que de acordo com Murphy pareciam estátuas. Dei alguns empurrõezinhos, levei algumas broncas, mas às 14:57h estava com os pés onde deveria estar. Rádio daqui, rádio de lá (sim, porque agora tenho Nextel e estou sendo muito bem-vinda ao clube!) para saber de onde saía o ônibus de funcionários para a emissora. Quando finalmente consegui achar a bendita plataforma 8, ofegante igual a uma louca desvairada, vejo um Osastur passando ao meu lado. Olhei para ele. O motorista olhou para mim e buzinou, querendo dizer: "Mocinha, você vem?". Continuei correndo. E sim, era o ônibus onde eu precisava subir... Foi embora. Rádio mais uma vez e a agência me passou o caminho alternativo. Subi no trem, passei por estações nunca dantes navegadas, perguntei, procurei, andei, corri e ufa, subi num ônibus em um lugar que não faço nem ideia de onde seja. Desci na estrada. Andei uma passarela. Peguei uma lotação na estrada. Aportei no SBT às exatas 16h. Ninja! Depois de muito respirar e de dar folga para os batimentos cardíacos, retoquei minha maquilagem, comi um Polenguinho para não cair de hipoglicemia e vamos encontrar a produtora de elenco? A encontrei nos corredores, fui levada para uma sala e tenho a grande surpresa de ser novamente apresentada para alguém que já me conhecia de um teste enfadonho de uma outra emissora do ano passado... Coincidência? Mas lhe disse que muita coisa mudou, muita coisa aconteceu, eu mudei! Conversamos sobre possibilidades, entreguei meu material e agora é cruzar os dedos para a introdução da música Black Balloon do Goo Goo Dolls que está no menu do meu dvd agrade a quem assistir! Não sei se esse reencontro foi positivo. Talvez melhor se fosse um produtor novo? Não sei... não sei. Só o tempo dirá! Saí de lá com uma question mark na cabeça mas resolvi não pirar na batatinha. E não vi ali nenhum traço da crise do Senhor Sílvio Santos e do Banco Panamericano. E ainda tive tempo de chegar a um teste na Cidade Jardim que finalizava às 19h... Depois de algumas ceninhas improvisadas, voltei para casa às 20h ávida pelos meus tênis e fui descarregar tudo o que se acumulava aqui dentro: cansaço, medo, ansiedade, carência, esperança... Corri com uma velocidade inédita embalada pelas melhores músicas...
Foi um dia e tanto!
Foi um dia e tanto!
Suada, irritada, acabada, mas pontual. Isso sempre!