terça-feira, 13 de agosto de 2013
Sliver
O ano era 1993. Fervia nas telas o filme Invasão de Privacidade, estrelado por uma das grandes musas dos anos 90, Sharon Stone. Um thriller envolvente de sexo, drogas, violência e computadores. E nesta mesma época, a pequena Stella, com seus ainda seis, sete, oito anos de idade, assistia a tudo aquilo. Não me lembro exatamente a primeira vez que assisti. Mas me lembro que foram muitas. A primeira vez não entendi direito, a trama estava um pouco acima da minha capacidade moral e intelectual. Mas hoje, assistindo ao Telecine Action, liberado pelo próximo mês numa grade de canais HD recém-adquirida, eu pude ser capaz de adivinhar a cena seguinte e saber as falas de Carly e Zeke. E revendo o filme que há muito tempo não via, revivi aqueles anos. O telefone sem fio quadrado com aquela antena enorme... A gente tinha um. Os computadores... Tivemos nosso primeiro poucos anos depois. O veludo estava em alta. As camisetas de Zeke. A tiara de Carly. Video Game. O visualizador de jornais (nunca chegou ao Brasil, acho...). O som de Massive Attack (não coincidentemente na minha playlist até hoje). O touch screen era o que havia de mais high tech e hoje está mais popular que Jesus Cristo... Mas o que a sessão pipoca desta segunda-feira me fez pensar - o que não é novidade - é que eu cresci antes da hora. Culpa da árvore genealógica, que me colocou na posição de caçula dentre quatro filhos no mínimo três anos e meio mais velhos do que eu com uma mãe extremamente realista - quando não muitas vezes pessimista... Muita mãe ainda hoje proibiria sua cria de assistir às extripulias de Sharon Stone e William Baldwin e eu não só vi algumas muitas vezes, como adorava! Minhas amigas da escola nem imaginavam aquelas cenas... Em certos assuntos eu as achava extremamente infantis. Vocês podem até imaginar os enredos das minhas brincadeiras de Barbie (e Ken). É, eu estava certamente a frente... Só não sei - ainda - avaliar o quanto isso me foi bom e o quanto me foi prejudicial... A inocência ideológica eu perdi cedo mas o romantismo, ah, esse jamais! Resumo da ópera: Sliver, sexy since 1993!
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