terça-feira, 22 de setembro de 2015

(N) A crise

É muito fácil aplaudir quem está no palco. Mas a crise nos faz ver o quão difícil é receber apoio quando se desce. Afinal, trata-se de uma profissão de glamour e muito dinheiro, coisa fácil... 15, 30 segundos de fama, isso é baba! É o que os leigos pensam... Para a gente conseguir o nosso lugar ao sol - lugar este passageiro, especialmente para os freelancers -, tem que se aguentar os trancos da montanha russa. E o problema, neste momento, não sou eu nem o meu acting. O problema é o Brasil. Estagnado. Com números alarmantes. Dizem até que num retrocesso. Eu parei de assistir aos jornais televisivos. Disso eu desisti. Mas da minha paixão, não. Outro dia acordei com uma mensagem da minha mãe praticamente me mandando procurar emprego fixo. "Você não está feliz agora, está?", ela perguntou. Eu tenho estado todos esses anos orgulhosa do pouco e do muito que conquistei. Mas são dias de crise, quem não os tem? Aliás, muitos vivem eternamente nesses dias. Mas eu optei por viver da alegria - ou pelo menos, tentando buscá-la. Muitos me cobram uma grande emissora - não valem as médias, tá, muito menos as pequenas... -, uma bancada de jornal, um cachê que compre minha casa própria e um belo carro, um outdoor que seja visto lá da Lua...! Aí sim, quem sabe, voltarão a me aplaudir. O que vale ter gravado com Cauã Reymond semana passada e gravar com Celso Portioli nesta e além disso ter um currículo repleto de vídeos e fotos e afins? Nada se você não estiver rica. E se não está rica, melhor procurar um concurso público, afinal, ali é o sonho mais comum: a estabilidade. O problema é que quase ninguém tem a coragem de seguir um caminho alternativo: o coração. A highway é sempre mais simples. No entanto, em algum momento, eu fiz a curva. Apenas aceitem, por favor, que escolhemos caminhos muito diferentes... e que a estrada é longa. Paciência! A mim, a nós, a vocês!