sexta-feira, 11 de março de 2011

Acabou-se o que era dolce!

E chega ao fim o Carnaval! Pelo menos para a maioria dos pobres mortais e com exceção de amigos que ainda tiram forças das profundezas do oceano em carnavios afora...
A semana que antecedeu a festança me surpreendeu. Teste até na sexta-feira! Dever cumprido, mesmo o placar estando zerado até o momento. O inferno astral me queimava e assim, me dei toda a licença poética de ir para minha Cidade Maravilhosa aproveitar a Festa da Carne.
Foram cinco dias de amigos, reencontros, blocos e mais blocos, marchinhas, fantasias, adereços, muito energético, andanças, risadas - quantas risadas! -, cansaço, inchaço, estardalhaço. Teve até bloco de celebridades!
A cidade estava uma zona. Os banheiros químicos o caos na Terra. O trânsito parado. As ruas exalavam o cheiro dos foliões. Multidões até altas horas da matina. E não é isso o Carnaval? O dia em que o Carnaval de rua for organizado, ele perderá sua autenticidade. Se queres organização, procure um resort. Ou alugue filmes. Leia livros. Ou fuja do continente. Carnaval é para se chutar o pau da barraca e levar a jaca para casa para pisoteá-la no dia seguinte. É para brincar de ser ridículo e não se importar ao ver as fotos ridículas, as roupas ridículas e os vídeos ridículos embarcados na mala. É fingir que pode tudo nesta vida que a gente não pode nada. A gente não pode comer em excesso, beber em excesso, falar muito alto, cantarolar na avenida, gritar o que quiser, dançar como quiser. Mas no Carnaval a gente pode. A gente deve.
Quando me mudei para São Paulo a cidade me fazia sentir pequena. Quando vou ao Rio, me sinto grande demais. Lá não precisa ter tudo... fazer tudo... basta ser alguma coisa, às vezes basta ser o que você quiser. É bom. Bom pra alma, bom pro coração.
Mas como essa fantasia não é eterna, agora começa o ano. Mas e já não havia começado? Voltei cheia de energia para a Selva de Pedra como uma fênix depois da quarta-feira de cinzas. Já tive um teste hoje. Outro amanhã. Nossas paredes já estão pintadas e a vida quase organizada.
Agora não tem pause. Feliz ano novo! De novo.