segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Preciso de um manual!

Eu cansei dessa brincadeira! Eu acho que não sei jogar!
Meu tabuleiro parece um labirinto, às vezes jogo o dado e ando para frente, às vezes caio no "revés" e retorno algumas casas ou então rodo, rodo e não saio do lugar.
Primeiro que me ligaram hoje pedindo para mandar meu material para o quadro Lendas Urbanas do Gugu. Para começar, eu nem sabia que existia. Perguntei para o cara da agência se é trabalho que valha a pena e lógico, ele disse que sim. Seriam duas diárias e eu a protagonista, com texto e tudo. Desliguei o telefone e olhei no YouTube do que se trata. Ainda não me deram retorno, se fui escolhida ou não, mas eu odeio quando recebo convites e logo em seguida vem aquele frio na barriga como quem anuncia uma cilada. Isso é intuição?! Ou isso é medo de jogar?! Senti esse frio na barriga quando fui parar naquele grupo picareta de teatro, quando recusei recepcionar numa festa com cachê baixo e tive que escutar pessoas rosnando do outro lado da linha, no meio da seleção do projeto do seriado gay Arouche By Night...
Mas pelo que andei bisbilhotando hoje no Orkut dos coleguinhas, aquele projeto está caminhando, sim. E eu deixei passar... por desconfiança. Por "intuição". Temo por, daqui uns meses, ligar a televisão e ver os vários atores e atrizes que conheci nos testes fazendo a festa e colhendo os frutos por terem acreditado naquilo que eu julguei picaretagem. Eu acho que não tenho um sexto sentido. "Siga o seu coração", não é o que dizem?! Mas acho que meu coração se confunde com medo e desconfiança, preguiça e excitação, ambição e orgulho e subestimação.
Agora que me lembrei, senti esse frio na barriga nas três tentativas de começar as aulas de teatro. Nas duas primeiras eu apareci apenas na primeira aula e fui embora, algo me cheirou mal ali. Na terceira... venci o frio na barriga e comecei prontamente a fazer parte do elenco do TPC, e foi onde tudo começou. Se eu fosse responder àquele medo, teria continuado a atuar apenas na minha imaginação - como fiz desde criança. Resumindo: às vezes a intuição funciona, às vezes não. E como saber quando é qual?
Mas tem fatos que a intuição é totalmente desnecessária. Por exemplo, agora pouco estava on line no MSN uma tal de Mariana, que adicionei ao achar um anúncio na internet de seleção de modelos para eventos. Ela mandou "olá", respondi, e ela mandou - sim, mandou - que eu trocasse minha foto profissional do profile por uma caseira. Troquei e perguntei quem era ela, já que não lembrava especificamente, já que nos cadastramos em tantas coisas... e ela disse: "Minha filha, eu trabalho com eventos e comerciais, não tem agência envolvida". E me chamou no vídeo. Medo. Aceitei e cortei o áudio. Ela continuou a escrever. Disse que eu era linda, "que cabelão lindo, menina!", "que lugar lindo é esse que você está?" - meu pano de fundo era minha janela e minhas almofadas coloridas na cabeceira da cama. "Das 34 modelos que eu tenho, nenhuma tem seu perfil. Tire seus brincos.". Medo. Tirei. Ela: "Muito européia". Eu ri e disse que essa era nova. Perguntei se tinha alguma seleção em especial para agora e ela contou sobre catálagos de 700 reais a diária, de biquini, para os estrangeiros verem que Brasil não é só crimes e pobreza. Falei: "Querida, essa não é minha praia". E ela retrucou: "Você se sente incapaz? Com um cabelão lindo desse... Fique de pé.". Atendi excluindo essa dona e a bloqueando do meu MSN. Isso se chama ficha rosa. E isso é trash, em seu pior sentido. E quantas fichas rosas tem por aí...
Se você se sentar comigo em uma conversa de meia hora, a palavra trash pipocará no mínimo dez vezes. Tem muita coisa lixo nesse mundo. Meu Deus, como tem!
Hoje também participei de uma webconferência de um grupo de comunicação - dessa vez sério - que procura uma apresentadora para programa de turismo, com dois anos de contrato. Salário digno de 3 anos de cursinho para concurso público nível superior! Vai rolar um p*** processo seletivo, com entrevista por Skype, teste de vt, entrevistas pessoalmente e dinâmica de grupo. Já pensou?! Experiência é fundamental. Minha experiência foi meu primeiro e único Sport & Ação, minhas aulas de tv e cinema, minhas peças de teatro, meus seminários na faculdade... isso é experiência?
Mas é isso... não sei onde está meu Romeu para me resgatar da minha torre em chamas nem onde arrumar um manual - se é que para esse mundo desconcertante das artes exista um.
Amanhã retorno à fono, tenho uma seleção para três feiras à tarde, enfim.
"Você reza?", perguntou minha mãe. "Rezo, mas não sei se alguém me escuta", respondi. "Continue rezando e não desista nunca". Mas eu estou cansando de brincar. Eu quero entrar pra valer num jogo que não tem regras, que não tem segredo e sim portas, que não tem dono, que corta cabeças e chama para o sofá. E o pior - e o melhor - de tudo, é que mesmo assim, eu ainda quero muito jogar. E jogar para ganhar.

Kings and Queens (30 Seconds to Mars)

http://www.youtube.com/watch?v=9VhZDiG7ye0
Into the night
Desperate and broken
The sound of a fight
Father has spoken.
We were the kings and queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the children of a lesser god
Between heaven and hell, heaven and hell
Into your eyes
Hopeless and taken
We stole our new lives
Through blood an pain
In defense of our dreams
In defense of our dreams
We were the kings and queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the children of a lesser god
Between heaven and hell, heaven and hell
The age of man is over
The darkness comes and all
These lessons that we've learned here
Have only just begun
We were the kings and queens of promise
We were the victims of ourselves
Maybe the children of a lesser god
Between heaven and hell
We are the kings
We are the queens
We are the kings
We are the queens...

Voltei!

Não sei se se trata de uma nova fase, de um novo recomeço ou se tudo continua a mesma coisa... mas voltei! Cada vez que chego em São Paulo tenho meus pensamentos corrompidos por n ambições e n promessas que muitas vezes não chegam a ser cumpridas e isso já completa um ano. Mas cheguei agora pouco e desta vez foi tão gostoso voltar - não que as outras vezes não tenham sido -, especialmente na companhia de duas lindas amigas acompanhadas de temakis e Gianechinni ao aterrisar. Algumas semanas parasitando em Ribeirão não fazem muito bem para o ego de quem almeja ser tubarão, se é que vocês me entendem... Embora tenham sido dias tranquilos, ociosos e divertidos, de encontros e desencontros, quando meu despertador foi acionado apenas uma vez para fazer minha unha às 10 da manhã, é bom poder correr atrás do que se quer e não apenas esperar. Eu estava esperando até então. Não sei exatamente o quê, se o Carnaval terminar, se a dieta se concretizar, se minhas aulas começarem, não sei.
Mas aqui estou! Não tenho hora para levantar amanhã, é a mais triste verdade, no entanto, estou na Selva de Pedra e não tem mais como fugir. Tomei um fôlego e preciso ir atrás do ouro, certo?!
No começo da semana recebi um gentil e-mail de um editor de Lisboa - que por sinal ainda estou pensando no que responder. Fui elogiada pela garra e pelo blog e encorajada a escrever um livro! Mas eu ainda não tenho um gran finale! Não fui para Hollywood nem virei uma frustrada professora de português... Será?! Quinta-feira recebi a ligação de uma agência pedindo minha autorização para envio de material para fotos para Asics na internet. Uma luz se acendeu! E se apagou no final do dia, já que não me ligaram - o que siginifica que não fui selecionada. Não abaixei a cabeça, pois foi apenas a primeira oportunidade interessante de 2010. Tudo bem, tem gente por aí que já pegou vários trabalhos desde que janeiro deu as caras e 2010 já é fato consumado, mas o "meu" 2010 estava meio tímido, coisa e tal. É que agora não tem desculpa mais. Não é fim de ano, não é começo de ano, já acabou a folia e é hora de botar a mão na massa.
E sabe o que é o pior?! O pessoal não sabe o que está perdendo... enquanto fico aqui, isolada, escrevendo no meu diário, eu poderia estar ilustrando várias marcas e decorando lindamente vários textos e incorporando diversos personagens.
Sofia não está mais no meio de nós - retornou às velhas terras gélidas, mas ganhamos dois namorados na casa - nenhum meu.
Espero ainda não ter perdido leitores ávidos por novidades quentíssimas nesses últimos tempos. Espero não ter iludido leitores sedentos pelo sucesso imediato. Não chove e é uma noite quente de verão na capital paulista. O silêncio faz pesar meus olhos e talvez apagar a luz seja agora uma boa opção!
Boa segundona!