Começou como um dia de teste qualquer. Quando estava para sair de casa, um booker me liga para saber sobre minha disponibilidade nesta tarde para uma foto para o Sistema Integrado de Transporte Urbano de Jundiaí. Totally free! Ficou de me dar a resposta em breve... Sendo assim, segui para meu destino, torcendo para um "sim" mas não esperando demais. A gente nunca pode esperar demais! Quando cheguei na produtora... quanta gente! Era criança, pai, mãe e adolescente pra tudo quanto é lado! Preenchi meu cadastro e prestei atenção no meu número: 115. De repente chamam o 59. Respiro. Para passar o tempo, fiquei divagando sobre a vontade de desistir do teste com minha mãe no MSN. "Mas quanto é o cachê?", ela perguntou. "É... será que não vale a pena esperar?". Eu esperaria, apesar de incrédula por se tratar de foto de maiô/biquini. Prestou atenção no verbo? Esperaria, caso não me ligassem e me confirmassem que havia sido aprovada para o job! Avisei a produção, rasgaram minha claquete, voltei para casa, tomei meu banho, almocei o mais rápido possível, me dei o direito de pegar um táxi e encontrei o pessoal na casa da fotógrafa. Junto comigo, mais duas figurantes e todo mundo dentro da van! Chegamos na cidade por volta de 17h, faz maquilagem aqui, arruma o cabelo dali, teste e foto. Pronto! Às 21:30h já estava em casa. Não levei o frio a sério e quase congelei com o vestido meia-estação! Mas ao entrar no meu tão quentinho apartamento, tive a honra de vestir o meu pijama de frio e colocar uma meia no pé! Que delícia! Apesar da chuva, eu estava com saudades de um clima mais ameno... E assim foi o dia. Conhecendo a prefeitura de Jundiaí, conhecendo atrizes com os mesmos dilemas que eu - quando não piores -, novos produtores, sendo reconhecida pelo sorriso, reencontrando coincidentemente namorado de amiga, ganhando mais um ítem no currículo e um dinheirinho na conta corrente, que estava mais parada que água de poço... Faz bem pro ego! Assim, estou me rastejando enquanto o relógio marca meia-noite e dez. Amanhã tenho mais dois testes e a cabeça está cansada para memorizar texto. Eu mereço minha cama e como amo meus lençóis, meus travesseiros, meu edredom e o cheiro de baunilha que embalam minhas noites... Boa noite!
quarta-feira, 27 de abril de 2011
No feriado
Comemorou-se muito nos últimos dias... Sexta-Feira Santa, Sábado de Aleluia, domingo de Páscoa, Tiradentes, Descobrimento do Brasil, amizades, família, saúde, a benção amaldiçoada do cacau... Foram bons e tranquilos dias no interior! Quase esquecidos na gaveta do hack na sala de minha avó, enquanto procurávamos o já esquecido jogo de loto (ou bingo ou víspora ou como quiser chamar) para a alegria dela, encontramos duas cópias da minha autobiografia, escrita aos 15 anos. Fazia muito tempo que não via os livros, já que as poucas cópias se espalharam e se tornaram best seller da família Menegucci e adjacentes. Dediquei as minhas quase cinco horas de Rápido Ribeirão na segunda-feira à revisão daquelas quase 300 páginas que há dez anos escrevi. Senti um frio na barriga ao redescobrir o que pensava eu em 2001. Já faz tanto tempo... E sério, parece que foi ontem! Não é papinho de elevador, não. Como passou rápido! Naquela época o Word não era o programa mais usado... Não havia Google, Facebook, nem Youtube e muito menos clubes de ofertas. Não havia Blackberry... Nada de Ipod, nem câmera digital... Dedico um parágrafo agradecendo à internet, acredita? Lógico que não foi possível uma distância muito grande entre a leitora e a escritora naquele momento, e apesar dos alguns erros gramaticais e dos muitos de digitação e pontuação, constatei que não mudei muita coisa. Mudança eu digo no sentido de água para vinho... A metáfora é que minha Sidra Cereser está no caminho para se tornar uma Cristal, entende? Me surpreendeu o fato de que ali deixo claro que ser atriz era uma opção palpável. Também pudera! Eu acabava de fazer o comercial para o Liceu Albert Sabin! Opção essa que joguei para debaixo do tapete dois anos depois... Ali eu nunca tinha namorado. Não tinha ainda conhecido outro país. Sonhava com a cidade grande... Temia o vestibular. Tinha como melhor amiga alguém com quem hoje nem falo. Ansiava por festas, por cores, por barulho. Acreditava no amor. Desejava paixões. Até ali nunca tinham partido meu coração e eu ainda era sonhadora, coisa que deixei de ser numa amargura trancada durante quatro anos de uma faculdade que eu não queria. O mundo ainda não tinha assistido ao 11 de setembro, mas a política continuava praticamente a mesma. Tudo tão igual, tudo tão diferente... Aos 15 anos eu já desejava a mesma coisa que ainda desejo todas as noites ao ver a primeira estrela no céu: ser feliz - e eu já era, mesmo não sabendo. Nunca me arrependi ter gastado os quase R$500,00 com a publicação naquela época de economia nem os vários meses na frente do computador. Realizei entrevistas e mais entrevistas, resgatei fotos nunca antes vistas, registrei a vida como foi e como era e coloquei como ponto de interrogação o que viria a ser ela. E por isso não abandono você, querido blog. A vida e a cabeça são demasiadas ricas para serem guardadas em apenas 300 páginas... Você é a continuação de tudo isso que é Meu. Boa noite! Boa quarta-feira!
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