terça-feira, 1 de março de 2011

"Tem alguém me enchendo o saco. Acho que sou eu."

Não cobrem a minha presença, por favor. Se sumi, é porque não tinha o que contar. Se aparecesse, iria derramar toda a minha insatisfação, o meu desespero, o meu mau humor. E quanto mau humor! Tentei me alegrar, assisti a bons filmes, ouvi boas músicas, li alguma coisa, mas eu não tive um teste sequer em cinco dias úteis dessa última semana inútil. Minha esperança só se elevou na quinta-feira, com uma pré-aprovação por vídeo que me fez ficar editada entre três para um cartão de crédito. Não fui a sortuda. Se é que é sorte... Porque se a gente acredita que quando é para ser, será, a sorte não entra na jogada. Ou entra? O destino envolve sorte? Porque se envolver, não é destinado a ser... Ah, já sei! Pode ser que você seja destinado a ter sorte. Aí sim. É que não tenho tido muita nos últimos tempos... Cheguei a pensar no mundo corporativo. Cheguei a me enxergar vestida de roupa social fazendo happy hour após o expediente. Foram dias difíceis. O problema era comigo, será? Aí fiz uma cotação de casting com modelos e atrizes. Perguntei para booker de agência. Estava parado para todos. Menos mal. Aí, já prevendo a semana seguinte, anterior à maior festa brasileira, me mandei para as bandas do interior, sem dia certo para voltar. Mas, como sempre, planos foram desfeitos ao receber uma ligação no domingo à noite para um bom teste hoje, segunda-feira. Voltei à capital no ônibus das 8 da matina após parcas horas de sono por conta da entrega do Oscar. E mais gordinha, devido à comilança desnecessária do domingo. E foi uma segunda-feira de testar a paciência. Minha viagem se alongou por mais de cinco horas, a bateria do meu MP3 durou apenas duas e um assobio chato praticamente a estrada inteira. Fui recepcionada com uma chuva interminável e cheguei à solução matemática de que chuva + cabelo = terror para andarilhas como eu. Almocei algo perto de casa, tomei meu banho, peguei as coordenadas e às quatro e pouco chegava na produtora. O teste foi rápido, mas não fui bem. Não favoreci a câmera, eu acho que estava meio desconcentrada, irritada ou cansada ou tudo isso tudo junto. Mas valeu. Sempre tem que valer. Cachê-teste, guarda-chuva, trânsito. Entrei em casa e já estava escuro. Ainda chovendo. E a mala para ser desfeita e o jantar para ainda ser feito. Confesso não estar animada para o meu Carnaval, apesar de numerosas e incríveis companhias já agendadas para o Rio de Janeiro. Eu sei do que estou precisando. Mas infelizmente não depende só de mim... Mas vai passar. É tudo uma questão de tempo. Amanhã começamos a pintura do apartamento. E após o samba, chegam minha cama nova e minha sapateira. E aí não tem desculpa, porque dizem as más línguas que o ano começa mesmo é depois do carnaval. Boa noite chuvosa para você! Eu estou com tanta raiva dela que nem sei se vai ser possível aproveitá-la...