segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Mais uma vez...
Olha, modéstia a parte, eu sou boa na maioria das coisas que faço. Para começar, eu tenho um bom coração. Sou uma boa filha. Sou boa amiga - apesar de odiar telefonemas... Sou boa cozinheira - mesmo não tendo praticado esta arte nos últimos tempos... Sempre fui ótima aluna, admirada pelos professores e até odiada por alguns coleguinhas. Me formei numa boa faculdade. Sou boa profissional - inclusive, acabei de gravar um comercial com Malvino Salvador em Salvador, papo para um outro post que provavelmente jamais será escrito e por isso, segue foto. Tenho ótimo gosto para música e filmes. Leio bons livros - talvez não com a voracidade que deveria mas leio... Escrevo bem - pelo menos é o que dizem. Fui uma boa jogadora de vôlei ao longo de anos - ganhei até medalha de melhor levantadora em um campeonato regional! Sou boa no volante - tirando a última ralada no carro da mamis na garagem do prédio... Falo inglês muito bem - sinal de que os milhares de dólares gastos no Canadá não foram em vão! Tenho um bom jogo de cintura. Sou boa de cama - bom, pelo menos acredito que seja, né... Sou boa em comunicação - e por isso trabalho com o que trabalho. E muitas otras cositas más. No entanto, tem uma coisa que eu sempre fui péssima e não há como e quem negar: homens. Minha primeira paixão de criança foi um amiguinho de classe, que hoje é um grande amigo e gay assumido. Começava ali a minha tragédia. Não estou aqui para fazer uma trajetória das minhas escolhas mal sucedidas e nem citar nomes de ninguém, fiquem tranquilos, meus poucos ex-queridos. Estou aqui para escancarar meu cansaço perante esse bando de homem confuso, mal resolvido e bobo por aí. E olha que já passei por algumas faixas etárias. Os de 25, idiotas. Os de 35, lamentáveis. Os de 40, piores ainda. Aí eu cheguei à conclusão de que o problema não são eles, sou eu! Só pode ser! Nesses meus 28 anos e meio de vida, eu dei uma bola dentro. Uma! Relacionamento este que acabou mas foi lindo enquanto durou... E olha que eu não peço muito... Não exijo homens altos, morenos e sensuais, apesar de às vezes os ter conseguido. Não exijo uma carteira gorda. Ou viagens internacionais. Nunca pedi um carro. O máximo que ganhei foi um ar condicionado - que está sendo, inclusive, de grande valia nesses últimos dias. Não exijo poetas, magnatas, estrelas. Eu procuro alguém que queira o mesmo que eu e que me faça feliz. Simples assim. Eu queria ter um relacionamento normal, já que minha vida já é tão diferente. Dispenso as grandes emoções agora, eu queria apenas uma tranquilidade e confiança mútua. Será que é pedir muito? Já sei que terá muita gente que vai me dizer "calma, você ainda é nova!". Mas tem uma pergunta que eu nunca consegui responder: "Como você, tão linda e morando em São Paulo, não achou ninguém?". Pois é. Também gostaria de saber - e obrigada pelo linda, by the way. Obviamente tem muita água para passar debaixo dessa ponte. Mas olha, que preguiça de esperar... Aí pensei: "vou pegar um cachorro, porque isso sim é amor incondicional!". Mas aí me lembro da minha falecida poodle que deixou um buraco eterno no meu peito quando partiu. Cães são amor com prazo de validade de no máximo, 17 anos. O resto é saudade. Eu queria aquele eterno, sabe, daqueles que a velhinha morre apenas horas depois que o velhinho se vai?! Mas esse amor para sempre, só saberemos depois da morte, se é que existe vida depois dela. Até lá não dá pra saber. Não, na verdade, não quero a eternidade. Só quero alguém pra saltar de páraquedas comigo, que debata os episódios de The Walking Dead... Alguém que frite pipoca e assista Game Of Thrones do meu lado. Alguém que dê risada da vida. E que tenha certeza, pelo menos naquele instante, de que aquilo será eterno enquanto durar. E o pior é que disso tudo, o máximo que consigo tirar é inspiração para escrever um bom texto num blog que ninguém lê e que está mais parado que água de poço. Talvez ter crescido sem a figura de meu pai e de avôs e odiando meu padrasto - que hoje amo - até os 13 anos me faça falta para compreender esses bichos burros soltos por aí. Eu não entendo o jogo que eles fazem e para falar a verdade, nem pretendo jogá-lo. Jogo, no máximo, eu topo um Imagem & Ação na praia ou um Perguntados nas horas vagas pelo celular. E só. E já que nunca teremos tudo na vida... Bom, então opto por ter um papel na novela das nove, ou encabeçar um programa de televisão, com muita saúde, minhas lindas amigas e minha família do lado. O amor eu deixo pra uma próxima. Ele eu deixo pra você que tem o dom, pra você que leva uma vida normal, que posta foto das duas taças de vinho na varanda de casa e planeja os próximos passos de sua família feliz de margarina. Cheguei à conclusão que a normalidade, definitivamente, não é para mim.
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