E eu me lembro muito bem daquela manhã, em meados de 1998. Era um daqueles dias que os alunos vibram por substituírem as aulas por um filme, quando considerávamos a escola um fardo e o inferno na terra. Nos dirigimos aos anfiteatro do Colégio Marista (ah, quantas saudades do primeiro palco em que pisei...) e lá estava um telão e em retroprojeção, Shakespeare In Love. Naquelas semanas estudávamos Romantismo nas aulas de literatura e aquele filme caíra como uma luva sobre tudo aquilo que líamos. E como não se apaixonar por um filme que falava sobre o amor, a paixão pelo teatro e tinha Joseph Fiennes como protagonista quando se tinha doze anos e já se amava esse mundo louco das artes? Eu saí de lá extasiada! Aquilo tudo fazia sentido para mim... E hoje, anos depois, me dei o prazer de novamente assistir ao filme, com olhos tão distantes da minha 6a série, numa noite morna de sábado... E tudo fez sentido novamente! Viola, quebrando paradigmas numa época em que mulher não pisava nos palcos, interpreta Romeu e simultaneamente, vive uma história de um amor puro e louco e verdadeiro com seu criador, Mr. Shakespeare. Numa discussão com terceiros, deixam escapar que "Will" tem uma esposa em outras terras. Viola, obviamente, deixa o local se sentindo enganada e frustrada e tudo o mais que mulher costuma sentir nesses momentos constrangedores e completamente dispensáveis. Mas Will a ama e numa reconciliação, a pergunta: "- Can you love a fool? (- Você consegue amar um idiota?) " e ela responde com outra pergunta: "- Can you love a player? (- Você pode amar uma atriz?)". Não preciso dizer mais nada... Shakespeare Apaixonado continuará na minha lista dos melhores filmes da vida, especialmente por tudo aquilo que me disse quatorze anos atrás e que continua valendo: sim, eu amo os palcos e sim, eu sou romântica, fazer o quê?!
domingo, 28 de outubro de 2012
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