quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A maior qualidade do mundo é girar

Sexta-feira passada pela manhã recebi uma ligação de uma amiga de Ribeirão, que raras vezes me telefona, preocupada comigo, querendo saber se estava tudo bem. O motivo? Sonhou que eu havia morrido. Mas antes de me ligar, consultou uma amiga entendida de sonhos que lhe acalmou, dizendo que a morte de uma pessoa em sonho significa o término de um ciclo e o início de outro, um recomeço. Curiosamente, a amiga da minha amiga tinha razão. Mudanças vem aí... Recebi na última noite de quinta-feira a notícia de que perderia minha roommate e uma difícil decisão deveria ser tomada rapidamente sobre onde e como eu moraria em 2014. Então decidi, finalmente, depois de 27 anos, morar sozinha. Rosa Madalena - a terapeuta holística, lembra? - estava certa, o apartamento 50 tem boas vibrações mas é um local de passagem. A notícia me trouxe certo pânico. Muita preguiça. Momentos de desespero. Vontade de chorar. De ser criança de novo. Mas, como ninguém disse que seria fácil crescer, iniciei uma busca louca, com ajuda de conhecidos queridos e desconhecidos por um novo lar. E acho que achei. Ainda não vou divulgar nada porque o olho gordo está ficando obeso, sabe como é... E me lembrei de abril de 2010. Naquela época, quando eu fui praticamente convidada a me retirar do apartamento no Paraíso, eu não era ninguém na publicidade. A Colgate estava a meses de acontecer. Eu ainda apostava que as coisas dariam certo. E não tinha dinheiro. Eu ainda fazia os famigerados eventos. Não me denominava apresentadora. Cheguei a jogar na MegaSena porque era tudo tão caro na cidade! Até que encontrei um novo paraíso no Itaim. E agora me seguro para não reclamar de barriga cheia. Tudo continua caro, aliás, mais caro ainda, no entanto, hoje eu posso, com os devidos cuidados, me dar ao luxo de morar sozinha em uma outra área nobre de São Paulo. Hoje eu não aposto que as coisas darão certo. Elas já estão dando. Fico triste por ter que abandonar minhas amadas esteticistas que me amassam e me drenam semanalmente. Minha manicure. Ah, minha manicure! O sapateiro logo ali. O Kinoplex. O Hortifruti. O self-service de todo dia. As lojinhas da João Cachoeira. A temakeria. A gráfica onde tiro xerox do meu DRT. A Joaquim Floriano. Meus porteiros queridos. Tudo. Ainda não é hora de dizer adeus. Mas um aperto no peito me tira a fome e me dá mais fome de mudança. Porque como eu disse em post anterior, quem fica parado é poste. E agora vou dormir, porque meu relógio despertará antes das 5 da manhã para uma gravação em Valinhos. Amanhã, se estiver em condições, contarei dos meus últimos dias em Brotas, onde tive os imensos prazeres de viajar com uma trupe divertidíssima, gravar com um artista extremamente querido e de me aventurar no Rio do Jacaré Ralado dentro de um bote de rafting. Eu só tenho a agradecer... Mesmo temendo as minhas decisões. E seja o que Deus quiser!