Lá em casa era uma tortura, já que éramos em 4 filhos para usarem o único computador à noite, com brigas constantes de "A internet hoje é minha!" e "Não é, eu falei primeiro!"... E eu ficava muito brava, aposto que você também, quando seu irmão/irmã estava na internet e você não, especialmente quando sabia que naquele horário, o seu paquera estaria on line esperando você entrar. Eu tive bons paqueras no ICQ e nos bate-papos do UOL... Eu sempre entrava na sala mais cheia de Ribeirão Preto, com o nickname *Gr@cinha*, cheio de frufrus nas letras que nem sei mais fazer (e eram o máximo na época!) e perguntava: "Alguém de 12, 13 ou 14 anos afim de teclar?". Nessa época eu tinha 12 anos e só conversava com pessoas da minha idade ou até 2 anos mais velhas. Nem mais, nem menos. E tinham que ser de Ribeirão. E sócias da Recreativa, o clube que eu super frequentava na época e do qual nem sou sócia mais...
Quando ainda não tínhamos internet em casa, enquanto era uma aquisição mais elitista, eu ia à pé à casa do namorado da minha mãe, à tarde, enquanto ele trabalhava, para usar a dele. E quando a conexão demorava? Com aquele barulhinho de "discando"? Que desespero... especialmente no horário de pico, que era após as 22h. A hora que todos os paqueras e futuros paqueras estariam on line.
Legal demais lembrar destes tempos remotos... eu não imaginava que um dia haveria wireless nos shoppings, aeroportos, até na estrada, caso você tenha a tecnologia 3G... que seria possível roubar a wireless do vizinho, que poderia carregar meu próprio computador para lá e para cá, que pudesse perder todos os paqueras do messenger. Hoje eu não tenho nenhum on line. Por um lado é bom, privilegiamos a realidade e não a virtualidade, não é?! Mas por outro... Ai, que saudades das batidinhas na porta do ICQ... e dos tempos em que entrar na internet dava friozinho na barriga...
Eu sempre fui fã de internet e bate-papos virtuais, desde seus primórdios, e não tenho vergonha de dizer isso. Sempre facilitou as coisas e me rendeu boas amizades... amizades esquecidas... romances que marcaram e com pessoas que nem valem a pena serem lembradas... mas que sempre são. Eu tenho uma boa memória, e não consigo apagar as coisas assim tão fácil...
Que nostalgia...