segunda-feira, 15 de julho de 2013

O triste fim de Policarpo Quaresma

Com exceção dos finais felizes de Hollywood, a finalização de uma obra ou reforma, cruzar a linha de chegada de uma corrida de 5km para a qual você não se preparou, o final de uma depilação e a final do BBB, cheguei à conclusão de que a maioria dos finais cotidianos é triste. E eu tenho problema em lidar com isso. Ontem, por exemplo. Depois de chegar de dias atarefados no interior, conheci um restaurante em São Paulo e as tristezas ali foram inúmeras... Primeira: o término da primeira garrafa de vinho. Foi tão, tão triste, que mereceu uma segunda garrafa. Segunda: a última garfada do meu linguini com camarões e abobrinha. Mas dessa vez a balança e o bolso não permitiram uma repetição. Terceira: o fim da segunda garrafa de vinho. Quarta e última: o fim do final de semana. Também sofro duas vezes na semana, quando depois de exata uma hora e quinze minutos, minha massagista diz: "Acabamos!". Se eu pudesse, ficaria ali para sempre... Mas a gente paga por sessão e sempre há outra cliente esperando lá embaixo... Final de temporada dos meus seriados favoritos! Eu confesso ainda não ter me recuperado do final sangrento de Game Of Thrones. E estou já contando os dias para o retorno de The Walking Dead. O último episódio é triste porque você sabe que até filmarem e editarem, a nova temporada demorará horrores para ir ao ar e você ficará órfã diante uma programação tão parca na televisão. O último filme de uma boa trilogia. Fim de um sorvete! Exceto o Cornetto, que guarda o melhor para o final, lamber o palito é o momento de querer mais de algo que já se foi. Dói... Final de viagem. Final de campeonato, quando seu time perde. Os últimos segundos de uma música preferida quando não se tem acesso ao rewind. Fim de uma paixão, que como a música acima, não volta atrás... Ou a dor de uma paixão sem fim... Todos os finais de relacionamento também são tristes, mesmo estando pelo menos uma metade feliz com a separação e com a tão esperada liberdade. Aquilo significa fim de sonhos, fim de planos, fim de intimidades, o fim da certeza de que duraria para sempre... Mas um novo recomeço para muita coisa... Fim de festa. Ah, depressivo! Drummond será para sempre atual: "E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou...". Nada dura para sempre. Essa é a triste realidade. E já que nossa única certeza na vida é da morte, tratemos de aproveitar o começo e o meio... Se o recheio fosse infinito, talvez não seria tão bom assim... E agora, José? E agora, Policarpo? A mim, só me resta pedir bis... Bis!