terça-feira, 13 de dezembro de 2011
"...Mexe, mexe, mexe com as mãos... pequeninas!"
1997. Meu irmão e eu brigávamos para ver quem dominaria os botões do controle remoto da televisão. Eu queria ver Chiquititas e ele qualquer outra coisa, menos Chiquititas. Puxa daqui, puxa dali, xinga disso, grita aquilo até que a derradeira "Mãe!" entra na história e resolve o conflito. Se uma terça ou quinta-feiras de 1997, minha amiga de infância e eu seguíamos ao clube depois do nosso treino de vôlei, e no vídeo-cassete, meu ou dela, ficava a fita gravando a nossa querida-amada-idolatrada novela. Nenhum capítulo era perdido. Nenhuma coreografia passava desapercebida. Os cd's não saiam do rádio e os posteres dominavam nossas paredes e portas de armário. Guardo até hoje a cartinha que a "Mariah" me respondeu, quando passávamos tardes e tardes escrevendo para o endereço das revistas que faziam fortuna com o sucesso daquela menininada. "Quero ser uma chiquitita!", eu implorava nas páginas do meu diário lá nos confins do interior do estado de São Paulo... Algumas temporadas depois, quando eu já era adolescente e aquilo tudo já perdia a graça, levei minha priminha que ainda era "inha" ao show das Chiquititas. Mas já me achava um pouco velha para tudo aquilo e não engolia as novas personagens. Quantas saudades de Mili, Vivi e Mosca, Cris, Pata, Tia Flávia... E foi neste meio tempo que descobri, definitivamente, que eu queria ser atriz. No século seguinte, ano de 2011. Estou eu, já caminhando para meu terceiro ano na capital. O mundo deu voltas, cambalhotas, twists carpados, pareceu parar, tremeu, pegou fogo, inundou, congelou, um degelo e aqui estamos. E eis que se senta, hoje, à minha frente num teste, uma ex-chiquitita. A gente concorria pelo menos papel. Não hesitei e já mandei uma mensagem avisando minha amiga de infância. Doces lembranças vieram à tona numa tarde de espera no banco de uma grande produtora... Pensei em me dirigir a ela e declarar meu amor pelo seu antigo trabalho. Aí achei melhor não. Até que ela puxou papo, trocamos algumas informações e pensei: "Por que não?". E coincidentemente, ela era a minha personagem preferida... Falei. E não escondi nenhum dos detalhes acima descritos e vi um sorriso de alegria, satisfação e saudades de um tempo que se foi em seus olhos. Me contou de seu casamento no ano que vem e também que uma outra colega da novela será sua madrinha. Uma simpatia! Foi um sonho tardio que se realizou quatorze anos depois. Quatorze anos depois... Um encontro que me fez sorrir e pensar naquele velho e piegas ditado, mas que não falha: "Antes tarde do que nunca.". Eu não fui uma chiquitita. Mas hoje sei que posso ser tanta coisa... E ganhei uma nova amiga no Facebook! Boa terça-feira!
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