segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma cirurgia, um casamento e muitas dúvidas

Já entramos em outubro! Já 5 dias se passaram do antepenúltimo mês de 2009. E já começam aqueles balanços inevitáveis do ano que está prestes a terminar e aqueles comentários sim, batidos, mas que são sempre muito verdadeiros: "meu Deus, como está passando rápido".
Meu feriado em Ribeirão foi tranquilo, já que disse que ficaria cuidando de uma recém-turbinada. E fui uma ótima enfermeira, ela disse.
Sábado dediquei minha tarde a procurar uma sandália social de salto não muito alto e não muito cara para os 6 dias de Salão das 2 Rodas. Muitas lojas e dois shoppings depois, achei uma de 43 reais, confortável, não muito bonita mas que comprei aliviada por não perder tanto do pequeno cachê diário. E hoje recebo a linda notícia de que usaremos scarpin preto. E falei para a mulher da agência: "Mas eu acabei de comprar a sandália!" e ela respondeu que não terá sido em vão, pois no verão muitos clientes pedirão sandália em eventos. É aquele outro momento que nos exige um controle total e um suspiro bem fundo. Estou passando por muitos momentos assim nesse ano de 2009, vocês sabem... e o pior! Precisarei comprar este scarpin preto. Eu não tenho sapato preto fechado! Ou seja, amanhã lá vou eu correr depois de trabalhar em uma coletiva de imprensa atrás de um scarpin preto não muito alto e não muito caro para não perder mais uma parte do meu cachê diário. Mas já me conformei que uma diária será comida pelo meu cartão de crédito.
Domingo a família recebeu a feliz notícia de que minha linda madrinha irá se casar! E mais! Serei uma das madrinhas, juntamente com meu irmão. Que honra! Serei madrinha da minha madrinha! Apesar de que não sei direito o que é ser uma madrinha de casamento e já estar preocupada com o gasto com o vestido e com o presente. E já começamos a sondar o vestido de noiva, o cabelo, a maquilagem, os docinhos (que exigimos que sejam da Desejo & Sabor), o salão... e temos dois meses exatos para isso. Dia 4 de dezembro já está reservado na minha movimentada agenda para subir ao altar ao lado desta minha segunda mãe que sempre cumpriu muito bem seu papel, até mesmo antes de o padre ter jogado a água na minha cabeça (já que fui batizada tardiamente aos 9 anos e ela ter sido minha madrinha desde sempre...). Fui a primeira da família a saber que ela estava namorando quando despretenciosamente saímos para almoçar ano passado - como semanalmente fazíamos - e um simpático homem nos acompanhou neste almoço. "Estamos nos conhecendo", ela me disse. Todos recebemos a novidade com a maior felicidade no coração, já que minha madrinha merece ser "feliz para sempre".
Assisti ao filme Dúvida (Doubts), que só me fez adimirar ainda mais Merryl Strip. Quando eu crescer quero ser igual a ela... E engraçado como toda certeza está cercada de dúvidas. Costumamos ter essa pose de confiantes, de positivistas, de objetivos, mas as dúvidas estão ali. E dúvidas estão sempre acompanhadas de medos e às vezes, arrependimentos. Este ano já me arrependo de algumas coisas... de demorar para enviar um vídeo para meu contato na Malhação... por não ter feito ainda um vídeo decente... de demorar para enviar material para meu contato no SBT e por talvez já tê-lo perdido... "A gente precisa ter bala na agulha", me disse um amigo. Eu não tenho agulha e muito menos bala nela. Me apedrejo por dentro por talvez ter perdido oportunidades. Eu não fiz nada grande como atriz em São Paulo este ano. Tudo bem, é começo, mas e o ego? E a auto-estima? Dúvidas, dúvidas... tenho muitas certezas, certezas de que estou tentando, mas dúvidas do quê e de como estou fazendo. Meu dinheiro vai embora a cada mês... e o medo de não conseguir ser grande como desde criança eu pretendi?! As chances de frustração agora são maiores.
Hoje trabalhei em um evento do HSBC, com a ilustre palestra do Presidente Mundial do banco. Um evento para mais de mil pessoas, com esquadrão anti-bombas e confesso que gostoso. Não foi cansativo, recebemos um tratamento diferenciado, lanchinho, meia hora de descanso, um bom cachê e passamos muito calor, já que o clima resolveu subir suas temperaturas e o ar condicionado do local quebrou.
E agora engatei a quinta para seguir 10 dias direto trabalhando com eventos. Não terei feriado e ainda ficarei sozinha em casa, já que as meninas todas estarão curtindo a Cidade Maravilhosa e eu provavelmente sozinha na cidade... Chorei ontem ao me despedir de minha mãe, de minha irmã e de minha cachorra, já que fico 3 semanas direto na capital. Vocês sabem como isso é raro... É como é difícil para mim. Mas nesta tentativa de driblar as dúvidas, preencho minha agenda. Confesso que não me sinto grande como queria ao voltar para casa após esses trabalhos sabendo que poderia fazer algo bem maior - seja lá o que "grande" significa...
Nesses dias, alguns deles meio nostálgicos e de TPM, revi alguns episódios de Dawson´s Creek. Como eu adorava Dawson´s Creek! Quase ninguém gostava, alegando ser muito deprê e tudo o mais, mas eu não perdia um. Especialmente quando, por motivos de economia, minha mãe cancelava a Net para nosso desespero... e eu pedia para uma amiga gravar para mim em VHS o capítulo perdido. Assisti ao primeiro e ao segundo beijos de Pacey e Joey e descobri algo sobre mim que acho qe não sabia até então. Eu sou uma romântica. Sim, sou uma romântica que teve os sonhos moldados por seriados como Dawson´s Creek e filmes como Agora e Sempre, e por isso não vejo muita graça na banalidade do "ficar" e desejo no meu subconciente viver histórias profundas e ter conversas subjetivas sobre desejos e sobre sentimentos até sentir o friozinho na barriga do primeiro, do segundo, do terceiro... beijo. Já fiz um ano de solteira e ainda não me apareceu nenhuma outra história à la Pacey and Joey... se é que elas existem.
Às 7h meu despertador tocará e ainda bem que o evento de amanhã será na Alameda Campinas.
Comi agora à noite assistindo à novela uma barra inteira de chocolate suíço trazido pela mãe de Sofia. Misteriosamente meu edredom e minhas almofadas da cama estavam ao contrário do que deixei ao viajar para Ribeirão, indicando que o Além tenha dormido no meu quarto... Eu leria agora o jornal de ontem, mas acho que sem condições. E a música Hometown Glory de Adele toca pela 8a vez e estou cansada.
Acho que é hora de dormir!