quarta-feira, 29 de junho de 2011
Ser/Estar
Ser é diferente de estar? Se me perguntam "Estado civil?" eu digo "solteira", mas se me perguntam: "Você está solteira?" eu posso responder apenas que "sim" ou então reformular a frase e dar pano pra manga dizendo "Eu sou solteira.". Neste caso ser é igual mas também diferente de estar. Existe uma permanência de vá lá quase três anos neste status e características e qualidades e manias dele decorrentes. Se conjugássemos o verbo to be, não teríamos esse problema. "I'm single!" seria uma simples questão de interpretação, de contexto, de intertexto, de subtexto... Mas, como a língua para as bandas de cá gosta de complicar, vamos lá! Existe também aquela história de "Solteira sim, sozinha nunca.". Hesitação. Reformulo: "Solteira sim, sozinha às vezes e qual o problema?". Existe algum problema? Aliás, existe algum problema em às vezes achar que não há nenhum problema? Uma segunda amiga na turma já vestiu a aliança de noivado. Algumas por aí já se encontram empolvorosas pelo fato de ainda não usarem uma. Outras andam empolvorosas por ainda não terem encontrado quem as faça usar uma. E poucas, como eu, andam, correm, voam por aí acreditando que um dia, quem sabe, encontrarão alguém que as fará num futuro distante desejar usar uma. Pensei sobre isso enquanto escolhia tomates no supermercado. Ser solteira e ser sozinha (e ser cozinheira e ser prática) é ter a esperteza de escolher os pequenos tomates para que cada um seja ingerido por inteiro na mesma refeição - o mesmo vale para as cenouras. É guardar o um quilo de filés de frango já temperados e separados um a um em papel alumínio e pôr no freezer - depois é só descongelar e fritar!. É comprar garrafa de 375ml de vinho, porque nem sempre precisamos de uma companhia para degustar uma ou duas taças que seja, e metade da garrafa de vinho de 750ml guardado na geladeira não dá... É dormir na transversal na cama e não escutar ninguém reclamar que roubaste o edredom. É acordar e dormir com a música que você quer, na altura que você deseja, sem precisar fechar a porta ou perguntar: "Você gosta dessa?". É isso e tantas outras coisas... Coisas boas, ruins ou simplesmente coisas. O Jornal Hoje de ontem fez uma reportagem sobre as comidas prontas em pequenas porções para solteiros e lembrei da relevância do assunto e por isso vos escrevo. Entendam: não estou levantando nenhuma bandeira, nem pedindo um cobertor de orelha, nem nada. É a minha realidade. E enquanto alguns outros pulam a cerca e mentem ou ocultam (especialmente neste caso mentir é diferente de ocultar ou vice-versa?) para degustarem um pouco dos benefícios desse "ser/estar", eu sigo fiel a mim mesma, à minha agenda, às minhas vontades, minhas manias, minha vida. São quase duas da manhã e amanhã o despertador finalmente tem hora para tocar para um teste de supermercado. Recebi a notícia de um tempo dobrado de veiculação de um trabalho, o que quis dizer o dobro do cachê. E isso já valeu o meu dia e aliviou o peso no bolso depois de gastar um tanto nas compras da semana, mesmo economizando no tamanho dos legumes e das bebidas. Boa noite! A gente se vê por aqui!
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