quarta-feira, 27 de abril de 2011

No feriado

Comemorou-se muito nos últimos dias... Sexta-Feira Santa, Sábado de Aleluia, domingo de Páscoa, Tiradentes, Descobrimento do Brasil, amizades, família, saúde, a benção amaldiçoada do cacau... Foram bons e tranquilos dias no interior! Quase esquecidos na gaveta do hack na sala de minha avó, enquanto procurávamos o já esquecido jogo de loto (ou bingo ou víspora ou como quiser chamar) para a alegria dela, encontramos duas cópias da minha autobiografia, escrita aos 15 anos. Fazia muito tempo que não via os livros, já que as poucas cópias se espalharam e se tornaram best seller da família Menegucci e adjacentes. Dediquei as minhas quase cinco horas de Rápido Ribeirão na segunda-feira à revisão daquelas quase 300 páginas que há dez anos escrevi. Senti um frio na barriga ao redescobrir o que pensava eu em 2001. Já faz tanto tempo... E sério, parece que foi ontem! Não é papinho de elevador, não. Como passou rápido! Naquela época o Word não era o programa mais usado... Não havia Google, Facebook, nem Youtube e muito menos clubes de ofertas. Não havia Blackberry... Nada de Ipod, nem câmera digital... Dedico um parágrafo agradecendo à internet, acredita? Lógico que não foi possível uma distância muito grande entre a leitora e a escritora naquele momento, e apesar dos alguns erros gramaticais e dos muitos de digitação e pontuação, constatei que não mudei muita coisa. Mudança eu digo no sentido de água para vinho... A metáfora é que minha Sidra Cereser está no caminho para se tornar uma Cristal, entende? Me surpreendeu o fato de que ali deixo claro que ser atriz era uma opção palpável. Também pudera! Eu acabava de fazer o comercial para o Liceu Albert Sabin! Opção essa que joguei para debaixo do tapete dois anos depois... Ali eu nunca tinha namorado. Não tinha ainda conhecido outro país. Sonhava com a cidade grande... Temia o vestibular. Tinha como melhor amiga alguém com quem hoje nem falo. Ansiava por festas, por cores, por barulho. Acreditava no amor. Desejava paixões. Até ali nunca tinham partido meu coração e eu ainda era sonhadora, coisa que deixei de ser numa amargura trancada durante quatro anos de uma faculdade que eu não queria. O mundo ainda não tinha assistido ao 11 de setembro, mas a política continuava praticamente a mesma. Tudo tão igual, tudo tão diferente... Aos 15 anos eu já desejava a mesma coisa que ainda desejo todas as noites ao ver a primeira estrela no céu: ser feliz - e eu já era, mesmo não sabendo. Nunca me arrependi ter gastado os quase R$500,00 com a publicação naquela época de economia nem os vários meses na frente do computador. Realizei entrevistas e mais entrevistas, resgatei fotos nunca antes vistas, registrei a vida como foi e como era e coloquei como ponto de interrogação o que viria a ser ela. E por isso não abandono você, querido blog. A vida e a cabeça são demasiadas ricas para serem guardadas em apenas 300 páginas... Você é a continuação de tudo isso que é Meu. Boa noite! Boa quarta-feira!

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