Ontem fiz n coisinhas, o que me fez correr o dia todo. Correr para fazer almoço, correr no supermercado, correr para chegar em casa a tempo de receber o encanador, correr para tomar banho, correr para achar em algum shopping um chip para meu celular (achei no Higienópolis!), correr para chegar a tempo na aula. E com isso só fiz caca nas minhas cenas... eu não tava bem, não. Comprei a Folha de S. Paulo que está lá, até agora intacta sobre a mesa. Há dois dias não tenho tempo de pegá-la para ler. E nisso as notícias já estão velhas e eu ainda nem sei o que aconteceu. Isso me irrita.
E a mesma coisa hoje... coloquei meu despertador com antecedência, mas percalços de morar em uma casa com mais 3 mulheres e apenas um banheiro me fizeram, adivinhem o quê? Correr! E estava aqui eu, vestida de um terninho caro emprestado de minha mãe, cabelos escovados, maquilagem ok, pronta para seguir até o ponto de ônibus na 9 de Julho, cerca de 10 minutos a pé. E quando coloco o pé na rua, o que acontece? Chove! E venta! Ando 10 minutos nessas condições, a bolsa de couro já molhada, o papel com as informaçõs de qual ônibus pegar até o Transamérica molhado, os cabelos um "fuá". Pedi para que três ônibus parassem e eles simplesmente ignoraram meu pedido. É nessas horas que a gente tem que engolir seco, senão joga tudo para o ar. Não posso me dar ao luxo de jogar tudo para o ar. Ainda. Mas hoje deu vontade. Ah, deu! Ao descer do ônibus, mais chuva. Meu Deus, que primavera é esta que se inicia? E lá foram 10 reais do meu cachê que ainda nem veio em táxi. Não havia condições de caminhar até o Centro de Convenções. E corri à toa. Ai, esta mania de querer ser pontual... Cheguei 35 minutos antes do que devia! Mas, enfim. Sou a única recepcionista do stand da COIM - Brasil, fabricante de resinas para tintas, com sede na Itália. Foram 10 longas horas em pé, parada, sem nenhuma companheira para coxixar de vez em quando ou compartilhar as agruras de um salto. Me perguntaram as coisas mais esdrúxulas acerca de tintas e resinas em outras línguas! Aí falei inglês e espanhol o dia todo - e não fui contratada para isso, sendo meu salário de monolíngue. Ao indagar a pessoa responsável, ela disse que eu poderia parar de falar outras línguas então. Mas gente! Como assim?! Vem uma pessoa me perguntando algo em inglês e vou dizer o quê?! "Mim non falar portogues"?! Vou fingir uma ignorância que não tenho?! Ah, isso me irritou profundamente. Para almoço, ou era Café do Ponto ou um buffet a 34 reais. E lá foram mais 14 reais do meu suado cachê em um lanche mixuruca de salame no pãozinho ciabata. Bom... troquei alguns contatos para eventos, recebi alguns cartões, e quando já não aguentava mais... deu a badalada das 21h. E lá vou eu, no frio, procurar ônibus para voltar... exausta... e faminta, sabendo hoje foi apenas o primeiro de três dias e tentando inevitavelmente não pensar: "Eu tenho um bom diploma para isso?!".
E ah, vocês não sabem... sabe quando será a gravação do casamento cigano da novela?! Amanhã! Legal, né, bacana... estarei de fora daquilo que seria a oportunidade mais legalzinha na tv até agora. Imaginem minha felicidade...
Sábado faço um segundo teste, desta vez para personagem específico do Arouche by Night. Ainda nem li a cena... mas, sinal de que gostaram do meu teste de vt.
Hoje foi aniversário de outra roommate e ao chegar em casa, me deparei com os finalmentes do seu jantar surpresa e com alguns de nossos queridos amigos... comi... bebi um pouco de vinho... tomei banho... escaldei meus pés - pela primera vez na vida - e agora estou aqui, lutando contra o sono e o desânimo para o dia seguinte.
Deus está guardando algo muito grande para mim, só pode ser isso!
Aqui não tem nada fácil, meu amigo. Nada.
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