Acordei só às 11h... tranquila... sem prazos, sem correr, sem grandes expectativas que não apenas descansar.
Fiz um almoço bem mais ou menos porém leve para tentar iniciar o processo de desintoxicação: beringela refogada, salada e franguinho. Ao ligar no Ministério do Trabalho, descobri que seria possível buscar meu DRT hoje, já que, nunca tendo sido registrada, não tenho PIS. Burra. Todo mundo sabe disso... e assim fiz! E está aqui, em mãos, sendo a primeira inscrição na minha ainda vazia carteira de trabalho. Já decorei meu número, bonitinho, e agora é partir para o abraço.
Amanhã vou conhecer uma fonoaudióloga indicada por Fernando Leal. O preço já sei que é salgado mas o resultado é garantido. E pensando bem, é hora de investir. Investir pesado, parar de brincadeira porque o sonho é sério, embora muitos pensem que se trata de amenidades.
Hoje, pela primeira vez em anos, entrei em uma igreja no caminho para casa: Nossa Senhora da Consolação. Passei em frente e senti que deveria entrar para agradecer pela minha vida e pedir boas indicações para os próximos passos. E na hora deixei de lado meus preconceitos e todas as minhas críticas que me perseguem desde que estudei a Igreja e suas falcatruas ao longo da história e desde que fatos cotidianos mostram que não precisamos de um intermediário e que o contato com Deus pode ser feito por ligação direta. Me lembrei de como nos sentimos pequenos na "casa de Deus" e gostei da sensação de nos colocarmos realmente no lugar ao qual pertencemos. Não sei que lugar é esse, mas sei que abaixo de muita coisa a que nos colocamos acima. Por valiosos 5 minutos que minha sempre pressa cedeu, rezei, agradeci, pensei, chorei. O homem encontra Deus e a Igreja nos momentos desesperadores, e às vezes penso que deveria me agarrar a alguma crença mais forte para que não precisasse, de repente, devorar as duas trufas que por exemplo comi hoje no caminho. Mas pensando bem... já estou agarrada nas minhas próprias crenças. Acho que elas me bastam. Elas e um pouquinho só de mais paciência.
Preciso muito dessa semana de folga, de colocar os pensamentos desordenados em ordem, de rever alguns conceitos, de não me perder na trajetória.
Estou com um pouco de tosse... nariz escorrendo... cansada ainda da maratona de trabalho que tenho certeza que muitos também não levam a sério. Quando se reina um assunto de escritório e rotina de trabalho, não tenho muito o que dizer, já que minhas atividades não condizem com o cotidiano da maioria, mas me condenar ao silêncio é terrível. Não nasci para ficar calada. Às vezes me sinto deslocada dentro de minha própria casa. Às vezes acho que não pertenço a lugar nenhum e dá vontade de me trancar na minha própria concha. Sei o quanto posso ser egoísta, mas em certos momentos faço questão de não abrir mão de minha individualidade...
Meu MP3 player caiu no chão e não toca mais. "Seu mp3 é mais velho que a vó", disse minha irmã. E lá vou eu, ter que comprar um novo. Comprar, comprar, comprar... cada vez que passo meu cartão, não sendo lazer, me dói o coração.
Mas, enfim. Hoje foi apenas segunda-feira. A segunda-feira do meu tão aguardado DRT! Palmas!
Pretendia caminhar no Ibirapuera, mas lógico que São Pedro me impossibilitou. Saí de casa com um forte calor, voltei para casa com frio, e ao pisar em casa, choveu. Na realidade, meu grande inimigo não é o frio. É o clima. E sei que terei um briguinha boa com ele daqui para frente...
Comecei a reler Modernidade e Ambivalência, de Zygmunt Bauman, o primeiro livro que tive de ler na faculdade, quando estava com apenas 17 anos. Naquela época não entendi bulhufas nem da introdução, e me prendi apenas no capítulo 3, sorteado na divisão do seminário que devido à migué de um professor já falecido nem veio a ser apresentado... E agora tudo faz sentido... Tudo bem que a leitura continua pausada se tratando de um autor muito denso e de um assunto igualmente pesado que é a falha do projeto moderno. Gostaria de ver tv, mas as meninas estão assistindo Law and Order, que não suporto. Acho então que vou ler um pouquinho e já me afogar nos meus lençóis recém-trocados. Falando em lençóis, também preciso de novos. A gente sempre precisa de tanta coisa...
Tenho uma oportunidade tentadora de voltar para casa esta semana, saindo de São Paulo quarta-feira de ônibus e voltar de carro na sexta-feira. Mas não sei se é a melhor opção...
Boa noite e boa terça-feira!
Nenhum comentário:
Postar um comentário