Quando eu sumo do blog, podem saber: ou é porque a maré está muito cheia ou muito baixa. 8 ou 80! Quando ela sobe abruptamente, falta tempo e sobram relatos. Quando ela desce, faltam fatos e mesmo assim, milagrosamente, não sei como, também falta tempo. Tempo é igual dinheiro na carteira: vai embora que você nem vê, não sabe como nem por onde... Cheguei a cogitar que estivesse com a doença causada pelo mosquito Birigui (doença do sono, cientificamente falando, leishmaniose). Meu cansaço começava já ao acordar, não sei se pelas noites mal dormidas, se pelo colchão, se pelos medos e anseios, se pelo resfriado em fase de cura, se pela própria picada do mosquito Birigui, se pelo sistema - porque vocês sabem, o sistema capitalista é a causa de todos os males na Terra (crítica interna, entenda quem entender, doa a quem doer)!
Ontem consegui uma carona fantástica para Ribeirão - irrecusável, para quem não tinha planos para o final de semana na capital que não envolvessem dinheiro, por exemplo, Skol Sensations -, e no caminho, meu amigo motorista me perguntou o que eu fazia quando não trabalhava. Gaguejei. Tentei fazer uma retrospectiva dos passos, não consegui explicar claramente mas cheguei à conclusão - mais uma vez - de que sim, o tempo é demasiado curto, especialmente na cidade do caos, onde um pulinho num teste te consome preciosos minutos.
A semana foi tranquila... e isso não é bom. Tranquilidade aos recém-completados 24 anos não é bom sinal.
Segunda fui conhecer meu provável lar a partir de 3 de maio. Continuo tensa por ficar longe do metrô. Continuo tensa por não poder bancar minha vontade de morar sozinha. Continuo acreditando que em breve poderei... Terça tirei umas fotos para um piloto de campanha de um home banking, que se Deus Todo Poderoso quiser, será aprovado e me renderá um bom trabalho no final do ano. Quarta-feira descolei uma recepção sossegada na parte da manhã em um encontro do CEBDS - essa sigla não me era estranha, sabia que já tinha lido algo sobre isso na faculdade -, com fervorosas discussões acerca do desenvolvimento sustentável e a iniciativa privada das quais não fiz parte pois pertenço a lado de fora da porta. As relações inernacionais estiveram a um passo de mim. Foi como fazer figuração em um filme. Você está lá mas não está atuando. Nesse momento senti falta dos meus pesados estudos e dos meus insights provocados pelas leituras da faculdade e me senti um tanto quanto burra.
À noite, tive aula, fiz uma cena vergonhosa onde atração foi substituída por uma expressão de tédio - eu juro que por dentro estava sentindo, mas nada transpareceu - e fui afogar as mágoas na Mokai, juntamente com alguns BBB´s. Menti para o Serginho que ele deveria ter ganhado, dei risadas quando minha amiga apertou o bumbunzinho do Michel... e... só.
Quinta fui à dolorosa busca por um novo tênis, já que uma dor consumia minhas pernas desde o incidente com o Adidas substituído por um tênis causador de canelites. Fui até a loja desta marca mais próxima, na Oscar Freire, e constatei que não existe gente feia, existe gente pobre. Luiza Possi estava lá toda pomposa, Marcelo Antony todo galã atravessando a rua como se fosse propaganda de perfume e Stella Menegucci procurando um simples tênis. Encontrei a galera da faculdade à noite. Respondi ao contato de uma agência que gostaria de saber como eram minhas mãos, pois precisavam de uma mulher magra com mãos gordinhas. Nem uma coisa nem outra, respondi. Já o Ibirapuera fez parte dos meus dias, estreei meu tênis novo e voltei para Ribeirão.
Hoje, pela primeira vez, pintei minhas unhas de rosa. Tirei até uma foto para registrar esse momento de tamanha alegria para minha manicure, cansada de pintá-las de francesinha e exausta de tentar me convencer a botar alguma cor na minha mão. Um fato extremamente relevante, como podem observar.
Tá vendo?! Vocês não perderam grande coisa...
Ah, esqueci de avisá-los sobre o encaminhamento do meu regime: 5kg perdidos na balança e já algumas roupas a menos...
Bom domingo! Volto agora só na terça-feira!
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