quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O que será que será?

Eu gostaria muito de relatar causos incríveis, ligações perigosas, viagens alucinantes, expectativas gritantes. No entanto, não tenho muito o que dizer. E a internet já está tão saturada de tolices que acredito que essa será apenas mais uma...
Posso relatar que por esses dias tudo o que eu tenho feito é esperar - verbo este tão fundamental no meu blog. Espero trabalhos editados, espero propostas de trabalhos, espero.
Hoje por exemplo acordei com a ligação de uma agência perguntando se eu já havia trabalhado com teleprompter, já que tinham um cliente com teste para apresentadora de tv. Pô! Claro! Contei sobre a Brinquedos Bandeirante - que ainda não tenho o vt em mãos - e que adoraria fazer e assim, estou no aguardo - vulgo esperando.
Ontem à noite conferi a atuação merecedora de Oscar de Sandra Bullock em Um Sonho Possível. Uma história que, abstraindo-se do fato de ser verídica, você pensa a cada cena: "Ai, até parece!". Não parece! É! A "tradução" de The Blind Side veio a calhar, apesar de não muito comercial. Que história teve esse garoto, negro, obeso, filho de uma mãe viciada em crack e de uma família aos pedaços, sem casa, sem estudo, aparentemente sem futuro e que milagrosamente é socorrido por uma socialite que o acolhe, o registra e lhe mostra oportunidades e dá todas as outras que o dinheiro faz possíveis, chegando a ser mais tarde um condecorado atacante dos Baltimore Ravens. Não é história para boi dormir. Não é conto de fadas. É um sonho possível. Depois pipoquei os canais e tive a surpresa de ver um antigo colega de Fernando Leal na A Fazenda 2. Jesus! Até Geise Arruda está lá... e eu aqui, ralando para conseguir uma pontinha que seja em um pequeno comercial, suando e perdendo o sono para pagar as contas...
Ainda aproveitando o ócio de sua melhor maneira, hoje assisti ao Cidadão Kane, considerado o melhor filme da história. A obra é repleta de frases eternas, como "Você sabe, Sr. Bernstein, se eu não fosse muito rico, talvez eu tivesse me tornado um grande homem!"; "Não é suficiente dizer o que um homem fez. Você precisa contar quem ele era."; "Eu me lembro de tudo. Essa é minha maldição, meu jovem. É a pior maldição que foi conferida à raça humana: a memória.". E mais uma infinidade de falas que perdem a beleza ao serem traduzidas e com as quais eu usaria mais caracteres do que o possível nessa postagem... Mais um (x) na minha to watch list!
Um ano atrás - confesso - eu era incapaz de assistir a um filme que antecedesse a década de 90 - com exceções como O Iluminado e Os Goonies. Mas hoje, além de obrigação, assistir aos clássicos é prazer!
E então, paguei contas - absurdas e que me fizeram pensar: onde estou com a cabeça querendo ser atriz? -, enfrentei as filas homéricas da Quarta-Feira Extra - e enquanto isso, não me aguentei e me rendi a um M&M de amendoim e a dois Twix-, fui ao parque, fomos ao Bardot... Eu precisava de uns choppinhos, pois como disse minha querida roomie, eu não estava bem... E agora tento escrever palavras mais felizes, tentando vender a imagem de que está tudo certo. Está. E também não está. E te garanto que os hormônios têm muito a ver com esse paradoxo...
Eu seria uma workaholic, se me fosse dada a possibilidade, e por isso a ociosidade se assemelha à prisão... Não vejo a hora de ganhar, pelo menos, a minha condicional...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Já a Primavera...

Espera-se as flores e veio a chuva. A primavera chegou cinza e molhada...
Comecei a semana sem grande entusiasmo. Não sei se hormônios, se a agenda vazia, se cabeça vazia, se coração de pedra... A única marcação no dia 27 de setembro era um teste de telefonia. Acordei sem pressa nem despertador e deixei o único estimado compromisso para depois do almoço. Era na mesma produtora das fotos para o Itaú de alguns dias atrás. Os locais de testes se repetem... é um ciclo vicioso. Dentre os alguns conhecidos, encontrei na espera minha professora de voz do INDAC. Ela não se lembrava de mim. Aluna e professora, disputando a mesma vaga... E desta vez, novamente, apenas fotos. Pose aqui, olhando para lá, sorrindo para a câmera, falando no celular, mandando mensagem no celular. Nada muito complexo... Onde estão os testes com fala? Eu me sinto muito mais amparada e preparada tendo um texto como muleta porque afinal de contas, eu não sou modelo! Assisto àquelas propagandas de supermercado, onde a apresentadora fala das ofertas ou então àquelas de agências de turismo, onde a atriz apresenta os pacotes em promoção e penso: por que é que não me mandam, por exemplo, para trabalhos como estes? Achando resposta baseada na questão do "tempo", ansiosamente aguardo a Brinquedos Bandeirante ir ao ar. Ali acho que vou poder mostrar que posso fazer um pouco mais do que acreditam que eu possa...
No estúdio ao lado realizavam teste para um reality show "na estrada" do Multishow. Sem saber do pequeno detalhe, aproveitei que estava ali e já preenchi meu pré-contrato. "Qual o cachê?", humildemente perguntei. "A viagem de 30 dias... e talvez um carro.". Opa, opa! Jogue fora minha claquete! Ainda não cheguei no desespero de apelar para um reality show - possibilidade esta que não está totalmente descartada, pois nunca se sabe o dia de amanhã, não é mesmo?!
Voltei para casa, fui correr, fiz meu jantar, liguei a tv... pipoquei os canais... troquei mais um pouco e quando estava quase desistindo, eis que surge Wagner Moura na minha televisão: Roda Viva. Acho que foi o melhor programa que assisti nos últimos tempos. Que artista! Que cidadão! Que humildade! Que currículo! Que cabeça! Que... que... que tudo. Ele foi o único dos tantos famosos que vi desde de que me mudei para São Paulo que me tirou o fôlego, quando girava a catraca para entrar na minha saudosa Competition... Alguém merecedor de palmas e de todos o mérito e propostas que recebe. Hollywood já quer colocar as garras no garoto mas ele ainda não venceu Javier Barden. Marília Gabriela perguntou se vem da televisão sua maior fonte de renda. Ele respondeu que não tem contrato com a Globo justamente para manter uma liberdade de atuação e que quem paga a maior parte de suas contas é a publicidade. "Já levou muito não em teste?". "Quase em todos.". "É sua hora da vingança?" e ele riu. Wagner Moura não precisa mais levantar claquete nem ficar de perfil nem se apresentar para a câmera. Embora haja controversas, modismos e revanchismos, ele é o melhor ator brasileiro da atualidade.
Recebi por e-mail o endereço do site de casamento de minha antiga e querida amiga que se casa no final de novembro. É ignorância minha não saber que se fazia sites sobre os noivos, sua história, cerimônia e lista de presentes? Vivendo e aprendendo...
Hoje meu celular tocou só uma vez para uma feira em Santos. E amanhã o dia está vago. Minha mãe já me cobra por expectativas - eu também não as tenho no momento e isso é um saco! Não sou boa em lidar com o ócio. A maré baixou e espera-se agora uma nova revolução da lua para reerguê-la novamente. Enquanto isso, a sede por baladas tapa os buracos deixados por estes alguns vazios. Mas jajá as festas não serão mais tão eficazes e extasiantes. Espera-se sabe lá o quê... Espera-se.
Boa terça-feira!

sábado, 25 de setembro de 2010

E chegou o fim de semana!

Quinta-feira recebi a feliz notícia de que meu material fora aprovado em uma das maiores agências de atores de São Paulo, algumas semanas após o envio de tal. Esta mesma agência que um dia chegou a me recusar como membro de seu casting... Lidar com a rejeição não é mole, não!
Assim, meu único compromisso do dia era ir até lá, fazer meu cadastro, conhecer os bookers e torcer para começarmos mesmo a trabalhar juntos em breve. Mas para isso, lá se foi toda a tarde entre ônibus, metrô, caminhadinha, metrô, ônibus e muito calor...
Voltei, fui correr, fiz meu jantar e começaram os preparativos para a balada, quando finalmente eu não teria hora nem para ir embora nem para acordar no dia seguinte...
Sexta-feira chuvosa. Acordei às onze da manhã com o telefonema da produtora me avisando que meu cachê dos Brinquedos Bandeirante já estava disponível. Fiz meu almoço e aí começou a jornada no trânsito dessa cidade que simplesmente pára ao derramar das lágrimas de São Pedro. Saí às 13:30h de casa e consegui voltar somente às 16:45h, num trajeto que normalmente demoraria metade desse tempo. No caminho aproveitei para ir decorando um monólogo para um teste no final da tarde de uma novela piloto que ainda não sei direito o que é, como será e que nem botei fé que valeria a pena realmente me empenhar. Lógico que mandei mal, mas enfim... Fiz por desencargo de consciência, já que faltam explicações, falta dar nome aos bois, falta credibilidade, apesar do currículo farto do diretor. Esses projetos independentes, não sei não, viu...
Se lembram daquele longa A Queda Para o Alto onde eu faria uma prostituta? Ainda bem que meu pé permaneceu sempre lá atrás, pois recebemos um e-mail da "produção" outro dia avisando que o projeto está parado devido à falta de patrocinadores e que a diretora de outrora não está mais no comando, adiando tudo pelo menos para ano que vem. Mais do que previsível. E só de pensar que atrizes desesperadas rasparam o cabelo para suas personagens já no segundo encontro do elenco... É bonito mergulharmos na arte, somos atrizes, esse é nosso trabalho. Mas muito cuidado para não dar de cabeça numa piscina vazia. Muita calma nessa hora!
E comecei a pensar sobre testes para emissoras. Monólogo é uma coisa difícil de se fazer... Quanto estive na Record em maio do ano passado, tremi na base, deu branco, pulei texto, troquei palavras, caos total - até porque era uma baita responsabilidade para uma aspirante a atriz sem DRT com apenas quatro peças de teatro e umas propagandinhas ocasionais na televisão no interior de São Paulo... E os testes para publicidade em nada têm a ver com a profundidade de um monólogo... Não posso me apegar à "simplicidade" dos comerciais... O buraco é bem mais embaixo!
Não passei nos últimos testes que fiz, tenho agenda totalmente livre para os próximos dias, temo pelos próximos meses e já começa a dar aquela insegurança novamente. A maré baixou. Agosto e setembro foram incríveis mas sabe-se lá o que me aguarda até o início de 2011... A soma (ano eleitoral + final de ano) é derradeira para os trabalhos em publicidade. Queria ter comprado uma saia incrível mas segurei o cartão. Queria ter jantado um temaki mas poupei uns bons 25 reais. E chega até a dar um apertinho no coração ao pensar no cachê que joguei fora com o Salão do Automóvel. Escolhas. Arque com suas consequências! Mas, paciência! Ambos sabemos que paciência nesse meio é mais do que virtude: é garantia de sanidade!
Acho que estou de TPM. É um famoso período de inchaço, impaciência, pessimismo e vontade de comer o mundo... Amanhã é sabadão e por um lado fico feliz por não trabalhar. Faz tempo que não tenho um sábado para respirar, apesar de que preferia estar ofegante em alguma gravação...
Bom final de semana nublado para você! Tentarei desfrutar de cada segundo do meu, isso se os hormônios permitirem...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sono...

Estava assistindo ao filme Desaparecidas e me lembrei do quanto gosto de Cate Blanchett... aí o sono bateu e quase desisti da postagem de hoje. Anda faltando inspiração...
Acordei antes do despertador, fiz minhas unhas, fiz meu almoço. E então eis que brota um teste para uma editora, perfil procurado: professora. A produtora era perto de casa, o teste simples e rápido e às 18h já estava correndo no parque com uma nova trilha sonora à base de David Guetta, já no aquecimento para o show no começo de novembro do DJ e de Black Eyed Peas. Ingresso comprado!
Outro dia estava na farmácia e reparei na conversa de um garato com seus 7, 8 anos que disse para o pai: "Pai, olha, compra! Colgate Total 12!". Insistindo, a mulher do caixa interferiu: "Você anda assistindo muito à propaganda da Colgate, hein!". E aí entra nossa responsabilidade. Imagine se eu estivesse vendendo Cheetos? Ou fazendo apologia à maconha? Ou cigarro? Saí da farmácia como entrei, uma desconhecida, mas naquela hora deu vontade de dizer: "Mas eu acabei de escovar os dentes!" e ainda terminar com um "Nossa!". Hoje mais uma vez me vi na Sony e é impossível não dar risada... Engraçado.
Além do convite para o teste, meu celular tocou três vezes. Uma para conferirem minha disponibilidade para uma feira bilíngue. "Não estou fazendo mais feiras, por enquanto." Outra de uma colega de trabalho que abriu sua própria agência de eventos, assistiu à Colgate e perguntou se eu ainda fazia eventos. "Confesso que agora estou meio chata, viu, e ando escolhendo os trabalhos que quero fazer...". O dela, de três dias consecutivos, cachê razoável e horário esdrúxulo não me interessava. E por último, uma agência de atores e modelos me recrutando para uma gravação de um hospital na sexta-feira, onde eu seria uma médica. O cachê oferecido era extremamente baixo, ela mesma confessou, mas a princípio aceitei por ainda não ter nada na sexta e enfim, era trabalho, né! Ao me ligar alguns minutos depois confirmando minha aprovação por foto, eu confirmei: "Mas esse cachê é o valor líquido, né?". Não, bruto. Desculpa... mas não vou gravar um dia inteiro para receber menos do que receberia em um evento bilíngue... Já começo a entrar num momento de valorização da imagem. Não vou me vender mais a preço de banana. Foi-se o tempo. Mas fique tranquilo, não chego nem aos pés do estrelismo do menino Neymar. Só peço dignidade, só isso.
E por enquanto são essas as novidades e fico no aguardo da resposta deste teste de hoje. Podia dar certo...
Amanhã me deliciarei sem culpa na minha balada preferida e não tenho hora para acordar... E quanto à agenda, só o dia dirá!
Boa noite!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PROPAGANDA FOOT COMPANY PRIMAVERA / VERÃO

Sparkless

A semana começou sem brilho e foi difícil correr hoje. Foram duas voltas pesadas, nenhuma música da minha então incrível playlist satisfazia, quase desisti três vezes, mas pensava no tanto de bobeira que havia colocado para dentro nos últimos dias e terminei o percurso mínimo.
Não tive fome para almoçar... Belisquei apenas algumas frutas secas e um pedaço de queijo, fiz meu aquecimento vocal e fui gravar as locuções para a propaganda dos Brinquedos Bandeirante. Aproveitei e já dei uma espiada na apresentação da linha de brinquedos e te digo que adorei! "Patrícia Poeta, conhece? Não é sua irmã, é?", foi o elogio do produtor. Um trabalho completo: atriz, modelo, apresentadora, locutora e um pouco de roteirista também... Não tenho do que reclamar. Tenho recebido presentes maravilhosos nesses últimos tempos...
Ontem ainda não sei se fui incrivelmente esperta ou incrivelmente estúpida em declinar o Salão do Automóvel. Tinha exame médico e assinatura de contrato marcados para amanhã, mas pensei, pensei e cheguei à aliviadora conclusão de que não, não aguentaria dez ou quatorze dias pagando de gatona, com saltos homéricos, sem dormir nem descansar o suficiente, sem comer direito e sem exercício físico! Fora que para a carreira, em nada me acrescentaria. Para a conta bancária sim... Aliás, esse era o único argumento forte para que fechasse esse contrato. Mas tenho fé que trabalhos mais positivos virão, ou em consequência da sorte ou como frutos das sementes já plantadas.
Hoje eu estava no meio de uma chuva de granizo às 16h enquanto pela manhã me bronzeei com o sol que refletia no Ibirapuera e uso pantufas agora à noite. Vai entender o tempo dessa cidade!
Sem grandes reflexões nem bonitas rimas, é hora de ir para a cama, ainda com a agenda vazia para os próximos dias. O mês já foi por demais proveitoso!
Boa quarta-feira!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Vida

Vai-se o corpo e ficam as lembranças, os descendentes, as fotos e a eterna saudade. Não sei onde tudo começa nem como tudo termina, porque não é possível que tudo se acabe ali, num último suspiro...
Hoje foi-se a velhinha mais linda, a dona de histórias intermináveis e cheias de detalhes, que tantas vezes me acolheu naquela casa antiga quando era criança, que me emprestava seus botões de costura, seus vestidos, suas bolsas e pó de arroz para as mais incríveis brincadeiras. Cozinheira do melhor macarrão com brócolis, do mais saboroso bife de carne moída e até então a única detentora da receita do crustili de todo final de Carnaval. Vai-se essa senhora de fé incomparável, de espiritualidade consagrada, da bondade mais pura, protagonista de uma história de força de uma época quando mães solteiras eram chamadas de puta mas que driblou os fantasmas e vestiu o véu de santa. E esta noite, no caixão, ela parecia com a imagem de Nossa Senhora que tantas vezes recebeu em seu lar, abençoado com todas as graças.
Eu disse tchau, apenas, pois ontem ainda não estava preparada para dizer adeus. "Eu volto amanhã, hein!". Mas ao voltar, me jogaram nas mãos a notícia de que ela não estava mais no meio de nós. Ela morreu sozinha num leito de uma UTI devido à burocracia de um hospital arcaico que permite visitas apenas das 16 às 17:30h. Não consegui dizer muita coisa naqueles quinze ou vinte minutos em que estive com ela pela última vez e nem pude compreender tudo do pouco que ela dizia. A máscara de ôxigênio atrapalhava tanta coisa... Afofei-lhe os cabelos... Tive vontade de levar a pinça para fazer sua sobrancelha como há anos fazia - ela sempre me dava escondido o dinheiro, ou enfiava em meu bolso, como pagamento para "tomar um sorvete". Contei sobre a minha propaganda e ela perguntou em qual horário que passava. Em todos, em todos os canais... "Ê, Tita, eu vou ficar famosa, você vai ver só, jajá eu tô na novela!" e ela esboçou um sorriso e disse "Se Deus quiser!". Ela não tinha mais aquele brilho nos seus olhos azuis... o olhar estava longe... o coração já estava fraco...
Não cheguei a lhe devolver o vestido da Miquelina usado na peça Porca Miséria e nem todos os trecos e cacarecos que compuseram o tradicional cenário ítalo-brasileiro. Eu tinha orgulho de mostrar para meus companheiros de cena a proprietária do figurino e das tralhas da italianada nas tantas vezes em que ela foi me prestigiar no teatro e que gargalhou com as trapalhadas da família Buongermino - mesmo não ouvindo grande parte do que no palco era falado.
"Quem é que vai contar agora as histórias sobre o fulano que era filho do cicrano e casado com beltrana?". Nós! E como não garanto uma memória de elefante como só ela tinha, eu escrevo para que no futuro meus filhos, meus netos - que passei hoje a reconsiderar em um dia tê-los - e quem mais desejar, sintam o sabor que tantas vezes com ela senti, especialmente com suas verídicas histórias de assombração... Dela não tinha como duvidar!
E amanhã me despedirei do corpo, trajado com o vestido de veludo azul e florzinhas bordadas que tantas vezes me enfeitou enquanto bisbilhotava seu armário que cheirava a naftalina... Se viramos pó ou se viramos estrela eu não sei, mas certamente ela fará parte do exército de anjos que nos olham e nos protegem, seja lá de onde viemos, para onde vamos ou onde quer que estejamos. A família perde o seu brasão.

sábado, 18 de setembro de 2010

Dívida externa

Não abandonei o blog, eu juro! Mas o cansaço e a correria dos últimos dias me fizeram passar longe do meu querido diário... Recapitulando, terça-feira tive a segunda sessão de fotos da Decathlon. E desse vez, fotos em estúdio de n partes de baixo de biquinis, n partes de cima, saídas e maiôs, com trocas em escala industrial. Às 15h eu já estava liberada. Eu confesso que jamais pensei que faria um catálogo assim... Estou curiosíssima para conferir o resultado e descobrir se a insegurança feminina com o corpo é mito ou necessária!
E estava um calor infernal em São Paulo! Enquanto esperava pelo ônibus Paulo VI, me embuzuntei de protetor solar 30 porque sentia a pele queimando...
Cheguei e ainda tive coragem de ir ao parque mas não aguentei correr. A temperatura não ajudou... uma falta de inspiração... uma fadiga... a trilha sonora enjoou... Me dei o direto de dar duas voltas caminhando e aquilo era o suficiente depois de uma longa jornada de roupas de banho.
Aquela noite, o corpo e a cabeça pediam um relaxamento e fomos ao São Bento desestressar com dois choppinhos e uma salada de apenas 32 reais, ciente de que a quarta-feira seria braba!
Quarta cedinho e lá estou eu aquecendo minha voz para a gravação da apresentação dos Brinquedos Bandeirante. Maquilagem. Figurino. Nada no cabelo... Um teleprompter improvisado que não funcionou, muito texto para ser decorado na hora, muita - mas muita - repetição, muito problema no som, muita água, muita bolachinha e extrema satisfação em gravar uma propaganda completa com papéis de atriz, modelo, apresentadora e locutora. Melhor impossível! Cheguei em casa às dez da noite simplesmente moída! Antes da meia-noite já estava cochilando no sofá da sala, ansiando por uma "folga" merecida no dia seguinte, preenchido apenas com um teste de cachê incrível para o Itaú.
Mas não me deleitei o quanto podia em minha cama... Às 9 e pouco já estava de pé me arrumando para o teste. Pouca espera, muita criança, boa concorrência, fotos aqui, fotos ali, foto assim, foto assado. E mais uma vez comecei a chegar à conclusão de que talvez seja preciso parar de ser simpática. Sabe aquela comunidade do Orkut "Sou simpática, não estou de dando mole!"? É incrível como homens confundem as coisas... é praticamente uma saia justa por trabalho... Fui surpreendida com um "pai" que já devia ter ido embora há algum tempo que perguntou "Quer uma carona?". Não, obrigada, vou dar uma passadinha na Shoestock. Mas não comprei nada, eu juro.
Saí de lá, passei na costureira, fiz meu almoço, respirei, fui ao supermercado, fui correr com um gás contagiante e a noite estava linda, um pouco mais gelada mas linda... e era quinta-feira! Não sei quem inventou essa história verídica de que quinta-feira é o melhor dia para se sair em São Paulo... Portanto, ficar em casa depois de uma maratona laboriosa era simplesmente inaceitável. Depois de rodar à procura de algum bar badalado que não estivesse lotado, sentamos - minha roomie e eu - por falta de criatividade novamente no São Bento e depois de dois chopps, resolvemos visitar nossa balada preferida: Kiss n´ Fly, conscientes de que trabalharíamos cedo no dia seguinte e que - sério! - seria só uma passada. Maquilagem e figurino a jato e lá fomos nós, curtir a vida porque a vida é curta. Como prometido, às 3:30h abandonávamos as melhores músicas e as melhores companhias rumo à cama.
E hoje, sexta-feira, meu despertador tocou às 7 e 15 para um evento na Unilever às 8 e meia. Era tranquilo o trabalho, apenas a entrega dos kits da Maratona Pão de Açúcar para os funcionários da empresa por um cachê gostosinho. Acontece que eram oito horas de trabalho para apenas uns 30 kits. Ou seja... muita ociosidade. Sentadinha numa confortável cadeira, vi o dia passar e os olhos teimavam em fechar... Faltava um - um! - kit para ser entregue e a equipe nos fez esperar uma hora inteira... Jogamos stop - sou imbatível no stop! - tentando fugir do marasmo... andávamos pela sala... eu cantarolava as músicas do rádio... olhava a bela vista dessa cidade que amo daquele 14o andar...
Mas fui surpreendida com a notícia de que teria de voltar para Ribeirão o mais rápido que pudesse e vários planos e compromissos foram desfeitos. Uma querida tia-avó não se encontra bem no hospital e talvez estejamos falando de seus últimos dias... Talvez. Porque se tratando dessa velhinha de 92 anos, que ressucitou inúmeras vezes inclusive de um câncer milagroso, tudo é possível! A gente espera que dessa vez não seja diferente. Mas as esperanças se trombam com o realismo e tive que pegar o ônibus das 19:20h, depois de uma hora e meia entre ônibus e metrô no horário de pico.
Passados quatro horas e meia de Rápido Ribeirão, muito stress pela bateria morta do celular, muito cansaço e poderoso sono, cheguei meia-noite em Ribeirão. Minha irmã que mora no Rio de Janeiro também se encontra na estrada, mas quisera eu que fosse por uma ocasião festiva... Esse retorno à Califórnia não estava nos planos de ninguém.
Mas a vida segue o seu curso e seja lá o que Deus quiser! Ainda não parei para refletir. Não deu tempo. Ou melhor, não me dei tempo...
Não será o melhor final de semana, certamente, mas o danado do Sapo Astral do Facebook acertou de novo: "Aproveite para desfrutar da relação familiar". É isso o que vou fazer... É isso o que estou precisando fazer...
Diminua a marcha. Breque. Freio de mão.
Bom final de semana! Acabei de tirar a chave da ignição.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sol, piscina, biquinis e mais biquinis

O relógio despertou às 5 e meia. Não sofri tanto para levantar pois ontem meus olhos teimaram em fechar ainda no meio do filme Os Homens Que Encaravam Cabras.
Sem trânsito na 9 de Julho, cheguei meia hora mais cedo no Clube Esperia, onde faríamos as fotos para a Decathlon e me arrependi por não ter acordado às seis... Um dia lindo! Quente! Abençoado!
Os "modelos" eram: duas loiras, algumas crianças, uma grávida e um bebê, dois meninos, uma jovem senhora e eu. E o figurino? Só biquinis! O quê?! Sim, só biquinis... Eu sabia que faríamos fotos com roupas de banho - tanto é que ontem corri no parque de top na esperança de captar um pouco da radiação solar que se amalgamaria com minha melanina e passei Dove Summer Tone antes de deitar para não ficar tão amarela nas fotos - mas não sabia que seriam todas.
E assim, posamos para catálogo, banner, site e outoor! Com biquini, biquini e saída de banho, jogando frescobol, simulando uma hidroginástica na piscina, tomando sol e saindo da água à la Bond Girls, sem grandes produções de maquilagem nem cabelo e eu fingindo ser magra e super acostumada àquilo! E não é que na terceira troca já me acostumei e abandonei o roupão?
Foi um trabalho delicioso e com um staff simpatissíssimo! Praticamente um dia de clube em plena segundona na capital, mas cansativo pelo horário, pelo sol, pela espera, pelas trocas e mais trocas. Às 16h eu já estava liberada. E ainda ganhamos o biquini favorito!
Na volta passei na costureira, voltei para casa e ainda fui correr. Me irrito a cada raspada de garganta... já faz duas semanas que o organismo não anda bem. Maldito tempo seco!
E amanhã tem mais e felizmente o batente começa às 10 e meia da manhã terminando provavelmente no horário do almoço. Eu nunca me imaginei em catálogo de roupas de banho... Mas bati no peito e pensei que, se fui escolhida para tal, é porque sirvo para tal. Vi algumas fotos, inclusive a provável do outdoor que sairá pelas cidades que abrigam as dez Decathlons Brasil afora e te digo até que gostei! É esperar para ver e confiar no poder do photoshop e no bom senso do fotógrafo!
Vi Nadal detonar o sérvio no último set e levar um singelo prêmio de $1,7 milhão. Nada mal! E agora eu estou o pó... passou da hora de capotar e ansiar por mais uma maratona de biquinis, desta vez, em estúdio e com ar condicionado...
Boa noite!

domingo, 12 de setembro de 2010

No pain, no gain!

Nove anos do aniversário do 11 de setembro se passaram e nem deu tempo de fazer uma análise sócio-política aqui no blog... Sabem que o 11 de setembro quase foi tema da minha monografia? A princípio meu pré-projeto de TCC levava o título de "O pop 11 de setembro", mas me encontrei com "A Americanização do Brasil durante a Segunda Guerra Mundial através de Hollywood", tema também dentro dos estudos midiáticos e merecedor de um suado 9.8! Eu era boa na faculdade...
O dia começou cedo! E deliciosamente sem trânsito! Fomos gravar cenas de mamãe e papai com suas lindas crianças brincando com os Brinquedos Bandeirante numa bela mansão na Serra da Cantareira. O dia estava incrível, digno de um comercial de uma família rica e feliz! Confesso que me assustei ao ver "meus filhos", um menininho e uma menininha de espertos olhos azuis por volta de seus 2 anos, mas os danadinhos já nasceram com o gosto pela câmera e uma desenvoltura nata de grandes artistas - com exceções das lágrimas de fome, de cansaço, de sono, de birra, de criança mesmo...
Às 18h já estava de volta e cansada, confesso, não sei se pelas poucas horas de sono, se pelo sol ou se pelo malabarismo em levantar criança, colocar no triciclo, apertar o cinto de segurança, tentar incentivar uma palminha, um sorriso, um empurrão no carrinho, enfim... Não sou expert com os baixinhos antes dos 4, mas eu acho que com a idade, um instinto maternal aflora e ... - opa opa, brincadeirinha! Foi um belo dia e um belo trabalho, de novos contatos, de novas amizades e futuras oportunidades!
Não bastasse a fatiga, tirei coragem do solo e fui correr para me livrar daqueles dois malditos pães de queijo que não resisti às 9 e meia da manhã... Não me livrei deles, claro, mas suei! E enquanto lutava contra minha mente para que permanecesse num estado de livre de cobranças e dúvidas, comecei a pensar sobre meu futuro. Seja em emissora, seja na publicidade, terei boas oportunidades até quando? Neste mundo que chama uma jovem garota de 24 para ser mãe de dois filhos e Angelina Jolie para ser mãe de Colin Farrel, terei eu trabalho aos trinta e cinco? Aos cinquenta? Tenho que no mínimo envelhecer com muita diginidade! Ontem à noite no casting observava a conversa de duas mulheres - uma de 26 outra de 28 - sobre a necessidade de botox para dar uma levantada na sobrancelha e para preenchimento dos sulcos, além, claro, dos silicones já muito bem ali instalados. Botox aos 26? Ou será que devo agarrar agora minhas oportunidades sem vislumbrar um futuro ainda distante? E minha aposentadoria, se é que um dia vou ter uma...? Ou então... posso garantir minhas contas arrumando um marido rico, certo? Não, não... Essa foi mais uma brincadeirinha...
"E a Stella?", perguntou uma colega a minha roomie. "Está trabalhando", respondeu ela. "Coitada!". Coitada? Meu amor, cada trabalho é uma bênção! Fora que, enquanto você trabalha um mês inteiro das 9 às 18h trancafiada em um escritório para ganhar x, eu tiro x e mais alguma coisa brincando de ser mãe. Eu revisaria o coitada. Aliás, às vezes a gente precisa até revisar o "Fico feliz por você!". Fica mesmo? Será?
Não sei, viu. Só sei que são 3 da manhã e meu domingo será de descanso, chá verde e cinema.
Aproveite o seu dia da melhor maneira! Mesmo se for assistindo ao Domingão do Faustão! Se assim te faz feliz, está valendo!
Boa noite!

sábado, 11 de setembro de 2010

Testando!

Chegou uma hora que deu uma pane geral! Não sabia mais o que era o quê, o quê era quando e para quando ficava aquilo... socorro!
Mas vou resumir o que se passou nesses últimos dois dias...
Ontem tive um teste relâmpago no Morumbi para um laboratório no final do dia. Depois de duas horas de trânsito praticamente parado na Giovanni Gronchi, fiz o teste mais rápido de todos os tempos. Claquete. Sorrisão. E uma entrevistinha para saber "há quanto tempo sou modelo" e se tinha desenvoltura com a câmera. Em 5 minutos já estava dispensada e em 5 minutos de celular no silencioso, três ligações e dois recados de voz para testes e detalhes de futuros trabalhos. Peguei o ônibus no contra-fluxo e rapidamente cheguei em casa. Fui ao supermercado já que a fruteira clamava por cores, fiz meu jantar e fomos para a Kiss n´Fly conscientes de que a noite seria curta já que a vida é curta mas o dia seguinte seria longo...
Hoje, depois de quatro horas de sono, despertei. Não sabia qual a melhor maneira de organizar o dia... hesitei se correria no Ibirapuera - e se aguentaria correr no Ibirapuera -, se dormiria um pouco mais ou se começava a maratona de transporte público e testes no último dia útil da semana. E como foi útil! Optei pelo teste da Claro. Me arrumei e lá se foram duas horinhas de espera... Chances? Mínimas. Tinha muita gente linda por lá e não sei se mandei muito bem nas situações pedidas. Tudo deve ter sido uma questão de enquadramento e sinceramente, não sei se pintei um Van Gogh... Mas telefonia faz parte dos meus sonhos publicitários, sabia? Pura vaidade, mas gostaria de ter o meu rosto estampado por todo o metrô da capital...
Saí de lá, voltei para casa, almocei cortando meu arroz do prato, dei uma esticadinha de quarenta minutos e lá fui eu me arrumar novamente para o segundo teste. Aproveitando o passeio em Perdizes, passei na agência para pegar meu cachê de renovação de contrato e ao ver que se aproximava do horário limite do teste, combinei 7 reais com o taxista que me deixou na porta da produtora. E lá se foram mais duas horas de espera, numa noite fria e cansada... Cliente: Peugeot. Chances? Também mínimas. Mas paguei o meu dia com dois cachês-teste e alguns aprendizados na bagagem de atriz ainda mirim: tenha sempre um salto na bolsa, um bom livro, uma bananinha e a cópia do DRT! Câmbio!
Meses atrás eu falei sobre meu desejo de entrar nessa rotina louca de testes, não disse? E juro que não estou reclamando. Pelo menos por agora... Contanto que a correria traga frutos, eu quero plantar até o último hectar dessa mata ainda virgem...
Gosto de receber o formulário nos testes e ter agora o que preencher na lacuna de: "Tem trabalhos em veiculação ou em contrato? Quais?". Não sou mais lambari.
E enquanto São Paulo descansará, amanhã o meu dia começa cedo... acordo às 6h para estar na Serra da Cantareira às 9h para a gravação dos Brinquedos Bandeirante.
Minha cama me encanta com o canto de sereia e está na hora...
Bom final de semana!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quarta com cara de segunda

Estava assistindo ao A Vida de David Gale embaixo das cobertas quando de repente um sono quase implacável agregado ao fato de que já sei o final deste filme incrível - e sabendo o final do filme, o filme perde toda a graça -, desliguei a tv, me levantei, tomei um copo de Ades sabor Vitamina de Banana zero açúcar e desliguei o computador. Mas numa dessas a consciência já pesou e sabia que me reviraria na cama devido às palavras e aos fatos não redigidos e religuei o bendito. E aqui estou eu!
Dormi bem hoje e fui acordada pelo nariz entupido às 9 e pouco da manhã. Ainda enrolei na cama e levantei por volta de dez e meia. O tempo estava nublado, fazia frio lá fora e aqui dentro... Tomei meu café, conferi meus dois e-mails e minhas duas redes sociais - me informaram da necessidade de aumentar para três com o Twitter que tanto tenho tentado evitar! -, coloquei uma roupa e fui buscar minhas roupas para reforma na costureira no Paraíso que ainda não estavam prontas... No caminho, recebi a confirmação das fotos para Decathlon segunda-feira. O job é meu! Aproveitei e comprei dois abacaxis e uma caixinha de morango para neutralizar a geladeira quase vazia em uma banca na calçada da minha antiga rua.
Voltei para casa, fiz meu almoço, lavei uma montanha de louças que parecia de um banquete para um batalhão e fui confirmar meus espaços na agenda que começa a se apertar. A gravação dos Brinquedos Bandeirante ficou então para sábado e quarta-feira.
Mandei meu material para uma grande agência e já recebi uma resposta positiva. Reenviei para uma outra que não me respondeu sobre o material de três semanas atrás que assim procedeu novamente. Azar o deles!
E aí... no intuito de fazer a digestão para então ir correr, não resisti e deitei no sofá da sala, delimitando um descanso de 40 minutos. Mas lógico que não deu para dormir! O telefone tocou, o MSN apitou... A agência que sempre me oferece a recepção nos jogos do Palmeiras me ligou, dizendo que havia me visto do comercial da pasta de dente e me perguntou se eu ainda fazia eventos. Ué! Deixaria de fazer eventos só por que a Colgate está no ar? Não é bem assim... o buraco é mais embaixo... Mas aí, sem grandes detalhes, recusei a recepção das 20h às 0h de amanhã. Esse mês posso me dar ao luxo de fazer isso. E entenda bem: não é luxúria. É ascenção profissional!
Também fui informada da renovação de veiculação de uma das propagandas do Shopping Interlar-Interlagos, ganhando assim um novo cachê! Mas não se anime, nem é muita coisa...
Coloquei uma roupa quentinha mas que não me fizesse assar depois de 40 minutos de corrida e fui enfrentar o frio da rua, devolvendo Vigaristas na locadora da Av. Cidade Jardim e depois subindo para o Ibirapuera. Claro que no meio do caminho começou a chuviscar e aquele arrependimento de "Por que eu não fui antes?" bateu mas não me espantou do exercício do dia. Nunca vi o parque tão vazio...
Voltei para casa e decidi por não dar uma passadinha de leve na Mokai - embora estivesse morrendo de vontade de me arrumar, ver pessoas e dançar - para preservar meu organismo em recuperação. Amanhã a passadinha será na Kiss, mas só até às 3 da manhã para evitar a crise de abstinência devido ao final de semana laborioso...
A cidade voltou ao normal e senti saudades do não-trânsito do feriadão...
E agora descalçarei minhas pantufas e me afogarei num mar de lençóis por enquanto gelados...
Boa quinta-feira!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um feriado chuvoso

Pretendia dormir até o meio-dia, acordar despretenciosamente, tirar o atraso das horas de sono perdidas ou mal dormidas nos últimos dias, afinal de contas, era segunda-feira de um feriado prolongado e eu estava sozinha no meu apartamento em São Paulo. Mas, em meados das 9 da manhã despertei. O tempo não estava lá essas coisas, fazia frio, mas não chovia. Tomei meu café da manhã, troquei minha roupa de cama, coloquei as toalhas para lavar, calcei meu tênis e fui correr no parque. O vento estava gelado, mas a playlist renovada com três músicas que se alternaram e se repetiram ao longo do trajeto. Ao voltar, fiz aquelas coisinhas chatinhas porém necessárias do cotidiano como pagar o aluguel, comprar colírio - porque adquiri uma irritação nos olhos pelas lentes de contato que muito me incomoda e prejudica - , hidratante para o corpo, um mousse para inovar e tentar dar volume e ondas para esse cabelo fino e escorrido, enfim... Fiz um almoço sem arroz para me poupar do que seria comido mais tarde no rodízio japonês e recebi uma ligação. Interessante a ligação... "Olá, Stella, aqui é da tal-tal...". E disseram que eu fui umas das pré-selecionadas para fazer fotos para um loja de esportes muito conhecida, mas que sabiam que eu "estou na mídia" e que infelizmente o cachê não era tão alto e se eu aceitava fazê-las. Eu disse que sim mas que tinha um problema com datas já que meu final de semana estava reservado para uma gravação. Me perguntaram se eu estava igual às fotos do Orkut e se não havia engordado nem emagrecido, ou se havia posto silicone - "Quer dizer, nem sei se você tem silicone, tem?". Logo, me disseram que as fotos provavelmente seriam na sexta e que me ligariam na quarta-feira para combinarmos direitinho. Então eu vou fazer as fotos? Foi o que deu a entender. Assim, aguardo a confirmação. E a dieta do chá verde acabou de começar!
Esses dois dias passei com um grande amigo de infância, sofredor aspirante a trainee... E hoje, conversando sobre carreira, mal-entendidos e descrenças, ele me contou sobre uma pessoa dos tempos de escola que havia encontrado pouco tempo atrás em Ribeirão Preto. Ao conversarem sobre os antigos colegas, eu fui um dos assuntos em pauta. E tal pessoa disse mais ou menos com desprezo: "Ai, mas a Stella tá em São Paulo fazendo eventos, né... isso não meio que queima?". E ele, como bom amigo que é, retrucou contando n coisas e uma delas era "Você não viu que ela é o novo sorriso Colgate?". Já se pode imaginar a cara do(a) dito-cujo... Isso não me atinge. Tanto é que, se me atingisse, jamais teria um blog contando meus tombos, minha maratona, meu cansaço, já que iria me ater somente às vitórias, certo? O que acontece é que poucos valorizam a caminhada, ninguém sabe o duro danado que a gente dá para conseguir pelo menos uma pontinha numa publicidade, o trabalhão que é passar dez-doze horas em estúdio, nem a dificuldade de lidar com o incerto ou o medo de fracassar. Muitos exaltam somente o fruto maduro, seja ele a propaganda, a novela, o filme, o catálogo, o outdoor ou a capa de revista, como se chegar lá fosse fácil e eventos não fossem necessários para pagar as contas, como se dieta não fosse uma aliada do dia-a-dia, como se estudo nem fizesse diferença, como se concessões e dolorosas escolhas não devessem ser feitas, como se a sorte fosse a única responsável pelo sucesso. Aliás, já enfrentei e sei que vou encontrar muitos desses por aí afora e sabe o que é o mais gostoso? Acreditar que muitos ainda vão pagar a língua. Não por me verem na Colgate. Isso não é nada. Nem por um dia me verem numa tão sonhada novela das 8... Mas sim por um dia saberem da existência dessas histórias que fielmente registro e saberem que não se trata de um conto de fadas e que a caminhada é dura, quando se darão conta de quão limitados foram seus pensamentos, julgamentos e palavras. Mas não os culpo. Eu provavelmente já fiz muito isso... Na verdade eles dão um gás para que continuemos. É complicado falar sobre o que não se conhece. Ou julgar o que não se sabe...
Neste feriado quando se comemora a independência do Brasil, assisti Vigaristas, passeei pela supulcral Oscar Freire, almocei no America, dei voltas e voltas no Morumbi Shopping... Não há muito o que se fazer quando a cidade se dubulha em chuva e baixas temperaturas... foi um bom feriado!
Amanhã a vida volta ao normal! O trânsito volta ao normal! A segunda moradora da casa volta para casa! É tão triste ficar sozinha em pleno findar do feriado... E vamos caminhando para a segunda dezena do mês de setembro. O tempo passa, o tempo voa...
Bom retorno!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

To be continued...

Cheguei ao Hotel Transamérica às 11 e meia da noite. Encontrei o namorado de mamãe e todos os médicos recém-chegados de Ribeirão participantes do congresso. Tomamos um lanche no American Bar - caríssimo, diga-se de passagem, porque pagar 30 reais num misto quente é o fim da picada! - e fui dormir às 2h, já sofrendo por ter de acordar em apenas 4 horas. E nisso meu nariz mega entupido, uma cama que não era minha, uma luminosidade intrusa que atravessava a cortina... 6 horas e toca o despertador. Me arrumei sincronizadamente para às 6:50h estar sentada no restaurante desfrutando do café da manhã. E assim fiz! Hotel vale a pena por isso, né, por todos essas delícias que nunca comemos no nosso dia-a-dia: os ovos mexidos, o omelete de presunto e queijo na chapa, o croissant, o pão de queijo, o bacon e a linguicinha, as mil e uma frutas lindamente picadas, o suco de laranja, de caju e melancia... 7 e meia estava eu já abismada com o tamanho do salto que acompanharia o elegante e comportado vestido até às 19h. O trabalho era gostoso, consistia em agendarmos clientes no espaço Spa oferecido no andar de cima pelo stand. Ao meio-dia a agenda do dia já estava lotada! Quem não quer fazer unha, cabelo e maquilagem de graça? E nisso o pé quase necrosando... Não aguentei e reclamei, pedindo pelo menos um sapato de número maior. Duas horas depois trouxeram. "Melhor?". Menos pior. Às 16h eu já estava louvando Jesus Cristo e todos os santos... E me irritava saber que uma mulher havia escolhido aquele uniforme. Se já sabem o que é ser recepcionista e a duração do evento, por que simplesmente não escolher um salto tão alto quanto porém mais confortável? Não custa! Trabalharíamos muito mais felizes! Tive a notícia de que fui aprovada pela Brinquedos Bandeirante e de que gravo sábado e domingo que vem. E mais uma vez quiseram me roubar para ser representante da empresa. Dever cumprido e a promessa de que jamais farei outro evento do mesmo porte. Foi a minha aposentadoria. Não retornaria no terceiro dia jamais e já garanti minha substituição também para o sábado.
Voei para o hotel com o pé deeeeeeeeeeste tamanho, tomei banho e em trinta minutos estávamos no hall para pegarmos o ônibus rumo a um jantar no Leopoldo. Depois de pisar na jaca com a dieta e depois de algumas taças de champagne, apaguei no traslado já temendo minha madrugada de sono interrompido. À uma hora estava deitada na cama - o que não é sinônimo de dormir... e 4:40h toca o despetador. 5:20h eu entrava no táxi rumo ao Tietê esmolando que fechássemos a 70 reais e não 80 como o taxista pretendia e ouvindo suas palavras rancorosas acerca de Dilma e da Ptzada e sobre as corridas com Marcos Valério. Às 6 da manhã entrava no ônibus Pássaro Marrom - que assim como a Viação São Bento que faz Ribeirão-Franca, não aceitava cartão de crédito... eu fico p*** com essas coisas em pleno segundo semestre do ano de 2010! Que atraso de vida, meu Deus... E cheguei em São José dos Campos com a olheira mais funda do que a mina que abriga os 33 chilenos naquela que mais parece uma história de terror. Conheci meu "namorado", toda a equipe da produção, comemos alguma coisinha e vamos começar! Gravamos em stop motion, uma técnica que consiste em fazer vídeo a partir de fotos sequenciais. O cliente: Foot Company. O roteiro: mostrar a ligação da moda com calçados, preconizando a coleção primavera-verão. Um asterísco! Quando me falaram da cena praia, onde eu estaria de biquini, quase tive um treco e muito me arrependi dos pães, dos 2 pães de queijo, dos canapés e da sobremesa do jantar da noite anterior... Mas respirei fundo na esperança de até o final do dia estar menos inchada na tentativa também de não prejudicar o resto das cenas. Se me preocupasse com aquilo no começo, nada sairia bem. Resolvi deixar para sofrer na hora que tivesse que sofrer. Mas foi uma delícia! E tive o biquini coberto por uma camisa branca rendada. Ufa! E foi quando mais uma vez me dei conta da necessidade de se estar em forma nesse mundo midiático... Vários figurinos, diferentes situações, várias poses, sorrisos, acessórios, diferentes looks, make up, cabelo e novas amizades e refinamento do networking. Soube que meu blog foi visto pela produção para a seleção do casting, assim como meus vídeos do Youtube. Fiquei feliz e agradeci àquela matéria da Folha de um ano e meio atrás que dizia profeticamente que blogs eram boas ferramentas para se ser achado no mercado e conseguir um bom emprego... Teremos as opções de 2 e 1 minuto para vídeo institucional e 30 e 15 segundos para tv. Em dez, quinze dias, tudo pronto e já não vejo a hora de conferir o resultado final! Ressarciram meus gastos de táxi e viagem e feliz da vida peguei o ônibus das 19:30h para voltar à capital, toda maquilada e com um penteado à la Amy Winehouse no meio da rodoviária. E foi quando vi o quão exausta estava... Comemoramos a maratona e a chegada de mamãe à capital com um belo jantar no restaurante francês do hotel! Eu merecia!
Sábado e domingo foi só alegria! Muita comilança, matamos as saudades, muito tempo seco com virada brusca de temperatura neste domingo, quando ironicamente eu pretendia acordar e tomar um belo sol na piscina em Alphaville... Teve até visita à cidade história de Santana do Parnaíba! Entramos numa igreja linda datada de 1880 - eu não entrava em uma há muito tempo... - e nos sentamos por alguns instantes. Rezei e só agradeci. Tenho muito o que agradecer e as lágrimas quase vieram aos olhos ao me sentir mais perto de Deus, e assim, me levantei para evitar o sentimentalismo na frente da família...
Descobri que o cachê prometido da SOGESP caiu milagrosamente em 30 reais, o que me causou estranhamento, me fez redigir um e-mail aparentando amizade mas cobrando a falta de palavra e um pesadelo esta noite sobre um comercial de 1100 reais prometido e substituído por uma figuração de 100.
Finalizei minha semana com A Origem, sem ainda grandes planos para os próximos dias além do meu japonês amanhã com um amigo e minha dieta à base de chá verde e muita corrida no resto dos dias.
Vou me recolher! Estou cansada também por ter dormido pouco e muito mal nos últimos dias... não aguento mais assoar meu nariz, tadinho, já assado nas lateriais de tanto lenço de papel. Eu odeio ficar doente! Quando for na Fernanda Young preciso me lembrar disso para responder "O que te irrita?".
Bom mês de setembro - para mim já garantido com bons trabalhos!

domingo, 5 de setembro de 2010

É... não...

Não precisei fazer plantão. Não passei na Coca-Cola. Nenhum parentesco com Mãe Diná e nem vou ganhar um presente de mim mesma...
Quarta-feira foi um dia tenso. Eu já sabia o que era estar editada e eu já conhecia o sabor da vitória que tanto queria experimentar novamente... Fui fazer minhas unhas e me atualizando das fofocas vi a propaganda da Sempre Livre na Contigo e Caras e pensei: "É esta daqui então a sortuda que abocanhou os 12 mil reais?". É engraçado quando vemos os trabalhos nos quais não passamos no teste. É inevitável que você pense "pô, poderia ser eu..." e igualmente inevitável que você não se compare com aquela que não morreu na praia.
Deu meio-dia, nada. Três da tarde e recebi o telefonema para um teste da Natura na sexta-feira, mas recusei devido ao maldito evento. 4 mil reais de cachê... Cinco horas e nada de refrigerante... Nisso minhas esperanças se acabaram e juntamente os queijos e o damasco. Fui correr. É incrível como o humor influencia no desempenho da corrida! Quarta-feira eu estava pesada, não voei sobre o solo como costumo sentir quando estou orgulhosa, esperançosa, animada. Foi a corrida de uma perdedora, eu sentia, apesar de tentar me contentar com o fato de já ter sido editada... Mas eu sou humana... Foi então neste momento que comecei a pensar em merecimento. Normalmente a gente costuma se achar os maiores merecedores dos melhores prêmios ou então os maiores injustiçados caso nada ganhe. Mas e quem disse que alguém ali não merecia mais do que eu? Aliás, esse lance de trabalho tem a ver com mecimento? Existe uma justiça e um balanço de Deus para ver quem merece ser o grande vencedor? Deus tem alguma coisa a ver com a edição do diretor? Com a escolha do cliente? Se sim ou não ou mais ou menos, eu estava me sentindo um lixo e ainda mais arrependida por ter fechado o congresso que se seguiria nos próximos três dias... Aí, estava a caminho dos últimos 900m da segunda volta no parque quando a agência me ligou a respeito do vídeo institucional - aquele que milagrosamente havia sido adiado para semana que vem -, dizendo que seria sexta-feira ou sexta-feira. Aí eu quase tive um treco... Desliguei o celular, me arrependi mais ainda por ter comprometido 3 preciosos dias do meu início de setembro para fazer um trabalho que em nada me acrescentaria no currículo, mas aí no ímpeto de não me deixar levar pelo papel de vítima e de querer mudar minha história, liguei para a responsável pelo congresso e comecei: "É o seguinte...". Ela suspirou e disse que ok, fazer o quê, eu poderia faltar na sexta-feira, contanto que alegasse para o pessoal do stand no sábado que não havia passado bem e colocasse uma substituta à altura no meu lugar. Liguei novamente para confirmar minha participação no vídeo de sexta e fui informada de que seria gravado em São José dos Campos. Além disso, de que eu teria de estar às 8h da manhã de sexta-feira na cidade. E o stress piorou! Para tentar amenizar o drama, liguei para o produtor esperando ouvir uma boa notícia a respeito dos Brinquedos Bandeirante para que a luz no fim do túnel se acendesse. Ele ainda não tinha uma resposta... Saí do parque bufando, passei no supermercado para comprar banana e iogurte para serem meus mata-fome durante a quinta e o sábado do congresso, voltei para casa, tomi banho, fui correndo depilar no último horário do salão, jantei, vi os horários de ônibus para São José dos Campos, me estressei mais ainda ao ver que teria de pegar o ônibus das 6:15h e que para isso, teria de acordar às 4 e meia da matina e gastar horrores com táxi do Hotel Transamérica até a Rodoviária... Tentei desabafar com minha mãe no MSN, o que acabou piorando as coisas e paguei 40 reais para chegar até o hotel que seria minha moradia até domingo. Foi quando conectei meu laptop já no quarto 326 e li meu Sapo Astral: "Este trânsito reforçará seu espirito de combate. Será mais propício a agir do que refletir". Estamos aqui para isso!
As aventuras continuam... mas sinto muito porque preciso dormir agora. Amanhã continuo... mas já adianto que fiz as melhores escolhas e que nada é por acaso. Não se pode ter tudo ao mesmo tempo, mas a luta para agregar o isso ao aquilo e àquele outro é o que conta. E de combate eu te digo que entendo bem!
Boa noite - mas antes preciso tomar um copo de água porque esse tempo seco está me matando, juntamente com esse alien dentro de mim que expele secreções a cada 5 minutos. Menos mal que eu e toda a torcida do Flamengo estamos doentes neste fim de inverno...