quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Salão do Automóvel

Acordei antes de completar minhas oito horas de sono. Estava um clima ameno e foi difícil abrir os olhos e enfrentar o chuveiro. Mas finalmente, não estou pseudo-incomunicável mais! Comprei o genérico do genérico após pechinchar e relembrar como os chineses são duros na queda e agora funcionam normalmente e novamente os meus dois chips. Tive uma surpresa ao saber que o preço dos Ching-Ling caíram em 50% em um ano. Façamos votos de que este novo celular também toque loucamente!
Precisando comprar banana, Polenguinho, maçã, pão e requeijão, tive a coragem de enfrentar a quarta-feira de ofertas no Extra. Stress total! Voei para casa, dei um rasante na cozinha e fiz um almoço milagroso. Às 13:15h entrava no ônibus rumo ao Holiday Inn para fazer meu cabelo e maquilagem para o único dia de Salão do Automóvel. E olha... assim que pisei no Anhembi agradeci aos céus por ter recusado a maratona. Era fato consumado de que eu não iria aguentar nem metade dos quatorze dias... Meninas semi-nuas num pavilhão gelado. Uma pausa para almoço num turno de dez horas. Saltos desconfortáveis na já segunda hora do dia. Rostos de dor já no terceiro dia de mais outros onze. Piadinhas infames aqui, fotógrafos indiscretos ali. "Foque no dinheiro!", disse uma. E o que mais é focado quando o assunto é evento? Os sorrisos são falsos. A saúde é comprometida. Quando adentrei, já vimos a emergência atendendo uma e ouvimos notícias de desertoras. Eu, com apenas cinco horas de trabalho já estou rouca! Que fique claro que respeito - e muito! - essas meninas, mas assumo que eu não tenho mais paciência para ser tratada como um pilar. O dia de hoje foi suficiente. No meu stand, onde eu entregava um vale-brinde no começo do coquetel e o brinde na saída, lá estava um "bixo" amigo de faculdade, que dividiu apartamento com meu ex-namorado, hoje trainne da empresa. A princípio quis me esconder, eu confesso. Me comparei e vi que saia perdendo ali. Mas... perdendo o quê exatamente? O que eu ganhei em cinco horas ele ganha em... deixe-me fazer as contas... um dia e meio de trabalho. Foquei no dinheiro. Afinal de contas, era para isso que estava ali. É para isso que todos nós estávamos ali. E não precisei posar para foto para ninguém.
Cheguei em casa às 23h com o termômetro na casa dos 15 graus, faminta, aliviada. Conheci o Salão do Automóvel.
Boa quinta-feira!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O mundo tá louco

Em um dia de tsunamis, vulcão, tornados, falecimento de político e da glorificação do mais novo profeta de oito tentáculos que também subiu aos céus, eu só digo: pára tudo que eu quero descer!
Diariamente, assim que começa o Jornal Hoje e eu estou em vias de preparar o meu almoço, uma tensão paira na sala - um pouco mais tênue mas tão real quanto àquela de quando toca a vinheta do Plantão da Globo, sabe? -, como que à espera de péssimas notícias de cá ou de lá do mundo. Estão todos enlouquecendo: eu, você, o jornalismo, a natureza, as pessoas que vi andando na rua falando sozinhas... Mas o cúmulo foi a notícia do Paul virar estátua. A gente luta, sua, sonha e quem vira ícone é um molusco alemão...
E seguindo a linha da loucura, lá fui eu continuar a guerra no mundo das lentes e câmeras. Fiz a prova de roupa do uniforme de amanhã: um vestido preto, no joelho, sóbrio, fechado. Ufa! Enquanto sei que meninas de todo o Brasil estarão vestidas à vácuo durante doze dias no Anhembi, trabalharei apenas quatro horas com a roupa mais comportada, horas essas que pagarão metade do meu aluguel. E o medo se consumou: já perdi um teste amanhã...
Depois enfrentei o segundo ônibus da tarde, já preparada para a mais longa espera num inesperado teste de foto para um cartão de crédito. Doce engano! Diferente da outra vez que estive nesta produtora, esperando por mais de duas horas, cheguei, entrei, cinco clicks e fui embora.
Corri na garoa, fiz meu jantar e já programo o meu feriado em Ribeirão Preto.
Vai dar Dilma então?! É isso mesmo?! É... Que loucura!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Começando a semana

Ontem acabei de escrever, passei meu creme anti-rugas 25+, escovei os dentes e deitei. Virei de lado. Voltei para o mesmo. Deitei de bruços. Joguei fora o edredom. Levantei para ir ao banheiro. Rolei novamente. Levantei pela segunda vez. Pensa daqui, pensa de lá. Banheiro de novo. E quando o relógio se aproximava das 4h da manhã, tive a feliz ideia de deitar no colchão da sala. Fechei a veneziana. E dormi que nem um bebê! Minha roomie não entendeu nada ao acordar... E assim que abro meus e-mails vejo um dela, assustada lá do trabalho, perguntando se estava tudo bem. Agora sim.
Fiz meu almoço e fui para o teste de uma mortadela em Santo Amaro. E que calor, hein! Depois de degustar três fatias e fazer cara de quem gostou para a câmera, garanti pelo menos um cachê-teste. Ao voltei para casa, comecei a ensaiar o texto da gravação do site da produtora de casamentos e a angariar peças para o figurino no armário da amiga. Às 21h estava em fundo croma e mais uma vez de frente para a câmera enquanto a chuva despencava do lado de fora. O estúdio improvisado captou o som dos trovões, dos aviões sobre Moema e das pesadas lágrimas de São Pedro. Por isso, continuaremos com as gravações semana que vem. Vou provar que posso ser uma boa apresentadora.
Acabo então minha segunda-feira com o cachê já em mãos, um temaki e um sunomono no estômago e o corpo debaixo das cobertas que ontem abandonei. Não quero ter insônia novamente.
Amanhã só tenho a prova do uniforme do trabalho de quarta-feira no Salão do Automóvel. Nada mais. E o parque me espera!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Festas e mais festas

Sabiamente, canta Black Eyed Peas em Party All The Time: "If we could party all night and sleep all day, and throw all of my problems away, my life would be easy, my life would be easy...". Meu final de semana - que precocemente anda começando na quinta-feira, foi assim: super easy!
Quinta decidi não sofrer até resolver o que fazer com meu moribundo Nckia e comprei um mp3 player de 2G, rosa, a preço pechinchado de 60 reais na esquina de casa. O abasteci com as músicas mais incríveis e fui correr. Como é bom este horário de verão!
Voltei para casa e começamos os preparativos para a 3P4, que se iniciou no Bar Consagrado e acabou às quase sete da manhã depois de um lanche de mortadela na Galeria dos Pães. O saldo da noite foi positivo: novas amizades, risadas, fotos, mais risadas e gargalhadas. No entanto, alguém veio quase a óbito: meu celular, após escorregar da bolsa e cair aonde jamais deveria... Assim, hoje ele se apresenta em estado deplorável, mas pelo menos, recebe ligações. Não sei quem liga até que fale "alô". Não posso ligar para ninguém pois o teclado não funciona. Contatos da agenda? X, y, z. E então preciso pensar rápido, pois existe uma real necessidade de se comprar um Nextel e uma vital vontade de se ter um Blackberry, mas nessas transações, um novo número de celular surgirá - pois não existe portabilidade no rádio - e não poderei, por enquanto, abandonar o chip 11 da Oi. Ó dúvida cruel!
Sem sanar os efeitos da noite anterior, às dez da manhã o despertador toca e lá fui eu fazer um exame médico no centro da cidade para o trabalho de quarta-feira no Salão do Automóvel. Uma hora e quarenta minutos de chá de cadeira, quinze números de senhas chamados no painel quando ainda faltavam 34, levantei e liguei para a agência, pedindo uma resolução mais prática pelo amor de Deus. Fui atendida. Assinei o contrato, venci a burocracia e voltei para casa, já com as horas contadas para a segunda festa da semana no Terraço Daslu.
Enfim... Fomos contempladas com duas das melhores baladas desde que cheguei em São Paulo. Já sábado encontrei amigos da faculdade, terminei a noite com um rodízio de japonês e domingo um almojanta agradabilíssimo nos Jardins. Que vidão! Quem vê pensa que eu posso... É muita boemia. Muita. Mas com consciência e sem jamais deixar os compromissos e princípios de lado. É só um preenchimento das horas vagas e do coração vazio, porque na cabeça o Diabo ainda não entrou não.
Assim, amanhã tenho um teste que já estou torcendo para pegar e a gravação do website à noite. As fotos da Decathlon já começaram a rodar e como o esperado, fotos de biquini deprimem qualquer mortal... Minha tia lá em Ribeirão já guardou de recordação um flyer que recheou o jornal A Cidade. "Vai ter outdoor mesmo?", perguntou minha mãe. Não sei, veremos. Biquini, nunca mais!
Boa semana!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que vem primeiro: o ovo ou a galinha?

Terça-feira evitei escrever.
Só para pintar o quadro: existem três explicações para que, nos dias atuais, eu durma à tarde: 1-Estar doente; 2-Ter quebrado tudo na balada no dia anterior e ter dormido pouco, especialmente por conta do energético; 3- Estar bodiada. E infelizmente, às 17h me joguei no colchão da sala quando estava prontinha para ir correr no parque para fugir da irritação e acalmar os ânimos que já estavam para lá de desanimados. Puxei uma coberta. E tirei o tênis. Vou dar o histórico da coisa - mesmo que seja, no final das contas, só hormônios...
Acordei quase ao meio-dia. Não tinha porque levantar antes. Mas tudo bem, liguei o computador, baixei músicas novas incríveis que seriam mais incríveis ainda no meu ouvido correndo no Ibirapuera... Dancei na frente do espelho pensando "como é bom ser solteira"... Mandei mensagem para minha roomie, já toda serelepe fazendo os planos das nossas festas da semana. Fiz meu almoço. E o dia estava lindo! Foi quando então, recebi o e-mail adiando a gravação de quarta-feira do website para a semana que vem. Meu único compromisso da semana, adiado... Risquei da agenda, ainda mais vazia. Aí, peguei meu celular para incrementar minha playlist quando vejo que não conecta no computador e dá como alerta "sem cartão". Depois de quebrar a cabeça e pedir ajuda achando que o problema fosse do laptop e reiniciá-lo e atualizá-lo e ouvir, pela milésima vez de quem entende de informática, que já está na hora de eu trocar o meu HP, me lembrei que deixei o meu querido Nckia cair no chão enquanto me alongava após a corrida na segunda-feira, quando provavelmente quebrou ou queimou alguma coisa relacionada à memória do celular, que já tinha a tela rachada de alguma pancada de algum dia de algum lugar... Ou seja, três problemas: primeiro é que preciso de um celular novo e dessa vez, sem genéricos, o que implica gastos extras para uma conta corrente que se desasbatece a cada dia e por enquanto não encontra fontes renováveis; segundo é que não teria música e sem música, impossível correr; terceiro é que sim, estão certos quando dizem que está na hora de trocar meu laptop, que nasceu em dezembro de 2007, já passou por reformas e dá sinais de cansaço - nada dura para sempre, muito menos nessa sociedade do "novo novo". E aí o céu desabou de vez... Já comecei a chorar a falta de trabalho, chorei a conta de luz que veio R$166 e até sobre a solteirice eu comecei a repensar. Sorte no jogo ou no amor, certo? E se eu não estou jogando e nem tenho amor, alguma coisa está errada! Foi quando me afoguei no travesseiro. Era melhor esquecer tudo isso. Deixar passar.
Minha roomie chegou e já viu que o quadro não era dos girassóis de Van Gogh. A penumbra estava mais para a fase azul de Picasso. Acabamos o dia fazendo as compras da semana no Extra e já me estressei mais um pouco com o valor da compra, pondo na balança se tenho o direito de comprar as duas mexericas Decompon deliciosas sem caroço pelo preço de R$7,89 o quilo...
Ai como eu queria alguém para pagar minhas contas - ou ajudar, pelo menos... Eu queria alguém - precisava, na verdade - que me fizesse uma massagem bem feita, pois cada ponto das minhas costas e ombro que aperto, dói... Eu queria alguém que fizesse meu almoço agora - ou me levasse para almoçar... Eu queria um agente que me pegasse pela mão e me abrisse portas - ou pelo menos indicasse em quais bater... Na realidade, eu queria uma boa dose de auto-estima e paciência. Acho que bastaria.
Mas, buscando a felicidade mesmo nas pequenas coisas que nos cercam, chegou a minha já idolatrada Brastemp! Pedi ajuda ao porteiro com a instalação, pois fios, tubos e manuais de instrução me assustam. Mas, mulher independente que sou, já estendi a primeira leva de roupas do apartamento 50 e trouxemos um novo verbo para nosso vocabulário, inutilizado até então: estender roupa.
Agora vos escrevo em plena quinta-feira antes do almoço, já que ontem, depois de ter revisado as minhas terça e quarta-feiras, a internet caiu e perdi todo o texto às 3:55h da manhã. Vocês não imaginam minha alegria... E agora pesei e vi que havia escrito amenidades que não iriam mudar suas vidas, então melhor deixar para lá...
Ontem conversei com um amigo que está no Uruguai para a gravação de um comercial. Perguntei se o cachê era incrível e ele me disse que razoável, pois cinco anos atrás ele tiraria um carro zero com esse mesmo job. É, acho que entrei um pouco tarde nesse mundo das artes! Cinco anos atrás estava lá eu, de aliança de compromisso no dedo e frustrada sentada na carteira de madeira de uma universidade pública estudando a composição dos membros do Parlamento da União Européia.
E hoje vou, como todo prazer e direito, me deliciar na festa de aniversário de Rico Mansur. E não, fique tranquilo, nós não somos amigos. E depois eu revelo, se tudo isso não passa de uma onda hormonal ou se as raízes são mesmo tão profundas quanto me parecem agora.
Depois de todo esse desabafo, me diga: o que ensina O Segredo? Os pensamentos positivos antecedem à conjuntura ou a conjuntura colabora na força do pensamento? É que a minha conjuntura anda meio desconjuntada...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Uma nublada segunda-feira

Costumam dizer por aí que toda crítica é bem-vinda... Hoje recebi notificações no meu e-mail de dois comentários postados sobre a propaganda da Colgate Total 12 no Youtube. São eles: "A pior propaganda já feita em toda humanidade. Mais fake impossível!" e "Este comercial é um belo exemplo de engodo e manipulação. Socorro Conar! Atenção Ministério Público!", vindas de diferentes "críticos". Aparentemente a bomba não caiu diretamente sobre a atriz, além do que, se os efeitos do uso contínuo da pasta de dente são os relatados ou não, não cabe a ela responder - apesar de que eu uso sim Colgate há alguns anos e admito que tenho zero problemas bucais. Menos mal. Mas foram as primeiras críticas azedas que recebo desde agosto, quando o comercial foi ao ar - além do comentário que desceu quadrado de minha mãe quando lhe enviei o vídeo ainda na fase de pós-produção "Você foi para o Chile fazer isso?" devido ao uso do pronome... Se duas pessoas se prestaram a procurar o vídeo no Youtube para fazerem tais apontamentos, o motivo primeiro, provavelmente, é a quantidade de repetidas vezes e de diferentes canais que exibem meu rostinho e meu sorriso para a alegria ou irritação de muitos. Uma vez por dia, pelo menos, alguém comenta comigo sobre a propaganda, seja on line, seja por SMS, e-mail ou por mensagem nas redes sociais. E podem criticar, fazer o quê?! Temos público para isso. E se até Jesus Cristo já foi posto em cheque, por que não a minha propaganda? Mesmo assim, terei eternamente um infinito apreço à Cinemagica Producciones, ao querido dentista, à cidade de Santiago e à quantidade de canais e de exibição. Valeu, galera!
A semana começou nublada... Tive dificuldade para sair da cama, ainda cansada da noite não dormida de sábado para domingo e da 1 hora roubada do relógio e do organismo...
Finalmente uma alma caridosa - meu tio - extraiu o trambolho da máquina de lavar quebrada deste apartamento, deixando espaço livre para uma nova, para roupas limpas e para uma harmonia na minúscula área de serviço. Em poucos dias a Casas Bahia entregará minha Brastemp 7kg! Neste meio tempo, choramingando as inexistentes novidades profissionais para titio, recebi o convite para gravar uma apresentação de um website de uma produtora de vídeo de casamentos. E já está lá, marcado na moribunda agenda, quarta-feira na parte da noite! Dois pontos positivos no dia!
Não tive garra para correr meus sagrados quase 5km no parque. A energia estava em baixa, a temperatura idem, nenhuma música agradava meus chatos ouvidos... Caminhei os quase 5km e corri mais uma volta ao inexplicavelmente Gui Boratto me incentivar a aumentar meus passos com a música What a Beautiful Life.
Fiz meu jantar, assisti ao jornal, senti vontade de ferir fisicamente Dilma Rouseff e retomei à leitura de Gustave Flaubert. Todas nós temos um pouco de Madame Bovary - não me referindo à parte do adultério, compreenda: "[...] e praguejava contra a injustiça de Deus; encostava a cabeça às paredes para chorar; invejava as existências tumultuosas, as noites mascaradas, os prazeres insolentes, com todos os desvairamentos que não conhecia e que eles deviam provocar."
Dias com mais inspiração para correr virão!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Felicidade incomoda?

Sexta-feira fiz, talvez até hoje, o teste mais legal! Saindo correndo de umas fotos para um supermercado no Brooklin que não passei, me dirigi para o Bexiga para o teste de vídeo de um shopping de Brasília. Se tratavam de três etapas: a primeira, se apresentar para a câmera; a segunda, interagir com minha própria imagem no espelho, esboçando diferentes reações e indagações sobre auto-estima, paquera e balada; a terceira, sentada numa cadeira giratória, bancar a mulher feliz, independente, que pensa, ri, gargalha, comemora. Um cachê-teste coloriu a carteira e aguardo a resposta amanhã. Ainda não contabilizei a proporção de testes/trabalhos, mas já deixei bem claro que são muitos "não" para escassos "sim", correto? Normal, tá. Isso não traduz fracasso, isso traduz batalha. E ela é diária.
Tive um final de semana incrível, rodeada de amigas, novas amizades e histórias improváveis...
Às vezes parece que a vida está sendo gravada e estreará nas telas de cinema - ou pelo menos como um seriado da Sony... Mesmo com a escassez de trabalho e a agenda vazia, posso hoje bater no peito e assumir minha felicidade. No entanto, no mundo dos homens, a felicidade alheia incomoda. A grama do vizinho é sempre mais verde para uma grande maioria, todos sabemos. Mas às vezes chega um ponto em que o verde é tão vivo e brilhante, que o admirador passa a gorar a natureza, torcer para uma seca ou simplesmente evita abrir as cortinas para não se corroer com a altivez do jardim de outrem. Não existe inveja branca. Existe inveja estampada, capaz de colocar amizades e relacionamentos em cheque. Mas não nos incomodemos! Cada um é cada um, cada qual com seu cada qual, para cada um de acordo com suas necessidades e seguimos todos atrás de nossas singulares vontades. E te digo: meus sonhos são do tamanho do mundo mas o mundo é muito grande para se ter como fronteira o gramado da casa da frente. Plante as suas roseiras e fique feliz também pelos meus girassóis, sempre atrás da mais seleta radiação... Há sol e chuva para todos. E nossos filmes - ou novelas, ou curtas, ou seriados - não são, necessariamente, concorrentes da mesma estatueta. Cada um é protagonista de uma obra diferente. Basta saber como seguir o seu próprio roteiro. Por isso cante! Dance! Grite! Uô, uô, uô...
Tenha um ótimo começo de semana! Saberá Jesus o que os próximos dias me reservam...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Uma quinta-feira

Sem grandes emoções, acordei mais tarde do que de costume, já que fiquei pendurada na última postagem até mais de 3:30h da manhã. Fiz meu almoço - um peixe com cebola, pimentão amarelo e manjericão, que modéstia à parte, ficou uma delícia! - e segui para o teste em Alto de Pinheiros. E mais uma vez, chutem meu "papel"? Mãe! E lá estavam alguns possíveis maridos e várias possíveis crianças para a campanha de Natal de um shopping da capital federal. Sorrisão, foto! Meio sorriso, foto! Pose de mãe, foto! Cabeça tombada, foto! Ok, obrigado!
Voltei, comprei o presente de aniversário das 20:30h de uma amiga, fui correr e depois de um belo banho, segui para o Higienópolis. Lá fui apresentada a alguns como a "minha amiga do sorriso Colgate" e lá vamos nós repetir a famigerada fala "Mas eu acabei de escovar os dentes!" para os esquecidos se lembrarem de que algum dia, em algum horário, em algum canal, já me viram. Engraçado isso... Enquanto recusava pró-seco, caipirinhas, o pão dos sanduíches, quiches, brigadeiro de colher e bolo, perdi algumas ligações de uma agência ávida para me convidar a substituir uma modelo em um editorial amanhã pela manhã. Mas devido à demora, encontraram uma substituta para a substitura das fotos. E descobri o quão baixo é o cachê de um editorial... Mas é sempre gostoso reunir a mulherada. Mais uma da turma completando meio século de vida... Ainda bem que ainda posso desfrutar da minha idade viada por mais alguns meses...
E hoje não teve balada. Para amanhã fui surpreendida com dois testes de vídeo e achei melhor me preservar, especialmente depois do bendito feriado prolongado...
Não estou inspirada. Hoje não tem rima. Não tem verso. Não tenho muso para o poema.
Boa sexta-feira!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Uma parte do caos: a sala de espera da 1001


O Retorno

Mamãe deu bronca e disse que o blog estava triste...
Mas depois de uma semana de exílio, retorno ao meu lugar preferido que antecede minha cama todas as noites. Há tanto para escrever...
Acabei embarcando para o Rio de Janeiro. O acesso livre aos camarins do SWU não rolou, nem as fotos de fast food e nada nem ninguém me segurava na capital paulista. Eu merecia um descanso... Um descanso de verdade, sem cobranças, sem hora marcada, sem grandes expectativas. E as melhores coisas acontecem ao acaso. Acaso?
A peregrinação começou às 23h de sexta-feira, enfrentando o trânsito na chegada da rodoviária e carregando três malas mais uma bolsa na tentativa de não perder o feriado. Em vão... Poderíamos ter evitado a fadiga, já que as filas eram intermináveis, os atrasos homéricos e o desencontro de informações corrosivo! O stress reinava no caótico saguão e nas ainda mais caóticas plataformas. Eita, Brasilzão! São Paulo parava na véspera de feriado e aguardamos por duas horas o famoso 1001 das 23:40h, que chegou e foi embora sem que ninguém ao menos avisasse no alto-falante da sala de espera que era hora de embarcar. Tentei manter o bom humor, afinal de contas, pitis só trazem rugas e palpitações e numa véspera de semana da criança, eu podia me permitir rir da desgraça minha e dos outros, e mais uma vez, no entanto, me arrepender do "barato que sai caro". Fomos encaixadas no ônibus da 1 da manhã que saiu 1:40h mas, um Dramin depois, vimos que o Rio ainda estava de braços abertos nos esperando, atrasadas ou não.
O tempo não estava lá essas coisas, um sol tímido, umas nuvens chatas, uns pingos indesejados, um vento frio... Mas aquela cidade, ai, aquela cidade...! Tanto fato engraçado, tanta história improvável, tanta gente nova, tanto encontro teoricamente impossível! O mundo só recebe de braços abertos quem está aberto aos abraços do mundo. E nós recebemos o afago mais apertado nesses quatro deliciosos dias...
Correr no calçadão - mesmo que me doa, eu confesso - é muito mais gostoso do que minhas duas sagradas voltas no Ibirapuera... E os cariocas... são marrentos, cheios de graça, pluralizam com "xiiis", substituem o "s" pelo "r" merrrrmo, mas algo me diz que um dia paixões concretas virão e não serão com alguéns das terras dos bandeirantes...
Atravessar as ruas do Leblon ao lado de Alexandre Borges e tomando um Yogoberry é coisa de novela. Aliás, quanto Yogo-something... Ir para a 00, dar meia-volta, fazer novas amizades e curtir a Zozô na Urca gastando os dois zeros da balada anterior também não teve preço - literalmente... E o gosto de assistir Tropa de Elite 2 em Copacabana, depois quase ser assaltada por um sujeito de comportamento muito suspeito na calçada do cinema e ainda dar risadas com um dos atores do filme no Baixo Gávea logo após a sessão é incomparável! Um agridoce com toques de especiarias sabe-se lá de onde confundem o paladar maravilhado com tantos acasos... E que delícia ver que brasileiro pode fazer filmes incríveis como este. Wagner Moura e José Padilha merecem os mais calorosos aplausos. Capitão Nascimento já está consagrado no muro dos heróis nacionais.
O salto de asa-delta ficou para uma próxima... Mas não sei se já estou pronta para conquistar a Cidade Maravilhosa... Pedi respostas ao mar e me foi dito que São Paulo tem ainda muito a me oferecer. Não tenho porque ter pressa. A estação final não vai sair do lugar. E a estrada é uma caixinha repleta de surpresas...
O feriado me mostrou que muita coisa é sim possível. E na batalha contra o impossível, hoje tive que regravar uma frase para a locução da Brinquedos Bandeirante e me ligaram para um teste de propaganda de shopping amanhã. A vida, quando recheada de sonhos, não pára.
E mais uma vez o Rio vai deixar saudade... Eu volto... Eu volto!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Brasileiro é brasileiro, pô!

O dia foi tranquilo...
De relevante, um teste às 14h, se é que posso chamar aquilo de teste... Entrei na sala, "Olá!", "Tudo bem?", relatei meus últimos trabalhos, levei bronca por não ter levado o composite que a agência não pediu para levar e às 14:30h já estava na Santo Amaro em busca do ônibus de volta. E estava um calor do cão em São Paulo!
Voltei, lavei toda a louça do almoço - que estava dobrada por conta da visita amiga em casa ao longo da semana - corri e fomos assistir ao Comer, Rezar, Amar, com os termômetros beirando seus 17 graus... Vai entender! Não vou esmiuçar sobre o filme - que gostei, aliás - já que uma coisa martelou minha cabeça a partir do último longo terço balinês da trama: Javier Bardem como brasileiro. Se vão colocar um personagem brasileiro na história: 1- Que seja um ator brasileiro; 2- Ou pelo menos que seja um ator que fale bem o português; 3- Se não, não coloque frases nem expressões nessa língua, pô! Deixava o cara só falar inglês... Aquilo me corroia por dentro, cada vez que o espanhol soltava um "Todo bem!" ou então um "Tenho sodades" ou sei lá, "Fasa magra"... Eu sei o porquê de ele estar ali, não se preocupem com minha ingenuidade... Javier Bardem é o grande nome latino do momento, excelente ator, que garante boa bilheteria, com seu jeito latin lover e futuro papai do bebê de Penélope Cruz. Mas com tanto ator bom, bonito e mais barato dando sopa por aqui... Comentei alguns dias atrás sobre Wagner Moura sendo assediado por Hollywood. Por exemplo, com ele, garantiríamos uma verossimilhança maior, não acham? E ele disse para Marília Gabriela que fala bem o inglês! Claro que este filme não visa à arte e sim alguns muitos milhões de dólares, mas é doído de assistir. Dava uma quase vergonha alheia de ouvir um português tão mal carimbado e uma brasileira tão latinamente caricata. Mas, enfim, certamente uma grande maioria do público não será cri-cri igual à escritora que vos fala e com certeza suspirarão com a morenice do ganhador do Oscar. Ponto para Julia Roberts! E alguns muitos outros pontos para a conta bancária de Elisabeth Gilbert! Ambas tão ou mais ricas quanto ao único ganhador da Mega-Sena acumulada.... Aliás, nunca vi filas tão homéricas nas lotéricas quanto hoje...
Boa noite!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Trabalhando...

A manhã foi reservada para ir ao banco - e vamos combinar que essa greve dos bancários não combina em nada com agilidade na hora de pagar as contas...
Fiz meu almoço e "bora" trabalhar! Fazia um mês que eu estava de greve dos eventos... E lá fui eu, com meu terninho preto e meu tênis que rapidamente fora substituído pelo scarpin dentro da bolsa para o Hotel Renaissance. Se tratava de uma degustação de toda a linha de produtos da britânica Classic Fine Foods, que chega agora ao Brasil com seus deliciosos queijos, chocolates belgas, caviar de 5 mil reais a lata, azeites incríveis, polpas de frutas, enfim. Às 19h já estava liberada, após dar explicações sobre vinagres balsâmicos aromáticos, cereais embalados à vácuo e baunilhas africanas processadas na França e de ter recusado trufas, doce de leite e champagne... O peso na consciência estava tão mas tão mórbido que resolvi voltar para o Itaim à pé. Incansável, cheguei e coloquei minha roupa de ginástica e subi de volta ao Ibirapuera. Corri e desci novamente. Ufa! Nisso já eram quase dez da noite...
Enquanto trabalhava o celular tocou algumas vezes. Adoro e me desespero ao ver 3 ligações perdidas no chip 1, duas no chip 2 e dois recados de voz. Saldo positivo! Assim, amanhã tenho um teste de foto para alguma coisa relacionada a fast food e existe uma possibilidade, pequena mas real, de a passagem de ida para a Cidade Maravilhosa ter de ser cancelada, já que posso - ou não - ser escolhida para entrevistar as bandas no SWU. Irado (como dizem os paulistanos...)! De uma maneira ou de outra, passarei muito bem este próximo feriado!
E fiquei sabendo que os Brinquedos Bandeirante não irão ao ar neste Dia das Crianças. Acho que só o Papai Noel vai poder contemplá-los... Mas, cachê depositado e em breve material nas mãos!
A maré está baixa mas pelo menos o gado não está morrendo de sede...
Boa quarta-feira!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Não sei um título

Voltei hoje para São Paulo, após exercer meu direito e dever de cidadã: votar. Campanha eleitoral é a peça de teatro mais cultuada no mundo. E tem espaço para todos os perfis e isso é que é democracia! Tem boneca de ventríloco, picareta, agressor de mulher, palhaço analfabeto, ladrão, mulher de ladrão, prostituta, dançarina, modelo, ex-jogador de futebol, estilista, ex-BBB... Vale de tudo nesse palco! É a arte pela arte! O gostoso de ser ator é brincar de mentir e ainda ganhar para isso. E o que é ser político? É brincar de fazer e ainda ganhar muito por isso. Alguma diferença?
Quinta-feira assisti de camarote a um fato engraçado - para não dizer trágico. Enquanto saía do Ibirapuera depois de suados quarenta minutos de corrida, ouvi gritos histéricos femininos que superaram a música nos meus ouvidos. Tirei os fones para me inteirar da situação quando de repente vejo, correndo em minha direção, um sujeito de cor parda, vinte e poucos anos, desesperado. Atrás dele, um grupo mais esbaforido ainda, com "sangue nos zóio" que gritava: "Pega ele!". Dei dois passos para trás evitando que fosse levada pelo tornado e dei uma bronca no segurança do parque ao meu lado que só ameaçou agarrar o fugitivo. Mas nem foi preciso... Ao quase ser atropelado pelos carros fulminantes em plenas 18h na Répública do Líbano, ele se rendeu entre um capô e uma árvore. Um olhar assustado já previa o inevitável. Colocou as mãos na cabeça. E a trupe chegou, sedenta por vingança. Deliciosamente - é pecado eu confessar isso? -, ele levou alguns chutes aqui, vários xingamentos ali e eu, privilegiada no melhor assento do camarote... Faltou só minha vodka com energético ou minha pipoca com manteiga - depende de qual V.I.P area estejamos falando... Em questão de dois minutos, chegou a vítima, espumando "Cadê ele? Cadê esse f**** d* p***?". Não fiquei para ver o final. O clímax já tinha sido por demais emocionante. Me senti vingada! E ainda vêm aqueles defender os "párias" do sistema, dizendo que é culpa da falta de oportunidade e de políticas públicas, que é culpa do colonialismo histórico, do capitalismo... É falta de vergonha na cara, isso sim! Bem feito, meu amigo. Às vezes é sim possível concordar com a lei do "olho por olho, dente por dente"...
Neste mesmo dia vivi um impasse. Toca o celular e me oferecem o papel de protagonista de uma simulação no Programa do Gugu. E aí, mais uma vez, veio aquele turbilhão de dúvidas... Não estou com cacife para recusar trabalhos como atriz nessa altura do campeonato, mas e tudo o que venho aprendendo ao longo dos tempos? Errar é humano, mas persistir no erro é burrice! Eu já havia prometido que não faria mais esse tipo de trabalho... Aquela experiência na Estrada do Pau Furado já fora o suficiente para solidificar a ideia de que é preciso sim escolher bem os futuros jobs. Mas e a humildade? E o cachêzinho? E a oportunidade? O material que teria, caso a edição ficasse bacana? Tirei n opiniões, com leigos e entendidos... Meu coração dizia "não" mas a mente se perguntava "por que não?". Até que, ao indagar para um dono de agência de atores se simulações queimavam o currículo e receber uma resposta positiva - "a não ser que o cachê valha a pena..." e não valia -, recusei o convite. E depois acalmei meu espírito. Artisticamente, é uma produção muito pobre... e dar a cara a tapa nacionalmente a qualquer custo ainda não faz parte de minhas ideologias... Peguei minha carona para Ribeirão Preto na sexta-feira às 14h como combinado e não me arrependi um segundo sequer, especialmente depois de assistir ao quadro que foi ao ar já no domingo. E teve ainda beijo na boca! Simulação com beijo na boca, na Record, horário nobre e por aquele cachê ainda?! Não me vendo mais a preço de banana.
Passados alguns dias de muita comilança, vinho com as amigas e filme de exorcismo, hoje aceitei descongelar e voltar aos eventos. Não tive escolha! Amanhã faço uma recepção das 14 às 19h no Hotel Renaissance e quinta-feira volto aos jogos do Palmeiras. O cachê pagará minhas passagens para o feriado na Cidade Maravilhosa e será certamente mais produtivo do que ficar em casa amargando a falta de testes e a espera de trabalhos... Não é?! É.
E vou ficando por aqui...
Sem mais, boa noite!