segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Felicidade incomoda?

Sexta-feira fiz, talvez até hoje, o teste mais legal! Saindo correndo de umas fotos para um supermercado no Brooklin que não passei, me dirigi para o Bexiga para o teste de vídeo de um shopping de Brasília. Se tratavam de três etapas: a primeira, se apresentar para a câmera; a segunda, interagir com minha própria imagem no espelho, esboçando diferentes reações e indagações sobre auto-estima, paquera e balada; a terceira, sentada numa cadeira giratória, bancar a mulher feliz, independente, que pensa, ri, gargalha, comemora. Um cachê-teste coloriu a carteira e aguardo a resposta amanhã. Ainda não contabilizei a proporção de testes/trabalhos, mas já deixei bem claro que são muitos "não" para escassos "sim", correto? Normal, tá. Isso não traduz fracasso, isso traduz batalha. E ela é diária.
Tive um final de semana incrível, rodeada de amigas, novas amizades e histórias improváveis...
Às vezes parece que a vida está sendo gravada e estreará nas telas de cinema - ou pelo menos como um seriado da Sony... Mesmo com a escassez de trabalho e a agenda vazia, posso hoje bater no peito e assumir minha felicidade. No entanto, no mundo dos homens, a felicidade alheia incomoda. A grama do vizinho é sempre mais verde para uma grande maioria, todos sabemos. Mas às vezes chega um ponto em que o verde é tão vivo e brilhante, que o admirador passa a gorar a natureza, torcer para uma seca ou simplesmente evita abrir as cortinas para não se corroer com a altivez do jardim de outrem. Não existe inveja branca. Existe inveja estampada, capaz de colocar amizades e relacionamentos em cheque. Mas não nos incomodemos! Cada um é cada um, cada qual com seu cada qual, para cada um de acordo com suas necessidades e seguimos todos atrás de nossas singulares vontades. E te digo: meus sonhos são do tamanho do mundo mas o mundo é muito grande para se ter como fronteira o gramado da casa da frente. Plante as suas roseiras e fique feliz também pelos meus girassóis, sempre atrás da mais seleta radiação... Há sol e chuva para todos. E nossos filmes - ou novelas, ou curtas, ou seriados - não são, necessariamente, concorrentes da mesma estatueta. Cada um é protagonista de uma obra diferente. Basta saber como seguir o seu próprio roteiro. Por isso cante! Dance! Grite! Uô, uô, uô...
Tenha um ótimo começo de semana! Saberá Jesus o que os próximos dias me reservam...

2 comentários:

  1. pois ee..como pode ser dificil, qdo nao se esta bem ver a felicidade alheia ne? assim que li teu post lembrei de um trechinho de henry miller da triologia nexus, sexus e plexus.. nao sei se vc conhece..bom vou colocar aqui:
    “‘Chora e chorarás sozinho’ – que grande mentira! Basta começar a chorar que encontrarás um milhão de crocodilos dispostos a chorar contigo. O mundo está sempre em prantos. O mundo está encharcado de lágrimas. Já o riso é outra coisa. O riso é momentâneo – e passa. Mas a alegria, a alegria é uma espécie de hemorragia extasiante, um tipo de supercontentamento insuportável que transborda por cada poro de seu corpo. Não é possível deixar os outros alegres com sua alegria. A alegria precisa ser gerada pela própria pessoa: ou bem existe ou bem não existe. A alegria baseia-se em algo profundo demais para ser compreendido e comunicado. Estar alegre é seu um louco num mundo de fantasmas tristonhos.”

    beijocas Gaia

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  2. Adorei, Gaia! "Estar alegre é ser um louco num mundo de fantasmas tristonhos." acabou de se tornar o meu status no Facebook...
    Beijo! E volte sempre, viu!

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