segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

The Facebook

Muito tempo atrás, escrevia-se cartas de amor, crianças brincavam nas ruas, meninas fantasiavam realidades com as Barbies, garotos jogavam bola, corriam com "Mamãe-da-Rua", trocavam olhares com a Mariana, com a Paula, com a Julia... cartões de Natal eram enviados por Correio, batia-se na porta de amigos, tocava-se o telefone, escrevia-se diários... Era tudo muito real e palpável.
Hoje a sociedade se traduz em redes virtuais. E leva-se Globos de Ouro por isso. Minha geração cresceu na era da internet e uma baita confusão às vezes domina meu ainda romântico pensamento... Hoje não se toca mais, se "cutuca". Não se revela fotos, as adiciona ao "álbum". Não se elogia mais, se "curte". Não se conversa mais, se deixa um "post" no "mural"...
Hoje eu acordo e a primeira coisa que faço é verificar o Facebook, o que acontece repetidas vezes ao longo de minhas-suas-nossas já curtas 24h, e por isso ele vale 50 bilhões de dólares. Mark Zuckerberg é o bilionário mais jovem da história e agradeço a ele a criação da rede social que solidificou de vez a nossa inabilidade de interagir com as outras pessoas. Criou-se uma droga anti-social que desbancou o Orkut, o MySpace, MSN, até o SMS, as lembranças do ICQ... as cartinhas então, nem se fala...
No mundo do limite de caracteres, hoje é tudo virtual e impalpável. E não estou reclamando. Só tenho medo de que avatares nos substituam num futuro próximo enquanto nossos corpos verdadeiros fiquem em casa no mais absoluto sedentarismo conectados a uma nova rede social, quando a decisão entre ser, querer e fazer se traduza num simples toque na tela e as lembranças se tornem arquivos em pastas esquecidas que podem rapidamente ir para a lixeira...

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