quarta-feira, 15 de junho de 2011
O Meu Dia dos Namorados
Sábado caí cedo da cama. Tomei meu banho, me arrumei, fechei minha mala e pé na rua para enfrentar a suposta uma hora e quinze de ônibus como mostrava o Google Maps. Só para garantir, saí com uma hora e meia de antecedência, porque você sabe, de repente o ônibus atrasa, enfim... Meia hora passada no relógio e eu de pé no ponto. "Droga!". Era hora de pensar num caminho alternativo. Um táxi ficaria extremamente caro, especialmente com a maldita bandeira dois e um cachê que não era lá essas coisas... Assim, lá fui eu para a avenida pegar o primeiro ônibus que me levaria até o terminal para lá pegar um segundo que me deixaria na boca do gol. Às onze já estava tomando um cappuccino no restaurante do Auto Shopping Cristal Sul. Enquanto ajeitavam a luz, o fundo, as bandeirolas, os balões, ensaiei meu texto, retoquei a maquilagem, esperei que almoçassem e me preocupava o tic-tac do relógio, já que me prometeram que às 14h estaria liberada e ainda teria de enfrentar a rodoviária e um Rápido Ribeirão. 14:15h e nem tínhamos começado a gravar. Mas no que começamos, foi super rápido. Com uma plateia que não me intimidou, dancei um forró com uma vassoura, dei meu texto e finalizei com um "sô!" caipira seguido de uma piscadinha no final. Escutei um "Acertaram na escolha da menina!" do diretor, que se seguiu de um jóia para a menina que vos fala, almocei uma deliciosa feijoada, cordialmente me levaram até a rodoviária e às 23h já estava pronta para curtir o meu Dia dos Namorados. Fazia frio no interior... Escutei ao longo da noite buxixos do tipo "Essa menina não faz propaganda?", comentários e muita torcida pela carreira mas a festa não foi exatamente como esperava. Mas as companhias, ah, melhor do que cobertor de orelha! Li que não passamos Dia de Finados com nenhum morto, não abraçamos nenhum índio no Dia do Índio, não me enrolo na bandeira no Dia Da Bandeira, por que então não passar solteira o Dia dos Namorados? Se 12 de junho é o dia deles, todos os outros 364 são nossos! E para finalizar, melhor passar o Dia dos Namorados solteira do que o Carnaval namorando. Assim, sem dormir, almocei com a família, visitei vó, tios, tias, primos e cachorros e às onze da noite de domingo estava morta na cama, com o despertador já programado para segunda-feira bem cedo ir ao médico e ainda voltar a São Paulo a tempo de fazer um teste para banco. Não tive tempo de fazer nada mas deu pra fazer tudo... Quando faltava meia hora para o fim, peguei minha claquete e fiz a pose que pediram. De perfil do lado direito com o dedo direito para cima. "Droga!", justamente a unha que tinha acabado de quebrar! "Duas vezes droga!", justo o meu pior perfil... Não peguei, claro. Eu poderia ter ficado mais em Ribeirão... Mas aproveitei o fim do dia para preencher a geladeira e a semana poderia então prosseguir normalmente. A resposta daquele tão esperado teste saiu e se não esbanjei nenhuma alegria, nem precisaria dizer que mais um "não" veio para a minha abarrotada lista da rejeição. Os dias que seguem parecem mornos. Sinto falta dos pontos de ebulição das semanas passadas. Nunca sei o que o termômetro me reserva. Mas de pantufa no pé, espero. Faz parte da profissão. Boa noite!
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Um livro para os dias de não... o velho e o mar, Ernest Hemingway.
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